Samara curte a noite com as crianças. “Mãe, onde está a madrinha e o tio Souza?” Isabel pergunta enquanto saboreia o sorvete. “Não sei meu amor, devem estar em algum lugar para se distraírem, mas vão chegar logo. Eu preciso encontrar com Daniel.” Fala suspirando. “Por quê? Não pode ficar em casa?” Gabriel pergunta olhando ela. “Meu encontro com Daniel, tem a ver com vocês, sabem que vão fazer o exame de paternidade, que Daniel vai pedir.” “Sabemos. Mas tem uma coisa, ele não é nosso pai. É apenas tio, isso se Denis for o pai. Não acha que seria besteira? Esse exame é para confirmar a paternidade, Denis morreu. Sendo pai ou não, a gente não vai conviver com ele. E tio? Temos um monte. O tio Souza, as tias da escola. Não precisamos de teste.” “Filho, entendo o que disse, mas existe a herança de Denis. Daniel precisa fazer o certo, de provas. Se for parte da família dele, também é herdeiro de Daniel.” “Eu sei mãe. Não queremos dinheiro. Talvez, um pai seria legal, mas Denis morreu
“Tenho uma história para te contar, espero que escute até terminar.” “Ok, vou ouvir e depois se precisar, eu falo.” Daniel encosta na cadeira e espera ela começar. "No último ano de faculdade, Denis me procurou, ele sabia que eu, era a melhor aluna e tirava notas altas. Após uma longa conversa, ele me pediu ajuda, pois suas notas, não estavam bem. Eu fazia parte de um programa de teste no laboratório, ele sabia. Este programa, é confidencial até hoje, mas eu ganhava por participar. Enfim, aceitei ajudá-lo se ele parasse de correr atrás de garotas. Não iria perder meu tempo, com um cara que só queria pegar geral, ele concordou e eu ajudei ele. Com isso, nos tornamos amigos, ou um pouco. Todos falavam que eu namorava Denis, mas era só fofoca entre os alunos.” Samara faz uma pausa, e fica pensativa. “Eu nunca fiquei com seu irmão. Estava querendo estudar mais, queria ir para outra faculdade, mas não tinha dinheiro. Existem clínicas de fertilização, eu conheci uma pessoa e fiquei sabe
Samara entra em um táxi e volta para casa. Ela decide deixar o que se passou no encontro, guardado. Doeu quando Daniel a chamou de uma máquina sem coração, mas é apenas mais um detalhe para ela superar. Daniel liga para Mario. Eles ficam conversando até tarde. Samara aproveita o fim de semana com as crianças. Eles passearam e Samara ouviu muitas histórias sobre a escola. No domingo a tarde, Isabel pede para irem ao cinema. “Meu docinho, não gosto de filmes de ação, podemos escolher outro?” Samara fala desanimada. “Mas queremos ver esse! Alguns colegas já assistiram e falaram que é bom.” Gabriel reforça. “Opa! Ouvi dizer filme de ação? Adoro, eu também vou.” Souza fala sorrindo. “A mamãe não quer ir, ela não gosta.” Gabriel explica a ele. “Plin! Plin! A madrinha encontrou uma solução.” Plínia fala agarrando Gabriel pela cintura, ele se deixa levar com uma risada. Samara olha e balança a cabeça, com certeza, não vai gostar da ideia. “Vamos todos ao cinema, mas Souza entra com o
Em casa, ao saberem que Souza vai partir, todos ficam tristes. “Quando tiverem uma folga, vão me visitar, vamos aproveitar e ficar na cabana de férias. Assim que puder eu volto para uma visita.” Ele fala com carinho para as crianças. Samara está exausta. “Souza, não demore a dar notícia, se tiver algo que eu possa ajudar, me fale. Tenho que descansar, eu começo essa folga de plantão. Se precisarem, tenho que voltar ao hospital.” As crianças a abraçam e ela sobe. Plínia olha para Souza e disfarça, eles ficam com as crianças até a hora deles dormirem. Souza está tomando café na mesa com Plínia. “Qual o tipo de amigos somos?” Pergunta pensativo. “Oi? Não entendi, do que está falando?” Ela olha interessada. “Estou pensando em Samara, que tipo de amigos, somos para ela?” “Está com febre? O que te deu?” Plínia pergunta incomodada. “Sério Plínia, quantos anos, conhece ela?” “Sei lá, acho que 10 ou 12 anos. Não me lembro a data exata.” “O que sabe sobre ela? Que é órfã? Ficou
Pedro e Samara, estão conversando sobre o caso, quando o bip dele toca. “Desculpe! Depois vá até minha sala, podemos conversar mais. Agora preciso atender o chamado” Fala saindo apressado. Samara toma mais um café e se levanta para sair. Distraída, olhando o telefone, ela esbarra em uma pessoa e quase cai, mas dois braços fortes a segura. “Desculpa…” Ela começa a falar, mas se cala ao ver o rosto de Daniel. Ele a mantém em seus braços, seu olhar fica escuro e brilhante. “Senhor, desculpa, eu não olhei antes.” “Sem problemas. Hoje não é sua folga?” Fala com uma voz rouca. Samara arruma o corpo e se solta. “Sim. Vim ao laboratório. Souza precisou voltar e os meninos precisam de ajuda. Com licença.” Fala dando um passo para sair. “Espere. Preciso falar com você.” Ela vira olhando para ele. “Senhor, Plínia me falou que já combinou suas visitas às crianças. Se já está resolvido isso, não temos o que falar. Se for algo sobre o hospital, passe para o diretor e ele me chama para
Samara não percebe que está sendo seguida. Ela ao chegar a praia, tira a sapatilha e anda pela areia. Duas horas depois, volta para casa. Ao entrar, fica surpresa ao ver Daniel.“Mamãe! Os garotos correm para a abraçar.“Oi amores, desculpe não estar em casa, quando chegaram.”“Sem problema. Daniel quer conversar com a gente e falou em esperar a senhora.” Gabriel fala pegando sua mão.Ela olha sem graça para Daniel.“Desculpe se fiz me esperar, deveria ter me ligado.”Daniel se levanta e fala sem graça.“Eu liguei, mas deu caixa postal.” Samara pega o telefone e percebe que está desligado. “Nem percebi que estava desligado. Desculpe, senta, vamos conversar.” Ela senta e as crianças abraçam, ela. Sorrindo, beija a cabeça de cada um.Daniel se encanta com a cena. Ele se recompõe e raspa a garganta.“Gabriel e Isabel, fiquei sabendo que não querem fazer o teste. Posso perguntar o motivo?” Fala suavemente.Eles se olham e Gabriel responde.“Não é que somos contra. O que pensamos é que
Samara prepara um jantar leve e com variedades, ela faz a comida no automático. Enquanto coloca as travessas no formo, arruma a mesa, seu telefone toca, atrapalhada, atende apoiando no ombro.“Oi!” Fala dispondo os pratos sobre a mesa.“Sam, estou no laboratório, onde está?” Plínia pergunta aflita.“Em casa, mais precisamente, terminando de arrumar a mesa para o jantar. Por que continua aí?” Pergunta curiosa.“Eu estou com uma pessoa aqui, querendo te ver.” Fala baixo.“Como assim? Quem é essa pessoa?” Ela se ajeita e pega o telefone direito.“Ele não se identificou. Mas pelas roupas, é uma pessoa de escalão alto.”“Plínia, passe o telefone para ele.” Fala decidida.Samara, fica pensativa, mas uma voz desconhecida, fala do outro lado.“Samara Resende?”“Sim. O que deseja comigo?” Pergunta friamente.“Podemos conversar pessoalmente? Tenho informações preciosas para a senhorita. Sou advogado e nossos investigadores, estava lhe procurando há quinze anos.” Fala em um tom neutro.Samara, f
Plínia demora a chegar.“Desculpe, Sam, mas entramos em uma conversa que perdemos a hora.” Fala entrando apressada.“Sem problemas, onde está o número?” Plínia abre a bolsa e entrega a ela.“Quem é aquele homem? Ele não disse nome, só deixou esse papel.” Pergunta curiosa.“Ele disse ser advogado. Vou descobrir quando me encontrar com ele.” Ela fala pensativa.“Sei lá, Sam. Achei muito estranho. Tudo bem que parecia alguém importante, mas podia ter falado o nome. Ele tinha uma cara fechada.”“Está pensando demais! Vou deitar.” Fala sorrindo para Plínia.No quarto, ela pega o pingente e olha preocupada. Faz muitos anos que leva uma vida pacífica. Tem uma carreira, dois filhos maravilhosos. Ela conquistou com seu trabalho mesmo com lutas. Samara guarda o pingente e tranca a gaveta. Ela deita para dormir, mas sua noite é turbulenta, de manhã, ela disfarça as olheiras, antes de descer. O início do dia é mesmo, após levar as crianças para a escola, vai ao laboratório. Ao ver que estão tod