RoseUma batida voltou a soar na porta, e mais uma vez eu ignorei, fitando a parede branca do outro lado. Mas para minha surpresa, a luz do quarto foi acesa por Christian. Eu escondi meu rosto nos joelhos mais uma vez enquanto ele trancava a porta, antes de se aproximar da cama, colocando algo sobre a mesa de cabeceira antes de subir na cama.Ele não falou nada, em silêncio levou suas mãos até meus pulsos, me forçando a soltar os joelhos que eu estava abraçando antes de me fazer levantar a cabeça, apesar de eu tentar resistir.Tudo o que eu não queria era que ele me visse naquele estado, e mesmo depois de erguer a cabeça, eu evitei olhar em seus olhos. Ainda em silêncio, Christian se levantou, se afastando em seguida, começando a mexer em meus materiais de pintura, mas eu não me atrevia a olhar para ele, meu olhar estava preso em minhas mãos violetas. Minha pele tinha clareado um pouco depois do banho, mas ainda estava longe de voltar à sua cor natural.Christian segurou minha mão, me
RoseSei que sua intenção era me animar, mas eu estava no meu limite ali, e parecia que qualquer coisa poderia me fazer explodir.— Christian — Eu virei meu rosto para ele, olhando em seus olhos de verdade pela primeira vez desde que ele chegou.— Eu só estou te lembrando do quanto você é demais, Rosemarie Miller-Campbell. Eu sei que eu sempre pego no seu pé, mas hoje é bom que você saiba o quanto você é incrível — ele enfatizou.Eu fechei os olhos, respirando fundo na tentativa de impedir as lágrimas de chegarem aos meus olhos, virando meu rosto ao me afastar um pouco dele. E aquela atitude parece tê-lo pegado de surpresa, já que sua mão que ainda estava em meu rosto vacilou.— Chris, eu não derramei uma lágrima sequer com o que aconteceu. Eu estou me mantendo firme, porque eu não quero dar esse gostinho para nenhuma delas, e nesse momento você não está me ajudando a continuar assim — eu voltei a abrir os olhos, olhando para longe, sentindo as lágrimas queimando, tentar forçar para s
Rose Eu limpei minhas lágrimas, assoando o nariz, me sentindo um pouco mais leve naquele momento. O que ele está fazendo comigo? Eu nunca permiti que ninguém se aproximasse tanto! Mas isso não importa, o que importa é que ele está aqui agora. Eu já tenho muito com o que me preocupar no momento para deixar outros anseios tomarem conta do meu interior. Uma pequena batida soou na porta antes que Christian a abrisse. — Eles trouxeram tacos, rosquinhas e suco pra você. Vem comer um pouco — Ele estendeu a mão para mim. Foi quando me lembrei da minha mãe. Durante a tarde ela provavelmente pensou que eu estava em aula, mas se eu não der nenhuma satisfação agora, eles podem começar a se preocupar. Mas a última coisa que eu queria era que eles percebessem que algo estava errado. — Eu estava falando com a minha mãe e parei de responder as mensagens, ela deve estar preocupada — Eu suspirei, me sentando na escrivaninha onde Christian tinha colocado o meu almoço. — Quer usar o meu celular?
RoseEu abri a cortina, observando a lua cheia que aparecia em meio as nuvens no céu nublado, me sentando sobre minhas pernas em cima da cama de costas para a porta, observando o céu.Eu me envolvi em um meio abraço, desejando estar em qualquer outro lugar naquele momento, quem sabe em uma praia no Hawaii ou em um chalé nas montanhas do Colorado. Qualquer lugar longe daquele campus.Um lugar longe de problemas. — Você está com aquela expressão de novo — A voz de Christian me trouxe de volta à realidade, fazendo com que eu notasse que me perdi em meus pensamentos.Eu virei meu rosto para observá-lo, Christian colocou o notebook em cima da minha escrivaninha, se aproximando.— Rose, eu sei que tudo parece péssimo agora, mas vai melhorar — ele garantiu.— Minhas mãos estão secas. Acho que vou precisar passar um pouco de hidratante nelas… no corpo todo na verdade, com o tanto de álcool que usou — eu procurei desconversar.Christian me avaliou por alguns segundos antes de dar de ombros.—
CHRISTIAN DAVISDespertei no dia com a sensação de estar sendo observado, abri os olhos e Rose estava acomodada ao meu lado, me observando com uma expressão cansada. Nós tínhamos colocado os colchões das duas camas no chão e dormimos ali. Ou pelo menos eu dormi. A expressão em seu rosto e as olheiras sob seus olhos demonstravam que Rose não teve uma noite como a minha.— Bom dia — Ela forçou um sorriso. Eu me sentei em nossa cama improvisada, a observando com o cenho franzido. Era raro Rose acordar antes de mim nas vezes que dormimos juntos. Ela geralmente entrava em coma quando adormecia.— O que aconteceu? — Eu me sentei.— Nada — ela negou se levantando do colchão — Por que você acha que aconteceu alguma coisa?Ela me deu as costas indo até sua escrivaninha começando a mexer de maneira desinteressada nos materiais ali em cima.— Rose por favor…— Eu não consegui dormir, está bem? — Ela se virou para mim de maneira súbita — eu passei a noite toda tentando apenas fechar os olhos e
ChristianRose apenas balançou a cabeça, respirando fundo antes de me seguir para fora do quarto, parecendo um pouco acuada com os olhares que recebeu das pessoas que estavam no corredor.— Hey, nós não baixamos nossa cabeça para ninguém — Eu sussurrei, passando meu braço por seu ombro, a obrigando a se mover. A garota respirou fundo, colocando ambas as mãos nos bolsos da jaqueta, reassumindo a sua postura corporal que beirava a arrogância quando ela não colocava um sorriso no rosto. — Assim que eu gosto — Eu a provoquei, recebendo um olhar divertido em troca.Nós caminhamos por alguns metros em silêncio, ignorando os olhares que recebemos até alcançar o primeiro lance de escadas.— Você viu como estão nos olhando? Eu estou desfilando com o seu nome escrito no peito — Rose comentou, mas eu não me importei nem um pouco.— E isso te incomoda? Uma vez você me disse que a jaqueta ficava melhor em você do que em mim — eu lhe lancei um olhar enviesado, ainda com o braço ao redor do seu o
CHRISTIAN DAVISEu não esperei uma resposta, indo em direção à porta, sentindo o olhar de Rose grudado em mim o tempo todo. Assim que me vi do lado de fora da moradia, sentindo o vento gelado em meu rosto, eu suspirei, ligando para Jack antes que ele me enchesse de novas mensagens. Como era esperado, o homem não demorou para atender a chamada.— Davis…— Bom dia senhor Campbell — eu o cumprimentei, estranhando um pouco seu tom de voz.— Minha filha está com você? — Ele buscou confirmação.— Não, eu a deixei com Liam e os outros para poder…— Ótimo, então é bom você começar a me contar tudo, rapaz — ele me cortou, me fazendo arregalar os olhos.Eu franzi o cenho, começando a caminhar pelo campus, procurando um lugar tranquilo para aquela ligação.— Contar o que? — Eu devolvi.Não tinha como ele saber o que aconteceu, certo?— É melhor você não brincar comigo nesse momento, Davis — sua voz saiu praticamente em um rosnado, me surpreendendo.— Senhor Campbell , eu não tenho certeza se ent
ChristianA garçonete retornou com nossos pedidos, colocando as duas xícaras de espresso na frente do homem, me lançando um olhar preocupado ao colocar a xícara com o chai latte na minha frente.— Você pode me trazer um chá de camomila? — Eu pedi, mais uma vez observando a garota se afastar — olha, eu não estava com ela quando aconteceu e não a obriguei a falar mais do que o necessário ontem. Ela já ia reviver a situação hoje durante a reunião com a assistência social da faculdade…— Pára de me enrolar e me conta o que você sabe de uma vez! — ele murmurou, tamborilando os dedos na mesa, mostrando toda sua energia acumulada pelo excesso de cafeína ingerida naquela manhã.— Talvez seja melhor eu tomar esse — Eu murmurei, invertendo nossas bebidas, deixando o chai latte para ele enquanto puxava as xícaras de espresso para mim.Jack apenas revirou os olhos mas não discutiu, parecendo aceitar minha sugestão, e antes que ele pudesse voltar atrás, eu comecei a beber a primeira xícara, me lem