Duas Semanas Depois:Nicolas não estava lá tão feliz com o que acontecia, mas fingir que não se encontrava alegre por saber que tudo aquilo não passava de um pequeno contratempo para voltar a sua posição, lhe confortava. As pessoas presentes pareciam mais curiosas que o normal. Mario havia permitido que a imprensa fizesse uma análise ao vivo do julgamento, achava ele que sairia ganhando, além de que, envergonhar todos os Santinelli, essa seria sua vingança, e dessa forma, mostraria a todos o que aconteceria se outro chegasse perto de sua família.Como melhor amigo e uma das testemunhas, Rafael estava ali ao seu lado, agradeceu por isso. Rafael, apesar de ter seus defeitos, ser escandaloso e idiota às vezes, era o melhor amigo que qualquer pessoa sonha em ter. Os olhos azuis rapidamente capturaram Raissa quando a mesma chegou à sala que aconteceria o julgamento, estava vestida para a ocasião, com um preto até os joelhos e saltos, formal demais, mas ainda assim, perfeita aos seus olhos,
Vanessa levantou ajeitando o cachecol em seu pescoço respirou fundo antes de andar até onde seu marido estava sentando. O promotor repetiu o juramento e ela concordou. — Bom dia, senhora Parsos – Guilherme cumprimentou a mulher com um sorriso no rosto — percebo o quanto é bela. Emelly tem a quem puxar. – riu — O que você tem a dizer sobre o que houve com sua filha? — Foi algo terrível, minha garotinha foi... É horrível. Exijo que o culpado seja preso. – Olhou para Nicolas. — Sua garotinha pequena frequenta boates altas horas da noite, porque não a impediu? – Vanessa encarou Emelly, agora ficando mais séria — Que tipo de pais libera sua filha para uma boate a meia noite? Para ser visada e tocada por seres desconhecidos, ficando a mercê de qualquer e até mesmo alguém em que ela podia confiar e se deixar levar? Anotação três: Vanessa e Mario desconheciam de suas idas a boates nas altas horas da noite. — Eu não sabia que ela frequentava boates. — E porque não? Você é a mãe dela, e el
A mulher levantou ao lado de Emelly, deu um sorriso para a amiga e foi até a mesma cadeira, sentou e sorriu para Nicolas. Miguel estreitou os olhos quando ela riu para Nicolas e depois para Rafael, e encarou o promotor — Está é Raissa Cabral, testemunha de defesa. – Anunciou e deixou tudo para Guilherme.Depois de fazer o juramento, ela se ajeitou e olhou fixamente para o advogado.— Há quanto tempo você conhece Emelly Fernandes Parsos?— Desde os dez anos.— Seus pais sabem de sua amizade?— Sim. Emelly me visitava todos os dias depois da escola. – Falou sério.— Quem teve a ideia de mudar para um apartamento?— Eu disse que ia morar sozinha, tive problemas com o meu pai e desejei isso. Contei para Emelly, ela perguntou se podia ir comigo, e eu disse que sim.— Por quê? – Raissa riu achando graça das perguntas de Guilherme.— A Emelly vivia um inferno em sua casa. Os pais dela a ignorava completamente. Por que você acha que ela preferiu morar no apartamento pequeno com mais duas pess
O loiro levantou de trás de Nicolas, andou quase se borrando de medo, mas não por esta fazendo alguma coisa errada, e sim porque não queria ver seu melhor amigo encrencado. O promotor fez o juramento e se sentou no seu lugar, deixando a testemunha aos cuidados de Guilherme Santinelli.Sorrindo, Guilherme parou na frente de Rafael, o conhecia há tanto tempo e não esperava está fazendo aquilo com um grande amigo da família, quase como um irmão.— Já sabemos que foi você que levou Nicolas Santinelli até a boate onde ele viu Emelly pela primeira vez.— Nem ousaria discordar – Se ajeitou na cadeira. — Nicolas antes de conhecer sua donzela não saia do escritório para nada. Do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Eu o fiz mudar de ares, quero dizer, eu o convidei pra sair e o arrastei para meu carro, cheguei à boate sem ele saber e só pra deixar claro, ele odiou aquilo.— Tenho certeza que sim.— Nicolas não é aquele tipo de homem que vive em farras. Tive que pedir com muito carinho
— Emelly Fernandes Parsos, por favor... – O promotor a chamou com um sorriso acalentador, o que não passou despercebido por Nicolas que cobriu os lábios para não xingar aquele homem. — Seja bem-vinda. Pode se sentar? – Ela obedeceu e ele começou o juramento, Emelly, assim como o Santinelli a sua frente, o ignorou por alguns segundos enquanto estava de mão levantada. Respirou fundo e molhou os lábios antes de encontrar o olhar dele. — Emelly Parsos, a vítima. Está com a palavra, senhorita Parsos.— Obrigada! – Guilherme parou na frente dela, e o advogado de Mario mais atrás.— Quando você viu Nicolas pela primeira vez, ele apresentou-lhe alguma ameaça?— Não. Apenas me ajudou. Muito.— Porque aceitou sair com ele? – O Advogado da sua família perguntou. Guilherme olhou para ele.— Nicolas era um homem diferente de todos os outros que me ajudou com Fernando. Eu estava interessada, e acredite ou não, meu maior desejo era me jogar nos braços dele quando o vi pela segunda vez. – Emelly nem
O tribunal ficou em silêncio, ninguém ousou falar uma palavra se quer. Nicolas a olhava sentindo seu corpo ficar mole, ele queria chorar, chorar de novo como tinha chorado nos dias anteriores, mas seu orgulho cobria qualquer vontade. Porque ele tinha se apaixonado daquele jeito? Porque justo ele, não conseguia mais pensar em nada além daqueles olhos grandes e verdes? Respirou com vontade e fechou os olhos. Emelly levantou da sua cadeira e foi embora para seu lugar, ainda calma, mantendo o silêncio.— Bom! – O promotor quebrou o silêncio, chamando a atenção de Guilherme que parecia estar sob o mesmo efeito que seu irmão — As testemunhas acabaram e, como a vítima já foi ouvida. O réu tem a palavra agora.Nicolas sentou onde anteriormente Emelly estava e, a olhou dali. O rosto vermelho e os cabelos um pouco bagunçados. Ele tinha prometido nunca a deixar chorar na sua frente, e estava falhando miseravelmente.— Tem algo a dizer? – o Advogado de Mario quem perguntou. Nicolas olhou para ele
— Você não pode simplesmente me dar às costas e fugir.— Vai embora – Nicolas falou, ainda sem abrir os olhos.— Embora? – ela começou a andar na direção dele, com passos firmes, mais nada confiantes. Parou na frente de Nicolas que nem conseguia abrir os olhos. — Quer mesmo que eu vá embora?— Vamos – Guilherme chamou por Rafael e rapidamente o loiro obedeceu, puxando Raissa junto.Nicolas, depois de muito pensar, respirou fundo e abriu seus olhos. Um choque percorreu seu corpo ao vê-la chorar. Uma pontada forte em seu coração. Ele suspirou inconformado, não podia mesmo deixá-la... Aproximou-se bem devagar e segurou o rosto que tanto amava, ela chorava. Chorava por sua causa.— Me desculpe Emelly. De verdade – Disse encarando os olhos vermelhos. — As coisas são complicadas, você sabe.— Antes não eram – Se aproximou mais, colando seus corpos, abraçou o Santinelli do jeito que queria dês que chegou naquele tribunal. Ele retribuiu o abraço, que foi recebido com amor — Eu te amo tanto.—
Sua mente não parecia nem mesmo permanecer sã. Viu o corpo daquele homem, sumir diante de seus olhos e simplesmente não aguentou aquela pressão na sua vida. Não iria suportar ter que perdê-lo. As lágrimas não pararam quando abraçou ainda mais a melhor amiga que também não parecia desistir de si, ao menos ela seguiria ao seu lado sem precisar lhe machucar.O abraço foi longo, pelo que pareceu horas até escutarem a voz dos pais de Emelly, primeiro Mario parou diante das duas e sua esposa logo atrás, estava aflita e com o coração partido por ver sua filha daquele jeito. Claro que ela queria que ela não passasse por algo assim, mas tem certas coisas na vida que nenhuma adolescente vai entender, e Emelly parecia não querer.No auge dos seus dezessete anos, se envolver com um homem mais velho, dar sua virgindade e sua vida por alguém assim não valeria a pena, mas lá na frente ela iria mudar de opinião e não podia mais voltar atrás. Emelly era uma criança, e logo, logo mudaria e esqueceria o