POV AbigailNão queria voltar com Esmeralda e o convite do alfa Bloodmoon surgiu como um presente dos céus. Segurei em seu braço, sorrindo docemente para ele e o puxando para longe da Luna viúva. Sem qualquer despedida ou consideração, nos afastamos de Esmeralda, indo para o carro elegante que pertencia ao alfa. Dando um último olhar para a loba, vi sua máscara desaparecendo lentamente, a raiva a consumindo por completo enquanto suas mãos em punhos tremiam.Já dentro do carro, senti como se pudesse respirar novamente, relaxando conforme nos afastamos cada vez mais. Os olhos do alfa me analisavam, seu sorriso sempre presente.― Sabe, desde o interrogatório, estou muito curioso sobre você, senhorita. ― Ele disse, apoiando a cabeça na mão enquanto olhava diretamente para mim. ― Uma loba com o seu passado deveria ser mais frágil e sensível, mas você não é nada disso.― Um dia, um lobo estúpido me disse que eu não deveria ser uma vítima e focar minha raiva e força. ― Sorri ao lembrar daque
POV FelixSempre que viajava para Idaho, voltava com uma sensação de peso em minhas costas, mas naquele dia estava muito pior. O fato de ser obrigado a deixar Abigail para trás, a pedido dela mesma, estava me corroendo por dentro. Estava irritado além do normal e sem nenhuma paciência para lidar com os problemas que apareciam. Desde coisas triviais, como os filhotes de Georgina correndo descontrolados pela alcateia, até errantes tentando entrar no território para roubar suprimentos. Henrique não ajudava também. Desde que viu naquela lobinha sua predestinada, vivia com a distraído ou suspirando pelos cantos.― Se vai ficar assim, é melhor voltar lá e aceitá-la como companheira. ― Rosnei furioso.― Sabe que não é assim. ― Ele respondeu, lançando mais um documento sobre a minha mesa.― Então pare com essa merda. ― Rugi, batendo os papéis em seu peito e indo até a janela. ― E quanto aquele lobo da Umbra, já veio com os relatórios?― Ainda não, está dois dias atrasado. ― Sorri vendo naqui
POV AbigailSaímos do restaurante, minha cabeça tomada de dúvidas e receios sobre o que poderia me esperar daquele momento em diante, afinal Esmeralda vinha se mostrando cada vez mais imprevisível. Havia dado muita sorte desde que coloquei meus pés em Idaho. A loba que me serve poderia ter sido outra ao invés de Lena, alguém fiel a Luna viúva. Assim como a personalidade de Dominic ser tão tranquila e ele não ser manipulável, como Esmeralda deve ter acreditado que fosse, já que dificilmente ele se comunicava entre os demais membros da alcateia.Tudo era um grande mistério aquele momento, o que me fazia acreditar que precisaria agir com um pouco mais de prudência e paciência, mas rápido. Não havia como saber qual seria o passo seguinte da Luna viúva. ― Sabe… ― Dominic disse, chamando minha atenção; ― Olhando bem, você não é parecida apenas fisicamente com Lucian. ― Não sabia como levar aquele comentário. Apenas olhei séria para o alfa, que continuava sorrindo.― Não sei como responder
POV AbigailNão fazia ideia de onde encontrar as provas que precisava. Enquanto eu ficava parada, Esmeralda planejava algo novo para tentar me afastar ou me manipular. Pensei um pouco mais. Buscando inspiração nas palavras de Dominic, tentei imaginar onde eu colocaria documentos importantes de fosse Lucian. De repente, eu compreendi o óbvio. Me levantei do sofá com um pulo, corri para o andar de cima e peguei o livro, descendo novamente. Lena observava meus movimentos, enquanto eu procurava uma lupa ou qualquer outra coisa que pudesse usar para identificar uma pequena numeração em baixo-relevo na capa. Achei que poderia ser um número de série ou da edição do livro, mas se o fosse estaria na folha destinada para quela informação, e não escondida. Por fim, encontrei em uma gaveta do aparador do corredor e voltei para a sala.― O que está fazendo, senhorita? ― Lena se aproximou, olhando sobre meu ombro para os números que eu também via.― O alfa Bloodmoon disse que sou muito mais pareci
POV AbigailRealmente, Lena não exagerou quando falou cobre a segurança daquele lugar. Havia lobos por todas as partes, vigiando e fazendo rondas constantes pelo perímetro da mansão. Ao meu lado, Lena tremia, encolhida atrás da neve. Ela já tinha feito muito em me guiar até ali, não queria pressioná-la ainda mais.― Pode voltar daqui. Pegue o mesmo caminho que fizemos, evite as áreas com poucas árvores. Tentarei voltar antes que o sol se ponha. ― Disse me um sussurro baixo, já pronta para sair do esconderijo e avançar na direção das altas cercas, mas Lena me deteve, inclinando seu corpo na minha frente.― Não pode entrar lá sozinha, é suicídio. ― Sorri para ela, sentindo um calor suave no peito por conta da sua preocupação.― Vivi como ômega por toda a minha vida, sei como passar despercebida por outros lobos. ― Mesmo assim, está se arriscando de mais, senhorita. Não posso simplesmente ir embora e te deixar.Com o corpo trêmulo, Lena se encolheu ao meu lado, seu focinho tocando a nev
POV AbigailPensei em devolver a fotografia ao seu lugar, mas, por alguma razão estranha, decidi tirá-la da moldura e levar comigo. Voltamos pelo corredor até uma porta dupla de madeira, muito parecida com a do escritório de Felix. Lena abriu a porta, que não fez nenhum barulho, revelando um escritório enorme, com estantes altas, janelas que iam do chão até o teto, uma mesa enorme e vários sofás.A lua subia no céu, derramando sua luz sobre aquele cômodo. A imponente mesa criando uma sombra fantasmagórica no chão. O ar gelado nos envolvia, fazendo pressão sobre meu corpo. Todo aquele lugar me fazia sentir assustada, como se o lobo que passou seus dias ali pudesse aparecer e me atacar, tirando a minha vida apenas por eu estar ali. Com passos hesitantes e trêmulos, continuei olhando e, como eu havia previsto, os livros nas estantes estavam catalogados e organizados através de uma numeração. Enquanto Lena olhava ao redor, tirando as cobertas dos móveis e buscando qualquer tipo de escon
POV AbigailO barulho foi tão alto que as luzes das lanternas se voltaram para a casa novamente. Troquei um breve olhar com Lena, então corremos para a janela mais próxima, por onde entramos, porém, uma forte luz entrou por ela. Paramos, quase caindo no chão.― Merda! A janela quebrou. ― Uma voz veio de fora. ― O guaxinim deve ter entrado por aqui.O som do vidro me deixou em alerta. Eles estavam entrando e, se não agíssemos rápido, seríamos pegas. Agarrei a mão de Lena, correndo para a porta dos fundos onde encontramos as roupas. Ao lado havia outra porta, que parecia desgastada. Me joguei contra ela, sentindo a resistência das dobradiças. A grande cozinha estava caótica, com panelas jogadas, armários abertos e o cheiro terrível de comida apodrecida.Ouvi os passos se aproximando, a adrenalina subia conforme buscava um local onde poderíamos nos esconder. Havia dois armários cujas portas não estavam quebradas, mas eles eram afastados um do outro. Levei Lena até o armário mais próximo
POV FelixMeu celular vibrava no bolso interno da minha jaqueta enquanto eu pilotava pela estrada, desviando dos carros e acelerando minha moto. O vento frio e cortante passava por mim, enquanto me dirigia ao ponto de encontro. Os problemas na fronteira estavam piorando, errantes cometendo diversos crimes estavam chamando a atenção dos humanos. Aquilo precisava ser resolvido rápido para que eu pudesse ir até Idaho buscar Abigail de uma vez por todas.O lugar ficava a cerca de uma hora de moto, nos limites do meu território. Benjamin já estava esperando por mim. Parei minha moto um pouco mais afastado e caminhei até onde ele estava. O lugar combinado era um bar de beira de estrada, frequentado por todo tipo de gente e ficava na zona neutra. Claramente estávamos mais confortáveis em lidar um com o outro, vendo que Benjamin parou de levar seus capachos em nossos encontros. O lobo estava visivelmente estressado e eu já sabia do que se tratava. Maurício havia me enviado uma mensagem avisa