Seguindo as indicações do grupo, Gabriel deixou uma carta de demissão com a governanta da mansão e arrumou as malas para partir para a cidade. O pen drive era sua maior e última missão na fazenda, cumprida com sucesso quando o passou para Maximiliano. Teve receio que estivesse perdido, após a prisão do Gonzalez, mas Beto ligou garantindo que o capitão entregou o objeto para o grupo antes de ser levado por Queiroz. Agora estava incumbido de uma nova para ajudar o grupo a libertar Maximiliano. Mas para isso necessitaria abandonar o emprego atual e contar com a sorte. Tinha tido uma enorme dose de sorte ao, em vez de abandonar o local do encontro, permanecer no lugar e gravar a conversa de Maximiliano e Dalila. Agiu seguindo as indicações do capitão, registrar todos os movimentos dos Orleans, mesmo os que parecessem desnecessários ou envolvessem pessoas do grupo. Sua decisão mostrou-se acertada e o grupo usaria para ajudar o Gonzalez em uma acusação. O problema eram as outras. Batidas
Era fim de tarde quando Donato bateu na porta da cabana de Maximiliano e Joana. A jovem, ansiosa por notícias do noivo, despejou perguntas e mais perguntas sobre Maximiliano assim que colocou os olhos no Herrera. Compreendendo a angústia dela, Donato explicou que ainda não tivera chance de visita-lo, pois foi primeiro atrás do juiz para ler as atas da ordem expedida contra o Gonzalez. — Perdão por não ter vindo antes para acalmar suas dúvidas, mas precisei falar com o Juiz Motta e ler linha por linha das acusações contra o Maximiliano. Assim definirei a defesa — explicou após sentar-se na diminuta cozinha e aceitar chá e biscoitos oferecidos por ela. Passou para Joana que mandou incluírem o vídeo a queixa de agressão sexual. O alívio da jovem só diminuiu quando o advogado informou que existiam outras acusações, piores e que exigiriam provas que ele ainda não tinha. — Como percebe, o caso é delicado e precisarei de muitas informações para liberta-lo das outras alegações. — De onde
Chegando a sua casa, Adriano aguardou Tarcísio retornar de alguma função que sua mãe ordenou para conversar com o capataz e Kassandra. Enfurnado no escritório, Adriano recordava tudo que aconteceu desde que colocou os olhos em Dalila e desfez seu noivado original com Joana. Como nos últimos meses tudo que ouvia ao seu redor eram reclamações, lamúrias e recriminações, recordou numa mescla de raiva e aborrecimento. Tinha sido burro, ingênuo e manipulável por pessoas que amava e admirava. Dalila usando o charme e atrativos para tirá-lo do caminho correto, enquanto o traia pelas costas. As queixas, os conselhos e indiretas de Kassandra, a respeito do modo que atendia sem pensar duas vezes os pedidos de Dalila, incluindo mudar-se para Sanmarino sem a companhia deles. O desgosto empapava sua garganta ao pensar em todas as vezes que ofereceu sua amizade ao Gonzalez, como o quis ao seu lado na administração de Recanto Dourado, como se ofereceu para ser padrinho de casamento dele, de form
Lucas explicou o que o grupo definiu, detalhando que tinham pensado nisso após o recebimento do vídeo e a comunicação de Donato sobre os demais crimes, que claramente tinham sido forjados pelo delegado Queiroz. — Se o delegado foi capaz de falsificar a assinatura do capitão, será capaz de colocar algo na bebida ou comida do capitão para mata-lo sem deixar vestígios — Lucas justificou. — Então decidimos enviar alguém do grupo para trabalhar na prisão e ficar de olho nele. — E estão contratando? — Joana questionou impressionada e agradecida com a iniciativa do grupo em prol da segurança de Maximiliano. — Não. Mas Beto conhece o rapaz que cuida da limpeza interna e da alimentação dos guardas noturnos. Pensamos em pagá-lo para se demitir, assim criando a vaga que necessitamos — explicou e, orgulhoso dele e do grupo por corresponderem à confiança do capitão, anunciou: — Cristiano recomendou que aproveitássemos Gabriel, pois é o único do grupo que o Queiroz desconhece. — Gabriel trabalha
Ansiosa, mergulhada em pensamentos e olhando a todo o momento as horas no celular, Joana deu um sobressalto com as batidas na porta. A voz de Tereza chamando-a a fez correr para atender a porta. — Tê, que felicidade que atendeu meu chamado. Fechando a porta da cabana, Joana indicou para Tereza a poltrona da sala para ela se sentar. — Achou que não viria? — Ter sua amizade mesmo após me tornar o alvo preferido do repúdio da cidade foi surpreendente — Joana comentou desanimada. — Mas temi perde-la depois do que aconteceu ontem... O que você e toda cidade viram... — Nunca me importei com a opinião alheia e não precisa me dar satisfação ou explicações — Tereza a salvou em meio ao gaguejar envergonhado, segurando as mãos de Joana entre as suas para transmitir conforto. — Sinto muito pelo que aconteceu. Os culpados são Dalila e Maximiliano, não você — falou revoltada com a ousadia dos amantes em trair sua amiga em plena festa de noivado. — Já planejava vir oferecer minha ajuda no que pr
Dentro do bar Crista do Mar, durante a madrugada, o grupo de Maximiliano se reunia a espera de Joana e a solução que afirmou ter para facilitar a contratação de Gabriel. Usando agasalho com capuz e sendo escoltadas por Beto, Joana e Tereza entraram pela porta dos fundos, para não despertar o interesse dos curiosos do porto. No interior com forte cheiro de álcool, os amigos de Maximiliano olharam ao mesmo tempo para a jovem a poucos passos de Joana. Uma estranha para a maioria deles, mas Lucas a reconheceu de suas andanças próximo a prisão e conversas com alguns oficiais. — Você trabalha para o Queiroz, não é? — É... Sim... — Tereza disse insegura por causa de toda violência que diziam que aqueles homens eram capazes. Mesmo com Joana tendo garantido que eram gentis, tinha dificuldade de acreditar, principalmente com aquele homem de quase dois metros encarando-a com desconfiança e velada ameaça. — Tereza Braga é minha amiga de infância, uma pessoa da minha completa confiança — Joan
De manhã Joana foi surpreendida por visitantes, uma que a encheu de alegria e outra que era a fonte de sua infelicidade. Ambas desejavam saber como estava o caso de Maximiliano, agora que havia uma prova da mentira de Dalila. — Recusou-me a acreditar. Maximiliano não matou esse homem, tampouco é culpado de contrabando e tráfico. Ele me assegurou que mudou de vida durante a nossa viagem pelo mar — disse sem conter a raiva pelas acusações, não percebendo o despeito nublar os olhos de sua irmã. — E tudo é culpa sua, que iniciou essas acusações absurdas — Joana queixou-se para Dalila. — Foi um engano da minha parte — Dalila apaziguou cansada dos choramingo da outra. Só aceitou acompanhar sua mãe ali, por seu caminho para a prisão. Com uma desculpa qualquer para se livrar de Carmem seguiria para visitar Maximiliano. A intenção a fez questionar: — Pensa visita-lo hoje? — Sim. Irei com Donato depois do almoço — respondeu, comentando com enojo: — E não foi nenhum engano o que você fez. Ao c
Após Dalila e Carmem partirem, Adriano não segurou a queixa contra a consideração que Joana ainda nutria pela traidora. — Não entendo como aceita a visita dela. — É minha irmã — Joana disse simplesmente, poupando ambos de acrescentar que só permitiu a passagem de Dalila por estar acompanhada de sua mãe. — Sobre o que quer falar? — Vim avisar que ontem passei na prisão. Conversei com Queiroz, a respeito do vídeo, e descobri que Maximiliano foi preso também por causa de outros crimes. — Com frieza explicou sem rodeios e sem se apiedar as acusações, não se surpreendendo diante da palidez que tomou a jovem ao anunciar: — Queiroz garante que será condenado e continuará preso por muitos anos. — Donato provará que essas também são acusações falsas — ela retrucou. — Duvide que consiga liberar o Gonzalez. São crimes graves e Queiroz diz ter provas e testemunhos. — Não acredito — ela insistiu. — Donato mostrará que se trata de uma injustiça contra meu noivo. — Maximiliano Gonzalez não pas