Capítulo 58 O escritório da mansão estava mergulhado em silêncio, quebrado apenas pelo som dos corações acelerados de todos que estavam ali. O senhor Benrouissi escondeu o olhar, incapaz de encarar a expressão de ira que parecia presente no rosto do seu filho. — Paco, não há nada aqui. — Seu pai tenta desviar o seu foco, como se existisse a menor possibilidade de Paco desistir de descobrir o que diabos estava acontecendo. — É apenas um mal-entendido e... — Chega, Paul. — a voz de Diane o interrompe. Seu timbre é firme e decidido. Paul desviando os olhos para sua esposa, a fuzila com os olhos, pressentindo o que estava prestes a acontecer. Ele sabia que Diane permanecia firme em sua decisão de finalmente expor a verdade que havia sido mantida em segredo por tanto tempo. — Você não pode fazer isso, Diane. — Rosnou Paul, tentando desesperadamente persuadir sua esposa a desistir da revelação. — Não percebe o que isso causará? Nossa família não sobreviverá a isso. Diane olhou para
Capítulo 59 Havia passado longos dias desde a última vez em que Dandara ouvira falar de Paco. Desde aquela última noite, ele parecia ter dado o seu melhor para sumir da vista de todos. E isso doía profundamente em Dandara, porque tudo que ela almejava era o encontrar e o arrancar da dor que naquele instante provavelmente estaria rompendo seu coração. Dandara sentiu o peso da verdade enquanto se dirigia ao endereço que os seguranças forneceram, depois de dias buscando quaisquer notícias sobre o paradeiro de Paco. Cada passo parecia uma eternidade, e a ansiedade crescia em seu peito. Dandara enfrentou o abismo em frente à porta do apartamento de Paco, hesitando antes de bater. As revelações sobre a verdadeira origem de Paco, as mentiras que permeavam sua vida, eram uma ferida aberta, e ela estava prestes a mergulhar nesse redemoinho de emoções. A porta rangeu quando se abriu, revelando um Paco, cujos olhos, outrora cálidos, agora eram portais para a tormenta que rugia dentro dele. El
Capítulo 60Dandara sentia a dor profunda implodir o seu peito cada vez que recordava que Paco havia dado o seu melhor para mantê-la longe dele. A ausência dele na mansão pesava sobre ela como uma tempestade prestes a eclodir, sentia profundamente sua falta. Cada tentativa de localizá-lo se mostrava em vão, e depois, daquela última tentativa, Dandara entendeu que talvez ele jamais retornasse para ela.Dandara sentia-se então exausta e ansiosa, sentia-se cada vez mais sozinha naquela casa repleta de segredos, com cada silêncio reforçando o abismo que parecia separá-los. Desejava ardentemente voltar para sua própria casa, retornar sua vida e esquecer de todos os Benrouissi, mas ela sabia que não era possível, pois sentia cada um deles seguir cada rota de pensamento em sua mente.Sentia-se perdida, em um inferno novo a cada segundo.Naquela noite, a tensão na mansão seguia mais espessa que o ar. Mas quando Dandara ouviu uma voz firme, que conhecia bem, ecoando seu nome, os olhos que pare
Capítulo 61O som dos saltos de Dandara ecoava pelo mármore do corredor vazio. O peso das palavras de Gael ainda ressoava em sua mente, cada sílaba carregada de algo que ela não conseguia nomear. "Essa casa já destruiu muitos antes de você." O aviso parecia mais uma premonição, mas Dandara sabia que não podia recuar. Enquanto se dirigia à sala principal, os risos abafados de uma conversa em tom conspiratório a fez parar. A porta entreaberta revelava Diane, a mãe de Paco... Não, a mãe de Gael. A revelação de que Diane não era sua mãe biológica ainda trazia confusão a mente de Dandara.Espera... Dandara sente seu coração acelerar no mesmo instante. Aquela era Michaela?Dandara decide espreitar o que aquilo significava. Tentou compreender a verdadeira razão de Michaela estar ali, porque aquilo não fazia sentido algum. Alias, qual a aproximação de Michaela com os Benroussi? Dandara estava prestes a descobrir.Pelo espaço da porta entreaberta, Dandara consegue enxergar Diane, sentada em u
Capítulo 62 O silêncio que seguiu a declaração de Paco foi como uma tempestade contida, pronta para explodir a qualquer momento. Dandara sentiu sua respiração acelerar, enquanto os olhos de Paco pareciam perfurar os dela. Gael, ao lado dela, manteve-se imóvel, mas a tensão em seu rosto era evidente. — Claro, Paco, — Dandara disse finalmente, tentando manter a voz firme. — Vamos conversar. Ela deu um passo à frente, mas Paco ergueu a mão, interrompendo-a. — Sozinhos, — ele disse, o tom definitivo, sem espaço para discussões. Dandara hesitou, olhando brevemente para Gael, que manteve uma expressão séria, mas seus olhos pareciam carregar um aviso silencioso. Ela assentiu e seguiu Paco enquanto ele caminhava em direção ao escritório. Paco não direcionou o olhar nem apenas um segundo em direção a Gael ou a qualquer lugar ao seu redor. Ele parecia inerte, focado em uma única e certa coisa: falar com Dandara.Ao entrarem no escritório, Paco fechou a porta atrás deles com um movimento f
Capítulo 63 Dandara sentiu o impacto das palavras de Paco como se tivesse levado um golpe físico. "Dandara, eu quero o divórcio."A frase reverberou em sua mente, como um eco interminável. Ela piscou várias vezes, tentando assimilar o que acabara de ouvir. Não podia ser real. Não podia ser ele. — Você... o quê? — ela murmurou, a voz falhando, mas carregada de incredulidade. Paco a encarava com aquela mesma frieza cortante, seus olhos, que antes transbordavam intensidade, agora pareciam distantes, como se a barreira que ele havia erguido entre eles fosse intransponível. — Eu quero o divórcio, Dandara, — ele repetiu, sem hesitar. Ela riu, mas o som foi seco, carregado de amargura. — Você acha que isso é uma solução? Depois de tudo que passamos? Depois de tudo que eu fiz por você? Paco deu um passo para trás, como se quisesse criar mais distância entre eles, e cruzou os braços. — Não estamos passando por nada juntos, Dandara. Tudo isso... tudo isso foi você decidindo por mim. De
Capítulo 64Dandara permaneceu sentada no sofá da sala, os braços cruzados, tentando ignorar o peso do momento. Não iria àquela reunião, disso tinha certeza. “Eu não pertenço a esta família,” pensou, amargamente. Sua mente ainda estava presa às palavras de Paco. Ele queria o divórcio, e agora, tudo parecia perder sentido.Os passos firmes de Jack ecoaram pelo corredor, interrompendo seus pensamentos. Ele entrou na sala, o bastão batendo no mármore com precisão calculada.— E você? — Jack perguntou, sua voz cheia de autoridade.Dandara ergueu os olhos para ele, um desafio silencioso em sua expressão.— Não vejo por que deveria estar presente, — respondeu, com frieza.Jack a encarou por um momento, seus olhos avaliando-a como se ela fosse um peão em um tabuleiro complexo.— Você é uma Benrouissi agora, Dandara, — ele disse finalmente, a voz firme. — E como membro desta família, sua presença é indispensável.— Eu não sou um de vocês, Jack, — ela rebateu, com o tom carregado de dor.Jack
— Talvez eu morra essa noite, Zélia. – Sussurro. – É uma linda noite para morrer, você não acha? A mulher apenas nega com a cabeça, provavelmente cansada de todos os meus comentários mórbidos, mas daquela vez era diferente. Sinto o ar queimando enquanto entra em meus pulmões. Ainda que sinta frio em meu corpo todo, o suor atravessa os lençóis da cama a qual estou deitada. É noite e a brisa noturna balança as cortinas da janela e eu tento me concentrar naquele movimento na esperança de parar de sentir a dor que ameaça parar o meu coração. E apesar de me sentir assim, existe algo no mais profundo do meu coração que me dá esperança. Sei que preciso lutar, porque a vida ainda me reservava coisas incríveis, mesmo no meio de tanta dor. O som da televisão chama a minha atenção e eu sigo o seu olhar para a tela, apenas para sentir meu sangue gelar. — As indústrias LeBlanc realiza hoje a festa anual de fundação de 50 anos da empresa. — Um jornalista informa em frente a enorme mansão que apa