Maxim Volcov.Olga sai da sala, mas o eco da minha irritação persiste. A missão de encontrar Irina tornou-se mais complexa do que eu antecipava. Uma sensação de urgência me impulsiona, e a mansão, antes tranquila, agora ecoa com os passos decididos de vários seguranças que percorrem todo o recinto tentando encontrar a falha.Me levanto e saio, meus passos me levam em direção ao salão principal, onde os empregados sussurram entre si. todos estão acordados e parecem nervosos É hora de reafirmar minha autoridade, de redefinir as regras. O jogo começou.Parei diante dos meus empregados, estavam todos reunidos na minha imponente sala, meu olhar normalmente frio e calculista agora ardia com uma ira incontrolável. A atmosfera na sala tornou-se pesada, porque todos os empregados estavam cientes do motivo da reunião, eles mantinham a postura, mas não conseguiam esconder o temor nos olhos.Encarei cada um com uma fúria contida, meus olhos faiscando com uma intensidade que deixava claro que eu n
Irina Volcov.Abro os olhos com dificuldade, tentando focar no ambiente ao meu redor. Minha mente está uma confusão só, como se estivesse tentando juntar peças soltas de um quebra-cabeça. Sinto meus pulsos amarrados, uma sensação incômoda que indica que algo está errado. Fecho os olhos com força, tentando afastar a névoa que obscurece minhas lembranças e colocar meus pensamentos em ordem.Aos poucos, fragmentos começam a se unir, como cenas de um filme que se desenrola lentamente na minha mente. Lembro-me de estar na festa, das risadas, das luzes cintilantes. E então, um vazio. Uma lacuna negra que parece ter engolido parte da minha noite.Abro os olhos novamente, piscando para clarear a visão. O ambiente ao meu redor é escuro, com apenas uma luz fraca filtrando-se de algum lugar distante. O cheiro de mofo paira no ar, indicando que não estou mais na luxuosa mansão, mas em algum lugar completamente diferente.Tento movimentar-me, mas sinto a resistência das amarras em meus pulsos. A i
Irina Petrova.A porta da cabana estremece com o impacto de seu fechamento abrupto, ecoando no espaço confinado como um trovão sombrio. Os olhos daquele homem, uma amalgama de malícia e crueldade, encontram os meus, uma intensidade grotesca que faz meu estômago revirar.Seu sorriso, um arco maldoso que se forma no canto de sua boca, é um presságio sinistro do que está por vir. Aproxima-se lentamente, carregando uma sacola nas mãos, que balança como um estandarte de perigo iminente.Cada passo ressoa no assoalho gasto da cabana, criando uma batida macabra que parece sincronizada com as batidas frenéticas do meu coração. Seu olhar, penetrante como o fio de uma adaga, examina-me como se lesse os segredos mais profundos da minha alma, mergulhando na escuridão de meus receios.Olho para a sacola que ele carrega, o que será que tem dentro dela? Meus pensamentos tentam descobrir. O ambiente parece se contrair, como se a própria cabana se fechasse ao nosso redor.Então, a presença dele se tor
Irina Petrova.Engoli em seco, tentando reunir coragem para enfrentar aquela situação terrível. “O que você quer de mim?” minha voz mal saiu como um sussurro trêmulo.Arauto sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos frios. “Nós precisamos de informações, minha querida. Informações valiosas que podem fazer a diferença entre a vida e a morte para muitos. E você vai nos ajudar a obtê-las.”Ainda em estado de choque, olhei ao redor da cabana. Os homens me olhavam como um caçador observa sua presa.Arauto se aproximou, suas luvas de couro roçando meu rosto. “Seja cooperativa, e talvez isso acabe mais rápido do que você imagina.”Os minutos seguintes pareceram uma eternidade de tortura mental. Pavarte, ainda gemendo de dor, foi arrastado para um canto distante da cabana. Os outros homens, agora em alerta, observavam cada movimento meu. Arauto circulava ao meu redor como um predador, mantendo uma proximidade ameaçadora.“O que você quer saber?” murmurei, derrotada pela sensação de impo
Maxim Volkov.A noite se arrastava como uma sombra densa pela mansão Volkov. O eco dos meus passos pelo escritório ecoava a inquietação que permeava o ambiente. Cada discagem no telefone de Irina era uma tentativa desesperada de quebrar o silêncio opressivo.O celular dela permanecia desligado, uma evidência sombria de que algo estava errado. O brilho fraco da tela do meu próprio telefone iluminava o rosto, revelando a tensão que se acumulava em cada linha de expressão.A espera era insuportável, como se o tempo estivesse congelado em um momento de angústia. Meus pensamentos se debatiam em um turbilhão de possibilidades, nenhuma delas reconfortante. A incerteza alimentava a fera interior, uma mistura de preocupação e ira contida.Enquanto aguardava por qualquer sinal, meu olhar se fixava na vastidão escura além da janela. O céu noturno parecia um poço sem fundo, refletindo o vazio que crescia dentro de mim. A mansão, geralmente imponente, agora carregava o peso do desconhecido.As hor
Maxim Volcov.O eco vazio dos corredores da minha mansão parecia uma sinfonia silenciosa, uma sensação desconfortável, uma mistura traiçoeira de raiva e preocupação, instalou-se em meu peito. Desafios à minha autoridade eram inaceitáveis, mas uma parte de mim ansiava compreender a motivação por trás da fuga.A descoberta de que ela se aventurara na festa da faculdade inflamou meu ímpeto. Ao retornar à minha fortaleza, meus homens já haviam capturado os envolvidos. Decidi que, desta vez, eu mesmo participaria do interrogatório. Eles revelariam o paradeiro de Irina, quer fosse por bem ou por mal.O relógio, imperturbável, marcava as horas como se o tempo fosse indiferente ao drama que se desenrolava. Minha paciência, normalmente inabalável, estava à beira do colapso. Adentrei a pequena sala no subterrâneo, onde dois jovens, amarrados pelos punhos e com sacos sobre as cabeças, aguardavam. A escuridão do ambiente realçava a tensão no ar.Encarei-os com a frieza de quem estava acostumado a
Irina Petrova.O tempo se esticava como uma lâmina afiada, cada segundo arrastando consigo a incerteza e o desconforto. Amarrada e amordaçada novamente, minhas forças pareciam escapar como a areia que escorrega pelos dedos. Os lábios ressecados clamavam por um alívio, mas a mordaça era implacável em seu aperto, prendendo não apenas palavras, mas também qualquer tentativa de conforto.A sensação entorpecente nas mãos tornava cada movimento uma tarefa árdua. Eu me debatia contra as amarras, desejando que a realidade distorcida desse cativeiro se desvanecesse como um pesadelo. A sede aumentava, e o gosto desagradável do pano sujo intensificava minha agonia.A escuridão ao meu redor ecoava com o som abafado do silêncio, interrompido apenas por meus próprios gemidos abafados. Cada minuto parecia uma eternidade, e a ansiedade crescia como uma sombra implacável.Respirei fundo, tentando acalmar os nervos. A cada inspiração, a luta contra as amarras se intensificava, uma dança de desespero e
Irina Petrova.Corri com todas as forças que restavam, minha garganta queimava pela brutal corrida, mas não ousei parar. Se aquele demônio me alcançasse, não poderia voltar a ficar presa. A floresta estava escura, iluminada apenas pelos tênues raios da lua, que criavam sombras assustadoras entre as árvores. Cada passo era uma luta contra a exaustão e o medo que me impulsionava adiante. A respiração ofegante misturava-se ao som dos galhos quebrando sob meus pés, ecoando como um coro sinistro em meio à noite. O instinto de sobrevivência guiava meus movimentos, enquanto eu me afastava cada vez mais da ameaça que ainda podia sentir espreitando nas sombras.Eu ansiava por ver alguma luz entre as árvores, mesmo que fosse distante. Contudo, meus pés vacilaram, e meu corpo despencou barranco abaixo. A colisão foi brutal, minha cabeça encontrou algo sólido, e a visão começou a turvar. No entanto, não havia tempo para fraquejar.A escuridão da floresta, antes iluminada pelos raios da lua, agor