Dandara encara Paco, completamente ansiosa pelas próximas palavras que sairiam dos seus lábios. — O que planeja? — ela perguntou, não tendo certeza se qualquer plano funcionaria naquela altura do tempo. Paco enfiou as mãos no bolso, e a encarou de volta e ele parecia confiante o suficiente de sua decisão. — Eu sei onde encontrar esse material. — ele revela. — E sei como encontrar, em pouco tempo. — Como? — Dandara arfa, completamente entusiasmada e para em frente a Paco, ansiando para que ele falasse todo o seu plano de uma vez. — Como você disse, só podemos encontrar no exterior. E é isso que farei. — Paco anuncia. — Irei viajar e trarei o que precisa. No mesmo momento em que diz aquelas palavras, Dandara hesita por um instante. Não esperava que aquela fosse uma solução, e a ideia de ver Paco partindo para tão longe a incomodava intimamente. No entanto, Dandara não podia negar o que aquele ato significava para ela. Não saberia nomear o porquê Paco parecia se esforçar ta
Dandara não havia voltado a vida para morrer daquele jeito, no escuro de um estacionamento deserto. Ela havia retornado mais forte que nunca, pensa consigo mesma, e por causa disso, relembra que ela possuía uma habilidade que nem todos sabiam. Quando criança, Dandara havia tido algumas aulas isoladas de caratê, e certos movimentos perduravam em sua mente. Por isso, no exato momento em que aquele homem a segura de costas, as suas mãos imundas em sua boca, Dandara reage. Seu cotovelo acerta fortemente as costelas daquele homem, o fazendo desequilibrar por um curto milésimo de segundos, e soltar um gemido abafado, mas alto o suficiente para chamar atenção dos seguranças que estavam há metros de distância. — Senhorita LeBlanc. — O segurança aparece em passos rápidos, as mãos sobre os quadris, prontos para empunhar sua arma. Antes que Dandara pudesse responder o que havia acontecido, o cafajeste que tentou atacá-la sai correndo, tremendo ao estar diante de um homem de quase dois
Todos os sentimentos se misturavam e faziam uma poção nociva dentro de Dandara. Ela se sentia envenenada pela ira, tristeza, descrença, repulsa. Jamais imaginaria que teria que lutar, a cada segundo do dia, com traidores, com inimigos tão próximos que sabiam exatamente onde tocá-la para atingir. Todos os acionistas presentes naquela sala aguardaram em silêncio pelo veredito da mulher, estavam ansiosos para descobrir qual seria a desculpa que ela daria. Mas a verdade era que Dandara jamais fora uma mulher que recorria a subterfúgios. Ela prezava pela justiça, e a verdade era algo que sempre guiava os seus caminhos. Por isso, Dandara não tentou justificar-se frente aquela situação, tudo que ela fizera foi prometer que iria atrás da verdade, que buscaria provas, e que certamente a pessoa responsável por toda aquela farsa iria responder por suas falsas acusações. Após o fim do horário de uma reunião que não aconteceu, Dandara precisava desesperadamente respirar um ar puro. E ela só
A mente de Dandara se encontra em um intenso desnorteio enquanto tenta assimilar o que toda aquela história significa. Todavia, existe algo em toda essa situação em que não encaixa em sua mente. Toda essa confusão e ira contida está visível em seu rosto e o garoto em sua frente é veloz ao percebê-las. — O que você tem, senhora Dandara? — Carlito pergunta, os pequenos olhos curiosos a analisam. — Eu fiz ou disse algo errado? Assim que ouve aquelas palavras, instantaneamente Dandara balança a cabeça em negação e encara aquele garoto. Ela tenta de toda forma disfarçar o rancor que guarda dentro de si, pois tem a plena ciência do quão negativo era esse sentimento e jamais passaria isso para aquela criança. Por isso, Dandara sorri para ele, e tenta explicar para o garoto o que se passava de um jeito menos obscuro possível. — Você não fez nada de errado, Carlito. Na verdade, você me ajudou. — Dandara começa e o menino a observa, atento. — Alguém tentou me prejudicar ontem à noite,
Por mais que tudo que Dandara necessitasse naquele instante, enquanto sentia o chão se abrir embaixo dos seus pés, fosse se esconder nos braços firmes daquele homem, a sua coragem vacilou. Assim que Dandara parou em frente a Paco, uma timidez desconhecida tomou conta do seu corpo. Ela realmente estava feliz, aliviada até, em vê-lo em sua frente, porque de algum modo, mesmo que todo o seu futuro parecesse incerto naquele momento, ela olhou profundamente nos olhos de Paco. E bem ali, na imensidão cintilante dos seus olhos de avelã, ela enxergou esperança. — Oi. — Ela finalmente respondeu, mesmo que sua voz tivesse falhado. Paco sorriu ao perceber o seu visível embaraço e quão consternada Dandara parecia se encontrar. Por mais que aquele não fosse o momento adequado, e ele sabia perfeitamente bem disso, Paco não pôde evitar a admirar. Dandara estava dentro de um vestido rosa que se colava em seu corpo, desenhando toda as suas curvas enquanto seus espessos fios negros caíam sobre s
Dandara encarou profundamente os olhos de Paco, e mesmo que a proximidade absurda dos seus lábios frente ao deles, fosse agonizantemente quente, ela conseguiu se manter racional. — Estou ciente do quanto você pode ser perigoso, senhor Benrouissi. — Ela sussurrou, os olhos presos em seus lábios. — Sobretudo, quando tenta de todas as formas se manter tão próximo a mim. Aquele comentário divertiu Paco, que não teve opção além de um sorriso preguiçoso e astuto esticar em seus lábios carnudos e rosados. Ele sentia o quão afetada Dandara se encontrava, em cada pequena vez em que ele invadia o seu espaço daquele jeito. No entanto, o modo que o seu peito subia e descia, que a sua respiração ofegante soava como uma canção quente em seus ouvidos, e o sangue corria até as bochechas de Dandara, a deixando vermelha e quente... Era um caminho traiçoeiro, como uma areia movediça. Porque não importava o quanto sua racionalidade o informava que deveria recuar, ele queria mais. E nesse ímpeto
Dandara se limitou a refazer mentalmente todos os pontos de sua apresentação. Na última noite, ela tentou excessivamente descansar, mas sua mente estava alta e direcionada ao quarto anexo ao lado. Decidida em não permitir que sentimentos vãos dominassem a sua vida, ela definiu outra vez todo o controle em suas mãos. Aquele era um novo dia, o dia em que Dandara provaria de modo definitivo todo o seu valor. Por isso, enquanto estava em frente a todos os investidores daquele novo projeto, ela respirou profundamente e entregou o seu melhor. Enquanto Dandara apresentava o seu trabalho, ela pôde notar os olhares de satisfação e até de surpresa de todos reunidos naquela sala de conferência. Muitos investidores ali se perguntaram como em tão pouco tempo, Dandara havia conseguido aquele feito, dentro do curto prazo e sem arranjar nenhuma desculpa em sua produção. A verdade era que Dandara sabia perfeitamente tudo que estava em jogo, era muito além do seu nome ser reconhecido, do suce
Capítulo 34 Em questões de segundos, Dandara se levantou da sua mesa, em alerta. Ela sentia o sangue queimando em suas bochechas, envergonhada e sobretudo, sentia toda a sua compostura esvaindo dela, ao ter cedido ao desejo intenso que percorreu o seu corpo. Enquanto tentava se recompor e tratava de organizar o seu vestido e cabelos desalinhados, Paco bem ao seu lado sorria. Dandara não pôde observar o modo que ele a olhava, mas Paco a bebia com o seu olhar. A fome que estava dentro dele, agora mais que nunca, estava em completa ânsia. Paco ainda a queria, o seu corpo naquele instante estava ardendo, como se estivesse em seu pico mais forte de febre. E aquela febre intermitente estava a ponto de consumir tudo ao redor dos dois, quando foram bruscamente interrompidos. Paco esperou que Dandara mandasse quem quer que fosse embora, e voltasse para o que haviam começado. Mas ela se afastou dele com tanta urgência, como se lutasse pela própria vida. — Entre! — Dandara proferiu, mesmo que