Maxim Volkov
O sol, implacável em sua ascensão, queimava nossa pele já castigada pela água salgada. Os primeiros raios trouxeram consigo um calor sufocante que contrastava com a situação precária em que nos encontrávamos. O oceano ainda nos balançava de um lado para o outro, como se quisesse nos lembrar de nossa vulnerabilidade.
Irina e Calebe finalmente cederam ao cansaço e dormiram exaustos. Seus cabelos loiros ainda estavam úmidos, e eu sabia que a exposição ao sol poderia ser prejudicial. As ondas continuavam a nos arrastar, e eu lutava para manter a calma.
O telefone por satélite permanecia inerte em minhas mãos. O aparelho havia sido danificado pela água salgada, e a incerteza sobre sua funcionalidade me corroía. Eu precisava entrar em contato com alguém, pedir ajuda, mas o silêncio do dispositivo era ensurdecedor.
Foi então que Irina acordou e a visão de Calebe a fez entrar em desespero. Seu irmãozinho estava com febre, com a boca rachada e os olhos fechados. Vi o pânico tomar conta de seu semblante, e seus chamados angustiados pelo nome do menino me fizeram perceber que estávamos enfrentando uma batalha não apenas contra o oceano, mas também contra o tempo.
O bote, embora resistente, começou a ceder sob o peso de oito pessoas. Meu coração se apertou com a preocupação que se apossou de mim. Não era da minha natureza abandonar meus homens, mesmo nas piores situações que havia enfrentado. Até os mortos eu levava comigo, honrando sua lealdade até o fim. No entanto, a realidade dura e cruel se impunha sobre mim: se não tomássemos uma medida drástica, todos poderiam enfrentar um destino trágico.
Minha mente calculista começou a analisar todas as opções possíveis. Poderíamos ter que sacrificar alguns para salvar a maioria. Era um dilema cruel, e eu sabia que não haveria solução fácil. Olhei para os homens que estavam comigo, suas expressões refletindo a mesma preocupação que eu sentia.
O calor do sol agora era insuportável, e a falta de água potável começava a nos afetar. Meus lábios estavam rachados, e minha garganta queimava de sede. Precisávamos de um plano, e precisávamos dele rápido, antes que o oceano e a exposição ao sol nos consumissem por completo. A vida de todos dependia das minhas decisões, e eu estava determinado a tomar as melhores delas, mesmo que fossem difíceis e cruéis.
Olhei uma vez mais para o telefone em minhas mãos, sabendo que as chances eram mínimas, dado o tempo que ele passou submerso. Porém, não custava tentar mais uma vez. O calor escaldante do sol já devia ter evaporado qualquer traço de umidade que pudesse restar no aparelho. Com cuidado, liguei o telefone, e após alguns chacoalhões desesperados, ele deu sinal de vida. Senti um alívio momentâneo que me invadiu quando ouvi os primeiros ruídos da linha.
Com mãos trêmulas, disquei o número de Belov. Ele atendeu rapidamente, sua voz soando como um raio de esperança no meio do oceano implacável. “Algo deu errado, Dom Maxim? O que deseja?”
Em palavras rápidas e diretas, relatei a nossa situação desesperadora, explicando o incêndio no jatinho, nosso pouso forçado no oceano e a luta pela sobrevivência em um bote à deriva. A urgência era palpável em minha voz, e eu sabia que Belov entenderia a gravidade do nosso estado.
“Entendido, Dom! Enviarei duas equipes de resgate imediatamente,” Belov respondeu com a firmeza que eu conhecia bem. Senti um alívio momentâneo ao saber que a ajuda estava a caminho.
Agora, só nos restava esperar. Minha equipe era formada por homens altamente treinados, então eu sabia que seríamos localizados rapidamente. Enquanto aguardava, observei Calebe tremendo sob o sol inclemente e, com meu sobretudo, tentei protegê-lo do calor abrasador. As horas pareciam se arrastar enquanto eu fixava meu olhar no horizonte, esperando ansiosamente por qualquer sinal de ajuda.
Irina se encolheu ao lado de Calebe, também não parecendo estar em bom estado. Quando o entardecer começou a se aproximar, finalmente avistei a proa de um navio. Agitei meus braços freneticamente, ansioso por sermos vistos e resgatados.
Subimos a bordo da embarcação que, para minha surpresa, revelou-se um cargueiro. Era o nosso bilhete para a salvação e, mais uma vez, a sorte estava do nosso lado.
O capitão do cargueiro se aproximou de mim e fez uma breve apresentação. Belov, com sua rede de aliados bem conectados, havia conseguido a localização do nosso grupo e enviado esse navio para nos resgatar. O plano era nos levar ao porto mais próximo, onde meu chefe de segurança já estaria aguardando para garantir nossa segurança.
A sensação de alívio foi imensa. Saber que estávamos finalmente a caminho de um lugar seguro trouxe uma sensação de tranquilidade após horas de desespero e incerteza no mar implacável.
A bordo do cargueiro, Irina e Calebe receberam os cuidados médicos de que precisavam, enquanto eu, Maxim, permanecia atento a cada movimento, pronto para qualquer eventualidade. A noite se aproximava, mas, dessa vez, estávamos a salvo e a caminho de um recomeço.
Quando avistei os enormes portões da minha mansão, uma sensação de alívio mesclada com cansaço percorreu todo o meu corpo. A mansão, com sua imponência e história de gerações, sempre representou um refúgio seguro para nossa família. Os portões se fecharam atrás de mim, isolando-nos do mundo exterior e reforçando a sensação de proteção que o lar proporcionava.
O silêncio na mansão era quase ensurdecedor enquanto eu caminhava em direção ao meu escritório. A noite estava avançada, e a exaustão começava a pesar sobre mim. Meus pensamentos se dividiam entre a preocupação com Irina, Calebe e a responsabilidade que recaía sobre meus ombros como chefe da máfia.
Olga, a governanta que havia servido nossa família por décadas, me seguiu de perto, seu rosto cansado, revelando a tensão do momento. Entreguei meu sobretudo a ela, que o aceitou com um gesto de respeito, e continuei em direção ao meu escritório.
Parei abruptamente, quase fazendo com que Olga colidisse em minhas costas. Minha voz saiu firme e direta, refletindo a urgência da situação.
“Olga, mande tirar as duas crianças do carro imediatamente e leve cada uma para o quarto que mandei preparar. O médico já está aqui?”
Ela assentiu com compreensão e respondeu: “O médico está no escritório, senhor.”
Ao me dirigir ao escritório, encontrei o Dr. Pavel, meu médico particular, que estava à espera. Sua expressão preocupada.
O médico se aproximou rapidamente, e suas palavras foram cortadas antes mesmo de serem completadas quando mencionei a situação dos nossos hóspedes. Sua expressão ficou ainda mais desconfortável, e ele tentou argumentar, mas a firmeza em meu olhar o fez reconsiderar.
“Suba até os quartos e cuide dos meus convidados”, ordenei, e ele pareceu entender que não havia espaço para discussão.
Após a breve interação com o médico, me dirigi até o armário onde guardava bebidas. O momento de solidão me permitiu refletir sobre a noite turbulenta que vivemos. Os eventos recentes tinham sacudido nossas vidas de forma inesperada, e eu estava determinado a descobrir quem estava por trás daquele ataque e garantir que todos estivessem seguros.
Maxim Volkov Enquanto o uísque descia pela minha garganta, a sensação de amargura da bebida parecia ecoar com a complexidade dos meus pensamentos. Aquela noite se assemelhava a uma batalha invisível contra um inimigo oculto, e eu podia sentir o peso dessa luta em cada fibra do meu ser.Recostei-me na cadeira do meu escritório, deixando a bebida percorrer meu corpo cansado. Viktor, meu leal Conselheiro, sempre fora um mestre da discrição. Seu papel consistia em ser uma sombra silenciosa, conhecedora de cada segredo que permeava nossa organização. Ele tinha acesso a informações desde os detalhes triviais até os mais sombrios segredos. No entanto, agora, uma inquietação pairava em minha mente: teria ele revelado algo crucial antes de sua morte?A ideia era quase inaceitável. Viktor compreendia a gravidade de nossa situação, especialmente sabendo que a vida de seus próprios filhos estava agora nas minhas mãos. A traição, nesse contexto, parecia um ato impensável, mesmo à beira da morte.
Irina Petrova. Abro os olhos e sinto meu estômago retorcer de dor. Sento-me abruptamente, tentando entender o meu entorno. Olho ao redor, observando as paredes e os móveis que compõem o ambiente. Este definitivamente não é o meu quarto. Um arrepio percorre minha espinha enquanto tento descobrir como acabei aqui. Será que tudo o que vivi foi apenas um terrível pesadelo? Passo a língua pelos lábios ressecados, sentindo a aspereza da pele. Olho para o meu corpo e percebo que estou vestindo uma fina camisola. Minha mente começa a rodar, tentando se lembrar de como cheguei a este lugar. A última coisa que recordo é estar no mar, lutando contra as ondas. Meu coração acelera à medida que a falta de ar se instala. Preciso encontrar Calebe. Ele é tudo o que me resta agora, a única conexão com a realidade que conheço. Com determinação, levanto-me rapidamente, ignorando a dor e o desconforto. Não importa onde estou; minha prioridade é encontrar Calebe, pois ele é a âncora que me mantém ligada
Maxim Volkov Paro no corredor, sentindo meu sangue ferver de frustração. Aquela jovem parece determinada a me tirar do sério, e agora estou preso nesta situação constrangedora. Como posso descer e encontrar Patrik com essa evidente provocação sob minhas calças? O volume é inegável, e a dificuldade de escondê-lo me deixa ainda mais inquieto.Respiro profundamente, tentando acalmar o desejo que insiste em me instigar. Ajusto meus cabelos, certificando-me de que estejam perfeitamente alinhados, enquanto pondero os problemas que estou enfrentando neste momento.Olho para minha calça, e parece que meu próprio corpo está conspirando contra mim. Meu membro se recusa a obedecer, tornando a situação ainda mais desafiadora.Tensiono meus pulsos, sentindo a urgência de resolver essa situação. Dou meia volta e retorno ao meu quarto, determinada a encontrar uma solução para esse dilema. Acredito que um banho frio seja a única maneira de aplacar o calor que me consome.Após quase 30 minutos sob a
Irina Petrova Já estou enlouquecendo presa neste quarto, depois de mais uma bandeja de comida, a empregada sai. Eu não quero comer nada até saber como está meu irmãozinho. Determinada, vou até a porta e, ao girar a maçaneta, percebo que ela está inexplicavelmente aberta. Meu coração acelera, e um sentimento de esperança me impulsiona. Corro pelo longo corredor e tento abrir cada porta que se apresenta. Algumas estão firmemente fechadas, enquanto outras se abrem, revelando apenas o vazio do que parece ser um labirinto sem fim. Finalmente, meu corpo desaba contra uma das paredes, e minhas lágrimas caem em um lamento de frustração e desespero. Depois de um tempo, decido que não posso mais esperar. Preciso encontrar aquele homem que parece estar no comando. Ele vai ter que me mostrar onde está meu irmão. Procuro por ele, mas não o vejo em lugar algum. Pode ser que ele esteja escondido, mas não vou desistir. Determinada, decido esperá-lo. Há algo de sinistro nessa mansão, e estou dispost
Maxim VolkovEnquanto estou sentado nas sombras onde sempre me sinto bem, tentando desesperadamente colocar meus pensamentos em ordem, escuto o barulho da maçaneta da porta. Uma silhueta se apresenta na entrada, e meu corpo reage instantaneamente. Instintivamente, levanto-me, meu coração martelando no peito, e minha mão voa até o pescoço, onde penso em matar quem seja que foi capaz de entrar no meu quarto sem avisar.A sombra na porta permanece indefinida, mas o temor que ela possa ser o responsável pelo ataque anterior me deixa tenso e alerta. A escuridão e o silêncio ao nosso redor parecem intensificar a gravidade da situação, e minha respiração fica mais rápida enquanto tento discernir qualquer pista sobre a identidade da pessoa à minha frente.A tensão toma conta do meu corpo quando meus olhos se fixam na silhueta a minha frente. Ao observar com mais atenção, percebo que é Irina, quase sem ar, diante de mim. Meu corpo reage instintivamente, e minha mão se move em direção ao seu pe
Irina PetrovaFinalmente, consegui o que queria, mas sinto que exagerei um pouco. Minha garganta está seca e estou lutando para entender o que acabou de acontecer aqui. A sensação do calor da respiração dele ainda parece pairar sobre minha pele, e o toque dos seus dedos ecoa em minha mente. No entanto, não posso me permitir pensar nisso agora.Olho ao redor, e a empregada continua parada, me observando como se eu fosse uma aberração. Percebo o óbvio, e meu rosto cora instantaneamente. Meu vestido ainda está levantado, e eu continuo deitada na cama dele. A vergonha e o constrangimento me inundam, e uma sensação de vulnerabilidade toma conta de mim. O que fizemos aqui deixou sua marca, e não tenho certeza de como lidar com as consequências desse encontro proibido.Me levanto imediatamente e corro em direção à porta, mas, assim que chego no corredor, escuto a voz de Rosa me chamar. Paro bruscamente, mas não consigo encará-la.“Menina, você é louca? O que estava fazendo no quarto dele?”“
Maxim Volkov Os primeiros raios de sol invadem o quarto através das frestas da cortina. Com um olhar no relógio, confirmo que como sempre, acordo com a aurora. O dia começa e, após me levantar, desço até o meu escritório. Há papéis importantes que preciso verificar. Apesar de gerenciar com destreza meus negócios ilícitos, não posso me dar ao luxo de relaxar. Após a morte de Viktor, sofremos um grande revés. Era ele quem detinha todas as informações cruciais: rotas, entregas, associados, localizações. Tudo o que sustentava nossas operações morreu com ele. Agora, enfrento o desafio de recuperar essas informações perdidas. A incerteza sobre como proceder ainda paira no ar, mas tenho uma intuição. Talvez, de alguma forma, um de seus filhos tenha acesso a essas informações, mesmo que inconscientemente. Viktor não era o tipo de pessoa a deixar tudo desamparado sem um plano de contingência. No escritório, eu estava concentrado em juntar todos os documentos de que precisava para o dia. Orga
Maxim Volkov Estava impaciente e inquieto em meu opulento escritório. Sinto-me oprimido pelo desejo por Irina, uma atração que paira sobre mim como uma maldição. Como uma garota pode mexer comigo desse jeito? Nenhuma mulher antes conseguiu abalar o meu controle tão profundamente. O suor escorria pela minha testa, e eu continuava a passar as mãos pelos cabelos cuidadosamente alinhados. Cada pensamento, cada olhar, cada toque que compartilhamos consumiam-me como um incêndio ardente em minha alma. Acho que estou ficando louco, e a sensação de estar à beira de um precipício é inegável. Me aproximo do imponente armário de bebidas, onde repousam várias garrafas de uísque, cada uma delas carregando suas histórias e memórias embutidas nas profundezas de seus rótulos envelhecidos. Pego uma delas, um dos meus tesouros, como se a âmbar bebida pudesse oferecer alguma solução para o turbilhão de sentimentos que Irina despertou em mim. Não hesito, abrindo a garrafa com um gesto firme. O som do lí