Natália
Hoje é meu primeiro dia na empresa de Lucas, e a ansiedade está a mil. Cheguei aqui às sete e meia da manhã, o sol ainda estava tímido, mas a energia do dia novo pulsava em mim. Ao entrar, fui recebida por uma moça muito simpática que me chamou para uma sala. Ela me entregou meu uniforme e, com um sorriso, me disse que o chefe gosta que as secretárias estejam bem vestidas. Agradeci o conselho, um pouco nervosa, e fui ao banheiro me trocar.
Enquanto eu me arrumava, escutei a conversa de duas mulheres que estavam na cabine ao lado. Elas falavam sobre o chefe, e, para minha surpresa, o elogio não era só profissional.
— Ele é gostoso, tem uma pegada forte — disse uma delas, enquanto a outra ria.
Ouvindo isso, não pude evitar um pensamento rápido: *nojentas*. Não entendi como podiam ser tão superficiais logo de cara. Mas, enfim, cada um com seus gostos.
Depois de me trocar, me olhei no espelho. O uniforme estava justo, mas não desconfortável. Senti que estava pronta para enfrentar o dia. Subi para o andar da presidência, meu coração batendo mais rápido a cada passo. O elevador parou e, quando as portas se abriram, eu acabei esbarrando em uma verdadeira parede de músculos.
Braços fortes me seguraram antes que eu pudesse cair, e, ao levantar a cabeça, me deparei com o homem que seria meu chefe. Lucas. Ele tinha um corpo todo definido, e sua expressão era séria.
— Olhe por onde anda, maluquinha — ele disse, com um tom que misturava reprovação e um toque de humor.
— Perdão, eu não tinha te visto — respondi, tentando me afastar dele o mais rápido possível. A situação era estranha, e eu não queria que ele pensasse que eu estava desatenta. Mas a resposta dele veio com um desdém que me deixou um pouco desconcertada.
— Como sempre — ele falou, e eu senti um frio na barriga.
— Quando eu disse que não facilitaria para você, eu não estava mentindo. Agora vá revisar aqueles papéis que a outra secretária inútil deixou e nem pense em fazer de qualquer jeito — ele disse, se virando e começando a andar.
Antes que as portas do elevador se fechassem, vi ele dando um tchauzinho, como se estivesse realmente se divertindo com a situação. Fiquei ali, paralisada por um momento, processando tudo o que havia acontecido. *O que foi isso?* Ele parecia tão seguro de si, tão imponente. Era difícil não sentir uma mistura de admiração e irritação. Decidi que não iria me deixar abalar. Ele podia ser o chefe, mas eu estava ali para fazer meu trabalho da melhor maneira possível.
Entrei em uma sala que parecia um verdadeiro caos. Papéis espalhados, pastas abertas e um computador que parecia ter passado por uma tempestade. Respirei fundo e comecei a organizar tudo. A cada papel que eu revisava, pensava em como poderia impressionar Lucas. Ele precisava saber que eu era mais do que uma nova secretária; eu estava ali para fazer a diferença.
As horas passaram e, enquanto trabalhava, não consegui deixar de pensar nas palavras daquelas mulheres no banheiro. Era claro que havia um certo clima em torno de Lucas, e eu não queria fazer parte disso. Meu foco era o trabalho, e eu estava determinada a me destacar.
Quando finalmente terminei de revisar os papéis, decidi que era hora de mostrar meu esforço. Levantei e fui até a sala dele. Bati na porta e entrei sem esperar resposta. Ele estava sentado à sua mesa, olhando para o computador, e quando me viu, levantou uma sobrancelha.
— Você já terminou? — ele perguntou, um tanto surpreso.
— Sim, revisei tudo e organizei os documentos que estavam fora do lugar. Espero que esteja tudo de acordo — respondi, tentando manter a voz firme.
Ele olhou para os papéis em minha mão e depois para mim.
— Vamos ver então — disse, estendendo a mão para pegar os documentos. Enquanto ele os examinava, eu sentia meu coração acelerar. O que ele pensaria sobre meu trabalho?
Após alguns minutos que pareceram uma eternidade, Lucas finalmente levantou os olhos.
— Não está mal. Você pode ser útil aqui, desde que mantenha esse nível de dedicação — disse ele, com um leve sorriso no rosto. Aquilo me fez sentir um pouco mais relaxada.
— Obrigada, estou aqui para ajudar no que for necessário — respondi, sentindo uma onda de alívio.
Mas antes que eu pudesse sair, ele continuou:
— E, Natália, não se esqueça de se vestir adequadamente para a reunião. A imagem é tudo aqui.
Senti um frio na barriga novamente. Ele estava certo, a imagem era importante, e eu precisava estar à altura das expectativas.
No entanto, algo estava prestes a mudar. Enquanto ele examinava os documentos, percebi um erro em um deles. Era um detalhe pequeno, mas importante. Decidi falar.
— Lucas, só para avisar, encontrei um erro em um dos relatórios — comecei, hesitante.
Ele olhou para mim, a expressão mudando instantaneamente de interesse para irritação.
— E você acha que isso é da sua conta? — ele respondeu, a voz cortante.
— Eu só queria ajudar. Se você quer que eu faça um bom trabalho, é importante que você saiba quando algo não está certo — retruquei, sentindo o sangue ferver.
— Não me diga como gerenciar meu trabalho, Natália. Você é nova aqui e ainda tem muito a aprender — ele disse, a frustração evidente em seu tom.
— Eu entendo isso, mas não posso ficar calada se vejo um erro — respondi, cruzando os braços, desafiando-o.
A tensão na sala aumentou. Lucas se levantou, caminhando lentamente em minha direção, cada passo ecoando como um aviso. Ele se aproximou tanto que eu me senti encurralada contra a parede.
— Você realmente acha que pode me dar lições de como agir? — ele perguntou, a voz baixa e intensa, quase um sussurro em meu ouvido.
Senti um frio na barriga, mas tentei manter a compostura.
— Não estou dando lições, só estou dizendo que a forma como você fala com as pessoas pode ser melhor — retruquei, sem me deixar intimidar.
Ele se inclinou mais perto, seu olhar penetrante fixo em mim.
— Aqui, eu mando. E você obedece — disse ele, a voz firme, como se estivesse selando um pacto.
Nesse momento, a porta se abriu abruptamente, interrompendo a tensão. Uma mulher entrou na sala, e eu não sabia quem ela era. Lucas se afastou rapidamente, e eu respirei aliviada, mas a mulher me olhou com um desprezo que me deixou desconcertada.
— O que está acontecendo aqui? — ela perguntou, a voz carregada de autoridade.
Lucas tentou explicar, mas a mulher não parecia interessada. Ela se virou para mim, o olhar cortante.
— E você, o que está fazendo aqui? — disse ela, com desdém.
Sem esperar uma resposta, ela continuou:
— Fique longe do meu filho. Não tente seduzi-lo, porque você se arrependerá disso.
Com isso, a mulher saiu da sala, e eu fiquei paralisada, tentando processar o que acabara de acontecer. O primeiro dia de trabalho havia se transformado em um turbilhão de emoções, e eu sabia que ainda tinha muito a enfrentar.
LUCASDeixe-me apresentar, eu sou Lucas Almeida o cara mais cobiçado desta cidade. Desde que me entendo por gente, sempre fui considerado o homem mais lindo e desejado por todas as mulheres. Afinal, não é para menos - tenho um corpo escultural, feições perfeitas e um sorriso que derrete qualquer coração. Além da minha beleza fora do comum, posso me considerar um homem de muita sorte. Nasci em berço de ouro, filho único de dois milionários influentes. Meu pai, Marcelo Almeida, é o dono de uma das maiores empresas de tecnologia do país e minha mãe, Elisa, é uma famosa socialite. Cresci em um luxuoso apartamento na cobertura do edifício mais nobre da cidade. Tive acesso a todas as regalias que o dinheiro pode comprar - viagens internacionais, carros importados, festas badaladas. Nunca precisei me preocupar com nada, pois meus pais proviam tudo que eu precisava.Agora, aos 30 anos, estou prestes a dar o próximo passo na minha vida. Meu pai está se aposentando e, como seu único herdeiro, i
Natália Meu nome é Natália Monteiro, tenho 28 anos e moro em uma pequena cidade no interior. Desde que perdi minha mãe Rebeca, há cerca de 6 meses, minha vida deu uma guinada completa. Ela era a única família que eu tinha, já que nunca conheci meu pai.Minha mãe era uma mulher incrível, cheia de vida e de sonhos. Ela me criou sozinha, mas sempre se fez presente e me deu todo o amor e carinho de que eu precisava. Éramos muito unidas e compartilhávamos praticamente tudo. Agora, com sua partida repentina, sinto um vazio enorme dentro de mim.Apesar da dor da perda, eu herdo algumas das melhores qualidades da minha mãe. Sou uma pessoa determinada, esforçada e muito dedicada em tudo o que faço. Sempre fui uma boa aluna na escola e me formei em Administração, seguindo os passos da minha mãe, que trabalhou por muitos anos em uma empresa local.Depois que ela se foi, tenho enfrentado muitas dificuldades. Sem o apoio e a renda da minha mãe, tenho tido que me virar sozinha para pagar as contas
NatáliaAcordei com o barulho do despertador, o som insistente me puxando para a realidade. Olhei para o relógio e percebi que tinha que me apressar. Era um dia importante; eu precisava procurar emprego. Com um suspiro profundo, levantei da cama, sentindo o peso das dificuldades financeiras que me acompanhavam nos últimos meses. O risco de perder o meu apartamento me atormentava, mas eu não podia deixar isso me derrubar.Dirigi-me ao banheiro e liguei a luz. O reflexo no espelho mostrava uma mulher cansada, mas determinada. Comecei a minha rotina de higiene pessoal. Lavei o rosto com água fria, tentando espantar o sono e a tristeza acumulada. Em seguida, escovei os dentes, sentindo a frescura da pasta de dente enquanto pensava em como poderia mudar minha situação.Depois, tomei um banho rápido, a água morna ajudando a relaxar um pouco a tensão que eu sentia. Sequei-me com uma toalha e comecei a me arrumar. Escolhi uma blusa branca simples, mas que me deixava com uma aparência mais pro
NatáliaO despertador tocou cedo, e eu acordei com uma mistura de ansiedade e expectativa. Hoje era o dia da minha entrevista no Grupo Almeida Construções e Infraestrutura, e eu precisava estar perfeita. Levantei da cama, esticando os braços e tentando espantar o sono. Olhei para o espelho e respirei fundo. Era hora de me preparar.Dirigi-me ao banheiro e liguei a luz. O reflexo que me encarava mostrava uma mulher determinada, mas ainda insegura. Comecei a minha rotina de higiene pessoal. Lavei o rosto com água fria, sentindo a refrescância na pele. Em seguida, escovei os dentes com cuidado, tentando manter o foco e afastar os pensamentos negativos que insistiam em me atormentar. Depois, tomei um banho rápido. A água morna escorria pelo meu corpo, e eu aproveitei aquele momento para relaxar. Enquanto me enxugava, pensei em como essa oportunidade poderia mudar minha vida. Se eu conseguisse essa vaga, talvez pudesse finalmente respirar aliviada e deixar as dificuldades financeiras par