A confissão de Matteo seria motivo suficiente para um interrogatório, mas já prevendo que não teria permissão para o fazer antes de ter o resultado de DNA, Eliot optou por continuar com a investigação física e dias depois, decidiu visitar a vítima no hospital ao invés de insistir nisso. – Estava relendo o depoimento de Matteo… – Miriam comentou se juntando ao parceiro no corredor, ainda bebendo seu café expresso. – Acredita no que ele disse? - Acreditando ou não, é óbvio que ele está escondendo algo… – Eliot explicou o que passava por sua mente. – Eram 7h30 da manhã, os portões abrem às 7h20, isso aconteceu em 10 minutos, como? – Precisamos conversar com os pais da vítima de novo… – Miriam murmurou, acertando em cheio os planos do parceiro. Ele apenas concordou, girou as chaves do carro com um sorriso de canto e então, ambos entraram no automóvel descaracterizado. Poucos minutos depois, já estavam no hospital, e ao entrar no quarto, encontraram a mãe do rapaz recaída sobre seu corp
Como Viktor passava a maior parte do tempo longe de casa, as manhãs de Caroline eram sempre tranquilas e solitárias, então, quando os enjoos começaram, percebeu de imediato. “Isso foi mais rápido do que eu esperava…” Pensou consigo mesma enquanto observava o resultado do teste de farmácia. Em parte, estava satisfeita consigo mesma por sua fertilidade, mas ao mesmo tempo, tinha medo pela incerteza do que decorreria a partir daquele momento com sua criança. Ligou para Eduardo e pediu que a encontrasse num Café. Antes, passou no apartamento, vestiu roupas mais discretas, prendeu os cabelos num rabo de cavalo curto e quando finalmente chegou ao local combinado, se certificou de sentar num canto mais afastado. Estava tão ansiosa que, sem perceber, apertava as alças da bolsa que carregava consigo. – Estou grávida! Soltou sem rodeios, já esperando pelo surto dele. Ao ouvir essas palavras, o homem arregalou os olhos, ficando imediatamente furioso, se ergueu da cadeira, soltando um: “ma
Qual foi o estranhamento de Caroline quando na manhã seguinte, praticamente foram convocados para um jantar em família, Victor parecia saber mais do que demonstrava, mas não disse nada todo o caminho até a mansão. Foram recepcionados com um banquete, durante a refeição, conversaram sobre amenidades e o casal aproveitou a sobremesa para anunciar a gestação que já avançava alguns meses.A certa altura da noite, Victor e o sogro fecharam-se no escritório. O mais velho serviu whisky para ambos e entregou um dos copos ao genro enquanto olhava-o sentar-se numa poltrona de frente para si. – Como vão os negócios? Questionou sentando-se também.– Sem grandes problemas… – Viktor explicou saboreando sua bebida, e então, mirou o sogro através do cristal com um semblante sério. – Mas, creio que não tenha me chamado aqui apenas para perguntar isso.– Está sendo direto, então também o serei… – O sogro disse, seu rosto ficando sério enquanto bebia do whisky também. – Ainda estou esperando sua respost
Passava um pouco das 21h quando Marcelo chegou ao restaurante, passou pela cozinha e entrou no salão ainda mastigando um sanduíche, mas que rapidamente deixou de lado quando viu o grupo de jovens que acomodava-se numa das mesas, se apressando em atendê-los.. – Bom dia! Cumprimentou com um sorriso educado. Seus olhos, vez ou outra voltando-se a uma jovem loira, a verdade era que gostava de ver como a moça retribuia sua atenção, mesmo que corasse toda vez que seus olhos se encontravam. Ficou curioso quando o único rapaz do grupo ergueu o celular sobre a cabeça, pedindo que as amigas posassem para a foto e, em seguida, pareceu enviar para alguém enquanto mantinha um sorriso pretensioso no rosto. Manoela observava tudo de soslaio enquanto limpava a mesa, porém, ao perceber que estava quase atrasada, pediu licença e correu para pegar sua bolsa. Por causa disso, não viu quando, minutos depois, um outro rapaz entrou no restaurante transtornado, sua respiração tão acelerada que parecia t
Longe dali, Eliot passava mais uma noite insone, analisando documentos sobre o caso e ficando cada vez mais irritado em como o universo parecia contribuir para que mais vítimas fossem feitas. Não parecia haver nada no caso que ajudasse a descobrir quem eram aquelas mulheres, mencionadas no relatório como possíveis “prostitut*as da zona”. Era óbvio que o policial que o escreveu já tinha sua opinião sobre elas.Esfregou as têmporas e pegou a caneca, soltando um palavrão ao perceber que já não tinha café. Resolveu fazer uma pausa, saiu pelo corredor, ouvindo seu pescoço estalar e foi até a copa, pegar mais café.Quando retornou, o vento, que entrava pela janela aberta, havia derrubado alguns dos papéis, mas antes que pudesse ter um rompante de raiva, percebeu um outro relatório: a entrevista com a mãe de Bruno, a única vítima que havia sido identificada,Se focou em alguns trechos interessantes:“ Meu filho era envolvido com coisa errada sim, mas ele só roubava, nunca machucou ninguém.”
Viktor acordou naquela manhã com os raios de sol entrando pela janela gigante que dava para a sacada, olhou para o lado, notando a esposa ainda adormecida e sentou-se na cama. Acariciou seu rosto bonito, deslizando para o pescoço, braço e pela barriga que começava a ficar chamativa. “Quem é você, hein?” Se perguntou voltando seus olhos aos pés dela, visíveis por entre os lençóis de linho. Como se ouvisse seus pensamentos, ela piscou algumas vezes, acordando. Quando enfim, abriu os olhos, lhe sorriu gentilmente. – Bom dia! Cumprimentou enquanto se sentava também na cama. – Bom dia! Viktor devolveu o cumprimento, então esticou o braço para o criado-mudo, pegando o presente que havia trazido na noite anterior. – Lembrei que você queria… Caroline pareceu confusa de início, mas pegou a sacolinha de papel e ao abrir, se deparou com um livro. – Obrigada! Exclamou com um sorriso brilhante, retirou a embalagem, abriu e imediatamente levou ao nariz, sentindo seu cheiro. – Como sabia que
Desde então, aquele estranho homem apenas desapareceu por algum tempo. Caroline testou alguns passos dentro do quarto, ouvindo a corrente arrastar e tentou descobrir até onde ela alcançava. Não sabia se era dia ou noite - pois, não havia janelas -, mas o barulho permanecia ao redor do quarto, fazendo-a criar em sua mente dezenas de situações do que poderia estar acontecendo. De repente, ouviu o som da porta sendo destrancada e retornou para a cama correndo, encolhendo-se para parecer estar dormindo. Observou discretamente pelo canto do olho e viu que era a mesma empregada que trouxe a refeição, agora recolhendo os pratos, não pareceu notar a faca faltando, e então, foi embora, mas antes, lançou um olhar preocupado para a prisioneira, parecendo sentir pena.Depois que ela saiu, Caroline soltou um suspiro consternado, acariciou a barriga ainda pouco aparente e orou pedindo pela proteção de ambos. Continuou agarrada ao travesseiro por longos minutos, observando as silhuetas dos móveis s
Eduardo ouviu suas palavras, mas não pensou muito nelas de imediato, naquele momento, a prioridade era ela receber atendimento médico. Enquanto dirigia, olhando-a pelo retrovisor a todo o tempo, uma mistura de irritação e alívio agitavam seu âmago. Quando chegaram ao hospital, irrompeu porta adentro com a irmã nos braços, - que a essa altura, já havia acordado e estava em crise –, e logo, foram enviados para a ala de emergência. Uma médica se aproximou, explicando de forma ríspida o que deveria ser, já prendendo a paciente na maca.Era uma mulher negra, alta e de porte atlético, que ostentava em seu jaleco o emblema dos médicos do exército.- Administre 3 mg de midaz*** ! Ela exclamou para a enfermeira, observou o estado da garota e então, voltou-se ao homem que a trouxe. – O que aconteceu com ela? Hellen ouvia a conversa entre ambos, e só conseguia pensar no que aconteceria com a mulher que a ajudou a escapar se desmaiasse naquele momento, olhou ao redor, procurando por algo que pu