Quando o sol começava a iluminar o quarto, um movimento na porta me despertou. Uma mulher entrou usando um uniforme de enfermeira, mas algo nela me deixou desconfiada. Talvez fosse o olhar inquieto ou a maneira apressada como ela se moveu para o lado de Alejandro.— Bom dia, senhora — disse ela, com um sorriso forçado. — Só farei um pequeno ajuste no soro do paciente.Eu observei cada um de seus movimentos enquanto ela manipulava o tubo de soro conectado ao braço de Alejandro. De repente, ela inseriu uma seringa no tubo e injetou um líquido transparente.— O que você está fazendo? — perguntei, levantando-me, alarmada.Antes que ela pudesse responder, os aparelhos começaram a apitar freneticamente. O coração de Alejandro acelerou de forma assustadora, e eu corri até ele, completamente desesperada.— Alejandro! — gritei, vendo seu corpo reagir de forma violenta.A enfermeira tentou sair rapidamente, mas eu a alcancei antes que pudesse escapar. A adrenalina tomou conta de mim enquanto se
Já passavam das 24 horas desde o incidente quando Carlos voltou ao quarto. Ele estava com o semblante sério, suas roupas levemente amassadas e o cabelo bagunçado, mas sua postura permanecia firme.— Descobri quem está por trás disso — anunciou ao entrar.Levantei-me rapidamente, meu coração batendo acelerado.— Quem foi? — perguntei.— Os Fontana. Eles contrataram a falsa enfermeira para terminar o serviço que o ataque inicial não conseguiu. A ordem era clara: eliminar Alejandro. — Carlos disse com uma expressão de puro desprezo.Respirei fundo, tentando conter a raiva que crescia dentro de mim.— Eles não vão parar enquanto não destruírem a nossa família... — murmurei, mais para mim mesma do que para ele.— Não vamos dar essa chance a eles — Carlos respondeu com determinação. — Já tenho homens seguindo cada movimento deles.Antes que pudéssemos continuar a conversa, meu telefone tocou. Peguei-o rapidamente e vi o nome de Heitor no visor.— Heitor? — atendi, tentando manter a calma.—
Para nossa surpresa, um dos homens era ninguém menos que o Dr. Alfredo Passos.Meu coração acelerou imediatamente, e senti Carlos tensionar ao meu lado. Seus olhos estreitaram ao ver o homem que, até então, acreditávamos ser apenas um médico dedicado.— Bem-vindos, Sra e Sr Mendez — disse um dos homens ao centro, o mais velho dos três, com cabelos levemente grisalhos. — Eu sou Alfonso Bernadi, o líder desta família. Estes são meus irmãos, Ramon Bernadi e... acredito que vocês já conhecem Alfredo.Dr. Passos — ou melhor, Alfredo Bernadi — se levantou, olhando diretamente para mim com um sorriso calculado.— Surpresa em me ver, Cristina? — Ele disse com a mesma voz calma e profissional que costumava usar no hospital.Carlos deu um passo à frente, com o olhar frio e desconfiado.— Então você não é apenas um médico. Você é um Bernadi.— Corretíssimo, Carlos — Alfredo respondeu, sem perder a compostura. — Minha especialidade sempre foi salvar vidas, mas também proteger minha família.— E a
De volta ao carro, o silêncio era quase ensurdecedor. Carlos dirigia com o olhar fixo na estrada, suas mãos apertando o volante com força. Eu estava ao lado dele, perdida em meus pensamentos. A revelação sobre Alfredo Passos ainda ecoava em minha mente, e a proposta de aliança com os Bernadi parecia uma faca de dois gumes.— O que você acha disso tudo, Carlos? — perguntei, quebrando o silêncio.Ele respirou fundo, ainda olhando para frente.— Acho que eles têm algo a ganhar com essa aliança, mais do que nós. — Ele fez uma pausa, apertando os lábios. — Mas também acho que, se soubermos jogar nossas cartas, podemos virar essa situação a nosso favor.Concordei, mas ainda havia algo que me incomodava profundamente.— Alfredo... ele foi muito convincente como médico. Até agora, parece que ele fez o possível para salvar Alejandro. Será que podemos mesmo confiar nele?Carlos soltou uma risada seca.— Confiar? Não. Nunca. Mas isso não significa que não podemos usá-lo enquanto for conveniente.
O médico respirou fundo, passando a mão pelo rosto antes de falar:— Fizemos tudo o que pudemos, mas Olivia sofreu uma hemorragia interna muito grave. Os danos foram irreversíveis. A perda de sangue foi significativa, e mesmo com a transfusão e todos os esforços, não conseguimos salvá-la.Senti meu corpo desabar. Aquelas palavras eram um golpe brutal. Segurei na parede para me manter de pé, enquanto Carlos colocou um braço em volta de mim, me segurando firme.— E o bebê? — Carlos perguntou, sua voz carregada de tensão.— Ele está vivo, mas nasceu extremamente prematuro. Pesando pouco mais de um quilo, ele foi imediatamente colocado na incubadora e está recebendo ventilação assistida. O estado é crítico, mas ele está lutando.Eu não conseguia segurar as lágrimas. Meu coração estava despedaçado. Olivia havia dado sua vida para que seu filho tivesse uma chance de viver, mas a ideia de voltar para Alejandro com essa notícia me deixava sem ar.— Posso vê-la? — sussurrei.Dr. Ortega assenti
Levantei-me imediatamente, o coração acelerado.— O que foi?Carlos passou a mão pelo cabelo, frustrado, e então falou:— Descobri algo sobre os Fontana. Eles não estão apenas buscando expandir o território no México. O objetivo deles é acabar completamente com os Mendez.Minha mente girava com as implicações. Eles estavam determinados a nos destruir, e isso significava que não havia tempo para hesitação ou fraqueza.— O que vamos fazer? — perguntei, tentando manter a calma.Carlos olhou para mim com firmeza.— Vamos lutar, Cristina. E dessa vez, eles não terão chance de se recuperar.Após descobrir o que os Fontana estavam tramando, voltei para a manão de Alejandro, precisava descansar por mais dificil que fosse, para atacar o inimigo.Acordei cedo no dia seguinte, ainda exausta das emoções das últimas 24 horas, mas determinada. Precisávamos agir rápido, antes que os Fontana tivessem tempo de atacar novamente. Carlos já estava ao meu lado, analisando relatórios e fazendo ligações enqu
Após longos minutos de discussão e ajustes nos detalhes do plano, Alfonso finalmente estendeu a mão.— Está decidido. Em uma semana, agimos.Apertei sua mão com firmeza, selando o acordo.Mais tarde, de volta ao hospital, sentei-me ao lado de Alejandro.— Alejandro, tudo isso é por você, pelo seu filho e por nossa família — sussurrei, segurando a mão dele suavemente.Carlos entrou na sala com dois copos de café e sentou-se ao meu lado, me entregando um deles.— Está tudo pronto. Agora, só precisamos esperar.Olhei para ele, sentindo o peso de nossa responsabilidade, mas também a certeza de que estávamos no caminho certo.— Vamos vencer, Carlos. Não há outra opção.Ele colocou a mão sobre a minha e apertou levemente.— E faremos isso juntos, Cristina. Como sempre.A noite caiu silenciosa sobre a cidade enquanto Carlos e eu permanecíamos no hospital, nossos pensamentos consumidos pelos planos e pelas responsabilidades que agora recaíam sobre nossos ombros. A luz suave do monitor cardíac
De volta ao hospital, Carlos e eu nos revezávamos entre monitorar Alejandro e cuidar dos preparativos finais para o ataque. Dario, embora pequeno e frágil, parecia ser um raio de esperança em meio ao caos.— Quando isso acabar, — comecei, olhando para Carlos enquanto ele revisava relatórios, — quero levar Alejandro e Dario para casa. Para a Itália.Carlos sorriu, finalmente levantando os olhos para mim.— E eu quero que você tenha a paz que merece, Cristina. Depois disso, vamos reconstruir tudo juntos.A determinação em seus olhos era o combustível de que eu precisava para enfrentar os próximos dias.— Vamos vencer, Carlos. Por Alejandro. Por Dario. E por todos que perdemos no caminho.Ele se inclinou e selou meu juramento com um beijo. Não importava o que viesse a seguir, estávamos prontos para enfrentar. Juntos.Dois dias se passaram em um ritmo frenético. Cada momento era uma mistura de tensão e preparação. No hospital, Alejandro permanecia inconsciente, mas estável. O pequeno Dari