Samara está sentada em uma poltrona ao lado de sua cama. Ela pensa no projeto e em como fazer para usar externamente. Com esse método, podem arrumar mais pessoas. Mas as emoções de seus filhos serão mais precisas, pois é em dobro. Respirando fundo, ela se prepara para deitar. Seu telefone avisa que chegou mensagem. Ao pegar, vê que é Souza, ele manda uma carinha de desculpas. Samara sorri e não responde, ela deita pensando sobre Daniel e Denis. Mais uma faceta de Denis que ela não conhecia. Será que Daniel sabe sobre o problema do irmão? Pensando nisso, ela sonha com Daniel. Em seus sonhos, ele quem está com ela, mas a situação é diferente, sua mente mistura as pessoas, Denis também aparece, ele acusa Samara por ficar com Daniel. Samara fica entre a briga dos dois. Ela acorda suando e sem saber onde está. Devagar vai voltando ao presente e olha as horas. Samara levanta e toma um banho, depois vai preparar o café para todos. Quando descem, ela se desculpa com Souza, ele também reconhe
Plínia sai e fica sabendo que ela já foi. Ela volta e conta a Samara.“Precisa conversar com o diretor ou Pepe. Não espere ela aprontar.”“Ela não me reconheceu. Como tem segurança, vou pedir se ela voltar, dizer que não estou.”“Samara, ela pode se lembrar e agir sem voltar. Conversa com Pepe.”“Vou conversar. Avise que preciso falar com ele, assim que atender meus pacientes.”Plínia sai e Samara começa a trabalhar. Sua agenda está cheia. No final do dia, ela encontra Pepe.Samara explica toda a situação a ele. Pepe franze a testa.“Mas você não fez errado. O hospital tem a ficha dela e a do socorro que a pegou. O parto ocorreu bem, ela não teve problemas nem o bebê.”“Sabemos disso. Conheço Elsa, ela vai fazer um escândalo. Isso vai envolver o hospital. Ela vai tentar me prejudicar.”“Sam, você é bem vista na mídia. Tudo que fez, eles a adoram. Está se preocupando demais. Mas, vou ver o que vou fazer. Fique tranquila. Já lhe disse uma vez. Nossa equipe é unida.”“Obrigada. Só tenho
Ao se calar. Daniel percebe o silêncio de Samara e os filhos. Plínia olha para Souza. “Samara? Está tudo bem?” Souza pergunta preocupado. “Não! Nada está bem. Elsa apareceu, para perturbar. Eu preciso sair. Estou sufocada, angustiada.” Fala saindo rapidamente e fechando a porta. Todos se encolhem. “Vou atrás dela.” Plínia se levanta. “Deixa Plínia, eu vou. Fique com as crianças. Elas vão ficar melhor com vocês. Eu procuro Samara.” Daniel se levanta e sai pela porta. Samara anda pela rua sem direção. Ele anda rápido para alcançar ela. “Samara.” Fala quase sem fôlego. “O que foi Daniel?” Ela fala chateada. “Vamos conversar, Imagino como está sua cabeça. Mas perder o controle, não resolve a situação.” Fala com calma. “O quer que eu faça? Que ache engraçado? Durante anos batalhei muito. Aguentei horrores, de muitas pessoas. Parece que meu passado é meu carma.” Fala irônica. “Está falando besteira.” “Que nada!” Fala engasgada. “Está abalada em encontrar Elsa. Qual o problema
Samara vai ao quarto das crianças e senta observando eles. Isabel e Gabriel estão de banho tomado e estão lendo um livro, ao verem a mãe eles fecham o livro e encaram ela. “Mãe? O que aconteceu que está encarando a gente?” Gabriel pergunta sem se aproximar. Ela cruza as pernas, e coloca o rosto na palma da mão. “Eu conheço vocês. Posso não saber de tudo, mas sei quando me escondem algo. Vão me contar, ou querem ser punidos?” Pergunta com calma. “Não sei o que está falando mãe. Não fizemos nada.” Isabel insiste. “Lembram quando pegaram o notebook de Souza escondido? Vocês ficaram dois dias, fazendo tudo sem precisar pedir. Quero saber, onde errei, para esconderem de mim, coisas importantes, como o vínculo que tem ao dar as mãos, em ouvir conversa, e fazerem algo errado e não admitirem.” Samara fala com uma voz doce. Isabel enche os olhos de lágrimas e abaixa a cabeça, Gabriel se sente culpado. “A senhora não errou, nem erra. Nós também queremos proteger a senhora. Só por ter 7
Samara, se levanta.“É melhor resolver isso logo. Tem muita coisa acontecendo que pode afetar meu trabalho.” Ela se afasta em direção à cozinha. Elsa está conversando com o pai, sobre seu encontro com Samara. Ela conta que foi a mesma médica que atendeu ela no acidente. “Não se envolva com essa moça. Lembra o que aconteceu no passado? Nunca irei esquecer o encontro com o Daniel, irmão de Denis.” Fala preocupado.“Pai, esqueceu que engravidei de Denis? O senhor que me impediu de o procurar e contar.” “Não quero problemas, tenho certeza que as dificuldades na época, foi ordem dele. Foi melhor assim. Hoje a criança está sendo criada por outra família e você está casada e tem outro filho. Não se envolva com eles.” Fala com uma cara fechada.“Se eu não fizer o que quer? Hoje não pode me obrigar a fazer o que deseja.” Fala desafiando seu pai.“Elsa, não procure problema. Você está melhor assim.”“Eu quero mais. Meu filho também é filho de Denis. Ele tem direitos, sabe muito bem que meu
Elsa olha surpresa. “Você era a namorada de Denis! Foi embora devido à cena que viu.” Fala francamente. Samara, curva o corpo e apoia na perna com o cotovelo. “Elsa, nunca fui namorada de Denis. Nem mesmo uma paquera. Eu o ajudava no laboratório. Deve ter percebido o problema que ele tinha, eu estava ajudando. Naquele dia, no apartamento, ele ficou nervoso por saber que tinha quebrado as regras, eu não iria perder tempo, em ajudar quem não fazia questão de ser ajudado.” Elsa perde toda a compostura, ela levanta e anda pela sala. “Nunca rolou nada entre vocês?” “Não.” “Qual era o problema dele? Eu não fiquei sabendo.” Fala ficando pálida. “Desculpe, mas era um assunto profissional. Você dormiu com ele, como não sabe?” Fala se levantando e pegando a bolsa. “Espere, não pode falar isso e sair assim. Eu preciso saber.” Samara sorri, antes de responder. “Elsa, não estamos na faculdade, tenho um emprego e trabalho para ajudar as pessoas. O que seria de minha carreira, se eu conta
Souza, anda e depois olha para Plínia.“Consigo entender tudo isso. Mas ficar grávida e não procurar saber? Lá tinha todos os recursos para descobrir, era fácil na época.” “Lamento Souza, nem eu pensei nisso. Fiquei chocada com a gravidez, depois, assustada quando ela me disse que teria o filho. Eu só apoiei. Nem passou pela cabeça, investigar, ela queria sair e foi exatamente isso que fizemos. Pode parecer estranho, mas Samara é assim, sempre foi. Aprendi a aceitar e estar ao lado dela.” Plínia fala se levantando.“Ok. Vamos descansar, a mente e coração das pessoas, são um enigma. Não devemos tentar adivinhar. Em uma coisa ela acertou. Ter as crianças, foi uma benção. Amo aqueles dois.” Fala sorrindo.Os dois sobem e cada um entra em seu quarto. Plínia, acostumada com Samara, deita e dorme logo. Souza, deita e fica pensando em uma forma de descobrir algo para Samara. Ele não aceita que ela não reaja e não busca a verdade. Samara está em seu quarto, tentando bloquear as lembranças,
Samara senta e espera.“Deveria ter aceitado o convite.” Fala com as mãos atreladas.“Não posso, além do que, tenho meus filhos. Eu sou mãe, eles precisam de minha atenção.”“Eu sei, concordo com você, mas ajudar o diretor, não será difícil. Ele vai fazer o trabalho que precisa de mais atenção.” Daniel insiste com ela.“Obrigado, mas continuo com minha decisão. Sou de ficar a frente no trabalho. Estamos desenvolvendo uma nova invenção, já existe uma no mercado, mas estamos tentando melhorar o novo equipamento. Eu quero estar mais presente no laboratório.” Fala séria.Daniel suspira e aceita o que ela decidiu.“Não gosto de misturar as coisas, mas gostaria de conversar com você.” Daniel é direto.“É sobre meu trabalho no hospital? Este assunto podemos falar. Se for assunto particular, posso marcar um encontro no escritório.”“Está dificultando as coisas.” Ele fala aborrecido.“Não, senhor. Estou sendo profissional. Vou marcar um encontro fora de horário de trabalho, assim conversamos c