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Capitulo 2

Samanta narrando

Eu encho a xícara de café e respiro fundo, esse era meu último plantão antes de subir ao morro da Rocinha.

—  Você está ai – Rafael que era médico e meu amigo fala entrando na sala – me disseram, que você não vai mais trabalhar aqui no hospital?

—  Não – eu respondo encarando ele – essa rotina de plantões 24h estão me cansando muito, não tenho mais vida desde – a gente se encara – enfim, mais de dois anos se passaram desde que tudo aconteceu.

—  Eu sinto muito – ele fala – você sabe que pode contar comigo.

—  Eu sei – eu respondo dando um leve sorriso e me afastando dele para ele entender que não queria sua investida. 

—  Você é uma médica maravilhosa, irá fazer falta aqui, ainda mais que você é uma pediatra ótima e atende muito.

—  Sentirei falta de todos os meus pacientes e colegas de trabalho também, mas sei que devo procurar um jeito de distrair minha cabeça.

—  Me disseram que você vai para o morro da rocinha – ele fala 

—  Quem disse?

—  Ella está preocupada – ele fala

—  Ella fala de mais como sempre – eu respondo

—  O que vai fazer lá?

—  Trabalhar no posto, lá também tem crianças que precisa de uma boa médica – ele me olha

—  Nós sabemos que não é isso, desiste disso, segue sua vida – ele fala

—  Eu jamais vou desistir. A minha vida toda foi mudada por causa das pessoas que mora lá dentro.

—  E vai subir lá em cima e vai fazer o que? – ele pergunta – pegar uma arma, você que nunca encostou em uma?

—  Eu ainda não sei certo o que eu vou fazer, mas eu preciso me infiltrar lá – eu falo e ele me encara.

—  Samanta, isso é perigoso, você como ninguém sabe tudo que aquelas pessoas são capazes – ele fala 

—  Eu sei, mas eu não vou desistir – eu falo – preciso atender meu ultimo paciente antes de ir embora e finalizar meu ultimo plantão no hospital.

Ele não fala mais nada e eu saio da sala, atendo minha ultima paciente como esperado, arrumo as minhas coisas e saio do hospital, quando chego em casa encontro a minha mãe sentada no sofá.

—  Porque a senhora está aqui? – eu pergunto – era para está em qualquer lugar de Portugual.

—  Eu vim o mais rpaido possível quando Ella me contou a loucura que você está preste a fazer.

—  Que loucura mãe? – eu questiono para ela – que loucura?

—  Vai fazer o que no morro da Rocinha?

—  Está com medo que eu vá até lá? – eu questiono

—  Não tem nada para fazer lá! – ela afirma nervosa

—  Está nervosa porque? – eu questiono – eu tenho direito de ir atrás da verdade, eu tenho direito de saber de toda a verdade, eu tenho direito de me vingar, eu tenho – eu olho para ela.

—  Não faz isso Samanta.

—  Chega – eu encaro ela – você mentiu a vida toda para mim, mentiu tudo , tudo que você podia mentir, você mentiu, então agora me deixa procurar a verdade.

—  Samanta, não faz isso, você pode correr perigo.

—  Eu não corro perigo de nada, porque para eles eu sou apenas uma médica, então, a senhora não me atrapalhe e nem atrapalhe os meus planos, porque nada vai me atrapalhar, quando eu sair do banho, não quero a senhora aqui.

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