O grupo composto por algumas matriarcas, Ava e outras lobas jovens esperava próximo à entrada da floresta. As jovens pareciam animadas enquanto as matriarcas conversavam entre si, apenas a jovem princesa se isolava das demais, observando a lenta aproximação de sua mãe e do rei alpha. Uma das lobas mais velhas notou a agitação de Ava e se aproximou, sentando ao seu lado.― Animada para o treinamento? ― A loba de pelos cinzas chamada Yula perguntou, mas Ava se manteve em silêncio. ― Não deve estar sendo nada fácil para você, criança. Descobrir que é a filha do Rei Alpha e logo em seguida ter de se afastar de sua mãe.Com um choramingo baixo, Ava baixou suas orelhas. Saber que estava partindo sem saber quando voltaria a ver sua mãe, aquela que foi sua única família por toda a sua vida, dilacerava o jovem coração da loba. Yula tocou seu focinho com suavidade na cabeça da jovem, chamando sua atenção.― Não há o que temer. Pense apenas que a sua família apenas cresceu. Toda a alcateia é uma
Angustiada pelo desaparecimento repentino de Kaiser, Emilia buscou pelo beta, mas também não obteve sucesso em encontrá-lo. Muitos olhares pairavam sobre a mulher, a maioria ainda de julgamento, tanto de lobisomens quanto de humanos. Seus olhos recaiam principalmente sobre a pulseira prateada em seu pulso. Emília mexeu no metal gelado com as pontas de seus dedos, pensando como aquele objeto tão simples tinha um poder tão grande sobre as mentes de todos, pois enquanto ela estivesse o usando, continuaria sendo vista como uma prisioneira do Rei Alpha.Enquanto caminhava, perdida em seus pensamentos, uma estranha sensação se apossou dela. Diferente dos olhares anteriores, algo mais selvagem parecia atingi-la pelas costas. Ao se virar, notou um pequeno grupo de machos por perto. Seus pelos se arrepiaram com a intensidade de seus olhares sobre ela. A mulher acelerou seus passos, entrando em corredores aleatórios até que bateu em alguém.Kaiser segurou Emília em seus braços antes que ela caí
Os lobos se mantiveram em silêncio diante daquelas informações. Emília ainda não sabia o que pensar, ela mesma jamais imaginou que o destino de seu pai biológico tivesse sido tão perturbador. A mulher ainda carregava um pouco de esperanças em encontrar aquele homem, mas quando leu sobre seu trágico destino, soube de imediato que Karol seria capaz de coisas abomináveis para que seus planos fossem concretizados. Kaiser teve o mesmo pensamento. A sacerdotisa das bruxas havia se mostrado uma criatura sem qualquer moral, capaz até mesmo de sacrificar sua filha.― E quanto a sua situação? ― Kaiser questionou. ― Descobriu algo novo que possamos usar?O rosto da mulher ficou pálido e imediatamente o instinto protetor do alpha aflorou. Ryker sabia que deveria se retirar, mas algo dentro dele parecia o impedir de se levantar e atravessar a porta. O poder do alpha se expandiu e ele se levantou de sua cadeira, pronto para colocar o seu beta para fora. Emília, sabendo dos efeitos que sua presença
― O que pensa que está fazendo? ― Emília questionou Kaiser, mas ele parecia completamente fora de si. Inebriado pelo desejo crescente dele e do seu lobo pela mulher diante de seus olhos.Caindo de joelhos, Kaiser removeu os sapatos de Emília e começou a lamber seus pés, fazendo cócegas na mulher. O alpha segurava firmemente seu tornozelo, seus dedos acariciando por debaixo do tecido grosso da calça que ela vestia. A língua do lobo logo deu lugar aos seus dentes, que mordiscava de leve a pele delicada. Emilia começou a sentir o familiar formigamento gerado pelos toques ousados de Kaiser, indo das pontas de seus dedos dos pés até a sua intimidade.― Kaiser. ― Os olhos vermelhos brilhantes responderam ao chamado de Emília, mas ela não conseguia dizer mais nada.Se erguendo de forma predatória sobre a mulher, Kaiser tomou a mão de Emília na dele e lambeu seus dedos, sugando e prendendo com seus dentes o indicador. Suspiros escapavam dos lábios semi abertos de Emília, que esfregava suas pe
Aquele não era o momento para revelar seus sentimentos, Emília sabia que seria uma distração tanto para ela quanto para Kaiser, mas todas as suas emoções estavam no limite. Suportar o medo e as suas inseguranças que preenchiam seu coração constantemente, desde que ela havia reencontrado o lobisomem. A mulher tentou se afastar, mas Kaiser a prendeu em seus braços, abraçando com um pouco mais de força, chegando a machucar Emília.― Kaiser, não consigo respirar. ― O alpha soltou a mulher. Apoiando sua testa no ombro de Emília, Kaiser tenta conter seu lobo, que lutava ferozmente para assumir o controle de sua mente.― Mulher, você vai me destruir. ― As palavras de Kaiser atingem Emília, a deixando tensa.De costas para o lobisomem, Emília veste suas roupas e se arruma da melhor forma sob o olhar atento de Kaiser. Passando as mãos pelos cabelos, o alpha se aproxima de Emília, mordiscando seu pescoço de forma suave, segurando gentilmente seus ombros, mas a mulher se afastou, perdida em seus
Mesmo com as pesadas correntes ao redor de seu pescoço, pernas e pulsos, a pequena bruxa não tremia diante da presença do Rei Alpha. Os grandes olhos azuis da menina não demonstraram nenhum medo, lembrando Kaiser de quando encontrou Emília pela primeira vez. Caminhando com passos firmes, Kaiser passou pela menina e sentou-se em seu trono. Todos gritavam e se agitavam ao redor, exigindo a execução imediata da criança, mas o alpha queria respostas.A aparição daquela menina era estranha, ela não surgiu com magia e se entregou sem resistência aos lobos que estavam de guarda. Kaiser analisou a menina com atenção. Suas roupas estavam gastas e sujas, seus pés feridos, cobertos de lama, seus lábios estavam rachados e sua pele levemente queimada pelo sol. Aquela criança ajoelhada no chão, foi até a central do governo dos lobisomens a pé, ao que parecia, tinha andado por vários dias completamente sozinha.Com um movimento de sua mão, o alpha fez o salão ficar em completo silêncio. A menina se
A sala mergulhou no silêncio. Jasmim não acreditava que Emília a trataria com tamanha frieza, mas a jovem não podia desistir. Estava claro que Emília não tiraria suas correntes, então a jovem tentou se sentar de maneira confortável. Seu corpo estava dolorido dos dias de viagem, a fome e a sede já chegando ao limite, mas ninguém ali parecia se importar com ela, todos desejavam apenas sua morte, inclusive aquela que deveria ser sua irmã mais velha.― Estou com sede. ― Jasmim gemeu baixinho. Emília a observou e então sorriu, indo buscar um copo de água e ajudando a sedenta jovem a tomá-lo.― Agora que suas vontades foram sanadas, diga o que veio fazer aqui. ― O tom de Emília não deixava brechas para conversas. ― Eu fugi da nossa mãe.― Sua mãe. ― Emília corrigiu a menina, que a olhou surpresa, mas a mulher apenas sorriu de maneira gentil e fez um gesto para que Jasmim continuasse a falar.― Eu imagino que você não confie em mim, entendo perfeitamente. Porém, eu não posso continuar com i
As mãos de Jasmim passavam por seu pescoço dolorido enquanto a jovem olhava para a porta que se fechava. Suas palavras deveriam ser medidas. A jovem compreendia que precisava ser cuidadosa, ou o rei alpha não a pouparia uma segunda vez. Com lágrimas nos olhos, Jasmim olhou para Emília, que não ficou nem um pouco tocada com a cena, apenas continuou olhando para a menina diante dela. ― Eu não sei muito, apenas o que conseguia escutar escondida por perto. ― De maneira carinhosa, Emília colocou a mão sobre o ombro de Jasmim, que a olhou surpresa. ― Está tudo bem, qualquer informação que você tiver já irá nos ajudar. ― Emília sorria de forma doce, seu tom de voz suave fez com que Jasmim se sentisse mais confiante. Um pequeno soluço escapou dos lábios da menina, que cobriu o rosto com as mãos. ― Ninguém nunca me tratou com tanta gentileza antes. As outras irmãs me viam apenas como um objeto. Quando não despertei nenhum poder, fui apenas deixada de lado, como uma servente para elas. Nem m