Tavares tinha mais certeza ainda que tinha mais coisa envolvida nisso. E aparentemente era algo muito grande, porque até a diretora do colégio desapareceu e ela só era um pouco próxima de Ana. Pelo menos era isso que ele pensava.
Tavares foi até a delegacia junto com Bianca e lá ela começou a falar tudo o que sabia, que não era muita coisa. Mas era de se estranhar que a diretora de um colégio tivesse desaparecido e não tivesse falado nada para ninguém. Pelo histórico de Carmem, ela era uma mulher muito centrada e que nunca faltava ao serviço por besteiras.
Bianca falou das últimas semanas, que foram diferentes dos dias mais usuais. Que Carmem havia dito que precisaria sair mais cedo em alguns dias, precisou remarcar algumas reuniões e tiveram alguns poucos dias que ela não havia ido trabalhar, mas nada parecia muito estranho a ponto de levantar suspeitas. Tav
Tavares e Ulisses foram por conta própria rondar aquela área. Depois da principal tinham algumas ruas mais estreitas. Algumas delas não levavam a lugar algum. Tinha muito terreno com mato alto por ali e ainda era uma área pouco explorada. Os policiais sabiam que aquela área era um pouco perigosa, já haviam encontrado alguns corpos naquelas redondezas.Eles achavam que não iriam encontrar alguma coisa, estavam esperando encontrar uma marca de roda em alguma parte, na terra, mas não encontraram nada. Eles já estavam voltando quando Tavares, que estava no banco de passageiro, disse para Ulisses dobrar em mais uma daquelas ruas estreitas, porque ali tinham mais pedregulhos que barro e um carro poderia passar por ali facilmente sem deixar muitos vestígios. Mal Ulisses virou e logo no início daquele ramal, eles viram uma terra remexida. Os dois já tinham visto muito aquela cena durante seus anos com
Davi era o maior apoio que Ana tinha no momento. Ele queria de fazer de forte, ele queria ser mais forte. Mas na verdade, ele vivia com medo.Davi quase não conseguia mais dormir a noite. Ele ficava acordado é só conseguia fechar os olhos quando já era quase de manhã. Ele percebia que Ana também tinha uma dificuldade em dormir. Eles andavam tão nervosos, que mesmo dormindo no mesmo quarto, eles nem pensavam em fazer outras coisas… coisas de namorados. Eles não tinham como pensar naquilo, naquele momento. Todos os dias eles tinham medo quando saíam de casa e tinham medo quando voltavam. Achavam que estavam sendo seguidos o tempo inteiro. E estavam mesmo, eles só não sabiam por quem.Tavares havia mandado ficarem de olho em Ana desde o dia que ele conversou com ela. Ele não queria que ela fosse embora de repente, ele queria que ela estivesse sem segurança. Ele queria tamb&ea
- Eu nem sei o que dizer...- Bom, Ana, você ainda é de menor e supostamente você só teria acesso aos bens de Carmem quando você fosse de maior, mas não encontrei noticias sobre a sua mãe. Na verdade, eu não encontrei nada sobre a sua mãe e olhe que eu procurei muito. Também não existe muita coisa sobre você, mas Carmem deixou muito especificado quem você era e para o ponto de vista jurídico, é válido. Eu serei seu advogado e seu conselheiro enquanto você permitir que eu seja. Como você está morando de favor na casa dos pais de seu namorado. Eu gostaria de começar a verificar a possibilidade de emancipar você.- Eu poderia ser responsável por mim mesma.- Sim, é isso. E eu gostaria que você fosse muito sincera comigo, Ana. Preciso que você seja muito verdadeira. Não entendo o motivo de n&atild
- Encontraram a bebê?- Infelizmente não. Conseguiram descobrir que a babá estava envolvida no tráfico de crianças e que ela já era até procurada em alguns outros estados do país, mas ela desapareceu junto com a criança. Meus clientes ficaram arrasados, ainda estão. Nunca vão desistir de encontrar a filha, mas sabem que as chances disso acontecer agora, são muito pequenas. Por isso eu acredito em você e sei que também pode ser algo muito perigoso. Acho que o melhor a se fazer, Ana, é conseguir a emancipação para você e eu vou tentar muito conseguir isso. Vou falar com algumas pessoas que conheço e acho que o melhor seria você sair do Rio de Janeiro por um tempo. Por um bom tempo. Você terá dinheiro para isso.- O senhor acha que isso é possível?- Acho que sim e vou tentar resolver essa situaç&a
- Eu também tenho sentido isso. Ando bem preocupada com relação a essas coisas. Acho que deveriamos sair o mais rápido possível daqui do Rio de Janeiro.Ana e Davi não sabiam, mas eles realmente estavam correndo mais riscos do que antes. Os dias passavam, mas Bichão não havia se esquecido deles. Tico havia dito para Bichão que não conseguia chegar até a menina, que tinha muita polícia envolvida no meio e ele não queria correr riscos.- Tico, eu sei que você está fazendo o seu melhor, mas o seu melhor não está sendo o suficiente. A garota já foi para a delegacia e estava de papo com aquele policial que parece ser um chiclete na nossa sola.- Chefe, ele nem sabe de nada. Tenho certeza de que a menina não falou nada pra ele.- Eles encontraram o corpo da diretora, Tico. Como que isso aconteceu?- Eu nã
Ana saiu do carro do advogado e foi correndo contar para Davi sobre as novidades.- Davi! Davi! Nós conseguimos. Eu fui emancipada e agora tenho acesso ao dinheiro que vai poder nos tirar daqui!.- Meu deus, Ana! Que bom. Que maravilha! Vamos poder ficar seguros.Davi e eu estávamos tão felizes que nem notamos que dona Mariete estava nos ouvindo.- O que? Como assim vão poder ficar seguros?Dona Mariete acabou ouvindo o que estavamos falando. Não notamos que ela estava dentro de casa.- Sobre o que vocês estão falando? Vocês não estão seguros aqui, como assim? O que está acontecendo?- Nada, mãe, não é nada. - Davi falou.Eu estava um pouco assustada, não era daquela maneira que eu gostaria que ela descobrisse o que estava acontecendo. Eu tinha medo que ela não entendesse ou não acreditasse, até porque era
- Meu deus, Ana...- E ainda não cheguei na pior parte, dona Mariete. Eu acabei me aproximando muito da diretora Carmem desde que eu entrei no colégio. Eu demorei um tempo para entender o que ela era exatamente para mim, porque eu comecei a nutrir um sentimento diferente pela diretora Carmem. Eu tinha um sentimento materno por ela. Ela foi uma mulher que me ensinou tudo o que podia, não só em questões de matérias ou algo do tipo. Ela me ensinava sobre a vida, me perguntava como havia sido o meu dia, se eu estava precisando de algo, se ela podia fazer alguma coisa por mim. Desde que eu entrei no colégio ela me perguntava sobre a minha vida em casa, ela desconfiava da Lúcia, mas eu nunca falava nada. Eu não queria ter que falar sobre as coisas que aconteciam em casa, mas a diretora Carmem conseguia me ver tão bem e parecia que já me conhecia tão bem, que ela não acreditava nas coisas que
- Mas eu acabei fazendo, não é, dona Mariete? Eu acabei colocando o Davi em uma posição de perigo...- Não foi você quem fez isso, querida. Foram pessoas ruins.- Então nós podemos ir com ela, mãe? - Davi perguntou.- Como assim, ir com ela?- Ana vai precisar se mudar, sair do Rio de Janeiro para ir para um lugar seguro. Aqui não é mais seguro para ela. E eu quero ir junto com ela, mãe. Não temos nada de bom aqui. Quero que a senhora venha junto com a gente.- Eu não sei, meu filho. Essa é uma decisão muito importante que precisamos tomar. E o seu pai? Você acha que ele largaria o mercado para ir embora com a gente? Ele nunca vai largar esse lugar.- Eu não falei sobre o papai, mãe. Falei sobre nós dois.- Mas e o seu pai, meu filho? Você não pensa nele?- Ele nunca pensa na sen