Ele já estava acordado? Ou ainda sonhava com o nada que preenchia seu peito? Ele não saberia, porque de fato, os olhos estavam abertos, mas ainda não tinha certeza que estava acordado, se já estava no mundo real em que era para realmente estar. Com um suspiro, ele encarou as janelas ao lado de sua cama, sim, ele estava acordado, mas abrir os olhos e respirar não era o suficiente para encher seu dia de alegria, ou menos o tornar feliz.Sentou na cama disposto a levantar, outra noite que passou acordado. Já era difícil dormir com todos os pensamentos passados o sondando como se fossem importantes — esses eram. Como de costume, bateu a mão no colchão abaixo, ele não devia ter voltando para seu apartamento antigo, pois as lembranças de que fora muito feliz ao lado de uma mulher o assolava drasticamente. E bastava uma piscava para lembra-se de que teria que tomar uma atitude. Seis anos longe, o encheu de duvidas, de férias que jamais poderiam ser curadas... Bom, tinha apenas um remédio, e
Naquela manhã de segunda-feira, Emelly assistiu o sol nascer da janela do seu quarto luxuoso naquele hotel mais quente ainda. Admirava a vista da cidade, e da cobertura onde se encontrava, nada mais belo poderia ser visto, pelo menos não agora. Encarou as nuvens se fazendo, se colocando no melhor lugar para atuar o dia inteiro, era boa e reconfortante, ao menos uma coisa boa pela manhã ao abrir os olhos que mal fechou; algo bom para iniciar um dia cheio, longe, e com muitas coisas para serem tratadas.Antes de fazer qualquer coisa, mandou uma mensagem para Nicolly perguntando se estavam todos bem e como tinha sido à noite. Nunca passou uma noite inteira fora de casa, e aquilo chegava a doer no coração, pois não daria esse gostinho de liberdade tão cedo para uma pessoa que mal conhecia o mundo... Bom, isso viria mais para frente quando conhecesse a segunda pessoa mais importante da sua vida.Depois de voltar do banho, a confirmação da mensagem já estava ali, o que lhe deixou mais relax
A espera para ficar sozinha com Nicolas não era para ser tão desesperadora, mas quanto mais o tempo passava, mais suas pernas tremiam e ela não sabia como olhar para ele. Tão bonito e perfeitamente entendedor de suas ações e pensamentos. Talvez por ser dono deles, ou apenas por conhecê-la melhor do que ninguém. Quando a última pessoa saiu da sala, Emelly desceu o olhar diretamente para a aliança no dedo dele, era possível de isso acontecer, ele usar aquela aliança durante todos esses anos sem ter tempo ou motivo para tirar?Sim, pois quando o viu, a surpresa nos olhos dele denunciou tudo, ele mal sabia que a encontraria ali, ninguém sabia, talvez, mas ela tinha consciência de que estaria de frente com o passado mais gostoso, mais bonito e o mais dolorido de sua vida. Voltou aos olhos quando ele moveu sua mão para frente, ela fez o mesmo, e por um momento, imaginou tudo, menos um tocar de suas palmas uma na outra, entrelaçaram os dedos por alguns segundos e Nicolas virou a mão dela, en
Nicolas sentiu o coração parar por um momento.Suas pernas viraram gelatinas, e por segundo se curvaram, mas ele não seria fraco.O ar lhe faltou, até mesmo as palavras escaparam de sua boca, e... Podia ser que ele não tivesse ouvido direito, porque aquilo não era possível.Uma filha...?Ele tinha uma filha?— O que? - Indagou, desacreditado. Emelly soltou sua cintura lentamente e deu um passo para trás, virou as costas para voltar à janela, no entanto, Nicolas segurou seu braço puxando-a de volta — O que você disse?— Nós temos uma filha - repetiu calma, lentamente, deixando Nicolas saber o seu segredo, um que guardou por tanto tempo. Esperava poder fazer surpresa, o atrair para Austrália, mas nunca contar-lhe diretamente. Esperou por sua chegada todos os dias no apartamento, onde ela o receberia de braços abertos, e com uma pessoa para lhe apresentar, mas isso também não aconteceu.Nicolas lhe soltou, abaixou os olhos, completamente incrédulo com a resposta, e não era para tanto. Se
Seu sorriso.Um ponto fraco para Nicolas.No mesmo instante ele a beijou. A beijou como sempre sonhou durante as noites. Suas mãos se misturaram ao cabelo rosado e a trouxe para perto, descendo para as costas e pararam na cintura. Emelly era sua de novo. Toda sua, para sempre, para sempre. O beijo se intensificou e a eletricidade passava de um para o outro, era intenso, surreal, era amor misturado à saudade, felicidade com ansiedade, era tudo, completamente tudo.Quando o ar lhes faltou, ele descolou os lábios devagar, mas jamais a deixaria ir. Moveu seus dedos para o rosto dela dedilhando pelos traços novos. Imaginava Emelly como sua esposa, a mãe de seus filhos. Sabia que não poderia ter outra mulher, nem em sua cama por uma noite, nem em sua vida para sempre, apenas Emelly, só ela.— Você é minha... — Ela sorriu assentindo — Eternamente Minha.— Para sempre. — Completou, deixando claro a quem pertencia.Depois de mais alguns minutos abraçados, decidiram que era hora de partirem dal
Com o consentimento de Emelly, o ruivo foi o primeiro a adentrar a próxima sala, e seus olhos brilharam. As janelas ainda eram grandes, do teto ao chão no final, cobertas pelas cortinas cor de rosa para dar um ar feminino ao lugar. Na parede que dividia a recepção da sala onde tudo poderia acontecer, continha algumas fotos das modelos de Emelly, e Bruno correram para ver junto à rosada. Alguns de desfiles, outras com catálogos. Na outra parede, alguns suportes guardavam as revistas em que a agência representou. Ao meio, duas mesas longas divididas em cabines apenas por um espaço.— Aqui é o meu setor. E com mais computadores, espaços e estrutura, podemos sair ao mundo em busca de mais modelos, descobrir rostos novos, eu estou adorando este lugar — Bruno sentou em uma das mesas em frente ao computador e abraçou o canto — essa mesa é minha, mais espaçosa, completa e inteiramente apenas para mim. — Emelly riu e seus pais também.— Vamos indo, depois dessa sala onde tudo pode acontecer, h
Uma filha, ele tinha uma filha.Uma filha que nunca viu em sua vida, mas que existia, e estava louco para conhecer. Ao sair das empresas Parson, Nicolas vagou por toda a cidade pensando na sua querida Luara, que não conhecia, nem de longe, mas apenas a imagem dela vinda de uma pequena foto, com frases bonitinhas e com aquele sorriso maravilhoso, fazia o coração do Santinelli vibrar de tanta emoção. Ele nunca achou que seria pai, ao menos não sem Emelly, e agora estavam tão próximos.Sentia um pouco de inveja sim, ao ver seu irmão idiota ter uma família que o esperava ao chegar a casa, com filhos, esposa, uma cunhada louca, mas... O mais importante, era que ele tinha pessoas que o amava, sua própria família para poder cuidar. Rafael o mesmo, embora Raely fosse um demônio em pele de menino, ainda assim, era filho de Rafael, deixando claro que ele também foi capaz de construir uma família ao lado da pessoa que amava. Ele passou também por muitas coisas, Raissa engravidou aos dezoito, tev
Seus olhos esverdeados assistiam a melhor cena de sua vida, pois a vista de suas crianças brincando ao redor da casa, era como um sonho realizado, dali por diante, Emanuel podia sentar em uma cadeira de balanço e sorrir para o mundo, sua meta para a vida tinha chegado ao fim no momento em que colocou o último filho dentro da esposa, e este veio ao mundo cheio de saúde, energia, e um sorriso tão lindo quanto o da mulher que servia o lanche e chamava todos para comerem.Esse sempre foi o sonho de Emanuel, mas por alguma ironia do destino, a vida lhe deu tudo ao contrário, lhe fodeu da pior forma possível, e ainda brincou com seu futuro achando que ele não podia ser construído de verdade, mas ao menos, Deus o ajudou a conseguir pelo menos a mulher que amava, para estar ao seu lado, amar, respeitar, aceitar seus defeitos e aturar aquela imagem linda que agora se chamava Nicolly Nolasco.Desde o colégio, ele era apaixonado, a conheceu no seu último ano quando Nicolly, a novata, entrou na e