Castelo Caarano...
Virginia ajeitou o colarinho da camisa que Isfahan vestia, a roupa fora feita sobre encomenda, pois ele era maior e mais forte do que qualquer homem em Nara.
-Está bem melhor assim - disse Virginia sorrindo - Não fique nervoso, vai dar tudo certo.
- Virginia tem muita confiança em Isfahan - comentou Isfahan com desanimo - Espero não decepcionar Virginia.
-Basta agir como eu lhe ensinei e tudo ficará bem - garantiu Virginia com um sorriso – Ouça, Isfahan, não importa o que aconteça eu não vou ficar decepcionada. Tenho orgulho de tudo que já conseguimos, não me importo com a opinião daquele homem, só estou fazendo isso porque papai pediu.
Isfahan não era tão tolo a ponto de não perceber quão importante era impr
Capítulo XIX Castelo Caarano... Sentado em sua cama encostado contra a parede, Isfahan deixava transparecer em sua face toda a angústia que o consumia.Numa cadeira de frente para o amigo, Virgínia mantinha silêncio, entendia como ele se sentia, poucas palavras o consolariam agora.- Um garoto, Virgínia... foi tudo o que restou...- o minotauro deixou escapar.Sua voz estava repleta de dor e decepção. A jovem lady pronunciou com a voz carregada de tristeza.-Sinto muito Isfahan, de verdade...-Aquele homem deu sua vida e a vida de sua família para salvar a minha. E eu não pude fazer nada por ele- desabafou o minotauro.-Ele fez o que julgou certo, Isfahan – consolou Virgínia- Poucos são capazes de lutar por sua f&eacut
Cidade de Nara, região central, 934 D.G.M Depois da costureira, Virgínia insistira para que eles parassem numa casa de doces. Isfahan estava fascinado olhando para todo tipo de doces, tortas, bolos e pães que ele sequer imaginava que poderia existir, aquele lugar era incrível:- Estou faminta - comentou Virginia pegando um prato e colocando alguns doces e o pedaço de uma torta de frango.Isfahan pegou outro prato e ficou olhando abismado para o numero de guloseimas sem conseguir escolher por qual começar.-Prove este aqui é uma delicia - sugeriu Virginia cortando um pedaço de bolo de chocolate e colocando no prato do amigo.Isfahan agradeceu e depois de alguns minutos escolheu um pão de coco, dois sonhos, três fatias de bolo e uma barra de chocolate.- Você quer leite, Isfahan? Indagou Virginia servindo dois copos de café fumegantes acrescentando leite no dela.Isfahan concordou com o leite e eles foram sentar-se na varanda do estabelecimento de onde podiam ve
Castelo Caarano...Ulisses aguardava na sala do trono, pela chegada de seu irmão Bartolomeu, sentia-se angustiado pela decisão que fora forçado a tomar, entregar seu irmão a Mousame! Onde estava com a cabeça quando permitirá que isso acontecesse?Sabia que fizera isso para assegurar a permanência do minotauro em Nara e assim cumprir com as determinações de sua deusa, mas devia haver outra maneira de cumprir a vontade de Nara sem precisar sacrificar seu próprio sangue.Por todos os deuses! Bartolomeu era seu único irmão, pensou Ulisses desolado, era seu dever protegê-lo como pudera permitir entregá-lo tão facilmente?Estava ainda Ulisses Caarano afligindo-se com o que acontecera quando, a porta que dava acesso ao salão real abriu-se e Bartolomeu entrou. Estava trajando sua indumentária de viagem como sempre muito elega
(Reino Espiritual, A.G.M*) A deusa Nara adentrou o imenso jardim criado por sua irmã Minerva, era um local de beleza estonteante: flores exóticas, pássaros de plumagens deslumbrantes. Um clima suave e agradável enchia o ambiente e o som de uma música serena tornava tudo perfeito. No centro do jardim um lago de águas cristalinas refletia a luz do sol, sentada no galho de uma árvore exuberante estava Minerva, sua irmã e sua algoz. Há muito tempo quando fora forçada a fugir do seu planeta natal para preservar sua vida, Nara era pouco mais que uma criança, com poderes divinos, mas apenas uma criança sem ninguém a quem recorrer. Sozinha teve que amadurecer rápido, tornou-se forte como precisava ser para sobreviver num deserto maldito. Tornara trevas em luz, dera brilho e vida aquele mundo morto, o transformara num lugar de extrema beleza repleto de vida vegetal e animal. Apesar de todos os seus esforços não fora, contudo
(Cidade Minerva, 934 D.G.M* ) Litoral de Minerva... Seus olhos queimavam devido ao brilho intenso, a areia sufocava sua respiração, o som das águas batendo nos rochedos à frente confundia os seus sentidos, seu corpo caído ao chão negava-se a obedecê-lo. Reunindo as últimas forças que tinha conseguiu sentar-se na praia. Pelos deuses que lugar era aquele? A geografia era diferente de tudo o que já vira. Tentava lembrar seu nome, de onde viera? O que estava fazendo ali? Mas sua mente parecia uma folha em branco. Olhou ao longe e percebeu que além das folhagens erguiam-se imensas muralhas de pedras. Aquela visão encheu seu peito de esperança, onde quer que ele estivesse não estava sozinho. Poderia conseguir ajuda. Tentou gritar, mas assustado percebeu que sua voz se tornara um grito gutural diferente de tudo que se pudesse imaginar, chegando a causa-lhe arrepios. A vegetação ao longe se moveu e a praia inteira foi tomada por seres humano
Praça central de Minerva... Mousame Castlen desceu da carruagem que o conduzira até a praça central de Minerva, estava ali porque recebera uma mensagem de Orlock chefe da guarda da cidade comunicando-lhe que naquela manhã uma terrível fera fora aprisionada no litoral da cidade. Orlock sempre fora um tanto exagerado, mas era também um militar extraordinário o que justificava sua importantíssima posição. Assim que fora avisado sobre o invasor, ele reunira seus homens e o perseguira pela praia até prendê-lo, depois enviara uma mensagem para lorde Castlen e outra para ordem sacerdotal de Minerva pedindo instruções. Mousame Castlen era o lorde soberano do reino de Minerva, sua família datava dos sobreviventes do massacre imposto pelos deuses ao mundo, há mais de novecentos anos atrás. Eles haviam recebido da própria Minerva, deusa da humanidade, a missão de salvar os humanos da ira de sua irmã Nara, a deusa da natureza e governar sobre eles. Ambas as missões
Centro de Minerva... Dentro dos muros de Minerva, havia uma capela oferecida à deusa Nara, esta política de disponibilizar um pequeno santuário a deusa da cidade vizinha surgiu aproximadamente cem anos depois da grande ruptura. Há mais de quatro séculos quando algumas famílias vassalas da família Castlen, revoltadas com a política de escravidão e os constantes sacrifícios humanos à deusa Minerva resolveram lançar-se ao mar para encontrar outro lugar onde pudessem viver conforme seus ditames. Certos de que eles não teriam outra opção senão voltar, o lorde regente de Minerva não se opôs a sua partida. Após dias à deriva em alto mar, já contando a morte como certa, deu-se uma tempestade que arremessou os barcos contra as costas de outra ilha salvando quase todos os que saíram de Minerva. Os sobreviventes vagaram durante uma semana por uma ilha devastada e deserta, até que encontraram uma imensa rocha de cristal transparente e dentro de
Masmorras da ordem sacerdotal de Minerva... A noite findava envolta num frio intimidante, dois guardas protegiam a entrada das catacumbas do pasto comunal. O pasto era uma imensa propriedade territorial que pertencia a ordem sacerdotal de Minerva e que era também onde ficavam as masmorras da cidade. Essas enormes grutas haviam sido transformadas em prisões onde costumavam colocar os criminosos condenados pela deusa. As masmorras eram protegidas pela guarda sacerdotal, um grupo de guerreiros de elite que serviam aos sumo-sacerdotes. Naquela noite, eles deveriam se revezar na guarda da infame criatura que seria sacrificada no outro dia. Os guardas na verdade estavam tranquilos pois julgavam impossível que alguém tivesse coragem de invadir o pasto comunal, ainda mais para resgatar um monstro. Estavam conversando distraidamente e não viram quando duas sombras se aproximaram no horizonte. Eram dois homens, vestidos de roupa sacer