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Capítulo 7 - Lana

Desci as escadas usando meu vestido escuro, calcei uma sapatilha bem confortável e que me ajudou a aquecer os pés. Doutor Alberto me levou até a sala de jantar, dona Ofélia parecia não ter gostado nada de mim e deixou bem claro que eu não deveria fazer minhas refeições com o patrão. Eu li e reli o contrato várias vezes, eu sabia disso, mas ele me disse que naquela noite eu poderia e ele não iria descer para me conhecer naquela noite. Isso me deixou mais calma e até consegui comer bem, o jantar estava maravilhoso e achei que iria me deparar com coisas estranhas da culinária do país, mas não, eram todos brasileiros como eu.

Depois do jantar, doutor Alberto foi falar com Leon no escritório e eu fiquei na sala olhando uns quadros na sala de estar. Conversei com Ofélia e acho que consegui conquistar a sua confiança, não quero me indispor com ninguém, já estou em uma situação desvantajosa.

Eu queria muito encontrar uma foto dele entre aqueles quadros, mas não achei. Esperei um bom tempo até que Alberto desceu as escadas.

— Tenho que ir agora, Lana, lembre—se de que pode me ligar quando precisar. E não se preocupe, eu sempre venho a essa casa para cuidar de tudo que tem a ver com as finanças e as coisas da casa, vamos nos ver de novo em breve!

— Eu agradeço por isso, e vá com Deus.

Eu queria poder ir com ele, agora ficarei sozinha nessa casa enorme. Apesar do cansaço da viagem, eu estava sem sono, em um ambiente hostil, eu não conseguia me desligar. Fui para o quarto, havia um sinal de wi-fi, mas eu não tinha a senha e meu celular só funcionava para ligações.

— Eu não posso aceitar isso, Leon precisa me passar essa senha. Quero poder mandar mensagens em tempo real para Ana Cláudia e saber da minha mãe, liguei para o celular dela e iria avisar sobre a minha chegada, mas ninguém atendeu.

Tirei um leve cochilo, decidi tomar um pouco d'água e parecia ser tarde da noite. Eu ouvia o som do vento lá fora, desci as escadas, tomei água e depois subi de volta para o meu quarto, me assustei ao ver aquele enorme homem vestido de preto, camisa de mangas longas e seu rosto, estava encoberto pela escuridão de uma sombra.

— Senhor Leon? — Eu disse, e ele não quis olhar para mim, entrou duas portas depois do meu quarto.

Fiquei assustada aquela cena, acho que ele queria me procurar já nessa noite, mas eu posso tê-lo assustado com minha presença repentina. Entrei no meu quarto, tranquei a porta, mesmo sabendo que não posso ter medo dele.

— Não sei como serão as coisas a partir de amanhã, já sinto tanta falta da minha casa e da minha mãe. Eu sou estúpida, se aceitei passar por isso, tenho que ser forte e não esmorecer.

Depois de muito tempo, eu consegui dormir e coloquei o meu alarme para do celular para despertar às 7:00, um dos parágrafos estipulava que eu não poderia dormir demasiadamente e precisava estar sempre disposta e pronta para o trabalho.

Tomei um banho quente, penteei os cabelos e escolhi um vestido floral, não era uma estampa escandalosa ou que chamasse tanta atenção assim, acho que não será um problema para ele. Passei um batom quase imperceptível e um perfume suave, desci as escadas e logo vi Fabiano saindo.

— Bom dia Lana, como passou a noite?

Ele me perguntou com um sorriso e se aproximou quando eu descia o último degrau da escada.

— Felizmente consegui descansar, está indo para a cidade?

— Sim, Ofélia me pediu para trazer umas compras.

— Quem sabe um dia eu possa ir com você, para trazer as coisas e sair um pouco da escuridão dessa casa!

— Você não coloca um pé para fora dessa casa, sem a minha permissão.

Senti alguém me segurar o pulso com força, mas com a maciez de uma luva e aquela voz grossa me repreender e intimidar Fabiano. Fiquei com medo de olhar para trás.

— Não vai se virar de frente para me conhecer? — Leon pediu, ao apertar meu pulso com um pouco mais de força, me virei para ele.

Alto e forte, Leon usava uma máscara branca em parte de seu rosto e parecia ainda maior por estar a um degrau acima de mim naquela escada, desceu ficando ao meu lado e me puxou pela cintura encostando nossos corpos de lado.

— Vá cuidar do seu trabalho, Fabiano! — Disse ele em tom autoritário e Fabiano saiu.

Soltou-me e desceu as escadas, ficando na minha frente. Ele sorriu timidamente, parecia estar se deleitando ao me ver constrangida.

— O que foi Lana, parece ter ficado decepcionada ao conhecer quem te contratou. Prazer, Leon Versalles! — Ele esticou a mão direita, a que usava uma luva.

— Muito prazer senhor Leon, como vai?

O cumprimentei, minha mão tremia tanto que eu não pude disfarçar o medo que estava sentindo.

— Maravilhosamente bem, como pode notar moça.

Absolutamente todas as palavras que saiam da boca dele, parcialmente coberta pela máscara, soava falso e dissimulado.

— Lana, vejo que já conheceu Leon. Seu café da manhã está servido na cozinha e vou levar o seu para o quarto, como sempre patrão.

Até respirei fundo, quando Ofélia nos interrompeu.

— Sim, vamos, estou faminta.

— Coma e depois suba até o meu quarto! — Ele pediu, antes que eu fosse.

— Sim, senhor!

Me sentei naquela cadeira, lá se foi todo meu apetite.

— Você disse estar com fome. — Ofélia perguntou e a voz dela parecia distante, mas era minha mente que já não estava ali.

— Vou comer as frutas, acho que o fuso horário me deixou um pouco confusa.

Demorei muitos minutos para conseguir engolir uma maçã, subi as escadas contando degrau por degrau, parei em frente a porta do quarto dele e respirei fundo ao bater por duas vezes em sua porta.

— Entre!

Eu abri a porta devagar, havia uma bandeja sobre uma mesa. Um copo de suco pela metade, o quarto dele era ainda mais escuro do que os outros, assim que fechei a porta por dentro ele fechou o notebook veio até mim.

— Parece que não leu as cláusulas do contrato, veja como está vestida?

— Mas o meu vestido tem um tom escuro. — Respondi quase gaguejando.

— Tire a roupa!

— Sim, senhor.

Ele ficou de longe me olhando e como me sinto humilhada. Preciso pensar naquilo que me motiva a estar aqui, minha mãe só tem a mim e não posso falhar com ela. Tirei o meu vestido, e as peças íntimas as coloquei sobre uma cadeira ao meu lado. Leon veio para perto de mim, acariciou levemente os meus seios que se enrijeceram com o toque de sua luva, meu coração acelerou de medo bruscamente.

— Sua pele é tão macia e suave! — Ele disse ofegante.

Leon me abraçou pela cintura e nos olhando nos olhos, ele me levou até a borda da cama, o toque do meu corpo nu em sua roupa parecia tê-lo deixado ainda mais excitado. Ele me virou de costas para ele e de frente para a cama e com a mão, me fez repousar parte do corpo, eu estava de nádegas para cima, ele esfregou o pênis ainda dentro da roupa no meu corpo.

Ouvi seu zíper ser aberto, fechei os meus olhos e me preparei, mas não foi o bastante, a dor de ser invadida com tanta força, me fez gritar antes de tapar minha boca com a mão direita.

— Não!

Aquele sofrimento não durou muito tempo, mas para mim foi uma eternidade. Nunca havia sentido isso em toda a minha vida, só tive um parceiro sexual, meu ex-namorado, ele sempre era carinhoso comigo.

Senti a dor de cada investida de Leon para dentro de mim, minha vagina não estava pronta para receber o corpo dele, mas isso não importava e eu sentia as mãos dele apertarem minhas nádegas, até que Leon ejaculou.

Retirou-se de dentro de mim e naquele momento eu pude respirar de novo sem aquela ardência, me levantei devagar, secando as lágrimas e cobrindo meus seios, sentindo o sêmen dele escorrer por minhas pernas.

— Vista-se e saia da minha frente!

Me abaixei de costas para ele, me vesti, saí daquele quarto o mais rápido que pude. Corri para dentro do meu quarto e caí na cama, chorei até meus olhos doerem… eu precisava falar, desabafar nem que fosse com as paredes.

— Ele é um doente, muito pior do que poderia imaginar. Não sei se consigo passar por isso de novo!

Fui para o banheiro, me lavei inteira, fiquei o resto da manhã toda chorando no quarto. Ouvi baterem na porta e era Ofélia.

— Lana, por que ainda não desceu para almoçar?

— Estou sem fome, dona Ofélia.

— Você não comeu nada de manhã e de novo não vai comer? Esteve chorando...

— Eu não quero falar sobre isso, mas acho que não vou poder ficar. — Eu disse a ela e não pude controlar as lágrimas.

— Não me diga que vai embora? Tente se acalmar e pensar melhor.

— Eu pensei ser uma pessoa forte, mas eu não sou. Vou pedir ao doutor Alberto para que venha me buscar.

Fui pegar o meu celular que sempre ficava sobre o criado mudo, mas não estava. Estranhei e comecei a procurar por todos os cantos daquele quarto.

— Ofélia, você viu meu celular?

Ela ficou muda, claro que ela sabia.

— Você sabe onde está, me diga! — O silêncio dela deixou-me mais irritada, desci as escadas correndo, sei que há um telefone na cozinha e eu decorei o número do doutor Alberto.

Ofélia veio para perto de mim.

— Lana, você precisa ficar calma.

— Eu confiei em você, achei que me ajudaria se eu precisasse.

Alberto atendeu o celular, eu mal conseguia falar entre os soluços do meu choro.

— Por favor, venha me buscar!

— O que aconteceu? Por que está chorando tanto? Leon te fez alguma coisa?

— Disse que me buscaria se as coisas não dessem certo, estou arrumando as minhas malas e espero o senhor. — Bati o telefone, não sei o que farei se esse advogado não cumprir a palavra dele.

— Pense bem, Lana, você está aqui por algum motivo.

— Chega Ofélia, eu não posso e não vou ficar. Vou subir as escadas até o meu quarto e vou arrumar as minhas coisas, para esperar o doutor Alberto.

Entrei no meu quarto, decidi não levar de volta nada do que ele me deu. Coloquei os poucos pertences que eu tinha, em uma mala e ia descer as escadas de novo para esperar por ele na sala. Olhei para a porta, Leon foi mais rápido, tirou a chave e me trancou pelo lado de fora.

Comecei a gritar batendo naquela porta até as minhas mãos doerem, caí sentada no chão e apavorada.

— Abre essa porta Leon, você não pode me prender para sempre!

O que fiz da minha vida?

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