No escritório, Daniel está envolvido com uns documentos, quando Mario entra e diz que Samara deseja falar com ele. “Oi.” Fala preocupado. “Claro, me mande que estou saindo.” Fala desligando e colocando o paleto do terno. “Daniel, e os documentos?” Pergunta surpreso. “Os mais importantes, já terminei. Assine o restante. O que for preciso que eu assine, deixe para depois.” “Mas… Vai sair sozinho? Eu sempre te acompanhei.” “Vou me encontrar com Samara. Tome conta do escritório.” Fala saindo. Samara está olhando para as pessoas, quando vê Daniel caminhar em sua direção. Ele senta a seu lado. “Aconteceu algo para me chamar?” Pergunta preocupado. “Precisamos resolver logo sobre você e as crianças. Foi conhecer seu sobrinho, filho de Elsa?” Ela pergunta sem olhar para ele. Daniel, fica calado e se apoia no joelho com os braços. “Não. Mandei investigar, não confio nela. Por que não me procurou na época? Tem algo estranho. É uma criança, não quero aparecer e dar esperança. Tudo que
Elsa, se levanta e anda pela sala. “Parece fácil para você. Mas eu era totalmente dependente de meu pai. Após sua visita, ele cortou minha mesada e me mandou trabalhar. Estava desesperada, foi quando descobri a gravidez. Meu pai quase teve um infarte, já enfrentava vários problemas e teve que aceitar a filha grávida e solteira. Para poder ter o filho, ele me mandou para a fazenda até o parto. Ao voltar, ele tinha arrumado um casamento para mim. Tive que aceitar, eu não tinha nada, nem trabalhar em minha profissão ele deixou. Me casei para sair de casa.” Explica enquanto anda. “Onde está a criança? Seu marido conhece sobre ele?” “Claro que não. Ele pensa que sou a madrinha. Meu marido desconhece a verdade.” “Como pretende lidar com isso? Se for comprovado que é filho de meu irmão, eu não vou me calar.” Fala friamente. Ela senta e olha para ele. “Isso que gostaria de falar. Comprovando que é seu sobrinho, o que pretende fazer? Sabe que meu casamento está em risco.” Fala ansiosa.
Samara, ao pegar os filhos, vai passear com eles em uma galeria. Gabriel e Isabel acham estranho o passeio. “Mãe, por que viemos aqui?” Isabel pergunta curiosa. “Uma galeria também é cultura. Existem vários pintores famosos, que demoraram a reconhecer o valor de sua obra. Hoje a exposição vai estar mostrando isso. Não devemos deixar de conhecer, a vida deles. Eu também tenho outra intenção.” Ela entra com os filhos, e mostra a eles os quadros e quem os fez. Ao terminarem o passeio, ela os leva a uma lanchonete. “O que acharam?” Pergunta pedindo suco para eles. “Legal. Mas não é um passeio que gostaria de fazer muito.” Gabriel fala francamente. “Eu gostei, teve alguns desenhos que não entendi, mas gostei da maioria. Também não queria fazer esse passeio muitas vezes.” Isabel expressa sua opinião. “Estão muito espertinhos ao meu gosto.” Fala sorrindo. Ela olha encantada para os filhos. “Eu queria contar aos dois, que logo vão fazer o exame.” “Isso, já sabemos. Daniel passa um
Samara, começa o dia um pouco movimentado. O hospital, por ser referência, recebe pacientes de vários lugares. Durante a cirurgia que ajudou Pedro, eles conversam trocando informação. Ao terminar, saem e Pedro fala para ela. “Apesar de parecer uma adolescente, existe um vasto conhecimento nessa cabecinha. Obrigado pelas dicas.” Fala agradecido. “Devemos repassar o que aprendemos, também aprendi com te ajudando.” Samara fala com humildade. “Aceita um convite para jantar?” Pedro pergunta sorrindo. “Fica para a próxima vez, preciso resolver assuntos articulares. Não irá faltar oportunidade.” Fala saindo com um sorriso. Ela liga o telefone, assim que sai da sala reservada para eles, antes da cirurgia. Ela o guarda no bolso. Ao chegar no consultório, encontra Daniel. “O que faz aqui?” Ela pergunta surpresa. “Precisamos conversar. Fui ao encontro com Elsa.” Fala de uma vez. “Ok, preciso falar com você também. Me espere encerrar o plantão. Só vou terminar os relatórios e te encontro
Daniel passa a mão pelo cabelo, nervoso. “Daniel, seu imbecil! Olha o que fez? Ela pede ajuda e você aproveita de sua condição!’ Ele fala sozinho no estacionamento. Samara, se assegura que está longe e estaciona. Ela não sabe o que aconteceu, mas quando sentiu o cheiro de Daniel, seu corpo entrou em frenesi, ela quase perdeu a cabeça. Ao sentir que estava mais calma, volta para casa. Antes de entrar, respira e coloca um sorriso no rosto. Bem mais tarde, com as crianças dormindo, ela chama Plínia. “O que aconteceu? Está séria e estranha.” Plínia fala sentando na mesa, onde tem suco para as duas. “Plínia, eu vou precisar de sua ajuda mais uma vez.” Fala seriamente. “Pois, diga, sabe que estou sempre ao seu lado.” Respondeu comprometida. “Daniel, vai fazer o exame, também com o filho que Elsa disse que é de Denis.” “Já esperava por isso. Acredita que é filho de Denis?” Plínia fala interessada. “Não sei. Talvez seja, sei lá. Mas não é isso que quero conversar.” Fala se arrumando
Samara, ao estacionar, pergunta para seus filhos. “Estão nervosos ou ansiosos?” “Não, mamãe. Esses dias que passamos com Daniel, aprendemos a gostar dele. Se não for tio de sangue, pode ser tio de coração.” Gabriel fala com sua sabedoria. “Que bom, fico feliz por pensarem assim. Agora, vamos entrar e saber o resultado.” Fala saindo. Um mordomo, espera na porta e sorri ao vê-la chegar com as crianças. “Bem-vinda, senhora. O senhor a espera na sala. A senhora Elsa, ainda não chegou.” Samara entra e agradece. Daniel anda nervoso na sala, mas ao ver Samara, seu coração dispara. Ele a evitou depois do incidente, ela também fez o mesmo. “Tio!” As crianças correm e ele se abaixa para abraçá-los. “Eu já estava angustiado com a demora.” Daniel fala sorrindo. “Chegamos cedo! Não estamos atrasados, mamãe não gosta de atrasos.” Isabel fala com um lindo sorriso. Daniel se levanta e passa a mão no cabelo dela. “Eu sei, sua mãe é pontual.” Fala a olhando. Samara fica vermelha e desvia
Daniel olha para Elsa e Samara, depois pega um papel e entrega a elas. “Obrigado Samara, por não abortar meus sobrinhos. Por ter coragem de tê-los, mesmo sabendo que iria passar dificuldades.” Samara arregala os olhos e olha o papel, Plínia olha assustada para ela. “Sam! Então isso significa que Denis aprontou feio com você! Ele sabia! Foi ele quem armou para engravidar!” “Eu não acredito, Denis sabia o que eu pensava, ele não podia ter feito isso.” Fala baixinho. Elsa, em choque, olha seu papel. “Negativo, incompatível. Isso está errado, Samara viu eu e Denis juntos, pergunte a ela. Denis é o pai de meu filho.” Fala desesperada. “Queria que fosse, Elsa. Eu daria uma família a ele. Denis não é o pai de seu filho. Ele não ficará desprotegido. Jamais faria isso com ele ou qualquer criança, mas meus sobrinhos são, Isabel e Gabriel.” Denis fala segurando a alegria. “Mande buscar meu filho, AGORA! Eu vou te processar Daniel.” Elsa levanta nervosa. “Tudo que conversamos, está grav
Eles estão diante do advogado, que mostra onde assinar, Samara assina sem ler.“Senhora, deveria ler o que está assinando.”“Não é preciso, sei que são os documentos, permitindo que Daniel, coloque o sobrenome de família e o nome de Denis, como pai.”Mario, olha calado. Samara está diferente. Após assinarem todos os documentos, os advogados saem e Mario se retira, deixando os dois sozinhos.“Samara, percebi que ficou surpresa com o resultado.”“Fiquei. Eu desconfiava de Denis, mas certeza? Isso nunca tive. Daniel, espero que cumpra a promessa de cuidar das crianças e de Plínia, enquanto eu não voltar.” Ela fala séria para ele.“O que te impede de me contar a verdade? Eu posso te ajudar!” Ele fala sentindo uma angústia no peito.“Plínia também está preocupada, querendo saber, mas não posso contar. Eu preciso realmente fazer esse trabalho. Muitas vidas dependem disso.”“Como vamos saber notícias suas? As crianças, vão perguntar, sentir sua falta.”“Eu sei. É a primeira vez que vou ficar