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Qual foi o estranhamento de Caroline quando na manhã seguinte, praticamente foram convocados para um jantar em família, Victor parecia saber mais do que demonstrava, mas não disse nada todo o caminho até a mansão. Foram recepcionados com um banquete, durante a refeição, conversaram sobre amenidades e o casal aproveitou a sobremesa para anunciar a gestação que já avançava alguns meses.A certa altura da noite, Victor e o sogro fecharam-se no escritório. O mais velho serviu whisky para ambos e entregou um dos copos ao genro enquanto olhava-o sentar-se numa poltrona de frente para si. – Como vão os negócios? Questionou sentando-se também.– Sem grandes problemas… – Viktor explicou saboreando sua bebida, e então, mirou o sogro através do cristal com um semblante sério. – Mas, creio que não tenha me chamado aqui apenas para perguntar isso.– Está sendo direto, então também o serei… – O sogro disse, seu rosto ficando sério enquanto bebia do whisky também. – Ainda estou esperando sua respost
Passava um pouco das 21h quando Marcelo chegou ao restaurante, passou pela cozinha e entrou no salão ainda mastigando um sanduíche, mas que rapidamente deixou de lado quando viu o grupo de jovens que acomodava-se numa das mesas, se apressando em atendê-los.. – Bom dia! Cumprimentou com um sorriso educado. Seus olhos, vez ou outra voltando-se a uma jovem loira, a verdade era que gostava de ver como a moça retribuia sua atenção, mesmo que corasse toda vez que seus olhos se encontravam. Ficou curioso quando o único rapaz do grupo ergueu o celular sobre a cabeça, pedindo que as amigas posassem para a foto e, em seguida, pareceu enviar para alguém enquanto mantinha um sorriso pretensioso no rosto. Manoela observava tudo de soslaio enquanto limpava a mesa, porém, ao perceber que estava quase atrasada, pediu licença e correu para pegar sua bolsa. Por causa disso, não viu quando, minutos depois, um outro rapaz entrou no restaurante transtornado, sua respiração tão acelerada que parecia t
Longe dali, Eliot passava mais uma noite insone, analisando documentos sobre o caso e ficando cada vez mais irritado em como o universo parecia contribuir para que mais vítimas fossem feitas. Não parecia haver nada no caso que ajudasse a descobrir quem eram aquelas mulheres, mencionadas no relatório como possíveis “prostitut*as da zona”. Era óbvio que o policial que o escreveu já tinha sua opinião sobre elas.Esfregou as têmporas e pegou a caneca, soltando um palavrão ao perceber que já não tinha café. Resolveu fazer uma pausa, saiu pelo corredor, ouvindo seu pescoço estalar e foi até a copa, pegar mais café.Quando retornou, o vento, que entrava pela janela aberta, havia derrubado alguns dos papéis, mas antes que pudesse ter um rompante de raiva, percebeu um outro relatório: a entrevista com a mãe de Bruno, a única vítima que havia sido identificada,Se focou em alguns trechos interessantes:“ Meu filho era envolvido com coisa errada sim, mas ele só roubava, nunca machucou ninguém.”
Viktor acordou naquela manhã com os raios de sol entrando pela janela gigante que dava para a sacada, olhou para o lado, notando a esposa ainda adormecida e sentou-se na cama. Acariciou seu rosto bonito, deslizando para o pescoço, braço e pela barriga que começava a ficar chamativa. “Quem é você, hein?” Se perguntou voltando seus olhos aos pés dela, visíveis por entre os lençóis de linho. Como se ouvisse seus pensamentos, ela piscou algumas vezes, acordando. Quando enfim, abriu os olhos, lhe sorriu gentilmente. – Bom dia! Cumprimentou enquanto se sentava também na cama. – Bom dia! Viktor devolveu o cumprimento, então esticou o braço para o criado-mudo, pegando o presente que havia trazido na noite anterior. – Lembrei que você queria… Caroline pareceu confusa de início, mas pegou a sacolinha de papel e ao abrir, se deparou com um livro. – Obrigada! Exclamou com um sorriso brilhante, retirou a embalagem, abriu e imediatamente levou ao nariz, sentindo seu cheiro. – Como sabia que
Desde então, aquele estranho homem apenas desapareceu por algum tempo. Caroline testou alguns passos dentro do quarto, ouvindo a corrente arrastar e tentou descobrir até onde ela alcançava. Não sabia se era dia ou noite - pois, não havia janelas -, mas o barulho permanecia ao redor do quarto, fazendo-a criar em sua mente dezenas de situações do que poderia estar acontecendo. De repente, ouviu o som da porta sendo destrancada e retornou para a cama correndo, encolhendo-se para parecer estar dormindo. Observou discretamente pelo canto do olho e viu que era a mesma empregada que trouxe a refeição, agora recolhendo os pratos, não pareceu notar a faca faltando, e então, foi embora, mas antes, lançou um olhar preocupado para a prisioneira, parecendo sentir pena.Depois que ela saiu, Caroline soltou um suspiro consternado, acariciou a barriga ainda pouco aparente e orou pedindo pela proteção de ambos. Continuou agarrada ao travesseiro por longos minutos, observando as silhuetas dos móveis s
Eduardo ouviu suas palavras, mas não pensou muito nelas de imediato, naquele momento, a prioridade era ela receber atendimento médico. Enquanto dirigia, olhando-a pelo retrovisor a todo o tempo, uma mistura de irritação e alívio agitavam seu âmago. Quando chegaram ao hospital, irrompeu porta adentro com a irmã nos braços, - que a essa altura, já havia acordado e estava em crise –, e logo, foram enviados para a ala de emergência. Uma médica se aproximou, explicando de forma ríspida o que deveria ser, já prendendo a paciente na maca.Era uma mulher negra, alta e de porte atlético, que ostentava em seu jaleco o emblema dos médicos do exército.- Administre 3 mg de midaz*** ! Ela exclamou para a enfermeira, observou o estado da garota e então, voltou-se ao homem que a trouxe. – O que aconteceu com ela? Hellen ouvia a conversa entre ambos, e só conseguia pensar no que aconteceria com a mulher que a ajudou a escapar se desmaiasse naquele momento, olhou ao redor, procurando por algo que pu
Havia apenas escuridão por um tempo, até que Caroline abriu os olhos lentamente e se deparou com o céu azul sobre sua cabeça. Olhou ao redor, percebendo que estava no meio de um campo de flores brancas e quando passou a mão por elas, sentiu o que pareciam ser minúsculos dedos. Voltou-se naquela direção e então, a viu. Era uma menininha de grandes olhos bicolores, usava um vestido branco de algodão e seus cabelos loiros acinzentados estavam cortados de franjinha e na altura dos ombros. “Como você cresceu tanto, minha menininha?” Se perguntou, puxando-a para seus braços, acariciou seu rosto e sorriu lembrando-se de como ela não tinha sobrancelhas nem cílios antes.De repente, um choro de bebê chamou a sua atenção. Olhou em volta, procurando-o, e então, se levantou levando seu próprio bebê consigo. Seguiu por uma vereda, pensando consigo mesma o quanto aquilo parecia um conto de fadas, até que se deparou com um espelho de moldura antiga.Sua imagem começou a refletir, como se emergisse
Viktor ainda não sabia, mas longe dali, a polícia encontrava um helicóptero abandonado onde um corpo, já em decomposição, jazia dentro, e que logo, seria descoberto se tratar de Nero que havia sucumbido aos tiros. Era um acontecimento estranho, então, Eliot rapidamente foi informado, mesmo que, aparentemente, aquilo nada tivesse a ver com seu caso de tráfico. No IML, enquanto esperava os resultados dos exames de identificação, ouviu sobre o prédio destruído pelas chamas após um tiroteio, mas o que realmente o interessou foi a moça desaparecida que havia ressurgido de repente.Sentindo que estava diante de uma pista quente, acompanhou os agentes da polícia de desaparecidos, os mesmos que havia encontrado antes no restaurante, e não precisou de muito para perceber que já tinham uma opinião formada sobre a moça.Entraram no quarto hospitalar, e Eliot continuou apenas observando.– Certo, precisamos te fazer algumas perguntas… – A policial feminina explicou gentilmente enquanto fazia ano