“É que uma rosa não nasce no jardim de um coração que chora”. Palhaço Paranoide
Aquela montanha me chamava. Decidi subir até lá. Queria sentir um pouco de paz, tirar essa angústia do meu peito, queria tirar da mente tudo aquilo que meu coração insistia em lembrar.
Peguei a mochila e comecei minha escalada. Claro que não em disparada. Fiz isso no meu ritmo devagar, quase parando. Estava cansado, com falta de ar, minha cabeça girava, mas eu precisava chegar lá.
A cada dia que passava, eu me sentia mais cansado, com mais dor, minha cabeça latejava, doía, meu coração chorava cada dia mais... Eu não queria morrer, eu queria viver!
Peguei um galho de árvore, e me apoiando nele, cheguei até o topo... quer dizer, não ao topo, topo, mas cheguei
“Seus feitos são seus monumentos”.ExtraordinárioJohnFicamos ali sentados por algum tempo. Ela chorou até adormecer encostada no meu ombro.Senti pena dela. Terminar assim no dia do casamento era difícil, ainda mais se seu noivo tivesse fugido com outra, e essa outra fosse sua mãe.Pensei mais uma vez na vida, em como ela fazia as coisas para talvez corrigir um caminho.Se não fosse minha doença, eu não estaria aqui. Se não fosse a tristeza de Beatriz, ela não estaria aqui, estaria casada com outro cara.Talvez fosse nosso destino nos encontrarmos nesse exato momento, um momento difícil e delicado para ambos. Será que se algo tivesse acontecido, algo do tipo eu ter ficado para me tratar, eu iria conhecer ela?Entre tudo o que eu sentia sobre esse maldito tumor, pela primeira
“Hoje ninguém vai estragar meu dia”.Charlie Brown Jr.Andei por algum tempo. Tinha caído atrás do mosteiro, perto da montanha. Essa tinha sido até agora a coisa mais legal que eu tinha feito. Sentir o vento no meu rosto, ficar e ver o mundo, literalmente. Tinha feito bem a mim. Eu estava superanimado para o que viria a seguir.Quando afastei um galho de árvore, avistei os meninos na porta do mosteiro. Acenei para eles, que vieram até mim, me ajudando. — Onde você estava? — Carter perguntou, ofegante, provavelmente por causa da corrida. — Caí atrás do mosteiro, perto da montanha. — Você está bem?&n
“Se eu tivesse tomado um atalho numa rua qualquer,que tipo de pessoa eu seria?”O Teatro Mágico.A noite foi tranquila. Eu queria repor as energias. Minha cabeça doeu a noite toda, e eu... bem, eu pedia a Deus para esperar mais um pouco.Assim que amanheceu, decidi que já estava na hora de partir. Não queria ficar muito tempo em um lugar só, afinal, o tempo era curto, e eu não sabia quando ele poderia acabar.— Para onde vamos?— Vamos passear, depois decido, Beatriz.— Por que tudo tem que ser sempre um mistério?— Porque eu fiz uma promessa, e eu irei cumprir ela.— Qual?— Um dia eu te conto.Estávamos na frente do mosteiro, esperando o motorista. Eu só esperava que não fosse aquele doidinho que nos trouxera aqui, porque se fosse,
“Cuide bem de quem corre ao seu lado e te quer bem. Essa é a coisa mais pura”. Charlie Brown Jr.A duas quadras dali, achamos um parque, como esses parques americanos. Havia alguns brinquedos como montanha-russa, roda gigante e vários outros.Olhei para o céu e vi a lua grande e as estrelas brilhantes, então tive uma ideia que esperaria para pôr em prática. Eu precisava de algum jeito me aproximar de Beatriz. Sorri ao bolar o plano perfeito. Observei todo o lugar. Estava bonito, bem enfeitado. Passei em frente ao tiro ao alvo e da pescaria. Tinha várias desses tipos de barracas ali. Seria bem legal passar a noite assim, brincando, relembrar um pouco da infância, uma infância que às vezes eu julgava perdida, mas que outras vezes eu achava que era uma preciosidade...
Enquanto você estiver do outro lado, eu consigo me orientar”.O Teatro Mágico.Abri a porta do carrinho para ela, que sentou bem na ponta, e quando eu fui sentar, apontou o outro lado. Dei de ombros. Deixarei ela pensando que me comportarei.Ficamos ali, rodando e rodando, em completo silêncio. Ela olhava para o céu, e eu olhava para ela. Eu queria ficar com ela, queria me dar bem com ela, eu gostava dela, mas aquela certeza de alguns segundos atrás foi me deixando quando eu lembrei que ela e eu não teríamos um futuro, que eu morreria, e decerto partiria o coração dela de novo.Droga! E agora? O que eu faria? Deixaria essa oportunidade passar, o que era mais sensato? Iria em frente, tentaria conquistá-la? E a seguir, o que eu faria? Contaria para ela que morreria?Engraçado, como tem sempre algo para nos
“Que o amor seja a melhor forma de começar e terminar nosso dia”.Desconhecido.JohnAs horas passaram rapidamente demais. Conseguimos ir em quase todos os brinquedos. Beatriz brincava com o Sr. Sapo que tinha ganhado. Acho que ela fazia de propósito, apenas para não encarar as meninas olhando para si. Sorri de canto.Fomos os últimos a sairmos do parque. Eu saí radiante. Beatriz só era sorrisos, apesar de parecer meio envergonhada; os meninos também, cada qual ali feliz ao seu modo.Natan disse que atrás do parque tinha uma área bacana para acampar, então fomos para lá, montamos a barraca, bem rápido, e cada um desabou na sua. Natan disse que não queria barraca, pois dormiria olhando as estrelas, sendo assim, Beatriz e eu iríamos dormir sozinhos na nossa. Comecei a s
“Aprendi que a vida é meio mágica”.— Por que a mania de me olhar enquanto durmo, John? — Porque você é linda — falei enquanto escovava os cabelos.Eu tinha me levantado e vestido ao menos uma cueca.Beijei ela na cabeça. — Você mente tão mal, John. — Mas, você é linda.— Vai ser sempre assim? — perguntou, suspirando. — Assim como, amor?— Dizendo que sou linda, e todo esse papo furado? — Deitou, segurou a cabeça com uma das mãos e me encarou. — Não é papo furado. — Larguei
“Você é daquelas chances boas que a vida não dá duas vezes”. DesconhecidoEstávamos na frente de um estúdio enorme de tatuagens. Tinha várias fotos na vitrine, e as tatuagens eram incríveis. Tinha de corpo todo, apenas de braços, de pernas, ou aquelas simples, pequenas e delicadas.— Vamos entrar? Ou você vai ficar aí na porta? — Beatriz disse, segurando a porta. — Claro vou. Estava vendo as tatuagens. — Já sabe o que vai fazer? — Carter enlaçou Carla pelo pescoço.— Sei, amor. Vou pôr outro piercing, um transversal.— Acho que vou pôr um também — disse Bianca —, mas no