Souza, anda e depois olha para Plínia.“Consigo entender tudo isso. Mas ficar grávida e não procurar saber? Lá tinha todos os recursos para descobrir, era fácil na época.” “Lamento Souza, nem eu pensei nisso. Fiquei chocada com a gravidez, depois, assustada quando ela me disse que teria o filho. Eu só apoiei. Nem passou pela cabeça, investigar, ela queria sair e foi exatamente isso que fizemos. Pode parecer estranho, mas Samara é assim, sempre foi. Aprendi a aceitar e estar ao lado dela.” Plínia fala se levantando.“Ok. Vamos descansar, a mente e coração das pessoas, são um enigma. Não devemos tentar adivinhar. Em uma coisa ela acertou. Ter as crianças, foi uma benção. Amo aqueles dois.” Fala sorrindo.Os dois sobem e cada um entra em seu quarto. Plínia, acostumada com Samara, deita e dorme logo. Souza, deita e fica pensando em uma forma de descobrir algo para Samara. Ele não aceita que ela não reaja e não busca a verdade. Samara está em seu quarto, tentando bloquear as lembranças,
Samara senta e espera.“Deveria ter aceitado o convite.” Fala com as mãos atreladas.“Não posso, além do que, tenho meus filhos. Eu sou mãe, eles precisam de minha atenção.”“Eu sei, concordo com você, mas ajudar o diretor, não será difícil. Ele vai fazer o trabalho que precisa de mais atenção.” Daniel insiste com ela.“Obrigado, mas continuo com minha decisão. Sou de ficar a frente no trabalho. Estamos desenvolvendo uma nova invenção, já existe uma no mercado, mas estamos tentando melhorar o novo equipamento. Eu quero estar mais presente no laboratório.” Fala séria.Daniel suspira e aceita o que ela decidiu.“Não gosto de misturar as coisas, mas gostaria de conversar com você.” Daniel é direto.“É sobre meu trabalho no hospital? Este assunto podemos falar. Se for assunto particular, posso marcar um encontro no escritório.”“Está dificultando as coisas.” Ele fala aborrecido.“Não, senhor. Estou sendo profissional. Vou marcar um encontro fora de horário de trabalho, assim conversamos c
Samara chega em casa e toma banho antes de ver as crianças. Ela dá um beijo em cada um e desce para a sala. Plínia e Souza, estão conversando enquanto tomam um suco. “Gente, tem dia que parece não ter fim. Hoje foi assim. Prefiro um hospital cheio de paciente, que participar de reunião.” Ela fala se servindo. “Já sabemos o que aconteceu. Concordo com sua recusa, quase não tem tempo para as crianças e nem para você.” Plínia comenta com ela. “Com a volta do diretor, vou conversar com ele, e fazer uma escala. Não posso trabalhar assim. Cheguei em uma hora estranha e tensa, mas vai melhorar.” Fala confiante. “Já ia esquecendo. Daniel quer um encontro com você. Davi ligou e está esperando resposta.” “Eu sei. Souza, teria problema ficar sozinho amanhã? Preciso resolver isso.” “Vá lá. Aproveite enquanto estou aqui. Eu tenho que voltar em breve. Cubro sua presença quando precisar.” Fala sorrindo. “Meu anjo protetor! O que seria de mim, se não existisse em minha vida!” Fala levantando
Samara curte a noite com as crianças. “Mãe, onde está a madrinha e o tio Souza?” Isabel pergunta enquanto saboreia o sorvete. “Não sei meu amor, devem estar em algum lugar para se distraírem, mas vão chegar logo. Eu preciso encontrar com Daniel.” Fala suspirando. “Por quê? Não pode ficar em casa?” Gabriel pergunta olhando ela. “Meu encontro com Daniel, tem a ver com vocês, sabem que vão fazer o exame de paternidade, que Daniel vai pedir.” “Sabemos. Mas tem uma coisa, ele não é nosso pai. É apenas tio, isso se Denis for o pai. Não acha que seria besteira? Esse exame é para confirmar a paternidade, Denis morreu. Sendo pai ou não, a gente não vai conviver com ele. E tio? Temos um monte. O tio Souza, as tias da escola. Não precisamos de teste.” “Filho, entendo o que disse, mas existe a herança de Denis. Daniel precisa fazer o certo, de provas. Se for parte da família dele, também é herdeiro de Daniel.” “Eu sei mãe. Não queremos dinheiro. Talvez, um pai seria legal, mas Denis morreu
“Tenho uma história para te contar, espero que escute até terminar.” “Ok, vou ouvir e depois se precisar, eu falo.” Daniel encosta na cadeira e espera ela começar. "No último ano de faculdade, Denis me procurou, ele sabia que eu, era a melhor aluna e tirava notas altas. Após uma longa conversa, ele me pediu ajuda, pois suas notas, não estavam bem. Eu fazia parte de um programa de teste no laboratório, ele sabia. Este programa, é confidencial até hoje, mas eu ganhava por participar. Enfim, aceitei ajudá-lo se ele parasse de correr atrás de garotas. Não iria perder meu tempo, com um cara que só queria pegar geral, ele concordou e eu ajudei ele. Com isso, nos tornamos amigos, ou um pouco. Todos falavam que eu namorava Denis, mas era só fofoca entre os alunos.” Samara faz uma pausa, e fica pensativa. “Eu nunca fiquei com seu irmão. Estava querendo estudar mais, queria ir para outra faculdade, mas não tinha dinheiro. Existem clínicas de fertilização, eu conheci uma pessoa e fiquei sabe
Samara entra em um táxi e volta para casa. Ela decide deixar o que se passou no encontro, guardado. Doeu quando Daniel a chamou de uma máquina sem coração, mas é apenas mais um detalhe para ela superar. Daniel liga para Mario. Eles ficam conversando até tarde. Samara aproveita o fim de semana com as crianças. Eles passearam e Samara ouviu muitas histórias sobre a escola. No domingo a tarde, Isabel pede para irem ao cinema. “Meu docinho, não gosto de filmes de ação, podemos escolher outro?” Samara fala desanimada. “Mas queremos ver esse! Alguns colegas já assistiram e falaram que é bom.” Gabriel reforça. “Opa! Ouvi dizer filme de ação? Adoro, eu também vou.” Souza fala sorrindo. “A mamãe não quer ir, ela não gosta.” Gabriel explica a ele. “Plin! Plin! A madrinha encontrou uma solução.” Plínia fala agarrando Gabriel pela cintura, ele se deixa levar com uma risada. Samara olha e balança a cabeça, com certeza, não vai gostar da ideia. “Vamos todos ao cinema, mas Souza entra com o
Em casa, ao saberem que Souza vai partir, todos ficam tristes. “Quando tiverem uma folga, vão me visitar, vamos aproveitar e ficar na cabana de férias. Assim que puder eu volto para uma visita.” Ele fala com carinho para as crianças. Samara está exausta. “Souza, não demore a dar notícia, se tiver algo que eu possa ajudar, me fale. Tenho que descansar, eu começo essa folga de plantão. Se precisarem, tenho que voltar ao hospital.” As crianças a abraçam e ela sobe. Plínia olha para Souza e disfarça, eles ficam com as crianças até a hora deles dormirem. Souza está tomando café na mesa com Plínia. “Qual o tipo de amigos somos?” Pergunta pensativo. “Oi? Não entendi, do que está falando?” Ela olha interessada. “Estou pensando em Samara, que tipo de amigos, somos para ela?” “Está com febre? O que te deu?” Plínia pergunta incomodada. “Sério Plínia, quantos anos, conhece ela?” “Sei lá, acho que 10 ou 12 anos. Não me lembro a data exata.” “O que sabe sobre ela? Que é órfã? Ficou
Pedro e Samara, estão conversando sobre o caso, quando o bip dele toca. “Desculpe! Depois vá até minha sala, podemos conversar mais. Agora preciso atender o chamado” Fala saindo apressado. Samara toma mais um café e se levanta para sair. Distraída, olhando o telefone, ela esbarra em uma pessoa e quase cai, mas dois braços fortes a segura. “Desculpa…” Ela começa a falar, mas se cala ao ver o rosto de Daniel. Ele a mantém em seus braços, seu olhar fica escuro e brilhante. “Senhor, desculpa, eu não olhei antes.” “Sem problemas. Hoje não é sua folga?” Fala com uma voz rouca. Samara arruma o corpo e se solta. “Sim. Vim ao laboratório. Souza precisou voltar e os meninos precisam de ajuda. Com licença.” Fala dando um passo para sair. “Espere. Preciso falar com você.” Ela vira olhando para ele. “Senhor, Plínia me falou que já combinou suas visitas às crianças. Se já está resolvido isso, não temos o que falar. Se for algo sobre o hospital, passe para o diretor e ele me chama para