ATENÇÃO!!! Este capítulo contém descrições de violência e prostituição, prossiga com cuidado.Longe dali, Marcelo deixava a casa dos pais enfurecido. Não podia acreditar que o pai havia lhe negado um maldito celular. Ajeitou o capuz sobre sua cabeça e continuou caminhando pelas calçadas mal iluminadas, parou quando avistou um rapaz recostado a um muro velho, e sorriu ao sentir um cheiro conhecido.– Quer um trago? Perguntou o outro, lhe entregando o rolo de fumo. – E o “trampo”, é “profissa”? Marcelo respondeu com outra pergunta soltando a fumaça pela boca enquanto observava os carros que passavam.– Molhou. Vi as luzes acesas… – Resmungou o amigo fazendo o mesmo. – Mas, relaxa, tenho outro.– Não vai me complicar de novo não, né? Marcelo retrucou, sua voz ficando mais lenta por conta da maconh*. – Quase fui preso da outra vez, Bruno… se fud*!Bruno apenas riu, mas não negou. Ao invés disso, explicou seu plano: um carro, coisa boa, estacionado em um lugar fácil de ser roubado.Quando
Entre uma caneca de chopp e outra de comemoração, sua mente continuava às voltas com o mesmo pensamento: ele não era o único para Manoela. E isso estava deixando-o put* - justamente porque nunca havia a traído -, tanto que nem mesmo ganhar a luta poderia apaziguar sua raiva, muito menos fazê-lo esquecê-la.“Ela fingiu ser tímida?” Se perguntava, ficando ainda mais irritado.A bem da verdade era que seu orgulho o impediu de ouvir o que ela tinha a dizer, aceitando somente o que imaginava ser a verdade com base em seu ciúme possessivo. Mas, é claro que jamais admitiria isso.Foi tirado de seus devaneios ao perceber que alguém o chamava, balançou a cabeça negativamente e se focou na realidade presente. Encarou Laura, quem o chamava, e concordou com um gesto automático, mesmo sem fazer ideia do que ela falava.De repente, seu celular começou a vibrar e ao ler a mensagem, levantou-se num pulo, jogou sobre a mesa o primeiro cartão que achou na carteira e correu para fora do bar, deixando os
Amanheceu e Manoela acordou sentindo frio, olhou para o outro lado da cama e percebeu que estava sozinha, fazendo-a sentir um nó na garganta ao pensar que ele havia a abandonado assim que conseguiu o que queria. Quando finalmente saiu desse estado de dormência, catou suas roupas espalhadas pelo chão, se vestiu e saiu do quarto.Andava apressada pelo corredor quando ouviu a voz de Javier vindo de dentro do escritório, e teria seguido seu caminho se não tivesse ouvido a palavra noivado, o que a fez se aproximar da porta entreaberta, observando-os pela fresta.Diante do rapaz estava o senhor Wolton, impassável como de costume, em seu rosto sério uma expressão de desaprovação. Eles pareciam discutir, mesmo que o filho mais ouvisse do que falasse. Porém, Manoela não conseguiu ouvir o resto da conversa pois, um bip soou em seu celular, arregalou os olhos ao perceber que estava sendo chamada e ficou ainda mais assustada quando recebeu uma mensagem de texto indicando que deveria ir ao escrit
A confissão de Matteo seria motivo suficiente para um interrogatório, mas já prevendo que não teria permissão para o fazer antes de ter o resultado de DNA, Eliot optou por continuar com a investigação física e dias depois, decidiu visitar a vítima no hospital ao invés de insistir nisso. – Estava relendo o depoimento de Matteo… – Miriam comentou se juntando ao parceiro no corredor, ainda bebendo seu café expresso. – Acredita no que ele disse? - Acreditando ou não, é óbvio que ele está escondendo algo… – Eliot explicou o que passava por sua mente. – Eram 7h30 da manhã, os portões abrem às 7h20, isso aconteceu em 10 minutos, como? – Precisamos conversar com os pais da vítima de novo… – Miriam murmurou, acertando em cheio os planos do parceiro. Ele apenas concordou, girou as chaves do carro com um sorriso de canto e então, ambos entraram no automóvel descaracterizado. Poucos minutos depois, já estavam no hospital, e ao entrar no quarto, encontraram a mãe do rapaz recaída sobre seu corp
Como Viktor passava a maior parte do tempo longe de casa, as manhãs de Caroline eram sempre tranquilas e solitárias, então, quando os enjoos começaram, percebeu de imediato. “Isso foi mais rápido do que eu esperava…” Pensou consigo mesma enquanto observava o resultado do teste de farmácia. Em parte, estava satisfeita consigo mesma por sua fertilidade, mas ao mesmo tempo, tinha medo pela incerteza do que decorreria a partir daquele momento com sua criança. Ligou para Eduardo e pediu que a encontrasse num Café. Antes, passou no apartamento, vestiu roupas mais discretas, prendeu os cabelos num rabo de cavalo curto e quando finalmente chegou ao local combinado, se certificou de sentar num canto mais afastado. Estava tão ansiosa que, sem perceber, apertava as alças da bolsa que carregava consigo. – Estou grávida! Soltou sem rodeios, já esperando pelo surto dele. Ao ouvir essas palavras, o homem arregalou os olhos, ficando imediatamente furioso, se ergueu da cadeira, soltando um: “ma
Qual foi o estranhamento de Caroline quando na manhã seguinte, praticamente foram convocados para um jantar em família, Victor parecia saber mais do que demonstrava, mas não disse nada todo o caminho até a mansão. Foram recepcionados com um banquete, durante a refeição, conversaram sobre amenidades e o casal aproveitou a sobremesa para anunciar a gestação que já avançava alguns meses.A certa altura da noite, Victor e o sogro fecharam-se no escritório. O mais velho serviu whisky para ambos e entregou um dos copos ao genro enquanto olhava-o sentar-se numa poltrona de frente para si. – Como vão os negócios? Questionou sentando-se também.– Sem grandes problemas… – Viktor explicou saboreando sua bebida, e então, mirou o sogro através do cristal com um semblante sério. – Mas, creio que não tenha me chamado aqui apenas para perguntar isso.– Está sendo direto, então também o serei… – O sogro disse, seu rosto ficando sério enquanto bebia do whisky também. – Ainda estou esperando sua respost
Passava um pouco das 21h quando Marcelo chegou ao restaurante, passou pela cozinha e entrou no salão ainda mastigando um sanduíche, mas que rapidamente deixou de lado quando viu o grupo de jovens que acomodava-se numa das mesas, se apressando em atendê-los.. – Bom dia! Cumprimentou com um sorriso educado. Seus olhos, vez ou outra voltando-se a uma jovem loira, a verdade era que gostava de ver como a moça retribuia sua atenção, mesmo que corasse toda vez que seus olhos se encontravam. Ficou curioso quando o único rapaz do grupo ergueu o celular sobre a cabeça, pedindo que as amigas posassem para a foto e, em seguida, pareceu enviar para alguém enquanto mantinha um sorriso pretensioso no rosto. Manoela observava tudo de soslaio enquanto limpava a mesa, porém, ao perceber que estava quase atrasada, pediu licença e correu para pegar sua bolsa. Por causa disso, não viu quando, minutos depois, um outro rapaz entrou no restaurante transtornado, sua respiração tão acelerada que parecia t
Longe dali, Eliot passava mais uma noite insone, analisando documentos sobre o caso e ficando cada vez mais irritado em como o universo parecia contribuir para que mais vítimas fossem feitas. Não parecia haver nada no caso que ajudasse a descobrir quem eram aquelas mulheres, mencionadas no relatório como possíveis “prostitut*as da zona”. Era óbvio que o policial que o escreveu já tinha sua opinião sobre elas.Esfregou as têmporas e pegou a caneca, soltando um palavrão ao perceber que já não tinha café. Resolveu fazer uma pausa, saiu pelo corredor, ouvindo seu pescoço estalar e foi até a copa, pegar mais café.Quando retornou, o vento, que entrava pela janela aberta, havia derrubado alguns dos papéis, mas antes que pudesse ter um rompante de raiva, percebeu um outro relatório: a entrevista com a mãe de Bruno, a única vítima que havia sido identificada,Se focou em alguns trechos interessantes:“ Meu filho era envolvido com coisa errada sim, mas ele só roubava, nunca machucou ninguém.”