G4Thayla finge não me ouvir e coloca o misto-quente na minha frente.— Já trago o café! — ela diz, seca.Uma mordida no lanche e o café tá na minha frente.Nos olhamos.— Responde o que eu perguntei!— O que foi, G4? Estou trabalhando!— Tá trabalhando hoje, mas nos outros dias, sumiu!— Você está me vigiando? — ela pergunta.— Só responde, pô!— Eu estudo, sabia? Não fico o dia todo nesse morro, não!— Só quero entender por que você fugiu de lá, o que eu te fiz?Ela olha para os lados e fala baixinho.— Não está claro pra você?— Se tivesse, eu não tava aqui perguntando.— Eu me arrependi. Foi isso!Ouvir aquilo me deu muita raiva, mas não ia pagar päu pra ela, não.Dei mais uma mordida no misto-quente que coloquei de volta no prato.— Seu irmão tá liberado pra entrar na Penha!— Obrigada! — ela fala me encarando.— Não é por você ou por ele, é pela Dona Célia que é gente boa!Coloquei o dinheiro em cima do balcão e saí dali muito put0 por saber que ela se arrependeu.Se a Thayla nã
ThierryFui até a faculdade da Thayla esperar por ela. Eu recebi meu salário hoje e vamos almoçar juntos. Com ela, estavam as garotas que me defenderam quando fui até a Penha.Minha irmã parece, a cada dia, estar se adaptando à nova vida naquele lugar, e isso, de certa forma, me preocupa.— Virou amiga daquelas garotas, então?— Elas são legais, Thierry. Parecem Patricinhas, mas são gente boa.— Sei... Só toma cuidado, tá?Thayla não faz ideia que está muito perto do culpado pela morte da nossa mãe. Ela sabe de algumas coisas, mas quem é o traficante envolvido, não.— Pode deixar. Aliás, a Milena está interessada em você!— Hi ó lá, tá doida? O que essas minas ricas iam ver num fudid0 como eu?— Para de se colocar pra baixo, Thierry! A Milena gostou de você, sim!Logo chega uma notificação no meu celular, um convite para me seguirem no insta.Entro, aceito e solicito para seguir também. Olho as fotos, ela é linda. Quem enviou a solicitação foi a tal Milena, que a Thayla acabou de fala
AntonelaFinalmente, chegou o sábado e eu irei me encontrar com o Cold.Confesso que estou ansiosa e com saudade, mas é a primeira vez que irei sozinha até o Morro da Pedreira e percebi que o Gabriel colocou mais homens para me vigiar. Será que ele desconfia de algo?Preciso ser cuidadosa e passar por eles despercebida, com um dos carros da minha avó.Após um banho delicioso na banheira enorme, faço uma maquiagem leve, coloco uma blusinha tomara-que-caia e uma calça jeans. Tudo muito básico, afinal, hoje eu vou conhecer a casa do Alexandre.Faço uma selfie e envio para a Milena e para a Rafa, avisando que estava indo agora. Rafa já chegou na VK e estava com a Milena.Saí do prédio com medo de estar sendo seguida, mas não vi nada suspeito e, assim que passei pela entrada da Pedreira, liguei para o Cold.— Cheguei!— Tá vendo um maluco na moto azul em frente ao Dogão? — ele pergunta.Dogão é ponto de venda de cachorro-quente no início do morro.— Estou! — olho e vejo o tal cara me olha
Leco (Marcelinho)Conforme o combinado, eu vim pra VK e, desde ontem, ficamos discutindo novas estratégias e acertando alguns detalhes. Entramos madrugada adentro fazendo isso.Eu havia combinado com o G4 cada ordem nova e repassei tudo para o LC e os gerentes. Mas hoje é dia de descanso, e resolvi ir numa resenha no pub mais famosinho da VK. Dia de jogo do timão, a casa tá lotada.Vejo, numa mesa do outro lado, uma mina muito gata que chamou a minha atenção. Ela tá com outra garota, que de costas lembra muito a Milena, mas eu sei que hoje ela foi pra pista com a Antonela, porque o G4 me falou. Inclusive, acho que a Antonela tá muito soltinha, o irmão dela que fique esperto.A garota de cabelos cacheados é bem gostosinha. Bebe e sorri, cheia dos trejeitos com a amiga, e várias vezes nós trocamos olhares.Pouco depois, a amiga dela levanta falando com alguém ao telefone e, porrä... era a Milena que tava com a mina. Não tô acreditando nisso, é coincidência demais.Onde a Milena foi?Apo
AntonelaApós muitos beijos, carinhos e guloseimas durante filmes que passavam aleatoriamente na televisão, sem que prestássemos atenção, o clima entre Cold e eu esquentou ainda mais. Ele quase me engolia com sua boca habilidoso enquanto parecia ter várias mãos que percorriam diversas partes do meu corpo ao mesmo tempo.Eu mal conseguia acompanhar a intensidade de seus movimentos. Seu toque incendiava minha pele, despertando um desejo absurdo. Ele me puxava para mais perto, soltando suspiros e gemidos roucos em meu ouvido que faziam minhas pernas fraquejarem.O calor crescia e nossas respirações falhavam. Eu estava no limite com tudo que Cold estava provocando em mim.— Vamos pro meu quarto? — ele pergunta sussurrando em meu ouvido enquanto segue beijando meu pescoço.Um silêncio se formou entre nós depois desse convite.Eu não sabia exatamente o que responder, só sabia que estava em chamas por ele.Nos encaramos e nada respondi, apenas o beijei. Ele então, me pegou no colo e subiu às
ColdAcordo com a claridade do sol entrando no meu quarto, olho a hora e vejo que dormi demais. Fodä-se, Fernanda e eu fomos dormir com o dia amanhecendo, então eu precisava descansar.Meu celular vibra e, na tela, mostra que era o MT ligando. Ignoro a chamada. Olho pro lado e vejo a chocolatinho dormindo de bruços.Sorrio ao lembrar dela toda nervosa, meiga e muito gostosa na minha mão.Penso em acordar ela pra uma fodä agora, mas sei que tá cansada, e dormindo tranquilamente desse jeito, me faz mudar de ideia.Levanto, fecho a cortina blackout e vou para o banho. Enquanto escovo os dentes, encaro meu rosto no espelho e fico analisando meus planos, me perguntando se vai dar tudo certo.Saio do banheiro e a Fernanda continua dormindo.Desço, tomo água, e meu celular vibra outra vez.Atendo.— Fala, MT!— Tô aqui no teu portão! Quero trocar uma ideia contigo!Porrä, o MT anda mais no meu pé do que as putäs que peguei. Qual é a dele?— Entra aí! — falei e desliguei, indo até a sala abri
ThaylaSaio com o Gabriel, que pilota sua moto feito um maluco, sem ter ideia de onde ele iria.Quando vejo, ele entra pelo portão de uma casa linda, na parte mais alta do morro.— DESCE! — ele fala grosso e aquilo já me deu raiva.— Que lugar é esse?— Minha casa! — diz e anda em direção à casa.— Outra casa? Não foi aqui que você me trouxe naquela noite, eu não vou entrar aí!Ele para, me olha e, de repente, puxa meu braço, quase me arrastando para dentro da casa!— Me solta! — Tentei permanecer no mesmo lugar, mas sem chance para mim. Com apenas uma das mãos, Gabriel me puxava.Vejo ele colocar o dedo na fechadura digital e a porta se abre.Assim que entramos, ele já foi direto pegar uma bebida, e eu não estava entendendo qual o motivo desse showzinho todo.— Eu posso saber por que todo essa cena?Ele me olha.— Cena é o que você tava tentando fazer! Qual foi? Tá achando que sou algum otärio?— Oi? Do que você tá falando? — pergunto sem entender o que ele estava querendo dizer.Gab
ThierryFui na casa da tia Célia na Penha e nós passamos um dia muito agradável, embora eu tenha sentido um clima estranho entre ela e a Thayla. E por esse motivo, pouco antes de ir embora pedi para a Thayla me levar para conhecer um pouco a comunidade. Mas na verdade, era apenas uma desculpa pra tentar descobrir se estava acontecendo alguma coisa.Sentados no banco da pracinha, conversamos bastante. Ela negou estar acontecendo qualquer coisa, apenas disse que nossa tia é um pouco controladora. Mas eu conheço minha irmã, e sei que tem mais coisa nessa história, porém não fiquei pressionando, afinal, assim que puder, vou tirar ela desse lugar.Um tempo depois passa por nós o tal G4, meu possível irmão. Ele pilotava uma moto enorme, das mais modernas do mercado, mostrando que é um herdeiro nato. Sem camisa, um braço todo tatuado, fuzil com a bandoleira atravessada nas costas, ele deixava claro sua total imponência e liderança.Ele ficou olhando em nossa direção, e naquele instante, me p