Ao se calar. Daniel percebe o silêncio de Samara e os filhos. Plínia olha para Souza. “Samara? Está tudo bem?” Souza pergunta preocupado. “Não! Nada está bem. Elsa apareceu, para perturbar. Eu preciso sair. Estou sufocada, angustiada.” Fala saindo rapidamente e fechando a porta. Todos se encolhem. “Vou atrás dela.” Plínia se levanta. “Deixa Plínia, eu vou. Fique com as crianças. Elas vão ficar melhor com vocês. Eu procuro Samara.” Daniel se levanta e sai pela porta. Samara anda pela rua sem direção. Ele anda rápido para alcançar ela. “Samara.” Fala quase sem fôlego. “O que foi Daniel?” Ela fala chateada. “Vamos conversar, Imagino como está sua cabeça. Mas perder o controle, não resolve a situação.” Fala com calma. “O quer que eu faça? Que ache engraçado? Durante anos batalhei muito. Aguentei horrores, de muitas pessoas. Parece que meu passado é meu carma.” Fala irônica. “Está falando besteira.” “Que nada!” Fala engasgada. “Está abalada em encontrar Elsa. Qual o problema
Samara vai ao quarto das crianças e senta observando eles. Isabel e Gabriel estão de banho tomado e estão lendo um livro, ao verem a mãe eles fecham o livro e encaram ela. “Mãe? O que aconteceu que está encarando a gente?” Gabriel pergunta sem se aproximar. Ela cruza as pernas, e coloca o rosto na palma da mão. “Eu conheço vocês. Posso não saber de tudo, mas sei quando me escondem algo. Vão me contar, ou querem ser punidos?” Pergunta com calma. “Não sei o que está falando mãe. Não fizemos nada.” Isabel insiste. “Lembram quando pegaram o notebook de Souza escondido? Vocês ficaram dois dias, fazendo tudo sem precisar pedir. Quero saber, onde errei, para esconderem de mim, coisas importantes, como o vínculo que tem ao dar as mãos, em ouvir conversa, e fazerem algo errado e não admitirem.” Samara fala com uma voz doce. Isabel enche os olhos de lágrimas e abaixa a cabeça, Gabriel se sente culpado. “A senhora não errou, nem erra. Nós também queremos proteger a senhora. Só por ter 7
Samara, se levanta.“É melhor resolver isso logo. Tem muita coisa acontecendo que pode afetar meu trabalho.” Ela se afasta em direção à cozinha. Elsa está conversando com o pai, sobre seu encontro com Samara. Ela conta que foi a mesma médica que atendeu ela no acidente. “Não se envolva com essa moça. Lembra o que aconteceu no passado? Nunca irei esquecer o encontro com o Daniel, irmão de Denis.” Fala preocupado.“Pai, esqueceu que engravidei de Denis? O senhor que me impediu de o procurar e contar.” “Não quero problemas, tenho certeza que as dificuldades na época, foi ordem dele. Foi melhor assim. Hoje a criança está sendo criada por outra família e você está casada e tem outro filho. Não se envolva com eles.” Fala com uma cara fechada.“Se eu não fizer o que quer? Hoje não pode me obrigar a fazer o que deseja.” Fala desafiando seu pai.“Elsa, não procure problema. Você está melhor assim.”“Eu quero mais. Meu filho também é filho de Denis. Ele tem direitos, sabe muito bem que meu
Elsa olha surpresa. “Você era a namorada de Denis! Foi embora devido à cena que viu.” Fala francamente. Samara, curva o corpo e apoia na perna com o cotovelo. “Elsa, nunca fui namorada de Denis. Nem mesmo uma paquera. Eu o ajudava no laboratório. Deve ter percebido o problema que ele tinha, eu estava ajudando. Naquele dia, no apartamento, ele ficou nervoso por saber que tinha quebrado as regras, eu não iria perder tempo, em ajudar quem não fazia questão de ser ajudado.” Elsa perde toda a compostura, ela levanta e anda pela sala. “Nunca rolou nada entre vocês?” “Não.” “Qual era o problema dele? Eu não fiquei sabendo.” Fala ficando pálida. “Desculpe, mas era um assunto profissional. Você dormiu com ele, como não sabe?” Fala se levantando e pegando a bolsa. “Espere, não pode falar isso e sair assim. Eu preciso saber.” Samara sorri, antes de responder. “Elsa, não estamos na faculdade, tenho um emprego e trabalho para ajudar as pessoas. O que seria de minha carreira, se eu conta
Souza, anda e depois olha para Plínia.“Consigo entender tudo isso. Mas ficar grávida e não procurar saber? Lá tinha todos os recursos para descobrir, era fácil na época.” “Lamento Souza, nem eu pensei nisso. Fiquei chocada com a gravidez, depois, assustada quando ela me disse que teria o filho. Eu só apoiei. Nem passou pela cabeça, investigar, ela queria sair e foi exatamente isso que fizemos. Pode parecer estranho, mas Samara é assim, sempre foi. Aprendi a aceitar e estar ao lado dela.” Plínia fala se levantando.“Ok. Vamos descansar, a mente e coração das pessoas, são um enigma. Não devemos tentar adivinhar. Em uma coisa ela acertou. Ter as crianças, foi uma benção. Amo aqueles dois.” Fala sorrindo.Os dois sobem e cada um entra em seu quarto. Plínia, acostumada com Samara, deita e dorme logo. Souza, deita e fica pensando em uma forma de descobrir algo para Samara. Ele não aceita que ela não reaja e não busca a verdade. Samara está em seu quarto, tentando bloquear as lembranças,
Samara senta e espera.“Deveria ter aceitado o convite.” Fala com as mãos atreladas.“Não posso, além do que, tenho meus filhos. Eu sou mãe, eles precisam de minha atenção.”“Eu sei, concordo com você, mas ajudar o diretor, não será difícil. Ele vai fazer o trabalho que precisa de mais atenção.” Daniel insiste com ela.“Obrigado, mas continuo com minha decisão. Sou de ficar a frente no trabalho. Estamos desenvolvendo uma nova invenção, já existe uma no mercado, mas estamos tentando melhorar o novo equipamento. Eu quero estar mais presente no laboratório.” Fala séria.Daniel suspira e aceita o que ela decidiu.“Não gosto de misturar as coisas, mas gostaria de conversar com você.” Daniel é direto.“É sobre meu trabalho no hospital? Este assunto podemos falar. Se for assunto particular, posso marcar um encontro no escritório.”“Está dificultando as coisas.” Ele fala aborrecido.“Não, senhor. Estou sendo profissional. Vou marcar um encontro fora de horário de trabalho, assim conversamos c
Samara chega em casa e toma banho antes de ver as crianças. Ela dá um beijo em cada um e desce para a sala. Plínia e Souza, estão conversando enquanto tomam um suco. “Gente, tem dia que parece não ter fim. Hoje foi assim. Prefiro um hospital cheio de paciente, que participar de reunião.” Ela fala se servindo. “Já sabemos o que aconteceu. Concordo com sua recusa, quase não tem tempo para as crianças e nem para você.” Plínia comenta com ela. “Com a volta do diretor, vou conversar com ele, e fazer uma escala. Não posso trabalhar assim. Cheguei em uma hora estranha e tensa, mas vai melhorar.” Fala confiante. “Já ia esquecendo. Daniel quer um encontro com você. Davi ligou e está esperando resposta.” “Eu sei. Souza, teria problema ficar sozinho amanhã? Preciso resolver isso.” “Vá lá. Aproveite enquanto estou aqui. Eu tenho que voltar em breve. Cubro sua presença quando precisar.” Fala sorrindo. “Meu anjo protetor! O que seria de mim, se não existisse em minha vida!” Fala levantando
Samara curte a noite com as crianças. “Mãe, onde está a madrinha e o tio Souza?” Isabel pergunta enquanto saboreia o sorvete. “Não sei meu amor, devem estar em algum lugar para se distraírem, mas vão chegar logo. Eu preciso encontrar com Daniel.” Fala suspirando. “Por quê? Não pode ficar em casa?” Gabriel pergunta olhando ela. “Meu encontro com Daniel, tem a ver com vocês, sabem que vão fazer o exame de paternidade, que Daniel vai pedir.” “Sabemos. Mas tem uma coisa, ele não é nosso pai. É apenas tio, isso se Denis for o pai. Não acha que seria besteira? Esse exame é para confirmar a paternidade, Denis morreu. Sendo pai ou não, a gente não vai conviver com ele. E tio? Temos um monte. O tio Souza, as tias da escola. Não precisamos de teste.” “Filho, entendo o que disse, mas existe a herança de Denis. Daniel precisa fazer o certo, de provas. Se for parte da família dele, também é herdeiro de Daniel.” “Eu sei mãe. Não queremos dinheiro. Talvez, um pai seria legal, mas Denis morreu