O caminho pra casa foi longo e triste. Allix nem subiu em sua bicicleta e mal reparou se havia alguém observando enquanto fazia seu caminho passando por dentro dos escombros. A ideia de que Marilyn, Izezê e os outros partiriam a deixou inquieta.
Chegando em casa se jogou em uma pilha de roupas. “Ah Izezê, porque você me atormenta tanto?”
“O que foi que eu fiz?” Sua mãe Ivana colocou a cara pela porta da cozinha.
“Nada mãe.” Allix se sentou melhor. “Você não fez nada.”
”Como não, você está gritando que eu te perturbo.”
“Não mãe. Não estou falando de você.”
“Como não. Escutei você falando Izezê.” Ivana pegou o pacote ao seu lado. “O que é isso aqui?”
“Até esqueci que eu estava com isso.”
“Palito de carne secas de carne seca.” Ela colocou um na boca. “Como eu adoro isso. Têm uns cinco quilos aqui?”
“Que puxa, mãe! Você está bem?” Allix se
079° “O futuro esquecido.” Allix tentou descobrir quem era a mulher falando. “Lembre-se.” Allix abriu os olhos e pegou o despertador no seu bolso que tocava. “Cai no sono por oito horas.” Allix esfregou os olhos borrando sua maquiagem. “Bom dia, minha flor do dia.” Elena ofereceu um café. “Acho que estou tendo um deja-vu.” Allix olhou a volta. “Já não fixemos isso antes?” “Você cair por ai e o Caique te carregar de volta?” Elena deu de ombros. “Um monte de vezes.” “Tem conhaque neste capuchino.” Allix reclamou e bebeu do mesmo jeito. “Agira sou eu que estou com deja-vim.” “Tive aquele sonho que não consigo lembrar de novo.” “Se você não consegue se lembrar, como sabe que é o mesmo sonho”? “Quando eu estou sonhando, eu me lembro de que sonhei antes, mas quando acordo, me esqueço do sonho, mas me lembro de que já sonhei o sonho.”
081° O pequeno arquipélago de Mineralia era uma das joias do Caribe, um dos lugares mais belos para se visitar, agora completamente coberto por uma parede de nuvens girando em volta do lugar como uma gigantesca cúpula de níveis tempestuosas. Cruzando as aguas azuis do mar do caribe com o nascente as suas costas, dois superportaviões se dirigiam em rota direta para a gigantesca espiral de nuvens que subia tá a estratosfera. Mais de sessenta cadetes arcanos vindos de toda a parte do mundo estavam no convés observando o espetáculo, curiosos enquanto se aproximavam. “Incrível não é mesmo?” A capitã Inazuma uma bela mestiça de olhos rasgados e longod cabelos negros observava os cadetes no convés do gigantesco superportaviões, na área a frente da ponte de comando. “Não sei dizer se é belo ou aterrador.” “Porque não pode ser as duas coisas?” A tenente Mabel Volonaki veio de dentro da ponte sorrindo com
084° “O futuro esquecido.” Allix tentou descobrir quem era a mulher falando. “Lembre-se.” Allix abriu os olhos e levou um tempo para lembrar que após assistir “Quanto mais quente melhor” com sua mão, foi visitar as amigas assim que ela dormiu e estava novamente no chateau. Ela olhou pela janela. O céu ficou laranja anunciando o entardecer. Aquele era um dos poucos momentos onde o mercado se acalmava, pois muita gente ia pra praça das igrejas. “Cai no sono de novo.” Allix esfregou os olhos borrando sua maquiagem e ficou zangada quando viu sua mão. “Bom dia, minha flor do dia.” Elena ofereceu um café. “Tem conhaque neste capuchino de novo.” Allix reclamou e bebeu do mesmo jeito. “Tive aquele sonho que não consigo lembrar de novo.” “Muitas coisas acontecendo de novo não é mesmo?” Cassandra riu sentada na cama. “Talvez você devesse voltar pra gangue das maravilhas.” Elena so
086° Dentro do hotel Majestic se encontrava um lugar confortável e familiar, fora as caixas cheias de contrabando o lugar foi arrumado como uma sala de visitas com sofás, poltronas, mesa de centro e um tapete felpudo onde Allix estava deitada segurando sua mão direita, sentindo uma mistura de dor e humilhação. “Não funcionou.” Ela quase chorou. “Quando eu preciso essa porcaria de mão não funciona.” “Pois fique feliz que não funcionou.” A rainha de copas bateu na cabeça de Allix. “Se atacasse Boris com seus truques ele retaliaria e se conseguisse mata-lo o resto da gangue ia executar as leis do mercado em você e eu não poderia reclamar.” Em seguida a rainha de copas bateu em Lumina. “Apontando uma faca no mercado? O que tem na cabeça?” “Achei que essas regras não valiam mais.” Lumina falou bobagem e levou outra pancada da rainha de copas. “Você vive apontando o sabre.” Rolou para não receber outr
090° No restaurante do hotel Majestic a cúpula da Gangue das Maravilhas se reunião em volta da Cassandra que segurava um choro. “Eu juro que eu não fiz nada.” “Mesmo?” Izezê puxou um palito de carne seca pra boca, o que Cassandra sabia que era um sinal de que ela estava irritada. “Nós formulamos planos, os realizamos e ficamos letárgicos sem desenvolver nenhuma ideia nova.” Marilyn concordou. “Só percebemos como estávamos com a mente anuviada quando saímos da Zona Espiral.” “E não estamos pensando direito agora.” Merlin roía as unhas irritadamente. “Os poderes da Cassandra não são relacionados a Zona Espiral.” O chapeleiro tirou o chapéu para coçar a cabeça. “E dai?” Izezê socou a mão. “Dai que se a Cassandra tivesse encantado a gente, o efeito não passaria quando saíssemos da Zona Espiral.” “Eu não usei meu poder, eu juro.” Cassandra falou quase chorando. “Eu prom
094° Lucinha acordou super animada para se empanturrar no café da manhã. Infelizmente comeu com seus pais e alguns oficiais. Logo depois Lucinha escapou pra se encontrar com os cadetes. “Praticamente todo mundo saiu.” Origami informou. “Eu mesma já ia sair. Não vai ficar ninguém.” “Mesmo?” Lucinha falou desolada. “Estamos indo pra tal rua do mercado.” Origami falou. “Quer ir com a gente?” Lucinha deu um sorriso de orelha a orelha e correu até o tanque que já estava pra sair. O tanque de reconhecimento parou próxima a entrada da rua do mercado levantando bastante desconfiança. Algumas pessoas rapidamente desmontaram suas barracas e saíram correndo. Miró se levantou ao lado da metralhadora e Lucinha veio em seguida. “Caramba, falaram que a rua do mercado era grande, mas não pensei que fosse tanto.” Miró colocou a mão sobre os olhos pra ver.
098° Após o café os cadetes foram até o porto aonde também haviam montado uma base militar. Para sua surpresa havia um estranho helicóptero por lá. Era grande e arredondado no corpo, com uma cabine em cima. Pra piorar era branco e alguém havia pintado uma boca sorridente, olhos e bolas vermelhas na bochecha. “Que coisa esquisita.” Lucinha correu para se aproximar com os braços abertos. “Parece uma bolachona.” “Da vontade de apertar.” Origami confessou. Entre os cadetes que estavam lá Mayara veio cumprimenta-los segurando seu quepe e com uma prancheta nas mãos. “E o que acharam?” Mayara apontou. “Bem a sua cara.” Miró riu. “Quem pintou isso?” “Ninguém sabe, mas também ninguém quis ter o trabalho de pintar de novo.” Mayara riu junto. “Nunca vi um helicóptero assim.” Lucinha falou. “Eu construí baseado em um Sikorsky de resgate usado durante a guerra da Coreia.” Ela
102° Um grupo militar com seis tanques de guerra parecidos com insetos gigantes esperavam na frente do hotel Ritz, um grande hotel de luxo, cheio de pessoas aparentemente se divertindo. A capitã Leite e a tenente Madison saíram do hotel. “E então tenente?” O cadete Derek Dietrich deu um passo à frente. “Ele não aceitou nossa vistoria, disse que resistiria, ameaçou executar inocentes.” A tenente suspirou e tirou suas luvas com uma expressão de nojo. “Não aceitou que examinássemos todo mundo em busca de feiticeiros ilegais, disse que resistiria, ameaçou executar inocentes.” Um cadete abriu uma caixa de madeira com um visor de proteção, um par de luvas vermelhas e duas pistolas dentro. “Alias disse que se não formos embora agora disse que resistiria, ameaçou executar inocentes e disse que me esfaquearia e cuspiria no meu cadáver.” A capitã colocou as luvas, armou sua pegou