Nas masmorras da ordem sacerdotal de Minerva... A explosão comprometeu toda a estrutura do túnel, o barulho foi inimaginável quase ensurdeceu Isfahan, o fogo alastrou-se rapidamente lambendo tudo ao seu alcance, o calor queimava, a fumaça sufocava, o cheiro de pólvora mesclou-se ao pouco de ar que ainda havia. Dalson e os outros humanos prenderam a respiração e continuaram a correr naquele breu, somente o som dos passos era seu guia. Continuaram sempre em frente, tateando, escorregando, mas sempre seguindo em frente. Dalson guiava o grupo, mas seu cérebro sem ar, sufocado pela fumaça começava a pregar-lhe peças, felizmente após uma curva encontraram um archote reluzindo, o guerreiro arrancou da parede e pode iluminar o caminho, em sua frente estendia-se uma bifurcação com três prováveis saídas, ele seguiu o do meio. Correram por túneis, grutas sem parar sequer para respirar, passando por várias curvas e bifurcações chegaram pôr fim a o
Litoral de Minerva... Dalson olhou para baixo sem acreditar, o Minotauro os levara a uma provável saída, mas não a que ele procurava. Mirles deixou-se cai junto ao paredão insuflando os pulmões de ar puro enquanto Joctã tentava dialogar com uma fera em pânico. Isfahan, passado o surto inicial, voltara correndo para a segurança do túnel. Seus olhos esbugalhados demonstravam seu pânico, o coração parecia querer saltar pela boca. Por mais que o sacerdote tentasse explicar que estava em segurança a fera parecia não conseguir ouvi-lo, tamanho era seu pavor. -Não adianta insistir com ele, padre - disse Dalson voltando-se para Joctã - Ele deve ser como os bois que enlouquecem quando são tirados do chão. -O que faremos agora? - indagou Mirles juntando-se ao grupo. -Temos que sair daqui - disse Dalson - Os soldados de Harã conhecem as catacumbas tão bem quanto eu e não vão demorar a perceber que estamos tentando chegar à praia, logo eles darão a volta por terra e n
Mar de Minerva... Mirles segurou-se no corrimão para não escorregar, o barco balançava incessantemente, reiniciou a descida com cuidado, fora muito difícil conseguir um comerciante nariano disposto a contrabandear o minotauro para fora de Minerva. Todos tinham muito medo da criatura, a aparência assustadora do minotauro não permitia a mais ninguém ver o que Mirles fora capaz de ver, uma alma boa, assustada, indefesa. Depois de horas de negociação e duma considerável soma em dinheiro que Joctã Blaster pagou sem titubear o negócio foi selado.O minotauro foi colocado no porão ainda preso a correntes muito grossas uma das condições imposta pelo capitão do navio. O padre Mirles era o único com autorização para descer até lá, não que a proibição fosse necessária os outros marinheiros estavam assustados demais para chegar perto do porão. O pequeno barco seguiu viagem, pesado e lento, estava com o porão abarrotado de frut
Cidade de Nara - Castelo Caarano... As ondas batiam contra o casco violentamente, Ulisses tentava manter o barco firme mais era uma proeza além dos seus conhecimentos de marujo. Os marinheiros corriam atemorizados, o cheiro da morte impregnava o ar, chocavam-se em desespero à medida que o barco os sacudia de um lado para o outro. De repente um rochedo apareceu em sua frente, tentou desviar, mas o barco parecia ser puxado em sua direção por uma força superior. O desastre era iminente, os gritos de surpresa e terror cortavam o ar, mas de repente estancaram frente à magnífica visão que se formou diante de seus olhos. Ela era sem dúvida alguma um ser divino, a mulher mais linda que
Porto de Nara... O barco entrou no porto suavemente, o grito do capitão dando ordens varria o espaço, era um frenesi enlouquecedor de mercadorias sendo desembarcadas, Mirles postou-se ao lado do engradado de ferro no qual convencera Isfahan a entrar. Os carregadores olhavam com desconfiança para a caixa de metal que continha uma fera jamais vista naqueles mares. Isfahan ficou quieto sem demonstrar nenhuma atitude que pudesse ser encarada como agressão. Mirles olhava para além do porto como que buscando uma inspiração. A Cidade de Nara era a segunda maior metrópole humana, fundada numa ilha que ficava á quase um mês de viagem daquela onde ficava a cida
Castelo Caarano... Foi assim que Isfahan o Minotauro acabou acolhido em Nara no seio da família Caarano. Ulisses recebeu Isfahan em sua casa contra vontade de sua esposa que tinha medo da fera. Um antigo calabouço que ficava por baixo do castelo foi desativado limpo e mobiliado para servir de quarto para o minotauro e também de sala de aula. Era lá que o clérigo Mirles se dedicava a ensinar a Isfahan a linguagem, história e cultura das civilizações humanas. Mas a fera parecia ser inapta a falar o idioma humano, por mais que o religioso se esforçar-se não conseguia arrancar sequer uma palavra do minotauro. Virgínia, filha mais velha de Ulisses estava fascinada com o minotauro, a criatura embora lhe despertasse medo atiçava sua curiosidade.&n
Castelo Caarano -Eu sei que você está tramando alguma coisa - disparou Matiuska. -Não sei do que você está falando? - respondeu Virginia fazendo-se de boba. -Você anda muito estranha, eu tenho observado - acusou Matiuska. -Isso é por que você se preocupa com tudo menos com o que realmente é da sua conta - respondeu Virginia enfastiada. -Não precisa ser grossa eu só me preocupo com seu bem estar - defendeu-se Matiuska colocando as agulhas de volta sobre a mesinha. -Não necessita sei muito bem cuidar de mim.&nb
Castelo Caarano... - Você está bem! - Exclamou Matiuska abraçando a irmã assim que esta subiu a escada - estava tão preocupada.As lágrimas rolavam pela face de Matiuska, ela tinha tanta facilidade pra chorar pensou Virginia sensibilizada, era uma tola sentimental.- Pensei que aquele monstro ia te despedaçar, eu...- Como pode ver estou bem - respondeu Virginia afastando-se para dar passagem aos guardas que subiam do calabouço - talvez agora se convença de que ele não é tão monstruoso quanto pensava.- Mesmo assim podia ter te machucado! Como teve coragem de ir lá sozinha?- Sabia que não tinha o que temer - respondeu Virginia com convicção.-Como poderia saber?!- indagou Matiuska aturdida com a certeza da irmã.- Intuição?-Intuição? Apostou sua vida numa intuição? Poderia