CHRISTIAN DAVISDespertei no dia com a sensação de estar sendo observado, abri os olhos e Rose estava acomodada ao meu lado, me observando com uma expressão cansada. Nós tínhamos colocado os colchões das duas camas no chão e dormimos ali. Ou pelo menos eu dormi. A expressão em seu rosto e as olheiras sob seus olhos demonstravam que Rose não teve uma noite como a minha.— Bom dia — Ela forçou um sorriso. Eu me sentei em nossa cama improvisada, a observando com o cenho franzido. Era raro Rose acordar antes de mim nas vezes que dormimos juntos. Ela geralmente entrava em coma quando adormecia.— O que aconteceu? — Eu me sentei.— Nada — ela negou se levantando do colchão — Por que você acha que aconteceu alguma coisa?Ela me deu as costas indo até sua escrivaninha começando a mexer de maneira desinteressada nos materiais ali em cima.— Rose por favor…— Eu não consegui dormir, está bem? — Ela se virou para mim de maneira súbita — eu passei a noite toda tentando apenas fechar os olhos e
ChristianRose apenas balançou a cabeça, respirando fundo antes de me seguir para fora do quarto, parecendo um pouco acuada com os olhares que recebeu das pessoas que estavam no corredor.— Hey, nós não baixamos nossa cabeça para ninguém — Eu sussurrei, passando meu braço por seu ombro, a obrigando a se mover. A garota respirou fundo, colocando ambas as mãos nos bolsos da jaqueta, reassumindo a sua postura corporal que beirava a arrogância quando ela não colocava um sorriso no rosto. — Assim que eu gosto — Eu a provoquei, recebendo um olhar divertido em troca.Nós caminhamos por alguns metros em silêncio, ignorando os olhares que recebemos até alcançar o primeiro lance de escadas.— Você viu como estão nos olhando? Eu estou desfilando com o seu nome escrito no peito — Rose comentou, mas eu não me importei nem um pouco.— E isso te incomoda? Uma vez você me disse que a jaqueta ficava melhor em você do que em mim — eu lhe lancei um olhar enviesado, ainda com o braço ao redor do seu o
CHRISTIAN DAVISEu não esperei uma resposta, indo em direção à porta, sentindo o olhar de Rose grudado em mim o tempo todo. Assim que me vi do lado de fora da moradia, sentindo o vento gelado em meu rosto, eu suspirei, ligando para Jack antes que ele me enchesse de novas mensagens. Como era esperado, o homem não demorou para atender a chamada.— Davis…— Bom dia senhor Campbell — eu o cumprimentei, estranhando um pouco seu tom de voz.— Minha filha está com você? — Ele buscou confirmação.— Não, eu a deixei com Liam e os outros para poder…— Ótimo, então é bom você começar a me contar tudo, rapaz — ele me cortou, me fazendo arregalar os olhos.Eu franzi o cenho, começando a caminhar pelo campus, procurando um lugar tranquilo para aquela ligação.— Contar o que? — Eu devolvi.Não tinha como ele saber o que aconteceu, certo?— É melhor você não brincar comigo nesse momento, Davis — sua voz saiu praticamente em um rosnado, me surpreendendo.— Senhor Campbell , eu não tenho certeza se ent
ChristianA garçonete retornou com nossos pedidos, colocando as duas xícaras de espresso na frente do homem, me lançando um olhar preocupado ao colocar a xícara com o chai latte na minha frente.— Você pode me trazer um chá de camomila? — Eu pedi, mais uma vez observando a garota se afastar — olha, eu não estava com ela quando aconteceu e não a obriguei a falar mais do que o necessário ontem. Ela já ia reviver a situação hoje durante a reunião com a assistência social da faculdade…— Pára de me enrolar e me conta o que você sabe de uma vez! — ele murmurou, tamborilando os dedos na mesa, mostrando toda sua energia acumulada pelo excesso de cafeína ingerida naquela manhã.— Talvez seja melhor eu tomar esse — Eu murmurei, invertendo nossas bebidas, deixando o chai latte para ele enquanto puxava as xícaras de espresso para mim.Jack apenas revirou os olhos mas não discutiu, parecendo aceitar minha sugestão, e antes que ele pudesse voltar atrás, eu comecei a beber a primeira xícara, me lem
ChristianTudo bem, aquele pedido não era absurdo, e após falar com Liam, eu consegui fazer com que Rose me encontrasse nas arquibancadas do ginásio de basquete, que estavam vazias, já que todos ainda estavam em aula e os treinos aconteciam apenas na parte da tarde.Jack se acomodou em um ponto cego do lugar onde estávamos, na lateral de uma das arquibancadas e eu me acomodei próximo de onde ele estava, aguardando que ela chegasse.Uma notificação chegou em meu celular, eu abri a mensagem de Liam avisando que tinha deixado Rose na entrada do ginásio, e demorou apenas poucos minutos até que o barulho dos seus saltos chegassem em meus ouvidos.Virei meu rosto, vendo a garota caminhar em minha direção. Rose estava tão bonita quanto de manhã, ela ainda vestia minha jaqueta e parecia um pouco mais leve, me dando um pequeno sorriso enquanto se aproximava.Meu celular vibrou em meu bolso, eu o peguei, vendo uma mensagem de Jack."Que roupa é essa que ela está vestindo? Aquela jaqueta é sua?
Rose Campbell— E então como você e o Christian estão? — Skyller perguntou enquanto eu caminhava com ela e Camille pelos corredores do prédio de artes depois do horário de aula na quinta.Ontem, depois da reuniao com a assistência social da universidade, Christian me levou a Waterfall para comprar um novo celular a pedido do meu pai, e nós aproveitamos a tarde juntos na cidade antes de nos juntar a todos para o jantar. Eu fui dispensada das aulas daquele dia, o que ajudou para que eu não encontrasse com Audrey ou Alicia. E hoje quando aconteceu, elas não pareciam satisfeitas em me ver desfilando inabalável pelo campus. Se elas soubessem…— O que tem o Chris? — eu franzi o cenho — Nós não esquecemos nada, certo? — Nós compramos os pigmentos em pó, os ovos — Sky enumerou — E não fuja do assunto, você sabe bem do que estou falando.— O Chris vai levar o vinagre e a água destilada — eu fiz o check list mental — E eu realmente não sei o que você quer saber.— Acho que ela está falando d
Rose campbell Nós não perdemos tempo, entrando na sala em seguida, onde Liam estava sentado tranquilamente em uma banqueta alta.— Seus pais não te ensinaram que é feio ouvir atrás da porta, Minha pequena encarnação de Monet — ele me encarou.— Não, eles fizeram um péssimo trabalho na minha educação — eu devolvi sem me abalar.Sky se aproximou do namorado, e sem nenhum aviso ele a puxou, a deitando em seus braços antes de lhe dar um beijo de cinema, nos fazendo rir da expressão surpresa da garota.— Liam! — Eu sempre quis fazer isso — ele piscou para ela enquanto a ajudava a se endireitar.— Seu bobo — Ela escondeu um pequeno sorriso. Eu troquei um olhar carregado de cumplicidade com a Cam antes de pegar as sacolas, levando até a bancada no fundo da sala. Eu comecei a tirar todas as coisas de dentro da sacola, enfileirando tudo em cima da bancada.— Eu já separei a placa de MDF para você usar — Liam apontou para o pedaço de madeira compensada sobre um cavalete — Já sabe o que vai p
Rose — E então? — Eu só pensei que daria uma boa foto, qual o problema? — Ele murmurou, parecendo incomodado por ter aquele segredo descoberto no meio de todos. — Você tem fotos dela sem ela saber? — Cam franziu o cenho. Aquela era uma boa pergunta! Christian foi até o Liam, pegando o celular de volta, lançando um olhar de poucos amigos ao rapaz. — Eu não tenho fotos dela. Eu tenho apenas uma — Ele devolveu em um tom que demonstrava todo o seu desconforto com a situação. — Eu quero ver! — eu encarei o rapaz. Ele revirou os olhos, destravando o celular e entregando na minha mão. Eu abri a galeria, observando as poucas fotos que ele mantinha guardada ali. Tinha algumas fotos do laboratório, do grupo, da nossa viagem na ação de graças, incluindo uma que estávamos na cama juntos, ele sentado com as costas apoiadas na cabeceira da cama e eu deitada em seu colo enquanto assistimos algum filme na TV. Eu lembrava de cada uma daquelas imagens, mas a que me chamou atenção foi a penúlti