Enquanto você estiver do outro lado, eu consigo me orientar”.
O Teatro Mágico.
Abri a porta do carrinho para ela, que sentou bem na ponta, e quando eu fui sentar, apontou o outro lado. Dei de ombros. Deixarei ela pensando que me comportarei.
Ficamos ali, rodando e rodando, em completo silêncio. Ela olhava para o céu, e eu olhava para ela. Eu queria ficar com ela, queria me dar bem com ela, eu gostava dela, mas aquela certeza de alguns segundos atrás foi me deixando quando eu lembrei que ela e eu não teríamos um futuro, que eu morreria, e decerto partiria o coração dela de novo.
Droga! E agora? O que eu faria? Deixaria essa oportunidade passar, o que era mais sensato? Iria em frente, tentaria conquistá-la? E a seguir, o que eu faria? Contaria para ela que morreria?
Engraçado, como tem sempre algo para nos
“Que o amor seja a melhor forma de começar e terminar nosso dia”.Desconhecido.JohnAs horas passaram rapidamente demais. Conseguimos ir em quase todos os brinquedos. Beatriz brincava com o Sr. Sapo que tinha ganhado. Acho que ela fazia de propósito, apenas para não encarar as meninas olhando para si. Sorri de canto.Fomos os últimos a sairmos do parque. Eu saí radiante. Beatriz só era sorrisos, apesar de parecer meio envergonhada; os meninos também, cada qual ali feliz ao seu modo.Natan disse que atrás do parque tinha uma área bacana para acampar, então fomos para lá, montamos a barraca, bem rápido, e cada um desabou na sua. Natan disse que não queria barraca, pois dormiria olhando as estrelas, sendo assim, Beatriz e eu iríamos dormir sozinhos na nossa. Comecei a s
“Aprendi que a vida é meio mágica”.— Por que a mania de me olhar enquanto durmo, John? — Porque você é linda — falei enquanto escovava os cabelos.Eu tinha me levantado e vestido ao menos uma cueca.Beijei ela na cabeça. — Você mente tão mal, John. — Mas, você é linda.— Vai ser sempre assim? — perguntou, suspirando. — Assim como, amor?— Dizendo que sou linda, e todo esse papo furado? — Deitou, segurou a cabeça com uma das mãos e me encarou. — Não é papo furado. — Larguei
“Você é daquelas chances boas que a vida não dá duas vezes”. DesconhecidoEstávamos na frente de um estúdio enorme de tatuagens. Tinha várias fotos na vitrine, e as tatuagens eram incríveis. Tinha de corpo todo, apenas de braços, de pernas, ou aquelas simples, pequenas e delicadas.— Vamos entrar? Ou você vai ficar aí na porta? — Beatriz disse, segurando a porta. — Claro vou. Estava vendo as tatuagens. — Já sabe o que vai fazer? — Carter enlaçou Carla pelo pescoço.— Sei, amor. Vou pôr outro piercing, um transversal.— Acho que vou pôr um também — disse Bianca —, mas no
“Tudo o que a gente sofre, num abraço se dissolve”.Jota Quest.O prédio era até que bonito: azul e branco. Meio velho, meio acabado, mas era bonito.Estacionamos a van, nos registramos, e cada um foi para o quarto.Entrei, coloquei minhas coisas junto com as da Beatriz, na cama, e ela foi direto para o banheiro. Deitei, e como de costume, coloquei as mãos atrás da cabeça e fitei o teto. Uma onda de coisas boas passou por mim. Ela e eu juntos num quarto de hotel... Sorri. As borboletas se agitaram, então pensei nas coisas, no que eu faria dali em diante, pensei na minha mãe, e inevitavelmente na doença, nessa maldita doença, a qual eu ainda não compreendia... Uma lágrima teimosa nasceu em meu olhar e escorreu pelo meu rosto, mas logo tratei de limpá-la. Não queria que Beatriz visse.<
“A vida é maravilhosa. Não se tenha medo dela”.Charlie Chaplin.Acho que os meninos entenderam que eu queria ficar sozinho com a Beatriz, porque eles se mantinham longe, embora eu sempre visse um deles olhando para trás ou esperando a gente, para falar onde iriam.Sentia-me cansado demais, queria parar e deitar, mas me forcei a continuar. Beatriz falava animadamente, sorria, apontava cada árvore do parque, então, com a desculpa de ser tarde, a distrai, para que a gente parasse um pouco. — Amor, eu estou fome, já é mais de uma da tarde.— Nossa! Por falar nisso, eu também estou. — Vamos procurar eles e ir almoçar, amor?— Sim.Andamos por uns dez minutos pelo parq
“A vida passa muito depressa. Se você não olhar ao redor de vez em quando, pode perdê-la”. Curtindo A Vida Adoidado.O restante do dia passou rápido. Dormi mais do que fiz outra coisa.Minha cabeça parou de latejar, então me levantei, tomei banho e me troquei.Beatriz, pelo que tinha reparado, tinha passado horas na frente do espelho, se arrumando. Perguntei-me o porquê de tudo aquilo, daquela demora toda.Suspirei e perguntei impacientemente: — Amor, há quanto tempo você está se arrumando?— Uma hora e meia. Por quê? — disse ela, passando rímel. — E nem se vestiu ainda?— Não. Tava fazendo cabelo, maquiagem, unha...&
“O que importa, afinal? Viver ou saber que está vivendo?”Clarice Lispector.Acordamos embolados nos lençóis, nossos corpos nus encostando um no outro, seus cabelos espalhados pela cama. Ela tinha um sorriso doce nos lábios, e sua respiração estava tranquila. Minha vontade era de ficar ali, olhando para ela o dia todo.Tirei uma mecha do seu cabelo que cobria o rosto dela, que se remexeu, abriu os olhos e sorriu.— Tira foto. — Alinhando-se em meu corpo. — Já disse, dura mais. — Negativo, amor, porque ver você acordando nos meus braços é a melhor coisa que existe nessa vida. — Ela ficou vermelha.— Dormiu bem? — perguntou, segurando a cabeça e me encarando.&n
“O universo inteiro conspira ao nosso favor”.Charlie Brown Jr.Aqui dentro de mim estava uma completa confusão, e eu não sabia mais como agir. Queria era mais que todo mundo sumisse, para eu passar meus últimos momentos com ela. Era estranho isso, porque eu nunca tinha me sentindo assim. Eu nunca tinha ficado sem jeito perto de mulher alguma.Eu sabia que estar apaixonado tinha lá seus riscos, mas isso... isso era maluco!Um dos instrutores me ajudou a me soltar da corda com a Beatriz, que me olhava sem parar, sorrindo feito boba.Eu acho que estava na hora de fazer a maior loucura de toda essa viagem.Fui tirado dos meus pensamentos com a Carla me cutucando.— Por acaso tá dormindo em pé, moço?— Desculpe, estava pensando. — Sorri, sem jeito.— No quê?— Umas p