Mas voltando para quando consegui entrar no quarto de minha filha.
Eu estava sozinho em casa, minha mãe deveria ter saído para comprar alguma coisa, porque ela vivia comprando coisas que dizia estarem faltando dentro de casa. Quando eu senti um cheiro diferente. Eu estava sentado na varanda, como sempre, quando senti como se fosse um perfume vindo de dentro de casa. Eu segui o cheiro e fui seguindo onde ficava mais forte. Parei em frente ao quarto da minha filha. Eu sabia que minha mãe entrava lá para limpar, porque ela me dizia que só iria começar a tirar as coisas de lá de dentro quando eu me sentisse a vontade para aquilo. De inicio eu pensei que poderia ser o cheiro de algum detergente novo que ela poderia ter usado ou algo do tipo. Mas era realmente um cheiro muito bom. Tomei coragem e entrei no quarto.
Fiquei parado por algum tempo na porta, sem entrar. O cheiro realmente vinha de lá, mas não era o ch
Todos estávamos com muita pressa. Não poderiamos perder muito tempo, porque cada minuto que passava, deixava Rosângela mais longe de todos nós. Minha mãe e meu irmão conseguiram resolver e arrumar duas pequenas malas com roupas e dinheiro. Conversaram com os familiares e foi resolvido que o irmão mais velho de minha mãe ficaria com a familia na casa deles até eles retornarem. Todos tinham uma relação muito boa.No mesmo dia, quase na madrugada do dia seguinte, todos nós fomos para Manaus. Felizmente minha mãe tinha um bom dinheiro, porque essas passagens eram muito mais caras antigamente.Chegamos em Manaus e começamos a arrumar a casa. Fomos encaixotando o que era para ser doado e o que ficaria na casa, quem fosse ficar lá, decidiria o que queria ficar ou jogar fora. Basicamente encaixotei as coisas de minha esposa e de minha filha. Fiquei com um par de sapatinhos d
O Rio de Janeiro era bonito mesmo a noite e isso foi uma agradável surpresa. Não sabia muito sobre a cidade, mas achei um lugar um tanto bonito esteticamente. Percebia que a vida noturna era bem agitada e vi os morros subindo pelas alturas. Fiquei impressionado no começo. Depois entendi que não era motivo para se admirar as construções no morro. Descobri que seria bem difícil conseguir fazer alguma operação. Mas enfim, isso é mais para frente também.Chegamos na delegacia e novamente eu tentei pagar o senhor Bahia, mas ele disse insistentemente que iria nos aguardar lá, porque depois provavelmente teríamos que comer algo, porque mal tínhamos chegado da viagem, que ele nos levaria para comer em um dos lugares bons que ele conhecia e que depois nos levaria de volta para o hotel. O agradeci e ele ficou estacionado na frente da delegacia.O movimento não parecia muito grande naquela noite, o que tornou nosso atendimento bem rápido. Mal tínhamos entrado na delegacia, quando nos disseram on
Ouvindo aquelas palavras de um quase total desconhecido, minha mãe conseguiu se sentir um pouco melhor. Tudo o que aquele homem havia falado era verdade. No fundo ela sabia que não tinha culpa do que tinha acontecido, mas ela não conseguia se livrar daquele sentimento. Mas ouvir tudo o que ele havia falado, fez ela pensar que realmente não teria nada que ela pudesse ter feito para que Rosinha ficasse em casa. Rosângela teria ido embora mesmo que minha mãe tivesse ficado na Bahia. Nada iria a impedir de fazer o que ela queria. Ela só esperou completar 18 anos de idade. Não importaria se minha mãe estivesse ou não em casa.- Minha filha pode ter sido vítima de trágico de mulheres, senhor Bahia. Foi isso o que aconteceu. Ela se iludiu com um homem na nossa cidade natal, se deixou deslumbrar por uma vida mais agitada, diferente da monótona vida que tínhamos na nossa cidade. Não
Subimos esgotados para o nosso quarto. Tomamos banho e pensamos em ir dormir, mas apesar do sono e do cansaço, ninguém conseguiu dormir naquele resto de madrugada”." Esperamos dar o horário para tomarmos café. Tomamos banho, nos arrumamos e descemos para o café da manhã. Apesar de termos comido um pouco de madrugada, com a cortesia do seu Bahia, nós ainda estávamos com fome. No dia anterior estávamos tão eufóricos e preocupados que não sentimos muita fome e comemos muito mal. Mas depois de uma noite mal dormida e de quase 2 dias sem nos alimentar direito, a fome bateu forte.- Será que já conseguiram alguma informação sobre Rosinha, Luiz? - Minha mãe perguntou enquanto estávamos sentados na mesa que escolhemos para tomar café da manhã.- Acho que ainda é cedo, mãe. Quando eles descobrirem a
- Bom dia, senhores e senhora Leopoldina. Eu não quero parecer muito insistente e nem invasivo, já peço perdão se estiver sendo, mas eu senti que vocês ainda iriam precisar de ajuda nessa saga de vocês, de encontrar a menina que está desaparecida. Como vocês disseram que nunca estiveram aqui, achei que qualquer ajuda seria bem vinda e eu vou ter muito prazer se puder ajudar vocês de alguma forma. Como eu tenho um táxi, o que posso fazer por vocês é levar para onde vocês precisarem ir e ajudar na locomoção na cidade. Se vocês aceitarem essa oferta, é claro.- Bom dia, senhor Bahia. Eu não sei como poderemos agradecer tamanha bondade. Não estavamos esperando tanta ajuda assim e aceitamos sim, com bom grado, porque realmente precisamos e seria mais fácil esse percurso, ao lado de alguém tão gentil como o senhor. - Minha mãe fal
- Minha mãe falou que o diálogo que elas tiveram foi o seguinte: "Dona Rai? Sou eu, a Marcinha.. Dona Rai, eu me enganei, eu preciso muito de ajuda. Eu só sabia o seu número decorado, nunca esqueci. A senhora pode dizer para a minha mãe...". E a ligação caiu. Minha mãe ficou meio confusa no momento da ligação. Ela ficou esperando que o telefone tocasse de novo, mas ele não tocou mais. Não naquela noite. Nos próximos meses minha mãe continuou a receber ligações bem tarde da noite algumas vezes. Não eram todas as semanas e nem foram todos os meses também, mas ela sabia que era a Marcia. Já tem uns dois meses que ela não recebe mais nenhuma ligação. Minha mãe resolveu sair pelo bairro perguntando se eles sabiam quem que tinha oferecido o trabalho para Marcia. Ela mora em um bairro que todos se conhecem e todos falam sobre tudo.
Eu sou natural da Bahia, mais especificamente de Senhor do Bonfim. Fui muito feliz naquele lugar. Minha família era muito grande, mas Deus foi levando um à um com o passar do tempo. O câncer é uma doença realmente devastadora. Levou meus pais muito cedo e meus irmãos também. Eu sou o caçula, com uma diferença grande de idade do meu último irmão. Acho que não tenho muito o que falar sobre a minha infância e adolescência. Tive uma vida comum, com a felicidade de ter uma família maravilhosa e muito unida. Meu pai e minha mãe eram muito trabalhadores, ela o ajudava na plantação de maracujá, mas depois do terceiro filho eles preferiram que ela fosse se dedicar somente aos filhos. Davam muito trabalho, né? Crianças são mesmo uma peça. Meu pai nunca foi um homem machista, ele parecia sempre muito a frente do seu tempo. Acho que por is
Eu tinha 25 anos quando fui embora da minha cidade. Deixei o terreno para as famílias de meus irmãos, meus sobrinhos e suas esposas e esposos. Vim embora e nunca mais olhei para trás. Meu passado tinha muitas coisas boas, mas também tinha muita morte. A morte, que inclusive, me assombrava muito. Mas assim, adiantando uma parte da história, como vocês podem ver, acho que a morte não me quis, porque hoje eu estou aqui com 50 e tantos anos, vivo. O motivo? Não tenho ideia, mas sou grato. Enfim. Peguei carona até chegar no Rio de Janeiro. Essa cidade já era desejada por muitos brasileiros, de todos os lugares. Eu não conhecia muito sobre aqui não, mas ouvi falar durante o meu percurso saindo da Bahia. Estava meio perdido sem saber o que faria, quando um dos caras que também estava pegando carona na estrada, me disse que iria vir para a cidade maravilhosa. Aí eu perguntei dele que cidade era essa e ele disse que era o Rio de Janeiro. Eu já tinha ouvido falar do Rio de Janeiro, mas não conh