Sexta-feira e Manoela se via atarefada até o pescoço. Andava apressada pelo corredor, braços ocupados com roupas para passar, quando, de repente, sentiu seu corpo sendo agarrado e erguido do chão, soltou um gritinho com os susto, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o homem que a segurava, a carregou para seu quarto.– Que susto… não faça isso! Ela murmurou quando ele finalmente a colocou no chão. – Alguém vai acabar nos vendo…O perigo daquela situação a deixava animada, mas o medo das consequências a mantinha sempre atenta.– Fod*-se! Ele resmungou dando de ombros enquanto roubava-lhe um selinho que logo, se transformou em beijos pelo pescoço.Javier sentiu o cheiro da pele da jovem por um tempo e quando, enfim, a encarou, havia um sorriso satisfeito em seu rosto.– Está usando o perfume que te dei? Questionou, sua voz rouca soando sedutora. – Gostei disso… – Bem, sim… – Ela confirmou sentindo o rosto esquentar, mesmo que não estivesse gostando muito de como aquilo parecia.
Manoela enrolou e acabou não contando a verdade. Mas não esperava que a resposta de Javier fosse um tratamento de gelo, o rapaz simplesmente passou a agir como se não a conhecesse - ela não sabia, mas era a forma que ele havia encontrado para não surtar com a situação - no fim, ambos não sabiam como se comunicar. Um comportamento bobo que logo gerou um mal-entendido. A moça não podia estar mais deprimida, as coisas pareciam estar indo de mal a pior nos últimos dias. Não demorou muito para começar a se questionar sobre o relacionamento deles: Era somente mais uma? Ele havia se cansado? Para completar a tragédia, aquele dia estava especialmente difícil. A família estava preparando um jantar de aniversário do filho mais velho, e isso resultava em trabalho dobrado. Além disso, Rachel, a governanta, parecia especialmente interessada em retirar seu suor. Quando enfim, terminou de passar as roupas, seus cabelos grudavam no rosto de tanto calor, tentou prendê-los, mas o elástico arrebe
Eliot caminhou pelo salão cheio de pessoas, sorriu de canto enquanto observava o sobrinho que ainda ensaiava alguns golpes no ar, era como um mini lutador que, agora, ostentava uma pequena medalha que balançava em seu pescoço. Saiu de seus devaneios quando ouviu o cunhado resmungando: – Você trabalha demais, precisa relaxar um pouco… – Maxwell explicava gesticulando animadamente com as mãos. – Aliás, obrigada por vir comigo ver a luta do meu filho. – Não perderia a luta do meu único sobrinho… – Eliot respondeu com um sorriso gentil, bagunçando os cabelos do menino, mas logo seus olhos se voltaram ao cunhado novamente. – Mas, afinal, porque você colocou ele numa academia de muay thai? – Foi sugerido pela escola, disseram que ajudaria no controle da raiva. – O outro homem respondeu dando de ombros, para ele não era algo tão relevante. – E ele leva jeito… A conversa dos adultos foi interrompida quando Thomas, a criança, sorriu puxando o casaco do pai, pedindo para ver a luta dos pa
Caroline mal retornou da lua de mel e já estava precisando posar para a celebração da sociedade novaiorquina. Caminhou pelo enorme salão decorado e luxuoso, deslizando a ponta dos pelos pelas paredes, queria tomar um pouco de ar sozinha depois de tanta atenção.Contudo, seus planos foram frustrados quando ouviu uma voz feminina soando às suas costas, virou-se e viu uma dupla de mulheres usando vestidos de mesmo tom cor de rosa. Loiras e sorridentes, legítimas patricinhas.– Excelente escolha de vestido, a seda realmente combina com você! Uma delas disse apontando com o indicar, séria, como se tivesse certeza do que falava.– Verdade… - A outra concordou balançando a cabeça, então, um sorriso provocativo surgiu em seu rosto enquanto se aproximava. – Diga-me, ele é ciumento? O tamanho dessa aliança diz muito… Caroline sorriu de canto, bebericou mais um pouco de seu champanhe e deu uma leve piscadela como resposta. Se perguntava em que contexto Meredith havia se aproximado de tamanhas f
ATENÇÃO!!! Este capítulo contém descrições de violência e prostituição, prossiga com cuidado.Longe dali, Marcelo deixava a casa dos pais enfurecido. Não podia acreditar que o pai havia lhe negado um maldito celular. Ajeitou o capuz sobre sua cabeça e continuou caminhando pelas calçadas mal iluminadas, parou quando avistou um rapaz recostado a um muro velho, e sorriu ao sentir um cheiro conhecido.– Quer um trago? Perguntou o outro, lhe entregando o rolo de fumo. – E o “trampo”, é “profissa”? Marcelo respondeu com outra pergunta soltando a fumaça pela boca enquanto observava os carros que passavam.– Molhou. Vi as luzes acesas… – Resmungou o amigo fazendo o mesmo. – Mas, relaxa, tenho outro.– Não vai me complicar de novo não, né? Marcelo retrucou, sua voz ficando mais lenta por conta da maconh*. – Quase fui preso da outra vez, Bruno… se fud*!Bruno apenas riu, mas não negou. Ao invés disso, explicou seu plano: um carro, coisa boa, estacionado em um lugar fácil de ser roubado.Quando
Entre uma caneca de chopp e outra de comemoração, sua mente continuava às voltas com o mesmo pensamento: ele não era o único para Manoela. E isso estava deixando-o put* - justamente porque nunca havia a traído -, tanto que nem mesmo ganhar a luta poderia apaziguar sua raiva, muito menos fazê-lo esquecê-la.“Ela fingiu ser tímida?” Se perguntava, ficando ainda mais irritado.A bem da verdade era que seu orgulho o impediu de ouvir o que ela tinha a dizer, aceitando somente o que imaginava ser a verdade com base em seu ciúme possessivo. Mas, é claro que jamais admitiria isso.Foi tirado de seus devaneios ao perceber que alguém o chamava, balançou a cabeça negativamente e se focou na realidade presente. Encarou Laura, quem o chamava, e concordou com um gesto automático, mesmo sem fazer ideia do que ela falava.De repente, seu celular começou a vibrar e ao ler a mensagem, levantou-se num pulo, jogou sobre a mesa o primeiro cartão que achou na carteira e correu para fora do bar, deixando os
Amanheceu e Manoela acordou sentindo frio, olhou para o outro lado da cama e percebeu que estava sozinha, fazendo-a sentir um nó na garganta ao pensar que ele havia a abandonado assim que conseguiu o que queria. Quando finalmente saiu desse estado de dormência, catou suas roupas espalhadas pelo chão, se vestiu e saiu do quarto.Andava apressada pelo corredor quando ouviu a voz de Javier vindo de dentro do escritório, e teria seguido seu caminho se não tivesse ouvido a palavra noivado, o que a fez se aproximar da porta entreaberta, observando-os pela fresta.Diante do rapaz estava o senhor Wolton, impassável como de costume, em seu rosto sério uma expressão de desaprovação. Eles pareciam discutir, mesmo que o filho mais ouvisse do que falasse. Porém, Manoela não conseguiu ouvir o resto da conversa pois, um bip soou em seu celular, arregalou os olhos ao perceber que estava sendo chamada e ficou ainda mais assustada quando recebeu uma mensagem de texto indicando que deveria ir ao escrit
A confissão de Matteo seria motivo suficiente para um interrogatório, mas já prevendo que não teria permissão para o fazer antes de ter o resultado de DNA, Eliot optou por continuar com a investigação física e dias depois, decidiu visitar a vítima no hospital ao invés de insistir nisso. – Estava relendo o depoimento de Matteo… – Miriam comentou se juntando ao parceiro no corredor, ainda bebendo seu café expresso. – Acredita no que ele disse? - Acreditando ou não, é óbvio que ele está escondendo algo… – Eliot explicou o que passava por sua mente. – Eram 7h30 da manhã, os portões abrem às 7h20, isso aconteceu em 10 minutos, como? – Precisamos conversar com os pais da vítima de novo… – Miriam murmurou, acertando em cheio os planos do parceiro. Ele apenas concordou, girou as chaves do carro com um sorriso de canto e então, ambos entraram no automóvel descaracterizado. Poucos minutos depois, já estavam no hospital, e ao entrar no quarto, encontraram a mãe do rapaz recaída sobre seu corp