“Se eu tivesse tomado um atalho numa rua qualquer,que tipo de pessoa eu seria?”
O Teatro Mágico.
A noite foi tranquila. Eu queria repor as energias. Minha cabeça doeu a noite toda, e eu... bem, eu pedia a Deus para esperar mais um pouco.
Assim que amanheceu, decidi que já estava na hora de partir. Não queria ficar muito tempo em um lugar só, afinal, o tempo era curto, e eu não sabia quando ele poderia acabar.
— Para onde vamos?
— Vamos passear, depois decido, Beatriz.
— Por que tudo tem que ser sempre um mistério?
— Porque eu fiz uma promessa, e eu irei cumprir ela.
— Qual?
— Um dia eu te conto.
Estávamos na frente do mosteiro, esperando o motorista. Eu só esperava que não fosse aquele doidinho que nos trouxera aqui, porque se fosse,
“Cuide bem de quem corre ao seu lado e te quer bem. Essa é a coisa mais pura”. Charlie Brown Jr.A duas quadras dali, achamos um parque, como esses parques americanos. Havia alguns brinquedos como montanha-russa, roda gigante e vários outros.Olhei para o céu e vi a lua grande e as estrelas brilhantes, então tive uma ideia que esperaria para pôr em prática. Eu precisava de algum jeito me aproximar de Beatriz. Sorri ao bolar o plano perfeito. Observei todo o lugar. Estava bonito, bem enfeitado. Passei em frente ao tiro ao alvo e da pescaria. Tinha várias desses tipos de barracas ali. Seria bem legal passar a noite assim, brincando, relembrar um pouco da infância, uma infância que às vezes eu julgava perdida, mas que outras vezes eu achava que era uma preciosidade...
Enquanto você estiver do outro lado, eu consigo me orientar”.O Teatro Mágico.Abri a porta do carrinho para ela, que sentou bem na ponta, e quando eu fui sentar, apontou o outro lado. Dei de ombros. Deixarei ela pensando que me comportarei.Ficamos ali, rodando e rodando, em completo silêncio. Ela olhava para o céu, e eu olhava para ela. Eu queria ficar com ela, queria me dar bem com ela, eu gostava dela, mas aquela certeza de alguns segundos atrás foi me deixando quando eu lembrei que ela e eu não teríamos um futuro, que eu morreria, e decerto partiria o coração dela de novo.Droga! E agora? O que eu faria? Deixaria essa oportunidade passar, o que era mais sensato? Iria em frente, tentaria conquistá-la? E a seguir, o que eu faria? Contaria para ela que morreria?Engraçado, como tem sempre algo para nos
“Que o amor seja a melhor forma de começar e terminar nosso dia”.Desconhecido.JohnAs horas passaram rapidamente demais. Conseguimos ir em quase todos os brinquedos. Beatriz brincava com o Sr. Sapo que tinha ganhado. Acho que ela fazia de propósito, apenas para não encarar as meninas olhando para si. Sorri de canto.Fomos os últimos a sairmos do parque. Eu saí radiante. Beatriz só era sorrisos, apesar de parecer meio envergonhada; os meninos também, cada qual ali feliz ao seu modo.Natan disse que atrás do parque tinha uma área bacana para acampar, então fomos para lá, montamos a barraca, bem rápido, e cada um desabou na sua. Natan disse que não queria barraca, pois dormiria olhando as estrelas, sendo assim, Beatriz e eu iríamos dormir sozinhos na nossa. Comecei a s
“Aprendi que a vida é meio mágica”.— Por que a mania de me olhar enquanto durmo, John? — Porque você é linda — falei enquanto escovava os cabelos.Eu tinha me levantado e vestido ao menos uma cueca.Beijei ela na cabeça. — Você mente tão mal, John. — Mas, você é linda.— Vai ser sempre assim? — perguntou, suspirando. — Assim como, amor?— Dizendo que sou linda, e todo esse papo furado? — Deitou, segurou a cabeça com uma das mãos e me encarou. — Não é papo furado. — Larguei
“Você é daquelas chances boas que a vida não dá duas vezes”. DesconhecidoEstávamos na frente de um estúdio enorme de tatuagens. Tinha várias fotos na vitrine, e as tatuagens eram incríveis. Tinha de corpo todo, apenas de braços, de pernas, ou aquelas simples, pequenas e delicadas.— Vamos entrar? Ou você vai ficar aí na porta? — Beatriz disse, segurando a porta. — Claro vou. Estava vendo as tatuagens. — Já sabe o que vai fazer? — Carter enlaçou Carla pelo pescoço.— Sei, amor. Vou pôr outro piercing, um transversal.— Acho que vou pôr um também — disse Bianca —, mas no
“Tudo o que a gente sofre, num abraço se dissolve”.Jota Quest.O prédio era até que bonito: azul e branco. Meio velho, meio acabado, mas era bonito.Estacionamos a van, nos registramos, e cada um foi para o quarto.Entrei, coloquei minhas coisas junto com as da Beatriz, na cama, e ela foi direto para o banheiro. Deitei, e como de costume, coloquei as mãos atrás da cabeça e fitei o teto. Uma onda de coisas boas passou por mim. Ela e eu juntos num quarto de hotel... Sorri. As borboletas se agitaram, então pensei nas coisas, no que eu faria dali em diante, pensei na minha mãe, e inevitavelmente na doença, nessa maldita doença, a qual eu ainda não compreendia... Uma lágrima teimosa nasceu em meu olhar e escorreu pelo meu rosto, mas logo tratei de limpá-la. Não queria que Beatriz visse.<
“A vida é maravilhosa. Não se tenha medo dela”.Charlie Chaplin.Acho que os meninos entenderam que eu queria ficar sozinho com a Beatriz, porque eles se mantinham longe, embora eu sempre visse um deles olhando para trás ou esperando a gente, para falar onde iriam.Sentia-me cansado demais, queria parar e deitar, mas me forcei a continuar. Beatriz falava animadamente, sorria, apontava cada árvore do parque, então, com a desculpa de ser tarde, a distrai, para que a gente parasse um pouco. — Amor, eu estou fome, já é mais de uma da tarde.— Nossa! Por falar nisso, eu também estou. — Vamos procurar eles e ir almoçar, amor?— Sim.Andamos por uns dez minutos pelo parq
“A vida passa muito depressa. Se você não olhar ao redor de vez em quando, pode perdê-la”. Curtindo A Vida Adoidado.O restante do dia passou rápido. Dormi mais do que fiz outra coisa.Minha cabeça parou de latejar, então me levantei, tomei banho e me troquei.Beatriz, pelo que tinha reparado, tinha passado horas na frente do espelho, se arrumando. Perguntei-me o porquê de tudo aquilo, daquela demora toda.Suspirei e perguntei impacientemente: — Amor, há quanto tempo você está se arrumando?— Uma hora e meia. Por quê? — disse ela, passando rímel. — E nem se vestiu ainda?— Não. Tava fazendo cabelo, maquiagem, unha...&