Capítulo 60Dandara sentia a dor profunda implodir o seu peito cada vez que recordava que Paco havia dado o seu melhor para mantê-la longe dele. A ausência dele na mansão pesava sobre ela como uma tempestade prestes a eclodir, sentia profundamente sua falta. Cada tentativa de localizá-lo se mostrava em vão, e depois, daquela última tentativa, Dandara entendeu que talvez ele jamais retornasse para ela.Dandara sentia-se então exausta e ansiosa, sentia-se cada vez mais sozinha naquela casa repleta de segredos, com cada silêncio reforçando o abismo que parecia separá-los. Desejava ardentemente voltar para sua própria casa, retornar sua vida e esquecer de todos os Benrouissi, mas ela sabia que não era possível, pois sentia cada um deles seguir cada rota de pensamento em sua mente.Sentia-se perdida, em um inferno novo a cada segundo.Naquela noite, a tensão na mansão seguia mais espessa que o ar. Mas quando Dandara ouviu uma voz firme, que conhecia bem, ecoando seu nome, os olhos que pare
Capítulo 61O som dos saltos de Dandara ecoava pelo mármore do corredor vazio. O peso das palavras de Gael ainda ressoava em sua mente, cada sílaba carregada de algo que ela não conseguia nomear. "Essa casa já destruiu muitos antes de você." O aviso parecia mais uma premonição, mas Dandara sabia que não podia recuar. Enquanto se dirigia à sala principal, os risos abafados de uma conversa em tom conspiratório a fez parar. A porta entreaberta revelava Diane, a mãe de Paco... Não, a mãe de Gael. A revelação de que Diane não era sua mãe biológica ainda trazia confusão a mente de Dandara.Espera... Dandara sente seu coração acelerar no mesmo instante. Aquela era Michaela?Dandara decide espreitar o que aquilo significava. Tentou compreender a verdadeira razão de Michaela estar ali, porque aquilo não fazia sentido algum. Alias, qual a aproximação de Michaela com os Benroussi? Dandara estava prestes a descobrir.Pelo espaço da porta entreaberta, Dandara consegue enxergar Diane, sentada em u
Capítulo 62 O silêncio que seguiu a declaração de Paco foi como uma tempestade contida, pronta para explodir a qualquer momento. Dandara sentiu sua respiração acelerar, enquanto os olhos de Paco pareciam perfurar os dela. Gael, ao lado dela, manteve-se imóvel, mas a tensão em seu rosto era evidente. — Claro, Paco, — Dandara disse finalmente, tentando manter a voz firme. — Vamos conversar. Ela deu um passo à frente, mas Paco ergueu a mão, interrompendo-a. — Sozinhos, — ele disse, o tom definitivo, sem espaço para discussões. Dandara hesitou, olhando brevemente para Gael, que manteve uma expressão séria, mas seus olhos pareciam carregar um aviso silencioso. Ela assentiu e seguiu Paco enquanto ele caminhava em direção ao escritório. Paco não direcionou o olhar nem apenas um segundo em direção a Gael ou a qualquer lugar ao seu redor. Ele parecia inerte, focado em uma única e certa coisa: falar com Dandara.Ao entrarem no escritório, Paco fechou a porta atrás deles com um movimento f
Capítulo 63 Dandara sentiu o impacto das palavras de Paco como se tivesse levado um golpe físico. "Dandara, eu quero o divórcio."A frase reverberou em sua mente, como um eco interminável. Ela piscou várias vezes, tentando assimilar o que acabara de ouvir. Não podia ser real. Não podia ser ele. — Você... o quê? — ela murmurou, a voz falhando, mas carregada de incredulidade. Paco a encarava com aquela mesma frieza cortante, seus olhos, que antes transbordavam intensidade, agora pareciam distantes, como se a barreira que ele havia erguido entre eles fosse intransponível. — Eu quero o divórcio, Dandara, — ele repetiu, sem hesitar. Ela riu, mas o som foi seco, carregado de amargura. — Você acha que isso é uma solução? Depois de tudo que passamos? Depois de tudo que eu fiz por você? Paco deu um passo para trás, como se quisesse criar mais distância entre eles, e cruzou os braços. — Não estamos passando por nada juntos, Dandara. Tudo isso... tudo isso foi você decidindo por mim. De
Capítulo 64Dandara permaneceu sentada no sofá da sala, os braços cruzados, tentando ignorar o peso do momento. Não iria àquela reunião, disso tinha certeza. “Eu não pertenço a esta família,” pensou, amargamente. Sua mente ainda estava presa às palavras de Paco. Ele queria o divórcio, e agora, tudo parecia perder sentido.Os passos firmes de Jack ecoaram pelo corredor, interrompendo seus pensamentos. Ele entrou na sala, o bastão batendo no mármore com precisão calculada.— E você? — Jack perguntou, sua voz cheia de autoridade.Dandara ergueu os olhos para ele, um desafio silencioso em sua expressão.— Não vejo por que deveria estar presente, — respondeu, com frieza.Jack a encarou por um momento, seus olhos avaliando-a como se ela fosse um peão em um tabuleiro complexo.— Você é uma Benrouissi agora, Dandara, — ele disse finalmente, a voz firme. — E como membro desta família, sua presença é indispensável.— Eu não sou um de vocês, Jack, — ela rebateu, com o tom carregado de dor.Jack
Capítulo 65O silêncio do corredor era sufocante, e Dandara andava sem rumo, o som dos próprios passos ecoando pelo mármore frio. Seu coração estava em tumulto, a raiva e a dor se misturando em uma tempestade impossível de controlar. Ela queria afastar todas as palavras de Jack, todas as declarações de Paco, mas a voz dele ainda reverberava em sua mente: "Talvez nosso casamento seja algo realmente necessário para esta família."Ela sentiu um nó apertar em sua garganta. "Necessário para esta família." E para eles? O que aquilo significava? Nada. Era sempre sobre a família Benrouissi e os LeBlanc, o império, o poder. Nunca sobre eles. Sobre ela.— Dandara.A voz veio como um sussurro no corredor vazio, mas carregada de peso. Ela parou, respirando fundo antes de se virar. Paco estava ali, parado a poucos passos dela.— O que você quer agora, Paco? — ela perguntou, a voz carregada de exaustão e amargura.Ele deu alguns passos em sua direção, parando perto o suficiente para que ela sentiss
Capítulo 66O ambiente da festa parecia estar cada vez mais intenso, com as risadas altas, a música que fazia as paredes vibrarem, e o som constante de taças tilintando. Dandara, com mais uma taça de champanhe na mão, já perdia as contas de quanto tomara, sentia o calor do álcool começar a se espalhar por suas veias.Não era o que ela queria fazer, mas parecia que seu corpo estava funcionando no piloto automático, enquanto sua mente, um turbilhão, ainda ecoava a voz de Paco perguntando sobre tudo que poderia dar errado diante daquela decisão.Paco, por sua vez, permanecia ao seu lado, ainda que contra a vontade de Dandara. Havia agora um copo de uísque em sua mão, enquanto os seus olhos seguiam fixos em Dandara. Havia algo nela naquele início de noite que o desarmava por completo. Ela parecia um misto de fúria e vulnerabilidade, como se estivesse prestes a explodir, mas segurando tudo com a força de um ferro forjado.Dandara ignora Paco, e olha em volta, seus olhos pousando por um mom
Capítulo 67O corredor parecia mais estreito, como se o peso do momento entre Dandara e Paco comprimisse tudo ao redor. O beijo deles ainda estava vivo, pulsando nos lábios de ambos, e cada respiração parecia um suspiro compartilhado.Dandara deu um passo para trás, os olhos fixos nos de Paco, confusa e vulnerável.— Isso... — ela começou, mas as palavras falharam.— Dandara — Paco murmurou, os olhos brilhando em um misto de dúvida e desejo. — Se não quiser...— Eu quero — ela o interrompeu, a voz saindo antes mesmo de ela pensar. — Não sei se é certo, mas quero.Os olhos de Paco se suavizaram por um instante, e então ele deu um passo em direção a ela, encurtando a distância. Sua mão encontrou a dela, e sem dizer mais nada, ele voltou a pressionar seu corpo contra a parede. Naquele momento, as batidas de seus corações pareciam ressoar como uma batida de tambor, ritmando o desejo crescente que pairava entre eles.Dandara sentiu o calor de sua mão em sua nuca e cintura, um calor que se