A noite estava realmente magnífica. A lua brilhava alta no céu, lançando sua luz prateada sobre a estrada enquanto eu acelerava, o vento brincando com meus cabelos. Era impossível não apreciar o silêncio e a liberdade daquele momento. O motor da moto parecia um lembrete constante de que eu ainda tinha o controle, mesmo quando tudo ao meu redor parecia caótico.Ao chegar no palácio, avistei Alejandro no jardim, sentado em uma cadeira confortável e envolto por um leve véu de fumaça do charuto que segurava com elegância. Ele parecia perdido em pensamentos, mas seus olhos se ergueram assim que me viu estacionar a moto.– Aí está você – disse ele, com a voz carregada de preocupação. – Não se deve sair sem proteção, Cristina. Você sabe disso.– Está tudo bem – respondi, tirando o capacete e caminhando até ele. – Fui encontrar o Heitor naquele restaurante no vilarejo. Mas, como sempre, Carlos me seguiu. E, claro, os dois brigaram.Alejandro arqueou uma sobrancelha enquanto soltava a fumaça d
O quarto parecia menor, o ar mais denso. Ele deu mais um passo à frente, tão próximo agora que eu podia sentir o calor de seu corpo, o perfume amadeirado que sempre parecia acompanhá-lo.– Você me deixa louco – ele murmurou, os olhos caindo para os meus lábios por um breve instante antes de voltar a me encarar.Eu sabia que deveria afastá-lo, dizer algo que encerrasse aquela conversa. Mas, ao invés disso, fiquei ali, imóvel, enquanto ele esperava pela minha resposta.Carlos estava tão perto que era impossível ignorar a tensão no ar. Sua respiração estava pesada, e seus olhos ardiam com algo entre raiva e desejo. Ele me encarava como se estivesse lutando contra si mesmo, mas eu sabia que já havia perdido a batalha.– Você realmente não suporta me ver com outro, não é? – provoquei, minha voz baixa, quase um sussurro.Ele não respondeu com palavras. Sua mandíbula tensa, o olhar fixo nos meus, dizia tudo. E, antes que pudesse pensar nas consequências, dei o passo que nos separava. Minha m
A manhã começou de maneira estranha. Quando abri os olhos, a luz suave do sol já iluminava o quarto, mas algo estava diferente: Carlos não estava ao meu lado. Isso era incomum, quase alarmante. Ele tinha o hábito de ficar na cama até que eu acordasse, como se quisesse garantir que nossa primeira troca de olhares fosse o início do dia.Levantei-me, tentando afastar o desconforto que começava a crescer em mim. Vesti uma camisa de seda branca e uma calça de alfaiataria preta, ajustada na cintura. Meu cabelo estava preso em um coque elegante, e finalizei com um batom suave. Uma líder precisava estar impecável, mesmo que o coração estivesse agitado.No salão principal, encontrei Alejandro já sentado à mesa do café da manhã, com uma xícara de café em mãos e a expressão calma de sempre.– Bom dia – cumprimentei, enquanto tomava meu lugar à mesa.– Bom dia, irmã – respondeu ele, com um pequeno sorriso.Olhei ao redor. Nada de Carlos. Minha irritação misturava-se com preocupação, e não consegu
Depois de algumas horas remoendo a situação, não consegui mais ficar parada. Decidi que iria atrás dele. Pedi para que um motorista me levasse até o hotel, e o caminho pareceu durar uma eternidade.Quando entrei na boate, fui recebida por luzes vermelhas e uma música alta e pulsante. O ambiente era decadente e opulento, uma mistura de luxo e desordem. Meus olhos logo encontraram Carlos em uma área VIP elevada. Ele estava cercado por três mulheres seminuas, que dançavam de maneira provocante ao redor dele. Um copo de uísque estava em sua mão, e seus olhos estavam semicerrados pelo efeito da bebida.Meu coração apertou com a cena. Um misto de ciúmes e incredulidade tomou conta de mim. Eu não queria acreditar no que estava vendo, mas ali estava ele, completamente à vontade em meio ao caos.Por um momento, congelei, incapaz de decidir entre confrontá-lo ou simplesmente ir embora. Ele parecia tão distante, tão diferente do Carlos que eu conhecia.Mas, quando ele ergueu os olhos e me viu, a
Ao amanhecer, acordei com os primeiros raios de sol entrando pela janela. Heitor ainda dormia ao meu lado, seu rosto sereno contrastando com a intensidade da noite anterior. Sentindo a cabeça levemente pesada pelo excesso de vinho, levantei-me e o acordei com um toque suave no ombro.– Hora de levantar, Heitor – murmurei, um sorriso travesso surgindo no canto dos lábios.Ele abriu os olhos devagar e sorriu de volta. Sem dizer nada, seguimos juntos para o banho, onde a água morna parecia lavar não apenas os resquícios da noite, mas também o caos que me rodeava.Descemos para o café da manhã. Alejandro já estava sentado à mesa, com uma expressão séria que rapidamente se transformou em confusão ao nos ver juntos.– Bom dia – Heitor cumprimentou, casualmente, enquanto eu me sentava ao seu lado.Alejandro não respondeu de imediato, seus olhos passando de mim para ele, claramente tentando juntar as peças. Preferi não dar explicações, focando em servir meu café e fingir que nada de incomum h
Olhei para ele, surpresa pela honestidade repentina. Carlos raramente mostrava suas emoções assim, tão abertas.– Talvez você precise reencontrar seu eixo antes de tentar me ter na sua vida – retruquei, mas sem a intenção de ferir. Apenas uma verdade crua.Ele me encarou, e naquele momento, parecia que a distância entre nós era muito maior do que alguns metros de areia.– Talvez você esteja certa – disse ele, com um sorriso cansado. – Mas não vou desistir de tentar.Sem esperar uma resposta, ele se levantou, me ofereceu a mão para ajudar a erguer-me, e juntos caminhamos de volta até onde minha moto estava estacionada.Não sabia o que pensar. Não sabia o que sentir. Mas uma coisa era certa: o dia de descanso não tinha sido exatamente tranquilo.Carlos parou diante da minha moto, os olhos fixos nos meus com uma intensidade quase desconcertante.– Cristina, você precisa decidir – disse ele, a voz firme, mas com uma leveza incomum. – Eu não vou ficar nessa incerteza para sempre. Você quer
Ele caminhou lentamente até a cama, cada passo carregando um peso quase ritualístico, como se estivesse cruzando um limiar sagrado. Meus braços estavam ao redor do pescoço dele, e eu podia sentir a força de seus músculos enquanto ele me segurava com firmeza e cuidado. Nossos olhares estavam presos um no outro, e naquele silêncio compartilhado, era como se as palavras fossem desnecessárias. O mundo parecia suspenso, reduzido ao espaço entre nós.Quando ele me deitou sobre os lençóis, o tecido macio tocando minha pele parecia amplificar todas as sensações. Seus olhos varreram cada detalhe do meu rosto antes de ele se inclinar novamente, seus lábios encontrando os meus com uma intensidade renovada. Cada beijo era uma conversa silenciosa, cheia de emoção, desejo e algo mais profundo, que eu ainda não sabia como nomear. Suas mãos traçavam caminhos pelo meu corpo, explorando com uma mistura de urgência e reverência que fazia minha respiração vacilar.O quarto parecia vibrar com a energia en
Acordei com a luz do sol filtrando pela cortina e o som distante das ondas. O espaço ao meu lado na cama estava vazio, mas o calor ainda permanecia. Antes que eu pudesse me perguntar onde Carlos estava, ouvi o som da porta se abrindo. Ele entrou com um sorriso no rosto, segurando uma sacola elegante.– Bom dia, dorminhoca – disse ele, aproximando-se da cama e me beijando suavemente na testa.– Onde você foi tão cedo? – perguntei, curiosa.Ele ergueu a sacola e me entregou. Dentro, havia um vestido deslumbrante em tons suaves de azul, com um corte elegante que parecia feito sob medida. Também havia um conjunto de lingerie delicada e sandálias que combinavam perfeitamente.– Achei que você merecia algo especial para hoje – explicou ele, com um brilho nos olhos.– Carlos… isso é lindo – murmurei, tocada pelo gesto.Ele apenas deu de ombros, como se não fosse nada, mas eu podia ver o orgulho em seu rosto. Depois de um banho relaxante que tomamos juntos – entre risos, beijos roubados e mui