CHRISTIAN DAVISEle tinha razão, eu sabia disso, mas ainda assim eu não queria conversar com ela sem ter certeza de que ela estava disposta a exclusividade. Eu não queria correr o risco de estragar o que tínhamos, então minha aposta era começar aos poucos a incluir situações que não fazíamos antes e avaliar sua reação. De qualquer forma, nossa chegada ao estúdio de tatuagem, onde as garotas já nos esperavam, colocou fim aquela conversa, e nós seguimos para o interior da construção para encontrá-las, fingindo naturalidade, apesar de Liam já estar visivelmente mais pálido.— Hey, vocês demoraram — Rose se aproximou, enquanto Camille e Sky folheavam um catálogo de artes, apontando um ou outro desenho.— Estávamos tentando encontrar um jeito do Liam não desmaiar ao ver a agulha — Eu expliquei, recebendo um olhar divertido da garota da recepção.— Davis, isso era informação confidencial — Ele murmurou.— Nós ficamos sabendo que o risco é real, então se preparem — eu o ignorei, abaixando um
ROSE CAMPBELL — Eu daria tudo para ter entrado na sala com os dois, só pra ver como o Liam ia se sair — Eu comentei com um pequeno sorriso enquanto caminhava ao lado de Christian pelo corredor onde ficava o meu quarto. Já era quase duas horas da manhã e por pouco não fomos barrados na entrada da moradia que permitia a entrada dos alunos apenas até às duas em dias de semana e até três e meia nos finais de semana. Nós ficamos até tarde no estúdio, e na volta Skyller pediu para que eu convidasse Theodore e Camille para nos fazer companhia na Brigitte, já que ela queria conversar com Liam.— Eu soube que ela segurou a mão dele o tempo todo, e pela forma que os dois estavam, eu duvido que tenha sido apenas isso — Christian respondeu, caminhando ao meu lado com as duas mãos no bolso.Eu olhei para minhas mãos, me lembrando de mais cedo, quando ele segurou-as ao sair do carro. Aquele pequeno gesto íntimo pareceu tão natural e certo, que por um segundo eu não me reconheci.— Bom, foi dela a
ROSE CAMPBELLSem esperar que eles se manifestassem, eu fui em direção ao prédio de artes onde ficava meu armário, pegando meu caderno e um estojo, me maldizendo mentalmente por não ter me lembrado de levar aquilo comigo para o quarto ontem. Em seguida fui para o prédio principal, onde as aulas teóricas de todas as matérias aconteciam. Estava caminhando distraída quando senti uma bola de neve atingir a lateral do meu braço. Eu ergui minha cabeça assustada, olhando em volta em busca de algum dos meus amigos, mas para minha surpresa, eu avistei Audrey, Alicia e mais duas meninas da irmandade paradas a alguns metros. Era só o que faltava!Decidi respirar fundo e retomar meu caminho, porque realmente não queria me incomodar com aquilo tão cedo, mas elas pareciam não pensar o mesmo.— Olha só quem está sem os grandes protetores dela — Audrey cantarolou se aproximando.Eu parei de caminhar, lançando um olhar cansado para elas, percebendo que algumas pessoas que passavam já nos observavam c
ROSE CAMPBELL Ainda faltavam vinte minutos para o retorno, e nós duas esperaríamos no hall de qualquer forma então não me importei, me despedindo da minha amiga antes de subir para a sala. Foi quando me lembrei da promessa de falar com a minha mãe, enviando uma mensagem para checar se ela poderia receber uma ligação naquele horário, já que estava em pleno expediente." Desculpe, esqueci de te ligar, pode atender agora?"Demorou alguns segundos para que ela respondesse."Isso é o que toda mãe deseja ouvir, que a filha que ela ficou dezoito horas em trabalho de parto para parir se esqueceu dela"Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios enquanto digitava a resposta."Em primeiro lugar, esse tom dramático combina mais com meu pai do que com você. Em segundo lugar, Skyller passou a noite no quarto do Liam e eu precisava de todos os detalhes" Eu estava caminhando de maneira distraída pelos corredores, aguardando uma nova mensagem de minha mãe quando uma música começou a soar em algum lugar
RoseUma batida voltou a soar na porta, e mais uma vez eu ignorei, fitando a parede branca do outro lado. Mas para minha surpresa, a luz do quarto foi acesa por Christian. Eu escondi meu rosto nos joelhos mais uma vez enquanto ele trancava a porta, antes de se aproximar da cama, colocando algo sobre a mesa de cabeceira antes de subir na cama.Ele não falou nada, em silêncio levou suas mãos até meus pulsos, me forçando a soltar os joelhos que eu estava abraçando antes de me fazer levantar a cabeça, apesar de eu tentar resistir.Tudo o que eu não queria era que ele me visse naquele estado, e mesmo depois de erguer a cabeça, eu evitei olhar em seus olhos. Ainda em silêncio, Christian se levantou, se afastando em seguida, começando a mexer em meus materiais de pintura, mas eu não me atrevia a olhar para ele, meu olhar estava preso em minhas mãos violetas. Minha pele tinha clareado um pouco depois do banho, mas ainda estava longe de voltar à sua cor natural.Christian segurou minha mão, me
RoseSei que sua intenção era me animar, mas eu estava no meu limite ali, e parecia que qualquer coisa poderia me fazer explodir.— Christian — Eu virei meu rosto para ele, olhando em seus olhos de verdade pela primeira vez desde que ele chegou.— Eu só estou te lembrando do quanto você é demais, Rosemarie Miller-Campbell. Eu sei que eu sempre pego no seu pé, mas hoje é bom que você saiba o quanto você é incrível — ele enfatizou.Eu fechei os olhos, respirando fundo na tentativa de impedir as lágrimas de chegarem aos meus olhos, virando meu rosto ao me afastar um pouco dele. E aquela atitude parece tê-lo pegado de surpresa, já que sua mão que ainda estava em meu rosto vacilou.— Chris, eu não derramei uma lágrima sequer com o que aconteceu. Eu estou me mantendo firme, porque eu não quero dar esse gostinho para nenhuma delas, e nesse momento você não está me ajudando a continuar assim — eu voltei a abrir os olhos, olhando para longe, sentindo as lágrimas queimando, tentar forçar para s
Rose Eu limpei minhas lágrimas, assoando o nariz, me sentindo um pouco mais leve naquele momento. O que ele está fazendo comigo? Eu nunca permiti que ninguém se aproximasse tanto! Mas isso não importa, o que importa é que ele está aqui agora. Eu já tenho muito com o que me preocupar no momento para deixar outros anseios tomarem conta do meu interior. Uma pequena batida soou na porta antes que Christian a abrisse. — Eles trouxeram tacos, rosquinhas e suco pra você. Vem comer um pouco — Ele estendeu a mão para mim. Foi quando me lembrei da minha mãe. Durante a tarde ela provavelmente pensou que eu estava em aula, mas se eu não der nenhuma satisfação agora, eles podem começar a se preocupar. Mas a última coisa que eu queria era que eles percebessem que algo estava errado. — Eu estava falando com a minha mãe e parei de responder as mensagens, ela deve estar preocupada — Eu suspirei, me sentando na escrivaninha onde Christian tinha colocado o meu almoço. — Quer usar o meu celular?
RoseEu abri a cortina, observando a lua cheia que aparecia em meio as nuvens no céu nublado, me sentando sobre minhas pernas em cima da cama de costas para a porta, observando o céu.Eu me envolvi em um meio abraço, desejando estar em qualquer outro lugar naquele momento, quem sabe em uma praia no Hawaii ou em um chalé nas montanhas do Colorado. Qualquer lugar longe daquele campus.Um lugar longe de problemas. — Você está com aquela expressão de novo — A voz de Christian me trouxe de volta à realidade, fazendo com que eu notasse que me perdi em meus pensamentos.Eu virei meu rosto para observá-lo, Christian colocou o notebook em cima da minha escrivaninha, se aproximando.— Rose, eu sei que tudo parece péssimo agora, mas vai melhorar — ele garantiu.— Minhas mãos estão secas. Acho que vou precisar passar um pouco de hidratante nelas… no corpo todo na verdade, com o tanto de álcool que usou — eu procurei desconversar.Christian me avaliou por alguns segundos antes de dar de ombros.—