- Amor, como foi hoje?
- Como foi hoje o que?
- Não se faça de desentendido. Como foi hoje com a sua mãe?
- Eu não quero falar sobre isso..
- Acho que seria bom que você falasse um pouco. Mas se você não quiser, tudo bem, eu vou respeitar.
Eu sabia que ela iria respeitar, mas que ela estava mesmo era muito curiosa, o que até me arrancou um sorriso. Eu sei que ela já tinha era se segurado muito para me perguntar como tinha sido nossa conversa.
- Eu sei que você quer saber porque está muito é curiosa, dona Renata.
- Estou mesmo. - Renata falou rindo.
- Então, eu nunca achei que ela fosse uma pessoa ruim. As lembranças que tinha dela era sendo uma mulher dedicada e muito boa em tudo o que fazia. Ela era uma boa mãe. Não era perfeita. Nunca tinha sido muito carinhosa, mas ela era uma boa mãe. Ela me defendia sempre. E
- Não é sua culpa que as coisas não sejam sempre perfeitas. As coisas não são sempre como queremos, mas elas são do jeito que dá para ser. - Eu falei, olhando pela janela.- É... Bom, chegamos.Não demoramos muito tempo para chegar na casa de minha mãe. Era uma casa bem bonita, com um jardim bem florido e grande. Não parecia ser a casa de uma mulher que vendia bugingangas em uma praça. Mas imaginei que seria a casa do falecido.Descemos do carro e ela falou:- Não se irritem com os cachorros e os gatos. Eles são meio dados e são alegres demais, mas se vocês quiserem, eu posso colocar eles no pátio de trás, para que eles não fiquem pulando em cima de vocês.Antes que minha mãe pudesse terminar de falar, Renata já estava no chão fazendo carinho em quantos animais ela conseguia. Renata sempre qu
Minha mãe estava com os olhos cheios de lágrimas, mas ela não queria ninguém chorando naquele momento. Eu sabia que tinha um arrependimento dentro dela, que tinha uma dor que nunca seria curada pela culpa que ela sentia, mas acho que ela ficou feliz por me ouvir falar o que eu falei. Ficou feliz que apesar de tudo, eu realmente ter tido uma vida boa e por ter encontrado alguém que fez tudo valer a pena.Logo depois disso, fomos para a sala de jantar. Minha mãe nos fez sentar enquanto ela e meu irmão serviam a mesa. Era realmente um banquete. Eu lembrava que a comida de minha mãe era boa, mas agora era excelente. De sobremesa tinha um bolo. Na hora que ela colocou o bolo na mesa, ela me olhou e nesse momento, por mais que eu tenha tentado muito, as lágrimas começaram a escorrer descontrola mente pelo meu rosto. Minha mãe deu a volta na mesa e me abraçou. Não sei quanto tempo ficamos abra
Eu quis muito trocar ela de hospital, mas não conseguiamos vaga em lugar nenhum. A médica que estava atendendo ela não era nada compreensivel e era uma profissional extremamente insensível. A obstetra da minha esposa não estava na cidade. O nascimento de nossa filha não estava marcado para aquela data e como ainda faltavam algumas semanas, ninguém pensou que ela pudesse nascer tão cedo. A obstetra estava viajando, mas mesmo assim entramos em contato com ela. Ela disse que iria entrar em contato com outro obstetra que ela conhecia e confiava, para que ele pudesse nos atender, mas que não sabia se ele estaria em algum atendimento. Que ela não sabia qual era o estado de Renata e que o ideal seria seguir as recomendações dos médicos que estavam lá, mas que ela faria o possível para conseguir falar com esse obstetra.Seguimos no hospital, com Renata já chor
Mas voltando para quando consegui entrar no quarto de minha filha.Eu estava sozinho em casa, minha mãe deveria ter saído para comprar alguma coisa, porque ela vivia comprando coisas que dizia estarem faltando dentro de casa. Quando eu senti um cheiro diferente. Eu estava sentado na varanda, como sempre, quando senti como se fosse um perfume vindo de dentro de casa. Eu segui o cheiro e fui seguindo onde ficava mais forte. Parei em frente ao quarto da minha filha. Eu sabia que minha mãe entrava lá para limpar, porque ela me dizia que só iria começar a tirar as coisas de lá de dentro quando eu me sentisse a vontade para aquilo. De inicio eu pensei que poderia ser o cheiro de algum detergente novo que ela poderia ter usado ou algo do tipo. Mas era realmente um cheiro muito bom. Tomei coragem e entrei no quarto.Fiquei parado por algum tempo na porta, sem entrar. O cheiro realmente vinha de lá, mas não era o ch
Todos estávamos com muita pressa. Não poderiamos perder muito tempo, porque cada minuto que passava, deixava Rosângela mais longe de todos nós. Minha mãe e meu irmão conseguiram resolver e arrumar duas pequenas malas com roupas e dinheiro. Conversaram com os familiares e foi resolvido que o irmão mais velho de minha mãe ficaria com a familia na casa deles até eles retornarem. Todos tinham uma relação muito boa.No mesmo dia, quase na madrugada do dia seguinte, todos nós fomos para Manaus. Felizmente minha mãe tinha um bom dinheiro, porque essas passagens eram muito mais caras antigamente.Chegamos em Manaus e começamos a arrumar a casa. Fomos encaixotando o que era para ser doado e o que ficaria na casa, quem fosse ficar lá, decidiria o que queria ficar ou jogar fora. Basicamente encaixotei as coisas de minha esposa e de minha filha. Fiquei com um par de sapatinhos d
O Rio de Janeiro era bonito mesmo a noite e isso foi uma agradável surpresa. Não sabia muito sobre a cidade, mas achei um lugar um tanto bonito esteticamente. Percebia que a vida noturna era bem agitada e vi os morros subindo pelas alturas. Fiquei impressionado no começo. Depois entendi que não era motivo para se admirar as construções no morro. Descobri que seria bem difícil conseguir fazer alguma operação. Mas enfim, isso é mais para frente também.Chegamos na delegacia e novamente eu tentei pagar o senhor Bahia, mas ele disse insistentemente que iria nos aguardar lá, porque depois provavelmente teríamos que comer algo, porque mal tínhamos chegado da viagem, que ele nos levaria para comer em um dos lugares bons que ele conhecia e que depois nos levaria de volta para o hotel. O agradeci e ele ficou estacionado na frente da delegacia.O movimento não parecia muito grande naquela noite, o que tornou nosso atendimento bem rápido. Mal tínhamos entrado na delegacia, quando nos disseram on
Ouvindo aquelas palavras de um quase total desconhecido, minha mãe conseguiu se sentir um pouco melhor. Tudo o que aquele homem havia falado era verdade. No fundo ela sabia que não tinha culpa do que tinha acontecido, mas ela não conseguia se livrar daquele sentimento. Mas ouvir tudo o que ele havia falado, fez ela pensar que realmente não teria nada que ela pudesse ter feito para que Rosinha ficasse em casa. Rosângela teria ido embora mesmo que minha mãe tivesse ficado na Bahia. Nada iria a impedir de fazer o que ela queria. Ela só esperou completar 18 anos de idade. Não importaria se minha mãe estivesse ou não em casa.- Minha filha pode ter sido vítima de trágico de mulheres, senhor Bahia. Foi isso o que aconteceu. Ela se iludiu com um homem na nossa cidade natal, se deixou deslumbrar por uma vida mais agitada, diferente da monótona vida que tínhamos na nossa cidade. Não
Subimos esgotados para o nosso quarto. Tomamos banho e pensamos em ir dormir, mas apesar do sono e do cansaço, ninguém conseguiu dormir naquele resto de madrugada”." Esperamos dar o horário para tomarmos café. Tomamos banho, nos arrumamos e descemos para o café da manhã. Apesar de termos comido um pouco de madrugada, com a cortesia do seu Bahia, nós ainda estávamos com fome. No dia anterior estávamos tão eufóricos e preocupados que não sentimos muita fome e comemos muito mal. Mas depois de uma noite mal dormida e de quase 2 dias sem nos alimentar direito, a fome bateu forte.- Será que já conseguiram alguma informação sobre Rosinha, Luiz? - Minha mãe perguntou enquanto estávamos sentados na mesa que escolhemos para tomar café da manhã.- Acho que ainda é cedo, mãe. Quando eles descobrirem a