Ária Duarte— Mas é claro que não, você não pode... — Minha mãe diz, vindo em minha direção tentando pegar em meu braço. — Neste momento, você só deve pensar no que é melhor pra você. — Afasto meu braço abruptamente evitando o seu toque. — Já disse que vou esperar por ele, tudo só vai depender do que ele disser. — Digo após me afastar, notando a mão perdida no ar. — Amiga, infelizmente tenho que concordar com essa mulher, não é hora para essas coisas, tudo bem que você pode até gostar de estar com o Rodrgio, mas é óbvio que ele não vai voltar, é nítido que ele jamais abrirá mão da vida que tem pra viver um romance com você. — Caroline diz a minha frente, olhando em meus olhos. E por mais que eu não acredite em tudo que estão dizendo, uma parte de mim parece ser racional para saber o quanto isso é verdade, respiro fundo, desejando ficar sozinha, mas para onde vou? Olho em volta em silêncio, dando passos a sair, deixa-las , porque eu me sinto assim? Não gosto de depender de ninguém, i
Rodrigo ParlatoSenti medo, inseguro, como um menino, a espera de uma ação, uma negativa, que Ária me dissesse que não, que não daria certo, sem nada, mas sentir os seus lábios contra os meus, o mover deles nos meus, seus olhos fechados, enquanto os meus ainda abertos, os batimentos fora do controle, a sudorese a escorrer tanto pela palma quanto pelos dedos das minhas mãos trêmulas.Ela não tinha noção do que eu estou falando, penso comigo a medida que me beija a sua lingua vagueia em minha boca, e em resposta a sua loucura ou a minha lhe beijo de volta, sinto a sua mão em minha nuca, entre os fios dos meus cabelos, de uma maneira inesperada, porque nem mesmo me lembrava de ter-nos beijado em tão público, publico algum, sempre estivemos mais no quarto. Nós dois, a sos, mas agora parece ser somente eu, ela e o mundo, ainda sentindo-me confuso quando para o beijo, seus olhos se abrem diante aos meus. — Você é louco? — Me pergunta num sussuro quase inaudível, seus lábios vermelhos, seu
Tantos ensaites passando a minha mente, não havia muito tempo em que tive uma pistola apontada para a minha cabeça, não havia muito tempo a transição entre uma simples mulher, para uma assassina, a minha vida tendo mais haver com as confusões daquela empresa, do que a mim mesma.Minha mãe me “propôs” ir embora, largar tudo, o que ela queria afinal? Tentei compreender a medida que seguimos para casa, Rodrigo a me olhar, a esperar uma atitude, uma palavra, eu não sabia o que dizer, não havia palavras para o que se foi feito, no máximo, o ciúme a corroer por dentro, ele estava tão perto dela. Eu quis entender, compreender, e ser suficiente para tamanha renúncia, mas e se ele arrependesse de tudo? Não passasse de blefe? Afinal, no dia seguinte, tudo poderia mudar, mas vendo-o cabisbaixo sentado na cama, não era bem assim, realmente é amor? Eu faria o mesmo por ele?- Haras, Ária? - Rodrigo se põe de pé, demonstrando inquietação com a minha ideia, enquanto apenas afirmo, eu não estou pron
Sentado à cama, a observar-me no espelho, o meu reflexo não reconheci, talvez nunca fui ou não estive em mim. Ária ainda ao lado de fora, a resolver sobre a minha estadia, a minha cabeça doendo, pesando, me vi perdido, arrependido não, mas perdido, sim, submerso, preso num leque de desconhecimento por todo o tempo que durou. As mechas de cabelos loiros, escurecidas pela nublarem cinzenta das chamas dos carros, a blusa surja, a calça impregnada, o meu rosto fora do normal, mas isso não incomodava em nada, a minha vida um caos. E se o meu avô voltasse? E se ele me quiser de volta? Depois de todo aquele circo?Não importa, a Parlato está em mãos estrangeiras, essa é a sua maior preocupação. Como pude me propor a uma união por dinheiro? Como ele pode confiar tanto em mim? Meu avô não tem culpa, conclui em meio aos pensamentos perdidos, junto a muitos outros que se somam.Quanto tempo passou, não percebi, não saberia dizer se ela voltou, quando voltou, acordo num dia claro vendo-a movendo
O haras sempre foi o meu refúgio, desde garota, não sei quando foi a minha primeira vez vindo a este lugar, mas de todas as boas lembranças na vida, sempre parte delas vem daqui, o meu refúgio, o meu campo, meu processo, aqui me tornei de menina a mulher, de uma tentante a uma boa garopeira, moleca e um dia também pensei que seguiria os passos do meu pai, sendo uma oficial. — Ele não pode ficar aqui! — Erick, sentado a minha frente na mesa, nem mesmo moveu um fio da sobrancelha ao escutar, indicando que concorda com o que Gregori diz. Mastigo a saliva na boca vazia, para onde levaria o Rodrigo? Tão abalado e abatido tanto quanto saiu do carro para o meu carro. — Tio Erick. — Suplico baixo, lhe vendo somente lamentar. — Você nem mesmo serve mais a corporação. — Gregori interpele rispidamente, me fazendo desviar os olhos do homem de aparecia cansada para o velho vigoroso mais a frente. — Apenas uns dias, por favor. — Você está se ouvindo, Ária? Como pode trazer nos envolver em algo
Respondo, a mulher que a minha frente parece não acreditar nas minhas palavras, sempre bem disposta, arrumada numa calça azul claro, com blazer e branca, os cabelos soltos acima dos ombros, seu humor não parecia nenhum pouco normal, seus olhos em mim talvez apontasse muita preocupação, eu só não saberia dizer com quem, comigo? Ouço a sua respiração profunda, por estar tão perto de mim. - Essa briga não é nossa, deixe o Rodrigo. — Ela me diz, quase de modo explicativo, sento-me na poltrona a frente da mesa de Erick notando que ele não está, demonstrando que eu tenho que aguentar isso sozinha, pela foto dele, com seus amigos, entre ele o meu pai também presente nela, prendo os meus olhos a observar a imagem. — Patrícia, está me ouvindo? — Minha mãe pergunta, como se eu não pudesse, desvio os olhos do porta retrato de madeira com a foto de homens fardados, para ela que agora próximo a mesa me olha cegamente. — Filha, me ouve, não queira confusão com o Diego, você não sabe do que ele é
Tudo que pude perceber de início, é que sou louco por esta mulher, sinto ciúme, e uma certa possessão, ao ponto de não pensar no que fiz por não saber viver mais sem ela, sentando-me a cama a observar seus passos, vir-me perdido, o que será de minha vida a partir de agora? Esperar que meu avô me perdoe, não parecia ser algo próximo a acontecer.Uma parte de mim até esperaria, mas a outra, tomada por decepção, suas palavras me contando tudo que fez no passado, para chegar onde está, me feri, magoa, eu quis esquecer e perdoar, olhando para a mulher a curta distância, sentir vergonha, e não era nem mesmo quando estava nu, o principal me faltava, o histórico da minha família me envergonhava, mas sobre a isso, eu não poderia fazer nada. — Então...— Ária retoma o assunto, após silêncio em que pensei comigo sozinho, sobre tudo o que o meu avô havia me dito, não, eu não quero mais voltar, embora as dificuldades batam a porta, a minha frente, juntando suas mãos em volta do meu pescoço, ergo a
É Como castigo, o Rodrigo e eu nos envolvemos, o neto do inimigo do meu pai, e eu, sentada à cama lhe vendo pensativo eu concluir isso sozinha, tirar o neto do homem que arruinou a minha família, dele, era o melhor, o seu único neto, seu sucessor, e ainda ter o poder de torná-lo seu concorrente, seu inimigo.Seu filho não é um homem que pudesse contar, finalmente consigo vingar o meu pai, passamos dois dias no haras pensando em mudar de cidade, Rodrigo simplesmente não se julga capaz de ir contra ao seu avô, ele não, mas eu sim. Entro pela segunda vez na minha casa e tudo vem a minha mente, aquele homem apontando a sua arma para mim, o seu jeito repugnante ao me olhar, suas palavras ao falar do meu corpo, eu o matei e o mataria novamente agora, o seu odor repugnante vem a minha mente e em seguida o cheiro do sangue a se espalhar pelo chão da minha sala, passo pelo lugar relembrando cada detalhe daquele dia fatídico, eu me tornei uma assassina, de qualquer maneira isso aconteceria em