Ao amanhecer, acordei com os primeiros raios de sol entrando pela janela. Heitor ainda dormia ao meu lado, seu rosto sereno contrastando com a intensidade da noite anterior. Sentindo a cabeça levemente pesada pelo excesso de vinho, levantei-me e o acordei com um toque suave no ombro.– Hora de levantar, Heitor – murmurei, um sorriso travesso surgindo no canto dos lábios.Ele abriu os olhos devagar e sorriu de volta. Sem dizer nada, seguimos juntos para o banho, onde a água morna parecia lavar não apenas os resquícios da noite, mas também o caos que me rodeava.Descemos para o café da manhã. Alejandro já estava sentado à mesa, com uma expressão séria que rapidamente se transformou em confusão ao nos ver juntos.– Bom dia – Heitor cumprimentou, casualmente, enquanto eu me sentava ao seu lado.Alejandro não respondeu de imediato, seus olhos passando de mim para ele, claramente tentando juntar as peças. Preferi não dar explicações, focando em servir meu café e fingir que nada de incomum h
Olhei para ele, surpresa pela honestidade repentina. Carlos raramente mostrava suas emoções assim, tão abertas.– Talvez você precise reencontrar seu eixo antes de tentar me ter na sua vida – retruquei, mas sem a intenção de ferir. Apenas uma verdade crua.Ele me encarou, e naquele momento, parecia que a distância entre nós era muito maior do que alguns metros de areia.– Talvez você esteja certa – disse ele, com um sorriso cansado. – Mas não vou desistir de tentar.Sem esperar uma resposta, ele se levantou, me ofereceu a mão para ajudar a erguer-me, e juntos caminhamos de volta até onde minha moto estava estacionada.Não sabia o que pensar. Não sabia o que sentir. Mas uma coisa era certa: o dia de descanso não tinha sido exatamente tranquilo.Carlos parou diante da minha moto, os olhos fixos nos meus com uma intensidade quase desconcertante.– Cristina, você precisa decidir – disse ele, a voz firme, mas com uma leveza incomum. – Eu não vou ficar nessa incerteza para sempre. Você quer
Ele caminhou lentamente até a cama, cada passo carregando um peso quase ritualístico, como se estivesse cruzando um limiar sagrado. Meus braços estavam ao redor do pescoço dele, e eu podia sentir a força de seus músculos enquanto ele me segurava com firmeza e cuidado. Nossos olhares estavam presos um no outro, e naquele silêncio compartilhado, era como se as palavras fossem desnecessárias. O mundo parecia suspenso, reduzido ao espaço entre nós.Quando ele me deitou sobre os lençóis, o tecido macio tocando minha pele parecia amplificar todas as sensações. Seus olhos varreram cada detalhe do meu rosto antes de ele se inclinar novamente, seus lábios encontrando os meus com uma intensidade renovada. Cada beijo era uma conversa silenciosa, cheia de emoção, desejo e algo mais profundo, que eu ainda não sabia como nomear. Suas mãos traçavam caminhos pelo meu corpo, explorando com uma mistura de urgência e reverência que fazia minha respiração vacilar.O quarto parecia vibrar com a energia en
Acordei com a luz do sol filtrando pela cortina e o som distante das ondas. O espaço ao meu lado na cama estava vazio, mas o calor ainda permanecia. Antes que eu pudesse me perguntar onde Carlos estava, ouvi o som da porta se abrindo. Ele entrou com um sorriso no rosto, segurando uma sacola elegante.– Bom dia, dorminhoca – disse ele, aproximando-se da cama e me beijando suavemente na testa.– Onde você foi tão cedo? – perguntei, curiosa.Ele ergueu a sacola e me entregou. Dentro, havia um vestido deslumbrante em tons suaves de azul, com um corte elegante que parecia feito sob medida. Também havia um conjunto de lingerie delicada e sandálias que combinavam perfeitamente.– Achei que você merecia algo especial para hoje – explicou ele, com um brilho nos olhos.– Carlos… isso é lindo – murmurei, tocada pelo gesto.Ele apenas deu de ombros, como se não fosse nada, mas eu podia ver o orgulho em seu rosto. Depois de um banho relaxante que tomamos juntos – entre risos, beijos roubados e mui
– Carlos, preciso que você vá comigo para o México. Não posso fazer isso sozinho.Carlos assentiu imediatamente, sem hesitar, levantando-se com rapidez.– Claro, Alejandro. Estamos nisso juntos.Eu segurei o braço de Alejandro, minha voz tremendo.– Elas vão ficar bem? Elas conseguirão escapar?– Eu não sei – ele respondeu, sua sinceridade cortando como uma lâmina. – Mas preciso ter certeza. E isso significa agir rápido.Carlos colocou uma mão no meu ombro, me tranquilizando com o olhar.– Fique aqui, Cristina. Você estará segura no palácio. Voltaremos assim que pudermos.– Não – respondi, minha voz firme apesar do pânico que se instalava. – Essa é minha família também. Não vou ficar aqui esperando. Vou com vocês.– Cristina, é perigoso demais – Alejandro protestou...Carlos segurou minha mão com firmeza enquanto Alejandro terminava de organizar os últimos detalhes. Seu olhar encontrou o meu, tenso, mas cheio de preocupação.– Cristina, eu preciso que você fique aqui no palácio – diss
Parei por um momento para observar as reações. Alguns pareciam assustados, outros, furiosos. Continuei com um tom firme:— Quero que todos estejam atentos. Não saiam sozinhos e protejam suas famílias. Organizaremos reforços, mas vocês precisam se preparar para qualquer eventualidade. A qualquer momento, uma guerra pode começar aqui.O silêncio que se seguiu foi carregado. Era como se todos estivessem digerindo a gravidade das minhas palavras. Por fim, os rostos à minha volta demonstraram respeito e concordância. Eu podia ver nos olhos deles que meu tom autoritário, sem hesitação ou medo, havia causado impacto.Assim que a reunião terminou e os membros começaram a sair, Romero se aproximou novamente. Com um leve sorriso, ele comentou:— Srta. Mendez, acredito que eles a olharão de outra forma a partir de agora.— Espero que não me subestimem — respondi, séria, mas com um toque de confiança.Romero assentiu e foi direto para suas próximas tarefas, organizando a equipe de segurança. Pouc
A noite caiu sobre o palácio de Nápoles, mas o sono parecia algo distante. Mesmo com as camadas de segurança, eu não conseguia ignorar a sensação de que algo estava prestes a acontecer. A presença de 25 famílias sob o mesmo teto só aumentava a pressão. O palácio, com sua arquitetura renascentista imponente e dezenas de quartos, estava lotado, mas ainda conseguíamos manter uma organização impecável.Passei a noite acordada, monitorando cada detalhe. Do centro de segurança, instalado em uma das salas do andar térreo, eu e Romero acompanhávamos as câmeras que mostravam os arredores do palácio, os corredores e até o portão principal. As patrulhas estavam posicionadas estrategicamente, e nenhum movimento passava despercebido.— Está tudo tranquilo, Srta. Mendez. Nossas equipes estão alertas — relatou Romero, sempre atento.— Continue assim. Qualquer coisa fora do padrão, quero saber imediatamente — respondi.Depois de me certificar de que a segurança estava sob controle, fui até a cozinha.
Enquanto ele saía para mobilizar os homens, fiquei sozinha em meu escritório, analisando mapas de Nápoles e do porto. O galpão era um alvo arriscado, mas essencial. Um ataque bem-sucedido ali poderia desestabilizar os Carrillo e enviar a mensagem de que não toleraríamos mais nenhum movimento deles.Apesar do cansaço que começava a pesar, sabia que a verdadeira batalha estava apenas começando.Com a saída de Romero, permaneci por alguns minutos em silêncio, olhando para o vazio. A imagem de Carlos veio à minha mente. Sua firmeza e determinação sempre foram o pilar da nossa família. Não importava a situação, ele carregava o peso de proteger todos nós sem hesitar. Agora, ele estava longe, mas eu podia sentir sua presença em cada decisão que tomava.Suspirei, tentando afastar o turbilhão de pensamentos. Não era hora de me deixar levar pela emoção. Decidi ir ao meu quarto para um banho rápido. Enquanto a água quente escorria, senti meus músculos tensos relaxarem um pouco. Por mais que o ca