Como já era de se esperar, nada foi comentado pela família sobre o que aconteceu no colégio de Javier, e Caroline só acabou descobrindo por causa dos cochichos das empregadas. Contudo, o que de fato povoava seus pensamentos era algo mais urgente: iria conhecer a família de Viktor, e eles estavam preparando a cerimônia do casamento. A viagem de avião foi longa e era meio da noite quando, enfim, chegaram a Moscou, e assim, que colocou seus pés no solo russo, o vento frio deu as boas vindas a Caroline enquanto descia do avião segurando no braço do noivo. E mesmo com os flocos de neve cobrindo seus ombros, ele não demonstrava nenhum sinal de estar sentindo frio. Seus olhos cristalinos fitaram a futura companheira e então, como se lesse seus pensamentos, retirou o próprio casaco e colocou nela. Seguiram por uma longa estrada coberta por neve, rodeada de bosques escuros e árvores sombrias, que os faróis iluminavam parcialmente, e a única coisa que podia ouvir era o outro carro que vinha a
Supersticiosa como era, Caroline não conseguia ignorar o mau pressentimento que incomodava suas entranhas. Quis sugerir que mudassem a rota ou o destino, mas não conseguiu o fazer pois, ainda não se sentia tão à vontade com o noivo para falar de algo que considerava bobo. Porém, suas suspeitas de que algo estava errado foram confirmadas quando percebeu que Viktor também observava os outros transeuntes, e os seguranças ficavam mais próximos, com as mãos sobre o paletó, claramente prontos para pegar seus revólveres caso precisassem.Entraram no restaurante e sentaram-se num local reservado, que tinha vista privilegiada através de uma grande janela de vidro, mas que aparentava ser reservado. Parecendo tentar distraí-la, Viktor pediu um vinho para saborearem enquanto esperavam o prato principal. Trocaram algumas poucas palavras, coisas simples sobre a arrumação do casamento, jantaram e então, continuaram a viagem. Enquanto saiam do local, Viktor fez questão de que andassem de braços dad
Caroline observou a vista que tinha dos alpes, a beleza do lugar escolhido para a lua de mel era de tirar o fôlego. Seus olhos recaíram sobre a aliança no dedo anelar e lembrou da cerimônia ocorrida pouco tempo antes: luxuosa, deslumbrante e rápida - as famílias pareciam apressadas em casá-los -, talvez por conta do incidente.A Catedral de São Basílio era ainda mais imponente de perto, deixando-a toda arrepiada, caminhou pelo tapete coberto por pétalas vermelhas, acompanhada pelo pai e quando finalmente se viu diante do homem que a aguardava no altar, seu coração acelerou e seus joelhos tremeram.Não queria admitir, mas já havia se apaixonado por ele.Seus olhos verdes recaíram sobre a mão que lhe era estendida, ficou hesitante por um momento, mas quando finalmente a tocou, sentiu o aperto firme que foi capaz de sustentá-la. Deu um passo à frente, e aos poucos um sorriso se desenhou em seus lábios enquanto trocavam um olhar significativo.Ele poderia não amá-la, mas havia sido cativa
Sexta-feira e Manoela se via atarefada até o pescoço. Andava apressada pelo corredor, braços ocupados com roupas para passar, quando, de repente, sentiu seu corpo sendo agarrado e erguido do chão, soltou um gritinho com os susto, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o homem que a segurava, a carregou para seu quarto.– Que susto… não faça isso! Ela murmurou quando ele finalmente a colocou no chão. – Alguém vai acabar nos vendo…O perigo daquela situação a deixava animada, mas o medo das consequências a mantinha sempre atenta.– Fod*-se! Ele resmungou dando de ombros enquanto roubava-lhe um selinho que logo, se transformou em beijos pelo pescoço.Javier sentiu o cheiro da pele da jovem por um tempo e quando, enfim, a encarou, havia um sorriso satisfeito em seu rosto.– Está usando o perfume que te dei? Questionou, sua voz rouca soando sedutora. – Gostei disso… – Bem, sim… – Ela confirmou sentindo o rosto esquentar, mesmo que não estivesse gostando muito de como aquilo parecia.
Manoela enrolou e acabou não contando a verdade. Mas não esperava que a resposta de Javier fosse um tratamento de gelo, o rapaz simplesmente passou a agir como se não a conhecesse - ela não sabia, mas era a forma que ele havia encontrado para não surtar com a situação - no fim, ambos não sabiam como se comunicar. Um comportamento bobo que logo gerou um mal-entendido. A moça não podia estar mais deprimida, as coisas pareciam estar indo de mal a pior nos últimos dias. Não demorou muito para começar a se questionar sobre o relacionamento deles: Era somente mais uma? Ele havia se cansado? Para completar a tragédia, aquele dia estava especialmente difícil. A família estava preparando um jantar de aniversário do filho mais velho, e isso resultava em trabalho dobrado. Além disso, Rachel, a governanta, parecia especialmente interessada em retirar seu suor. Quando enfim, terminou de passar as roupas, seus cabelos grudavam no rosto de tanto calor, tentou prendê-los, mas o elástico arrebe
Eliot caminhou pelo salão cheio de pessoas, sorriu de canto enquanto observava o sobrinho que ainda ensaiava alguns golpes no ar, era como um mini lutador que, agora, ostentava uma pequena medalha que balançava em seu pescoço. Saiu de seus devaneios quando ouviu o cunhado resmungando: – Você trabalha demais, precisa relaxar um pouco… – Maxwell explicava gesticulando animadamente com as mãos. – Aliás, obrigada por vir comigo ver a luta do meu filho. – Não perderia a luta do meu único sobrinho… – Eliot respondeu com um sorriso gentil, bagunçando os cabelos do menino, mas logo seus olhos se voltaram ao cunhado novamente. – Mas, afinal, porque você colocou ele numa academia de muay thai? – Foi sugerido pela escola, disseram que ajudaria no controle da raiva. – O outro homem respondeu dando de ombros, para ele não era algo tão relevante. – E ele leva jeito… A conversa dos adultos foi interrompida quando Thomas, a criança, sorriu puxando o casaco do pai, pedindo para ver a luta dos pa
Caroline mal retornou da lua de mel e já estava precisando posar para a celebração da sociedade novaiorquina. Caminhou pelo enorme salão decorado e luxuoso, deslizando a ponta dos pelos pelas paredes, queria tomar um pouco de ar sozinha depois de tanta atenção.Contudo, seus planos foram frustrados quando ouviu uma voz feminina soando às suas costas, virou-se e viu uma dupla de mulheres usando vestidos de mesmo tom cor de rosa. Loiras e sorridentes, legítimas patricinhas.– Excelente escolha de vestido, a seda realmente combina com você! Uma delas disse apontando com o indicar, séria, como se tivesse certeza do que falava.– Verdade… - A outra concordou balançando a cabeça, então, um sorriso provocativo surgiu em seu rosto enquanto se aproximava. – Diga-me, ele é ciumento? O tamanho dessa aliança diz muito… Caroline sorriu de canto, bebericou mais um pouco de seu champanhe e deu uma leve piscadela como resposta. Se perguntava em que contexto Meredith havia se aproximado de tamanhas f
ATENÇÃO!!! Este capítulo contém descrições de violência e prostituição, prossiga com cuidado.Longe dali, Marcelo deixava a casa dos pais enfurecido. Não podia acreditar que o pai havia lhe negado um maldito celular. Ajeitou o capuz sobre sua cabeça e continuou caminhando pelas calçadas mal iluminadas, parou quando avistou um rapaz recostado a um muro velho, e sorriu ao sentir um cheiro conhecido.– Quer um trago? Perguntou o outro, lhe entregando o rolo de fumo. – E o “trampo”, é “profissa”? Marcelo respondeu com outra pergunta soltando a fumaça pela boca enquanto observava os carros que passavam.– Molhou. Vi as luzes acesas… – Resmungou o amigo fazendo o mesmo. – Mas, relaxa, tenho outro.– Não vai me complicar de novo não, né? Marcelo retrucou, sua voz ficando mais lenta por conta da maconh*. – Quase fui preso da outra vez, Bruno… se fud*!Bruno apenas riu, mas não negou. Ao invés disso, explicou seu plano: um carro, coisa boa, estacionado em um lugar fácil de ser roubado.Quando