Maxim Volcov.Sinto-me afundado em minha poltrona, envolto em meus dilemas. Os associados movem-se freneticamente na busca por enfraquecer o cartel de La Sombra, e acredito que é apenas uma questão de tempo até alcançarmos nosso objetivo. Observo o ponteiro do relógio avançar, meus olhos já cansados começam a embaçar pelo sono. Esfrego-os com vigor, buscando manter a visão aguçada.Num esforço para desviar a mente das complexidades do meu trabalho, abro outro notebook. A curiosidade sobre as atividades de Irina me consome. Proibi firmemente que ela deixasse a mansão, preocupado com sua segurança. Contudo, sei que Irina é impulsiva, e a necessidade de monitorá-la é imperativa.Essa constante tensão entre o mundo do crime e o cuidado por Irina me mantém alerta, mesmo nas horas tardias da noite. A segurança é prioridade, e a vulnerabilidade de Irina, uma preocupação constante. Enquanto os planos contra o cartel avançam, não posso ignorar a sensação de que o relógio está contando não apen
Maxim Volcov.De pé, decidido, recuso-me a permanecer de braços cruzados em Nova York. Dirijo-me ao armário, puxando minhas malas com determinação. Ao telefone, informo a Patrick sobre a mudança de planos, ele recebe a notícia com a habitual eficiência. Minhas malas são preparadas rapidamente, e em pouco tempo, meus seguranças estão me escoltando até o aeroporto.O ar gelado da noite corta meu rosto enquanto caminho em direção ao carro esperando por mim. O motor ronrona ao ligar, e a escolta segue pelo labirinto de ruas urbanas em direção ao destino determinado: o aeroporto. Enquanto olho pela janela, vejo os arranha-céus de Nova York desaparecerem gradualmente no horizonte, como se a cidade estivesse se despedindo momentaneamente.Chegamos ao aeroporto, uma estrutura movimentada e frenética mesmo durante a noite. Os seguranças garantem que a transição seja suave, e em breve, estou a bordo de um jato particular. O zumbido dos motores aumenta, e a aeronave se afasta da cidade que, por
Maxim Volcov.Olga sai da sala, mas o eco da minha irritação persiste. A missão de encontrar Irina tornou-se mais complexa do que eu antecipava. Uma sensação de urgência me impulsiona, e a mansão, antes tranquila, agora ecoa com os passos decididos de vários seguranças que percorrem todo o recinto tentando encontrar a falha.Me levanto e saio, meus passos me levam em direção ao salão principal, onde os empregados sussurram entre si. todos estão acordados e parecem nervosos É hora de reafirmar minha autoridade, de redefinir as regras. O jogo começou.Parei diante dos meus empregados, estavam todos reunidos na minha imponente sala, meu olhar normalmente frio e calculista agora ardia com uma ira incontrolável. A atmosfera na sala tornou-se pesada, porque todos os empregados estavam cientes do motivo da reunião, eles mantinham a postura, mas não conseguiam esconder o temor nos olhos.Encarei cada um com uma fúria contida, meus olhos faiscando com uma intensidade que deixava claro que eu n
Irina Volcov.Abro os olhos com dificuldade, tentando focar no ambiente ao meu redor. Minha mente está uma confusão só, como se estivesse tentando juntar peças soltas de um quebra-cabeça. Sinto meus pulsos amarrados, uma sensação incômoda que indica que algo está errado. Fecho os olhos com força, tentando afastar a névoa que obscurece minhas lembranças e colocar meus pensamentos em ordem.Aos poucos, fragmentos começam a se unir, como cenas de um filme que se desenrola lentamente na minha mente. Lembro-me de estar na festa, das risadas, das luzes cintilantes. E então, um vazio. Uma lacuna negra que parece ter engolido parte da minha noite.Abro os olhos novamente, piscando para clarear a visão. O ambiente ao meu redor é escuro, com apenas uma luz fraca filtrando-se de algum lugar distante. O cheiro de mofo paira no ar, indicando que não estou mais na luxuosa mansão, mas em algum lugar completamente diferente.Tento movimentar-me, mas sinto a resistência das amarras em meus pulsos. A i
Irina Petrova.A porta da cabana estremece com o impacto de seu fechamento abrupto, ecoando no espaço confinado como um trovão sombrio. Os olhos daquele homem, uma amalgama de malícia e crueldade, encontram os meus, uma intensidade grotesca que faz meu estômago revirar.Seu sorriso, um arco maldoso que se forma no canto de sua boca, é um presságio sinistro do que está por vir. Aproxima-se lentamente, carregando uma sacola nas mãos, que balança como um estandarte de perigo iminente.Cada passo ressoa no assoalho gasto da cabana, criando uma batida macabra que parece sincronizada com as batidas frenéticas do meu coração. Seu olhar, penetrante como o fio de uma adaga, examina-me como se lesse os segredos mais profundos da minha alma, mergulhando na escuridão de meus receios.Olho para a sacola que ele carrega, o que será que tem dentro dela? Meus pensamentos tentam descobrir. O ambiente parece se contrair, como se a própria cabana se fechasse ao nosso redor.Então, a presença dele se tor
Irina Petrova.Engoli em seco, tentando reunir coragem para enfrentar aquela situação terrível. “O que você quer de mim?” minha voz mal saiu como um sussurro trêmulo.Arauto sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos frios. “Nós precisamos de informações, minha querida. Informações valiosas que podem fazer a diferença entre a vida e a morte para muitos. E você vai nos ajudar a obtê-las.”Ainda em estado de choque, olhei ao redor da cabana. Os homens me olhavam como um caçador observa sua presa.Arauto se aproximou, suas luvas de couro roçando meu rosto. “Seja cooperativa, e talvez isso acabe mais rápido do que você imagina.”Os minutos seguintes pareceram uma eternidade de tortura mental. Pavarte, ainda gemendo de dor, foi arrastado para um canto distante da cabana. Os outros homens, agora em alerta, observavam cada movimento meu. Arauto circulava ao meu redor como um predador, mantendo uma proximidade ameaçadora.“O que você quer saber?” murmurei, derrotada pela sensação de impo
Maxim Volkov.A noite se arrastava como uma sombra densa pela mansão Volkov. O eco dos meus passos pelo escritório ecoava a inquietação que permeava o ambiente. Cada discagem no telefone de Irina era uma tentativa desesperada de quebrar o silêncio opressivo.O celular dela permanecia desligado, uma evidência sombria de que algo estava errado. O brilho fraco da tela do meu próprio telefone iluminava o rosto, revelando a tensão que se acumulava em cada linha de expressão.A espera era insuportável, como se o tempo estivesse congelado em um momento de angústia. Meus pensamentos se debatiam em um turbilhão de possibilidades, nenhuma delas reconfortante. A incerteza alimentava a fera interior, uma mistura de preocupação e ira contida.Enquanto aguardava por qualquer sinal, meu olhar se fixava na vastidão escura além da janela. O céu noturno parecia um poço sem fundo, refletindo o vazio que crescia dentro de mim. A mansão, geralmente imponente, agora carregava o peso do desconhecido.As hor
Maxim Volcov.O eco vazio dos corredores da minha mansão parecia uma sinfonia silenciosa, uma sensação desconfortável, uma mistura traiçoeira de raiva e preocupação, instalou-se em meu peito. Desafios à minha autoridade eram inaceitáveis, mas uma parte de mim ansiava compreender a motivação por trás da fuga.A descoberta de que ela se aventurara na festa da faculdade inflamou meu ímpeto. Ao retornar à minha fortaleza, meus homens já haviam capturado os envolvidos. Decidi que, desta vez, eu mesmo participaria do interrogatório. Eles revelariam o paradeiro de Irina, quer fosse por bem ou por mal.O relógio, imperturbável, marcava as horas como se o tempo fosse indiferente ao drama que se desenrolava. Minha paciência, normalmente inabalável, estava à beira do colapso. Adentrei a pequena sala no subterrâneo, onde dois jovens, amarrados pelos punhos e com sacos sobre as cabeças, aguardavam. A escuridão do ambiente realçava a tensão no ar.Encarei-os com a frieza de quem estava acostumado a