ALEXIsso não pode ser verdade. Ela não pode ter encontrado outro cara. Onde? Quando? Será que foi naquela maldita viagem? Será que é por isso que ela está tão ansiosa para voltar para lá?Não… Ela só falou isso para me magoar. E está funcionando.Saí atrás da April. Eu precisava vê-la, precisava pedir desculpas por toda a merda que fiz em Boston. Pelo beijo nojento que dei naquela cobra da Rilary. Eu sabia que ela não tinha sido convidada para a festa, sabia que estava lá apenas para estragar o aniversário da April. E, como o idiota que sou, eu a ajudei a conseguir exatamente isso.April e Rilary têm uma rixa que dura anos,por minha causa. Desde sempre, Rilary se atirou para cima de mim, e eu, burro como era, deixava. Para mim, ela nunca passou de uma distração passageira. Mas quando April apareceu na minha vida de um jeito diferente, eu nunca mais quis me sujar com aquela mulher.Por April, tentei ser o mais puro possível. Ela é Minha princesinha.Sempre cuidei dela como uma irmã. S
GABRIEL— COMO ISSO É POSSÍVEL?! — Minha voz ecoa pelo cômodo enquanto fecho os punhos com força. — Duas vezes! Duas malditas vezes seguidas ela desaparece, some no ar como se nunca tivesse existido! Nem essa porcaria de reconhecimento facial é capaz de achá-la!— Calma, primo, esse sistema deve ter dado algum defeito… Não é mesmo, Frederico? — Érico lança um olhar ao programador, esperando uma resposta.Frederico engole em seco antes de responder:— Sinto muito, senhor, mas não há erro algum. Os traços faciais dessa garota não constam em lugar nenhum.Eu aperto a mandíbula. Inacreditável.Assim que a encontrei naquela gravação, corri para o aeroporto. Subornei a recepcionista para conseguir informações, mas não havia nada. Nenhum registro do voo em que ela embarcou. Tentei rastreá-la pelas câmeras de segurança, mas… assim que ela entrou na sala de embarque, a energia caiu. Por uma hora e meia, os monitores ficaram desligados. Tempo suficiente para vários aviões decolarem sem deixar r
APRILQuando soube que Alex tinha sido enviado em uma missão, senti um alívio imenso. Finalmente, eu poderia andar pelo castelo sem precisar me esconder. Nos últimos dias, esse lugar gigantesco parecia minúsculo, porque, para onde quer que eu olhasse, lá estava Alexander.Então, fiz um acordo comigo mesma: chega de garotos. Eles só trazem dor de cabeça. O único problema agora é convencer o resto do meu corpo a concordar comigo...O que me irrita é que esse cara mal-educado não sai da minha cabeça o dia todo. E, para piorar, ainda tem a audácia de fazer hora extra nos meus sonhos. Cada vez que penso nele,na sua voz rouca, na forma como me olhou aquele dia...— Aaaah, droga! — resmungo sozinha, sentindo um arrepio estranho. — Como posso estar toda arrepiada por alguém que nem conheço? Isso é frustrante! Sai da minha cabeça, seu idiota!Uma batida suave interrompe meus devaneios.— April, querida? — a voz doce da minha avó, Diana, soa do outro lado da porta.— Pode entrar, vovó.Ela surg
GABRIELSaí da casa do meu avô mais confuso do que entrei. Como assim tenho que acreditar nos meus sonhos? E aquela garota… sempre me chamando de Felipe. Isso não é real. Não pode ser.Quando Taylor chegou para me buscar, apenas entrei no carro, tentando juntar as peças desse quebra-cabeça maluco. Minha mente fervia com tantas perguntas sem resposta.Alguns minutos depois, avisto à beira da estrada a garota que Kevin rejeitou mais cedo. Ainda não entendi bem toda aquela gritaria, mas se até Kevin, o santo bondoso, foi cruel com ela, então deve ter um motivo.— Taylor, diminui! — digo, abaixando o vidro.Ela ainda chorava, mas seus olhos estavam em chamas, consumidos por uma fúria crua.— Oi... Kimberly, né?— O que você quer, Gabriel? — ela dispara, cuspindo veneno.— Só ajudar. Você está longe de tudo. Vem, te dou uma carona até a cidade, depois você se vira sozinha.Ela solta um riso seco.— E por que diabos você se importa?— Não me importo com você, se é isso que está pensando. Só
GABRIELEu já tinha esquecido que Kimberly estava ao meu lado até que sua voz cortou o silêncio:— Quem é esse cara?Franzo a testa, distraído.— O quê?— Desculpa, mas seu celular estava meio virado para o meu lado e, sem querer, eu vi.Viro o telefone para mim e suspiro.— Ah... Ele é minha única pista no momento. Estou procurando uma pessoa e ele pode me levar até ela.— O que ele fez? Vai matá-lo? — Ela tenta disfarçar a empolgação, mas vejo o brilho de excitação em seus olhos.Minha expressão endurece.— Você o conhece?Isso seria impossível… Certo?Ela dá um sorriso enigmático.— Me responde primeiro.Meu sangue ferve com sua provocação.— Fala logo, garota, ou sai agora do meu carro e vai a pé até a cidade. Quem sabe eu não ligue “sem querer” para Nicolai, avisando que você ainda está no território dele?Seus olhos faiscam de raiva.— Você não faria isso… — ela sussurra entre dentes.Dou de ombros, impassível.— Quem é esse cara? — Ergo o celular, impaciente. — Não brinque com
GABRIELSemanas se passaram, e a investigação continua emperrada. Meu último recurso é ir atrás desse tal Gregory e confrontá-lo diretamente sobre minha garota. Vasculhei suas redes sociais, mas não encontrei nada sobre ela. A área privada, acessível apenas para "melhores amigos", permanece um mistério,tentamos invadi-la, sem sucesso. Ou ele é um gênio da computação, ou tem aliados poderosos nessa ária.Mas isso teve que ficar de lado por um tempo. A empresa exigia minha atenção. Pilhas de contratos, reuniões acumuladas e, para piorar, uma entrevista ridícula sobre "O solteiro mais cobiçado e milionário da Sicília". Pura besteira. Mas aceitei. Se houvesse alguma chance de Mia Bella ver, então valia a pena.Estava na sexta reunião do dia quando meu celular vibrou."Eu sei onde ela está. Trabalho para a família dela. Me encontre à 00:00 no estacionamento da fábrica abandonada. Um minuto de atraso e sumo para sempre."Minhas mãos se fecharam em punhos, o coração martelando no peito.— Ga
APRILHoje foi exaustivo. Meus pais, talvez tomados pela culpa por me manterem trancada em casa por causa da tal ameaça e do meu castigo, permitiram que eu saísse,mas somente hoje. O destino? A escola que minha tia Fiorella e o tio Finn fundaram para minha prima Annabel. O lugar foi criado para que ela não se sentisse deslocada e, ao mesmo tempo, estivesse protegida do mundo humano “cruel”.Sempre sonhei em estudar lá. Afinal, era uma escola para crianças e adolescentes não humanos. Mas, segundo meu avô e meus pais, eu e os meninos seríamos alvos ainda mais fáceis ali do que a poucos minutos do castelo.Mesmo assim, a visita foi incrível, exatamente como eu imaginava. Conheci os amigos da Annabel, participei de aulas de magia avançada do segundo ano do ensino médio e, não querendo me gabar, mas já me gabando,se eu estudasse lá, seria a melhor aluna da turma. Para encerrar, na aula de canto, Bell nos obrigou a cantar com ela, e, é claro, arrasamos.No fim da tarde, meus pais chegaram a
APRILNão consigo ir atrás do covarde desgraçado, pois Gabriel chora de dor Caí de joelhos ao lado dele, o coração disparado no peito ao vê-lo tão frágil. Sua cabeça ensanguentada repousava sobre minhas pernas, a respiração rasa, o rosto marcado pela dor. Ele estava à beira da inconsciência, e o medo me dominou por inteiro.— Ei… olha pra mim — minha voz tremeu, enquanto eu acariciava seu rosto sujo de sangue — Não ouse fechar esses olhos!Os lábios dele se curvaram em um sorriso fraco, mesmo no meio da dor.— Você é tão mandona…— Você não viu nada ainda… — tentei brincar, mesmo que meu peito estivesse em desespero. — Meu pai já está chegando, ele vai te ajudar, você vai ficar bem!Os olhos dele brilharam suavemente na escuridão, como se apenas minha presença já fosse suficiente.— Eu te encontrei, Mia Bella… — sua voz era um sussurro, carregado de sentimento. — Não importa o que aconteça… o importante é que eu te encontrei. Agora posso morrer feliz.— Cala a boca, garoto! — minha v