Mar de Minerva... Mirles segurou-se no corrimão para não escorregar, o barco balançava incessantemente, reiniciou a descida com cuidado, fora muito difícil conseguir um comerciante nariano disposto a contrabandear o minotauro para fora de Minerva. Todos tinham muito medo da criatura, a aparência assustadora do minotauro não permitia a mais ninguém ver o que Mirles fora capaz de ver, uma alma boa, assustada, indefesa. Depois de horas de negociação e duma considerável soma em dinheiro que Joctã Blaster pagou sem titubear o negócio foi selado.O minotauro foi colocado no porão ainda preso a correntes muito grossas uma das condições imposta pelo capitão do navio. O padre Mirles era o único com autorização para descer até lá, não que a proibição fosse necessária os outros marinheiros estavam assustados demais para chegar perto do porão. O pequeno barco seguiu viagem, pesado e lento, estava com o porão abarrotado de frut
Cidade de Nara - Castelo Caarano... As ondas batiam contra o casco violentamente, Ulisses tentava manter o barco firme mais era uma proeza além dos seus conhecimentos de marujo. Os marinheiros corriam atemorizados, o cheiro da morte impregnava o ar, chocavam-se em desespero à medida que o barco os sacudia de um lado para o outro. De repente um rochedo apareceu em sua frente, tentou desviar, mas o barco parecia ser puxado em sua direção por uma força superior. O desastre era iminente, os gritos de surpresa e terror cortavam o ar, mas de repente estancaram frente à magnífica visão que se formou diante de seus olhos. Ela era sem dúvida alguma um ser divino, a mulher mais linda que
Porto de Nara... O barco entrou no porto suavemente, o grito do capitão dando ordens varria o espaço, era um frenesi enlouquecedor de mercadorias sendo desembarcadas, Mirles postou-se ao lado do engradado de ferro no qual convencera Isfahan a entrar. Os carregadores olhavam com desconfiança para a caixa de metal que continha uma fera jamais vista naqueles mares. Isfahan ficou quieto sem demonstrar nenhuma atitude que pudesse ser encarada como agressão. Mirles olhava para além do porto como que buscando uma inspiração. A Cidade de Nara era a segunda maior metrópole humana, fundada numa ilha que ficava á quase um mês de viagem daquela onde ficava a cida
Castelo Caarano... Foi assim que Isfahan o Minotauro acabou acolhido em Nara no seio da família Caarano. Ulisses recebeu Isfahan em sua casa contra vontade de sua esposa que tinha medo da fera. Um antigo calabouço que ficava por baixo do castelo foi desativado limpo e mobiliado para servir de quarto para o minotauro e também de sala de aula. Era lá que o clérigo Mirles se dedicava a ensinar a Isfahan a linguagem, história e cultura das civilizações humanas. Mas a fera parecia ser inapta a falar o idioma humano, por mais que o religioso se esforçar-se não conseguia arrancar sequer uma palavra do minotauro. Virgínia, filha mais velha de Ulisses estava fascinada com o minotauro, a criatura embora lhe despertasse medo atiçava sua curiosidade.&n
Castelo Caarano -Eu sei que você está tramando alguma coisa - disparou Matiuska. -Não sei do que você está falando? - respondeu Virginia fazendo-se de boba. -Você anda muito estranha, eu tenho observado - acusou Matiuska. -Isso é por que você se preocupa com tudo menos com o que realmente é da sua conta - respondeu Virginia enfastiada. -Não precisa ser grossa eu só me preocupo com seu bem estar - defendeu-se Matiuska colocando as agulhas de volta sobre a mesinha. -Não necessita sei muito bem cuidar de mim.&nb
Castelo Caarano... - Você está bem! - Exclamou Matiuska abraçando a irmã assim que esta subiu a escada - estava tão preocupada.As lágrimas rolavam pela face de Matiuska, ela tinha tanta facilidade pra chorar pensou Virginia sensibilizada, era uma tola sentimental.- Pensei que aquele monstro ia te despedaçar, eu...- Como pode ver estou bem - respondeu Virginia afastando-se para dar passagem aos guardas que subiam do calabouço - talvez agora se convença de que ele não é tão monstruoso quanto pensava.- Mesmo assim podia ter te machucado! Como teve coragem de ir lá sozinha?- Sabia que não tinha o que temer - respondeu Virginia com convicção.-Como poderia saber?!- indagou Matiuska aturdida com a certeza da irmã.- Intuição?-Intuição? Apostou sua vida numa intuição? Poderia
Castelo Caarano... Virgínia seguiu o clérigo escada abaixo até o quarto da fera, o médico estava ao lado da cama e Ulisses parado de frente a cama onde Isfahan encontrava- se sentado.- Virgínia, minha filha - disse Ulisses indo ao encontro da garota - Você consegue entender o que ele está dizendo?- Vou tentar papai - disse Virgínia .-Olá, senhor, nos encontramos novamente - disse a jovem para o minotauro.Virgínia foi até o pé da cama, Isfahan tentava dizer alguma coisa, as palavras pareciam soltas sem nexo, mas após alguns segundos Virgínia percebeu o padrão.- Latik, sim sem dúvida, uma forma arcaica mais sem dúvida é latik - afirmou Virgínia - Sou Virgínia, você lembra-se de mim?-Sim - respondeu Isfahan - Eu me lembro de você.- Como é o seu nome? - Indagou Virgínia.- Isfahan.-Ele disse se chamar Isfahan - traduziu Virgínia - sou uma humana, o que é você?- Minustaurus - respondeu Isfahan.- Minotauro esse é o nome da sua raça?-Sim - confirmou Isfahan.-Pergunte de on
Castelo Caarano-É claro que não, por que um minotauro haveria de querer aprender a ler! Que absurdo - declarou Ulisses sem entender a lógica.-Porque ele gosta de aprender papai que mal pode haver? - argumentou Virgínia - Não fará mal nenhum a Isfahan.-Não sei não, olha o que os livros fizeram com você!- Como assim?- A deixaram teimosa, insubmissa e a encheram de sonhos impossíveis.Virgínia se encontrava no salão principal na presença de seu pai Ulisses e de dois dos seus conselheiros mais importantes seu irmão Bartolomeu Caarano e Jackaran Liomedes.-Não é verdade papai, os livros apenas me deram personalidade própria.-E a última coisa de que precisamos é de um minotauro com personalida