Rodrigo Parlato Uma semana divertida, Ária as vezes distante, em outras a ser o que eu não tive acesso, ainda. — Não, não, me solta! — Os seus gritos enquanto dorme, se espalha pelo quarto, o medo tão nítido, a maneira que as suas unhas atracam a meu corpo, ela luta nos sonhos, de uma maneira que eu nunca havia visto. Noites em claro, ideias na cabeça, como o meu avô tem reagido a tudo isto? Não saberia dizer, ele não ligou, tampouco ninguém me liga em dias estando fora, o que me faz sentir medo, receio, deixando-me levar por uma mulher que não pega o seu celular, também deixo o meu de lado, podem ser os meus últimos dias com luxo e regalias digo a mim mesmo a frente do espelho, sem saber como será voltar para casa. Os meus planos são voltar, mas quais são os dele? Aceitar as minhas decisões, não seria possível meu avô abrir mão de mim, seria? ao lado de Ária voltando para casa, não tenho certeza se volta por mim, ou se teme ficar aqui sozinha. Horas de viagem o que estranho, é lh
Ária Duarte - Acha que ela vai acordar? - Escuto o sussuro que me faz despertar, abro os olhos vendo Caroline de pé me observando, olho em volta a procura de com quem ela fala. - Finalmente hein, vem cá você não ia para ficar uns dois meses ou mais? - Pergunta de pé com a mão acima do quadril, olho em volta, passo a mão no rosto a esfregar. - Onde está o Rodrigo? Pergunto mais desorientada. - Saiu. - Sem pudor, Caroline senta na cama, pega um dos meus pés, fazendo o vestido laranja rodado se espalhar o pouco sobre o tecido liso preto. - Falou pra onde ia? - Pergunto preocupada, sabendo agora que tudo pode ser verdade, ele não deveria fazer isso. - Ah você acha que ele ia me dizer? Porque não conversamos? Primeiro porque não vamos as compras? Não tem nada aqui pra comer. Acaricia o meu pé enquanto diz, mas eu não tenho fome. - Estou sem fome, sabe se ele foi para a casa do avô? - Sinto medo por isto, Caroline me olha lamentando. - Não é bom você se colocar no meio disso agora. - Me
Rodrigo Parlato- Saia! Saia desta casa, Marcus, Marcus!- Meu avô berrando na sua cama, gritando aos quatros ventos que não quer me ver, eu jurei ser traumantizante, e de fatos seria, seria até a uns dias atrás. - Tudo bem. - Digo evitando que a minha mãe tente me tocar, os olhos azuis duros sobre mim, não diziam nada sobre amor, rancor, ódio, e qualquer outro sentimento que desconheço. O Marcus entra no quarto apressado, me afasto com a sua passagem. - Tudo bem não precisa Marcus.Tento dizer, a passos que ele dá apressadamente em direção ao meu avô sabendo que pediram para que me tire daqui a força, erguendo as minhas mãos, balanço a cabeça. - Tudo bem? - Minha mãe pergunta incrédula me olhando, até que afirmo, sendo surpreendido por um tapa do lado do rosto, a sua reação inesperada irada em mim, os olhos vermelhos. - Tire-o daqui!Meu avô diz, fazendo o segurança me olhar com uma expressão de lamento. - Traidor, miserável, eu vou acabar com os seus dias de vida, até que se arrepen
Ária Duarte— Mas é claro que não, você não pode... — Minha mãe diz, vindo em minha direção tentando pegar em meu braço. — Neste momento, você só deve pensar no que é melhor pra você. — Afasto meu braço abruptamente evitando o seu toque. — Já disse que vou esperar por ele, tudo só vai depender do que ele disser. — Digo após me afastar, notando a mão perdida no ar. — Amiga, infelizmente tenho que concordar com essa mulher, não é hora para essas coisas, tudo bem que você pode até gostar de estar com o Rodrgio, mas é óbvio que ele não vai voltar, é nítido que ele jamais abrirá mão da vida que tem pra viver um romance com você. — Caroline diz a minha frente, olhando em meus olhos. E por mais que eu não acredite em tudo que estão dizendo, uma parte de mim parece ser racional para saber o quanto isso é verdade, respiro fundo, desejando ficar sozinha, mas para onde vou? Olho em volta em silêncio, dando passos a sair, deixa-las , porque eu me sinto assim? Não gosto de depender de ninguém, i
Rodrigo ParlatoSenti medo, inseguro, como um menino, a espera de uma ação, uma negativa, que Ária me dissesse que não, que não daria certo, sem nada, mas sentir os seus lábios contra os meus, o mover deles nos meus, seus olhos fechados, enquanto os meus ainda abertos, os batimentos fora do controle, a sudorese a escorrer tanto pela palma quanto pelos dedos das minhas mãos trêmulas.Ela não tinha noção do que eu estou falando, penso comigo a medida que me beija a sua lingua vagueia em minha boca, e em resposta a sua loucura ou a minha lhe beijo de volta, sinto a sua mão em minha nuca, entre os fios dos meus cabelos, de uma maneira inesperada, porque nem mesmo me lembrava de ter-nos beijado em tão público, publico algum, sempre estivemos mais no quarto. Nós dois, a sos, mas agora parece ser somente eu, ela e o mundo, ainda sentindo-me confuso quando para o beijo, seus olhos se abrem diante aos meus. — Você é louco? — Me pergunta num sussuro quase inaudível, seus lábios vermelhos, seu
Tantos ensaites passando a minha mente, não havia muito tempo em que tive uma pistola apontada para a minha cabeça, não havia muito tempo a transição entre uma simples mulher, para uma assassina, a minha vida tendo mais haver com as confusões daquela empresa, do que a mim mesma.Minha mãe me “propôs” ir embora, largar tudo, o que ela queria afinal? Tentei compreender a medida que seguimos para casa, Rodrigo a me olhar, a esperar uma atitude, uma palavra, eu não sabia o que dizer, não havia palavras para o que se foi feito, no máximo, o ciúme a corroer por dentro, ele estava tão perto dela. Eu quis entender, compreender, e ser suficiente para tamanha renúncia, mas e se ele arrependesse de tudo? Não passasse de blefe? Afinal, no dia seguinte, tudo poderia mudar, mas vendo-o cabisbaixo sentado na cama, não era bem assim, realmente é amor? Eu faria o mesmo por ele?- Haras, Ária? - Rodrigo se põe de pé, demonstrando inquietação com a minha ideia, enquanto apenas afirmo, eu não estou pron
Sentado à cama, a observar-me no espelho, o meu reflexo não reconheci, talvez nunca fui ou não estive em mim. Ária ainda ao lado de fora, a resolver sobre a minha estadia, a minha cabeça doendo, pesando, me vi perdido, arrependido não, mas perdido, sim, submerso, preso num leque de desconhecimento por todo o tempo que durou. As mechas de cabelos loiros, escurecidas pela nublarem cinzenta das chamas dos carros, a blusa surja, a calça impregnada, o meu rosto fora do normal, mas isso não incomodava em nada, a minha vida um caos. E se o meu avô voltasse? E se ele me quiser de volta? Depois de todo aquele circo?Não importa, a Parlato está em mãos estrangeiras, essa é a sua maior preocupação. Como pude me propor a uma união por dinheiro? Como ele pode confiar tanto em mim? Meu avô não tem culpa, conclui em meio aos pensamentos perdidos, junto a muitos outros que se somam.Quanto tempo passou, não percebi, não saberia dizer se ela voltou, quando voltou, acordo num dia claro vendo-a movendo
O haras sempre foi o meu refúgio, desde garota, não sei quando foi a minha primeira vez vindo a este lugar, mas de todas as boas lembranças na vida, sempre parte delas vem daqui, o meu refúgio, o meu campo, meu processo, aqui me tornei de menina a mulher, de uma tentante a uma boa garopeira, moleca e um dia também pensei que seguiria os passos do meu pai, sendo uma oficial. — Ele não pode ficar aqui! — Erick, sentado a minha frente na mesa, nem mesmo moveu um fio da sobrancelha ao escutar, indicando que concorda com o que Gregori diz. Mastigo a saliva na boca vazia, para onde levaria o Rodrigo? Tão abalado e abatido tanto quanto saiu do carro para o meu carro. — Tio Erick. — Suplico baixo, lhe vendo somente lamentar. — Você nem mesmo serve mais a corporação. — Gregori interpele rispidamente, me fazendo desviar os olhos do homem de aparecia cansada para o velho vigoroso mais a frente. — Apenas uns dias, por favor. — Você está se ouvindo, Ária? Como pode trazer nos envolver em algo