Irina Petrova.Corri com todas as forças que restavam, minha garganta queimava pela brutal corrida, mas não ousei parar. Se aquele demônio me alcançasse, não poderia voltar a ficar presa. A floresta estava escura, iluminada apenas pelos tênues raios da lua, que criavam sombras assustadoras entre as árvores. Cada passo era uma luta contra a exaustão e o medo que me impulsionava adiante. A respiração ofegante misturava-se ao som dos galhos quebrando sob meus pés, ecoando como um coro sinistro em meio à noite. O instinto de sobrevivência guiava meus movimentos, enquanto eu me afastava cada vez mais da ameaça que ainda podia sentir espreitando nas sombras.Eu ansiava por ver alguma luz entre as árvores, mesmo que fosse distante. Contudo, meus pés vacilaram, e meu corpo despencou barranco abaixo. A colisão foi brutal, minha cabeça encontrou algo sólido, e a visão começou a turvar. No entanto, não havia tempo para fraquejar.A escuridão da floresta, antes iluminada pelos raios da lua, agor
Maxim Volcov.Subi as escadas com a urgência de quem carrega o peso do desconhecido. Direcionei-me diretamente para o meu escritório, onde a aura de negócios competia com a sombra do desaparecimento de Irina. Embora o mistério continuasse pairando sobre mim, sabia que meus deveres comerciais não podiam ser negligenciados.Sentei-me na minha poltrona, uma extensão do meu reino, onde os negócios eram moldados e destinos traçados. O escritório, normalmente um refúgio de decisões imperturbáveis, agora pulsava com a inquietude do desconhecido.Servi-me do meu uísque envelhecido, a âmbar líquida refletindo o dilema que me confrontava. Cada gole era uma pausa, uma tentativa de encontrar clareza em meio ao caos. O gosto amadeirado misturava-se com os pensamentos tumultuados, criando uma sinfonia de complexidade na boca.A cada momento de contemplação, a dualidade da minha existência se revelava. Entre o Chefe decidido e o preocupado amante, meu escritório se tornava o palco de uma batalha sil
Irina Petrova.Decidi seguir em frente novamente, uma chama de resiliência ardendo dentro de mim. Não podia me deixar vencer; já passei por coisas piores quando presenciei a morte de meus pais, e não é uma floresta que vai me parar.Cada passo que eu dava ecoava com a firmeza de alguém que enfrentou as sombras do passado. A escuridão da floresta, embora imponente, era apenas um desafio temporário. Eu era mais forte do que as árvores que se erguiam ao meu redor, mais resistente do que as sombras que tentavam me envolver.O rugido de determinação ressoava na minha mente, um lembrete constante de que eu não era uma vítima, mas uma sobrevivente. A floresta se tornou um teste de minha coragem, um campo de batalha onde eu enfrentaria meus medos mais profundos e emergiria triunfante.A memória dolorosa dos meus pais, embora presente, se transformou em uma força motriz. Cada raio de lua que filtrava pelas folhas das árvores era uma luz de esperança, guiando-me através do labirinto de desafios
Maxim Volcov.Tomei um banho revigorante, deixando a água escorrer sobre mim como se pudesse lavar as preocupações que me assombravam. Ao descer para o meu escritório, percebi que a máfia não era a única parte do meu império que necessitava da minha atenção. A empresa de exportações também clamava pela minha presença.Os negócios iam excepcionalmente bem. Minhas conexões estavam se fortalecendo, e o relatório em minha mesa era um testemunho do sucesso contínuo. Empresas parceiras ampliavam suas colaborações, e novos mercados se abriam diante de nós. O mundo dos negócios era implacável, mas era um terreno que eu dominava com maestria.Recebi o relatório com uma expressão séria, analisando cada detalhe minuciosamente. As cifras, os contatos, as projeções futuras; cada elemento contribuía para a imagem de um império que se erguia nas sombras e na luz do dia. Era uma dualidade que eu sabia equilibrar com maestria.Com a mente afiada para os negócios, mergulhei nas decisões estratégicas qu
Maxim Volcov.Caminhamos até a sala de reuniões, onde mapas da cidade se espalhavam sobre a mesa. Cada rua, cada beco, cada possibilidade era meticulosamente examinada. A luz da cidade lá fora lançava sombras dançantes nos rostos sérios dos presentes.O telefone tocou, cortando o silêncio carregado de expectativa. Era o relatório da equipe. Minhas mãos apertaram a borda da mesa, aguardando as palavras que me traria noticias.“Maxim, encontramos Irina. Ela está no hospital, em estado estável, mas precisa de cuidados médicos.”Um suspiro coletivo encheu a sala, um peso sendo levantado de nossos ombros. A ansiedade transformou-se em alívio, mas ainda restavam perguntas a serem respondidas.“Vamos imediatamente. Quero vê-la com meus próprios olhos,” ordenei, a urgência em minha voz, não deixando espaço para discussões.A cidade noturna passava pelas janelas do carro enquanto nos dirigíamos ao hospital. As luzes piscavam como estrelas distantes, testemunhas silenciosas de uma jornada que s
Maxim Volcov.Os minutos que se seguiram foram uma dança sombria entre a sede de respostas e a crescente aflição que pairava no ar. A sala de interrogatório transformou-se em um teatro de sombras, onde a verdade e a violência entrelaçavam-se em uma dança macabra, e eu, no epicentro desse espetáculo, estava decidido a desvendar os mistérios que ameaçavam desmoronar meu império.Cada pergunta que eu lançava era como uma nota discordante em um concerto sinistro. Seus olhos, marcados pelo medo e pela incerteza, buscavam refúgio em cada canto da sala, mas eu era implacável, uma força inescapável no seu caminho.A lâmina do punhal deslizava sobre a mesa, uma extensão da minha vontade em busca da verdade oculta. Cada pergunta era seguida por um movimento calculado, uma ameaça silenciosa que ecoava na sala. Eu podia sentir a tensão acumulando-se, a atmosfera pesada como uma tempestade prestes a desabar.“Quem está por trás disso? Quem traiu a confiança que eu dei?” As palavras saíam de minha
Maxim Volcov.Enquanto avançávamos pelos corredores da mansão, a sensação de que o preço da verdade se tornara ainda mais evidente. O que se desenrolava diante de nós, era um quebra-cabeça complexo, e cada peça arrancada tinha seu próprio custo.Encontrei Olga, que passava pelo corredor com os braços cheios de lençóis extremamente brancos. Ela me olhou de cima a baixo, e sua expressão era de pânico. “S… senho… r, o senhor precisa de algo?”O olhar dela capturou o rastro de sangue em minhas mãos, uma marca indelével do que acabara de acontecer. “Prepare um banho quente, Olga”Ela assentiu, com os olhos arregalados de apreensão, e apressou-se a cumprir as ordens. Patrick permanecia ao meu lado, sua expressão uma mistura de preocupação e questionamento.“Maxim. Onde vamos encontrar as respostas que precisamos?”“Primeiro, vamos lidar com o que está diante de nós. Depois, revisaremos os detalhes que temos sobre Irina, sobre quem quer que tenha feito isso conosco.”Minha mente trabalhava f
Maxim Volcov.O telefone tocava incessantemente, indicando a urgência de várias questões a serem resolvidas. Minha secretária, Maria, entrava e saía da sala, mantendo o ritmo acelerado que se tornara o padrão dos meus dias.Enquanto assinava documentos, minha mente divagava para o subsolo da minha mansão onde estava Irina. Agora ela estava segura, mas ainda estava convalescente. Minha mente tinha que se focar nos negócios, minhas empresas também precisavam da minha atenção, eram ótimas fachadas para os negócios ilícitos. Cada decisão, cada contrato, era um passo estratégico que poderia moldar o futuro da minha empresa. O peso da responsabilidade pesava sobre meus ombros, mas era um fardo que eu carregava com determinação.No meio da voragem empresarial, meu olhar fixou-se em uma foto na minha mesa. Era um retrato da minha família, um lembrete constante do porquê eu enfrentava as batalhas diárias. Meu pai e minha falecida mãe, sorrindo naquela imagem congelada, eram a âncora que me ma