Irina Petrova.Engoli em seco, tentando reunir coragem para enfrentar aquela situação terrível. “O que você quer de mim?” minha voz mal saiu como um sussurro trêmulo.Arauto sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos frios. “Nós precisamos de informações, minha querida. Informações valiosas que podem fazer a diferença entre a vida e a morte para muitos. E você vai nos ajudar a obtê-las.”Ainda em estado de choque, olhei ao redor da cabana. Os homens me olhavam como um caçador observa sua presa.Arauto se aproximou, suas luvas de couro roçando meu rosto. “Seja cooperativa, e talvez isso acabe mais rápido do que você imagina.”Os minutos seguintes pareceram uma eternidade de tortura mental. Pavarte, ainda gemendo de dor, foi arrastado para um canto distante da cabana. Os outros homens, agora em alerta, observavam cada movimento meu. Arauto circulava ao meu redor como um predador, mantendo uma proximidade ameaçadora.“O que você quer saber?” murmurei, derrotada pela sensação de impo
Maxim Volkov.A noite se arrastava como uma sombra densa pela mansão Volkov. O eco dos meus passos pelo escritório ecoava a inquietação que permeava o ambiente. Cada discagem no telefone de Irina era uma tentativa desesperada de quebrar o silêncio opressivo.O celular dela permanecia desligado, uma evidência sombria de que algo estava errado. O brilho fraco da tela do meu próprio telefone iluminava o rosto, revelando a tensão que se acumulava em cada linha de expressão.A espera era insuportável, como se o tempo estivesse congelado em um momento de angústia. Meus pensamentos se debatiam em um turbilhão de possibilidades, nenhuma delas reconfortante. A incerteza alimentava a fera interior, uma mistura de preocupação e ira contida.Enquanto aguardava por qualquer sinal, meu olhar se fixava na vastidão escura além da janela. O céu noturno parecia um poço sem fundo, refletindo o vazio que crescia dentro de mim. A mansão, geralmente imponente, agora carregava o peso do desconhecido.As hor
Maxim Volcov.O eco vazio dos corredores da minha mansão parecia uma sinfonia silenciosa, uma sensação desconfortável, uma mistura traiçoeira de raiva e preocupação, instalou-se em meu peito. Desafios à minha autoridade eram inaceitáveis, mas uma parte de mim ansiava compreender a motivação por trás da fuga.A descoberta de que ela se aventurara na festa da faculdade inflamou meu ímpeto. Ao retornar à minha fortaleza, meus homens já haviam capturado os envolvidos. Decidi que, desta vez, eu mesmo participaria do interrogatório. Eles revelariam o paradeiro de Irina, quer fosse por bem ou por mal.O relógio, imperturbável, marcava as horas como se o tempo fosse indiferente ao drama que se desenrolava. Minha paciência, normalmente inabalável, estava à beira do colapso. Adentrei a pequena sala no subterrâneo, onde dois jovens, amarrados pelos punhos e com sacos sobre as cabeças, aguardavam. A escuridão do ambiente realçava a tensão no ar.Encarei-os com a frieza de quem estava acostumado a
Irina Petrova.O tempo se esticava como uma lâmina afiada, cada segundo arrastando consigo a incerteza e o desconforto. Amarrada e amordaçada novamente, minhas forças pareciam escapar como a areia que escorrega pelos dedos. Os lábios ressecados clamavam por um alívio, mas a mordaça era implacável em seu aperto, prendendo não apenas palavras, mas também qualquer tentativa de conforto.A sensação entorpecente nas mãos tornava cada movimento uma tarefa árdua. Eu me debatia contra as amarras, desejando que a realidade distorcida desse cativeiro se desvanecesse como um pesadelo. A sede aumentava, e o gosto desagradável do pano sujo intensificava minha agonia.A escuridão ao meu redor ecoava com o som abafado do silêncio, interrompido apenas por meus próprios gemidos abafados. Cada minuto parecia uma eternidade, e a ansiedade crescia como uma sombra implacável.Respirei fundo, tentando acalmar os nervos. A cada inspiração, a luta contra as amarras se intensificava, uma dança de desespero e
Irina Petrova.Corri com todas as forças que restavam, minha garganta queimava pela brutal corrida, mas não ousei parar. Se aquele demônio me alcançasse, não poderia voltar a ficar presa. A floresta estava escura, iluminada apenas pelos tênues raios da lua, que criavam sombras assustadoras entre as árvores. Cada passo era uma luta contra a exaustão e o medo que me impulsionava adiante. A respiração ofegante misturava-se ao som dos galhos quebrando sob meus pés, ecoando como um coro sinistro em meio à noite. O instinto de sobrevivência guiava meus movimentos, enquanto eu me afastava cada vez mais da ameaça que ainda podia sentir espreitando nas sombras.Eu ansiava por ver alguma luz entre as árvores, mesmo que fosse distante. Contudo, meus pés vacilaram, e meu corpo despencou barranco abaixo. A colisão foi brutal, minha cabeça encontrou algo sólido, e a visão começou a turvar. No entanto, não havia tempo para fraquejar.A escuridão da floresta, antes iluminada pelos raios da lua, agor
Maxim Volcov.Subi as escadas com a urgência de quem carrega o peso do desconhecido. Direcionei-me diretamente para o meu escritório, onde a aura de negócios competia com a sombra do desaparecimento de Irina. Embora o mistério continuasse pairando sobre mim, sabia que meus deveres comerciais não podiam ser negligenciados.Sentei-me na minha poltrona, uma extensão do meu reino, onde os negócios eram moldados e destinos traçados. O escritório, normalmente um refúgio de decisões imperturbáveis, agora pulsava com a inquietude do desconhecido.Servi-me do meu uísque envelhecido, a âmbar líquida refletindo o dilema que me confrontava. Cada gole era uma pausa, uma tentativa de encontrar clareza em meio ao caos. O gosto amadeirado misturava-se com os pensamentos tumultuados, criando uma sinfonia de complexidade na boca.A cada momento de contemplação, a dualidade da minha existência se revelava. Entre o Chefe decidido e o preocupado amante, meu escritório se tornava o palco de uma batalha sil
Irina Petrova.Decidi seguir em frente novamente, uma chama de resiliência ardendo dentro de mim. Não podia me deixar vencer; já passei por coisas piores quando presenciei a morte de meus pais, e não é uma floresta que vai me parar.Cada passo que eu dava ecoava com a firmeza de alguém que enfrentou as sombras do passado. A escuridão da floresta, embora imponente, era apenas um desafio temporário. Eu era mais forte do que as árvores que se erguiam ao meu redor, mais resistente do que as sombras que tentavam me envolver.O rugido de determinação ressoava na minha mente, um lembrete constante de que eu não era uma vítima, mas uma sobrevivente. A floresta se tornou um teste de minha coragem, um campo de batalha onde eu enfrentaria meus medos mais profundos e emergiria triunfante.A memória dolorosa dos meus pais, embora presente, se transformou em uma força motriz. Cada raio de lua que filtrava pelas folhas das árvores era uma luz de esperança, guiando-me através do labirinto de desafios
Maxim Volcov.Tomei um banho revigorante, deixando a água escorrer sobre mim como se pudesse lavar as preocupações que me assombravam. Ao descer para o meu escritório, percebi que a máfia não era a única parte do meu império que necessitava da minha atenção. A empresa de exportações também clamava pela minha presença.Os negócios iam excepcionalmente bem. Minhas conexões estavam se fortalecendo, e o relatório em minha mesa era um testemunho do sucesso contínuo. Empresas parceiras ampliavam suas colaborações, e novos mercados se abriam diante de nós. O mundo dos negócios era implacável, mas era um terreno que eu dominava com maestria.Recebi o relatório com uma expressão séria, analisando cada detalhe minuciosamente. As cifras, os contatos, as projeções futuras; cada elemento contribuía para a imagem de um império que se erguia nas sombras e na luz do dia. Era uma dualidade que eu sabia equilibrar com maestria.Com a mente afiada para os negócios, mergulhei nas decisões estratégicas qu