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Ária Duarte - Acha que ela vai acordar? - Escuto o sussuro que me faz despertar, abro os olhos vendo Caroline de pé me observando, olho em volta a procura de com quem ela fala. - Finalmente hein, vem cá você não ia para ficar uns dois meses ou mais? - Pergunta de pé com a mão acima do quadril, olho em volta, passo a mão no rosto a esfregar. - Onde está o Rodrigo? Pergunto mais desorientada. - Saiu. - Sem pudor, Caroline senta na cama, pega um dos meus pés, fazendo o vestido laranja rodado se espalhar o pouco sobre o tecido liso preto. - Falou pra onde ia? - Pergunto preocupada, sabendo agora que tudo pode ser verdade, ele não deveria fazer isso. - Ah você acha que ele ia me dizer? Porque não conversamos? Primeiro porque não vamos as compras? Não tem nada aqui pra comer. Acaricia o meu pé enquanto diz, mas eu não tenho fome. - Estou sem fome, sabe se ele foi para a casa do avô? - Sinto medo por isto, Caroline me olha lamentando. - Não é bom você se colocar no meio disso agora. - Me
Rodrigo Parlato- Saia! Saia desta casa, Marcus, Marcus!- Meu avô berrando na sua cama, gritando aos quatros ventos que não quer me ver, eu jurei ser traumantizante, e de fatos seria, seria até a uns dias atrás. - Tudo bem. - Digo evitando que a minha mãe tente me tocar, os olhos azuis duros sobre mim, não diziam nada sobre amor, rancor, ódio, e qualquer outro sentimento que desconheço. O Marcus entra no quarto apressado, me afasto com a sua passagem. - Tudo bem não precisa Marcus.Tento dizer, a passos que ele dá apressadamente em direção ao meu avô sabendo que pediram para que me tire daqui a força, erguendo as minhas mãos, balanço a cabeça. - Tudo bem? - Minha mãe pergunta incrédula me olhando, até que afirmo, sendo surpreendido por um tapa do lado do rosto, a sua reação inesperada irada em mim, os olhos vermelhos. - Tire-o daqui!Meu avô diz, fazendo o segurança me olhar com uma expressão de lamento. - Traidor, miserável, eu vou acabar com os seus dias de vida, até que se arrepen
Ária Duarte— Mas é claro que não, você não pode... — Minha mãe diz, vindo em minha direção tentando pegar em meu braço. — Neste momento, você só deve pensar no que é melhor pra você. — Afasto meu braço abruptamente evitando o seu toque. — Já disse que vou esperar por ele, tudo só vai depender do que ele disser. — Digo após me afastar, notando a mão perdida no ar. — Amiga, infelizmente tenho que concordar com essa mulher, não é hora para essas coisas, tudo bem que você pode até gostar de estar com o Rodrgio, mas é óbvio que ele não vai voltar, é nítido que ele jamais abrirá mão da vida que tem pra viver um romance com você. — Caroline diz a minha frente, olhando em meus olhos. E por mais que eu não acredite em tudo que estão dizendo, uma parte de mim parece ser racional para saber o quanto isso é verdade, respiro fundo, desejando ficar sozinha, mas para onde vou? Olho em volta em silêncio, dando passos a sair, deixa-las , porque eu me sinto assim? Não gosto de depender de ninguém, i
Rodrigo ParlatoSenti medo, inseguro, como um menino, a espera de uma ação, uma negativa, que Ária me dissesse que não, que não daria certo, sem nada, mas sentir os seus lábios contra os meus, o mover deles nos meus, seus olhos fechados, enquanto os meus ainda abertos, os batimentos fora do controle, a sudorese a escorrer tanto pela palma quanto pelos dedos das minhas mãos trêmulas.Ela não tinha noção do que eu estou falando, penso comigo a medida que me beija a sua lingua vagueia em minha boca, e em resposta a sua loucura ou a minha lhe beijo de volta, sinto a sua mão em minha nuca, entre os fios dos meus cabelos, de uma maneira inesperada, porque nem mesmo me lembrava de ter-nos beijado em tão público, publico algum, sempre estivemos mais no quarto. Nós dois, a sos, mas agora parece ser somente eu, ela e o mundo, ainda sentindo-me confuso quando para o beijo, seus olhos se abrem diante aos meus. — Você é louco? — Me pergunta num sussuro quase inaudível, seus lábios vermelhos, seu
Tantos ensaites passando a minha mente, não havia muito tempo em que tive uma pistola apontada para a minha cabeça, não havia muito tempo a transição entre uma simples mulher, para uma assassina, a minha vida tendo mais haver com as confusões daquela empresa, do que a mim mesma.Minha mãe me “propôs” ir embora, largar tudo, o que ela queria afinal? Tentei compreender a medida que seguimos para casa, Rodrigo a me olhar, a esperar uma atitude, uma palavra, eu não sabia o que dizer, não havia palavras para o que se foi feito, no máximo, o ciúme a corroer por dentro, ele estava tão perto dela. Eu quis entender, compreender, e ser suficiente para tamanha renúncia, mas e se ele arrependesse de tudo? Não passasse de blefe? Afinal, no dia seguinte, tudo poderia mudar, mas vendo-o cabisbaixo sentado na cama, não era bem assim, realmente é amor? Eu faria o mesmo por ele?- Haras, Ária? - Rodrigo se põe de pé, demonstrando inquietação com a minha ideia, enquanto apenas afirmo, eu não estou pron
Sentado à cama, a observar-me no espelho, o meu reflexo não reconheci, talvez nunca fui ou não estive em mim. Ária ainda ao lado de fora, a resolver sobre a minha estadia, a minha cabeça doendo, pesando, me vi perdido, arrependido não, mas perdido, sim, submerso, preso num leque de desconhecimento por todo o tempo que durou. As mechas de cabelos loiros, escurecidas pela nublarem cinzenta das chamas dos carros, a blusa surja, a calça impregnada, o meu rosto fora do normal, mas isso não incomodava em nada, a minha vida um caos. E se o meu avô voltasse? E se ele me quiser de volta? Depois de todo aquele circo?Não importa, a Parlato está em mãos estrangeiras, essa é a sua maior preocupação. Como pude me propor a uma união por dinheiro? Como ele pode confiar tanto em mim? Meu avô não tem culpa, conclui em meio aos pensamentos perdidos, junto a muitos outros que se somam.Quanto tempo passou, não percebi, não saberia dizer se ela voltou, quando voltou, acordo num dia claro vendo-a movendo
O haras sempre foi o meu refúgio, desde garota, não sei quando foi a minha primeira vez vindo a este lugar, mas de todas as boas lembranças na vida, sempre parte delas vem daqui, o meu refúgio, o meu campo, meu processo, aqui me tornei de menina a mulher, de uma tentante a uma boa garopeira, moleca e um dia também pensei que seguiria os passos do meu pai, sendo uma oficial. — Ele não pode ficar aqui! — Erick, sentado a minha frente na mesa, nem mesmo moveu um fio da sobrancelha ao escutar, indicando que concorda com o que Gregori diz. Mastigo a saliva na boca vazia, para onde levaria o Rodrigo? Tão abalado e abatido tanto quanto saiu do carro para o meu carro. — Tio Erick. — Suplico baixo, lhe vendo somente lamentar. — Você nem mesmo serve mais a corporação. — Gregori interpele rispidamente, me fazendo desviar os olhos do homem de aparecia cansada para o velho vigoroso mais a frente. — Apenas uns dias, por favor. — Você está se ouvindo, Ária? Como pode trazer nos envolver em algo
Respondo, a mulher que a minha frente parece não acreditar nas minhas palavras, sempre bem disposta, arrumada numa calça azul claro, com blazer e branca, os cabelos soltos acima dos ombros, seu humor não parecia nenhum pouco normal, seus olhos em mim talvez apontasse muita preocupação, eu só não saberia dizer com quem, comigo? Ouço a sua respiração profunda, por estar tão perto de mim. - Essa briga não é nossa, deixe o Rodrigo. — Ela me diz, quase de modo explicativo, sento-me na poltrona a frente da mesa de Erick notando que ele não está, demonstrando que eu tenho que aguentar isso sozinha, pela foto dele, com seus amigos, entre ele o meu pai também presente nela, prendo os meus olhos a observar a imagem. — Patrícia, está me ouvindo? — Minha mãe pergunta, como se eu não pudesse, desvio os olhos do porta retrato de madeira com a foto de homens fardados, para ela que agora próximo a mesa me olha cegamente. — Filha, me ouve, não queira confusão com o Diego, você não sabe do que ele é