Na clareira próxima às casas da alcateia Lua de Sangue, os membros daquela alcateia e alguns Lycans aguardavam o tão esperado momento da cerimônia de seus líderes. Do lado de Uriel, havia poucos, já que a maioria deixou claro que não gostou daquela decisão.Por mais que ele desejasse que mais dos seus estivessem presentes, o que mais importava era que, após aquela noite, Sara seria sua para o resto de suas vidas, e ele estava disposto a tudo para que isso acontecesse.Tudo estava pronto: o altar onde uma anciã aguardava as noivas, as decorações espalhadas por alguns galhos e troncos, os musgos frescos por onde todos pisavam e a lua que começava a surgir no céu. A lua era um ponto-chave para o ritual de união dos lobisomens, pois acreditavam que, quando atingisse um certo ponto na clareira onde os noivos estavam, ali a deusa da lua abençoaria aquela união.Sara e Rachel estavam nervosas, aguardando ansiosamente o sinal para entrar. Seus vestidos eram longos e brancos, simples, mas amba
A anciã guardou o cálice e pediu que ficassem no círculo que ela havia traçado. Assim que a lua atingiu o ponto mais alto, os quatro olharam para o alto e a anciã recitou outras palavras. Em seguida, ela lançou algo na borda do círculo, produzindo uma fumaça ao redor dos quatro.Com aquele ritual, a bênção da deusa estava completa, e a união dos casais estava concluída. Eles se viraram para os membros da alcateia, e todos se ajoelharam em um dos joelhos, inclinando o pescoço para o lado em sinal de respeito. O próximo passo seria a transformação em suas formas de lobo diante de todos. Esta transformação simbolizaria a aceitação plena do parceiro e a união não apenas de suas vidas humanas, mas também de suas existências como lobisomens.Philip tirou a camisa, assim como Uriel também fez, e ambos se transformaram primeiro, provocando gritos e aplausos entre os presentes. A guirlanda que ainda estava no pescoço de Rachel e Sara foi retirada e devolvida à terra como sinal de respeito e um
Arne não demorou muito para regressar com a caça, o que deixou Sara e Gaia animadas. Ao retornarem, depositaram a presa no local apropriado e dirigiram-se à casa principal. A janela do quarto de Sara estava aberta, então optaram por utilizar outra entrada que não fosse a porta.Sara retomou sua forma humana conforme Arne solicitou telepaticamente. Após fitá-la intensamente, ele soltou um leve rosnado e a agarrou, saltando e escalando até alcançar sua janela. Ela compreendeu a natureza daquele rosnado e estava se divertindo com a situação. Quando ele reassumiu sua forma humana, Sara não perdeu a oportunidade de provocá-lo.— Não gostou do que viu, ou estava com medo de que mais alguém visse?Uriel aproximou-se dela e a puxou pela cintura, encostando seu corpo no dela.— Não me importo de arrancar os olhos de quem se atrever — respondeu, fixando o olhar em direção ao corpo dela antes de fitar seus olhos novamente — Acho que precisamos de um banho.— O banheiro é ali; podemos ir juntos p
Sara e Uriel ainda fizeram amor mais algumas vezes naquela noite, mas em todas ela percebeu que ele não ejaculou dentro dela, o que a deixou inquieta. Após Uriel sair do banho, ele perguntou, pois já tinha percebido sua inquietação.— Sara, sabe que posso sentir que tem algo te incomodando, pode falar, o que foi?Como ele havia perguntado, ela não hesitou em falar.— Percebi que em todas às vezes que você gozou, nenhuma foi dentro de mim. Então acho que preciso perguntar o motivo.Uriel deu um leve sorriso e se aproximou dela, sentando-se na cama para explicar, tratando de acalmar sua companheira.— Sara, não conversamos sobre se queria filhos por agora. Não sei se toma remédio ou não, e eu não queria quebrar o clima apenas para ter essa conversa. Então, agora pode me dizer o que você quer?— Quero muito ter filhos com você, mas também quero curtir um pouco apenas nós dois. Vou tomar remédio, pelo menos por um tempo.Uriel a beijou, o beijo tornou-se intenso, e sabiam que aquilo logo
Sara começou a recobrar os sentidos, sentindo seu corpo doer, e começou gradualmente a ouvir uma voz chamando por seu nome. Stella repetiu seu nome várias vezes até que ela abriu finalmente os olhos.A princípio, Sara olhou ao redor, tentando identificar o lugar em que estavam, até perceber estarem em uma caverna. Ao tentar se mover, ela sentiu uma dor aguda em seu pescoço.— Tente não se mexer muito, Sara, essa corrente é de prata.— O que aconteceu, Stella? Eu me lembro de termos sido atacadas. Me transformei e não tive tempo de fazer muita coisa. Senti uma dor nas costas e apaguei. — Sara falou, enquanto tentava entender o que estava acontecendo.— Eles nos atingiram com tranquilizantes, por isso você apagou.Sara olhou para baixo, percebendo que estava vestida com uma camisa, assim como Stella.— Um homem nos deu essas camisas para que não ficássemos totalmente nuas. Fui eu quem a vestiu em você. — Stella explicou.— Obrigada, Stella. Quem são eles? Você conseguiu descobrir alguma
Rachel voltou para o escritório e percebeu a tensão que emanava daqueles dois. O pouco que ela vivenciou de sua vida como lobisomem, sabia que aquela situação resultaria em uma batalha, e ela tinha certeza do que representava para aquela alcateia. Por isso, decidiu que não deveria contar a Philip o que descobriu, pois temia que ele a impedisse de lutar.— Alguma novidade sobre a Sara? — perguntou Rachel, tentando se inteirar da conversa.— Ainda não, mas não vou descansar até a trazer de volta — afirmou Uriel com convicção.— A Sara não estava sendo escoltada por Lycans? Como ela foi levada tão facilmente? — Rachel levantou aquele questionamento.— Também estou tentando entender isso. Dois Lycans estavam mortos e um desaparecido. Antes de morrer, um dos meus homens disse que foram os rebeldes e que tramaram com alguém, mas não conseguiu dizer com quem era — explicou Uriel.Philip, que também prestava atenção na conversa, ponderou algo e levantou aquela hipótese.— Uriel, me desculpe p
A mulher continuou encarando Stella enquanto Dylan se aproximava dela e só desviou o olhar quando ele parou na sua frente.— Achei que fosse demorar um pouco mais. — Dylan falou, puxando-a pela cintura.— Pelo que acabei de ver, vejo que voltei na hora certa. Quem é ela? — perguntou, olhando novamente para a desconhecida à sua frente.— Não seja ciumenta.Dylan aproveitou a proximidade e a beijou. Stella viu toda a cena de onde estava e, à medida que observava seu companheiro beijando outra mulher na sua frente, sentia seu coração apertar. Por mais que preferisse que ele não fosse seu companheiro, o vínculo ainda estava lá, o prazer, mas também a dor.Ela abaixou o olhar, tentando não prestar atenção à interação dos dois à sua frente. Dylan terminou o beijo e se afastou dela, sentando-se em sua cama improvisada.— Ela foi trazida com a irmã do Alfa, que é companheiro da loba branca, e por coincidência, ela é minha companheira. Eu queria ver como era a sensação do vínculo que todos fala
Emma não gostou da forma como foi olhada por aquele subordinado. Com sua arrogância habitual, ela se aproximou dele, determinada a obter explicações.— Há algum problema? A garota é alguma parente sua para me olhar com tanto desdém? — perguntou Emma, com um tom de superioridade na voz.— Não conheço a garota, mas não concordo com o que vocês fazem com elas — respondeu ele, expressando seus pensamentos sem hesitação.— Qual é mesmo o seu nome? — Ela perguntou, cruzando os braços, encarando o homem que a desafiou.— Meu nome é Gael.— Não sei o que Dylan viu em você. Ser um Gamma que luta bem não lhe dá o direito de questionar minhas decisões, nem mesmo as do seu líder. — disse Emma, com firmeza.— Líder? Meu Alfa está ferido, nem mesmo sei se está vivo. Ele era o meu líder. Dylan não tem o respeito de muitos aqui, que, assim como eu, estão lutando apenas por causa de alguém que amam, que está nas mãos dele. — respondeu Gael, expressando sua opinião sobre Dylan, que não fazia questão de