Philipe
Estava saindo do trabalho, tinha sido um dia longo e o que eu mais queria era chegar em casa, abraçar minha mulher e ver o rosto alegre dela quando ela visse o pote de sorvete que eu estava levando pra ela, ela amava sorvete. Entrei no meu carro e dei partida para casa. Esses meses têm sido os melhores da minha vida, havíamos descoberto que ela estava grávida, desde que a conheci esse era o meu sonho, formar minha família ao lado dela, e só de pensar que daqui a 1 mês vou realizar esse sonho me sinto o homem mais feliz do mundo. Nada podia tirar essa felicidade de mim. Nada mesmo. (...) Cheguei em nossa casa, coloquei o carro na garagem e fui direto para a sala, que é onde ela sempre me espera quando chego do trabalho. Cheguei com o sorvete dela na mão e os braços abertos para receber o abraço dela, mas ela não estava lá. Devia estar na cozinha. Então fui até lá, aproveitei e deixei o sorvete na geladeira para não derreter. " - Hilary?", chamei, mas não tive resposta. Continuei andando pela casa. Ela deve ter cochilado enquanto me esperava chegar, às vezes isso acontecia. " - Amor?", chamei abrindo a porta do quarto. Olhei pelo quarto e percebi que ela não estava lá. Então resolvi ir no quarto do nosso bebê. Fui pelo corredor, abri a porta mas ela também não estava lá. Quando eu ia fechar a porta do quarto, percebi que estava escorrendo uma água por baixo da porta do banheiro que tem no quarto do bebê. Andei na direção da porta e percebi que a água estava mudando de cor, de transparente para vermelho. Logo me desesperei e comecei a bater na porta. " - Hilary? Hilary, você está aí?", continuei batendo na porta e chamando. Quando a água aumentou mais e ninguém respondeu, decidi arrombar a porta. " - Amor, se estiver aí dentro, se afaste da porta. Eu vou arrombar", disse, e logo comecei a empurrar a porta com o ombro. 1, 2, 3... Mais uma vez. 1, 2 e 3. E dessa vez a porta se abriu. E foi a pior imagem que eu podia ter visto, meu pior pesadelo. Hilary estava na banheira, o chuveiro ainda ligado. Isso explica o derramamento da água. E os braços, cortados do pulso até a metade do braço. Isso explica o porquê da água estar vermelha. Fui correndo em sua direção, para verificar se ela ainda respirava. " - Está tudo bem, eu estou aqui com você. Você vai ficar bem, ok? Vai ficar tudo bem", falei pegando a cabeça dela da beira da banheira e a abraçando. " - Fala comigo, por favor, fala comigo", pedi em soluços e sacudindo ela em meus braços. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido. A ambulância chegou, tirou ela dos meus braços e a colocou na maca da ambulância. Levaram ela para o hospital. Ela ainda estava respirando, mas estava muito fraca. Eles foram direto para sala de cirurgia para fazer o parto do bebê. Mas antes do bebê sair, ela se foi. Eu vi os olhos se fechando e a respiração parando aos poucos. Eu fiquei em choque e as lágrimas começaram a cair. Mal escutei o choro do bebê quando ele saiu. Depois disso, nunca mais fui o mesmo. (...) Hoje em dia. Abro os olhos de uma vez, com um suspiro. Esse dia, esse pesadelo não sai da minha cabeça desde que aconteceu. Não consigo mais dormir, nem sozinho. Tudo que eu faço me lembra ela. Eu tive que mudar da minha casa, comprei um apartamento menor. Todas as coisas dela, roupas, sapatos, acessórios, tudo que ela gostava, eu cortei da minha vida logo de uma vez. Pois desde aquele dia, não fui o mesmo, e talvez nunca mais seja. Eu me livrei de tudo dela. Menos de uma coisa. Uma que eu não tive coragem de abrir até hoje. A carta que ela deixou para mim depois daquilo tudo. Fechei os olhos e tentei dormir novamente. Mesmo que eu soubesse que quando eu dormisse, esse dia voltaria para a minha cabeça no mesmo instante.PhillipAcordei com um barulho e ... água ?- Mas que porra - fui interrompido antes de terminar a frase."LEVANTA !" - Simon grita com o copo de água na mão , me encarando com uma expressão de raiva .Simon é meu irmão mais novo , a única pessoa que ainda tenta falar comigo ou se aproximar depois de tudo . Ele faz questão de vir aqui todas as manhãs para ver o meu estado deprimente de sempre , caído na cama bêbado , e às vezes copos quebrados que atirei na parede depois de começar a beber e perder o controle .- Parece que essa noite foi uma das difíceis - ele fala , olhando para o chão e vendo os cacos de vidro do copo que atirei na parede em algum momento da noite que não me lembro .- Vai embora - falei e me virei para dormir de novo .- Não , não e não . Hoje não . Eu realmente preciso falar com você , levanta - falou , puxando - me , e virei para encará - lo .- O que você quer ? Eu só quero ficar em paz - falei , sentando - me , já sem paciência para ele .- Ah , com certeza pa
AmberlyAcordo com o despertador tocando e logo o desligo . Não suporto aquela música irritante .Levanto e vou direto para o banheiro escovar os dentes e tomar o meu banho . Pego uma roupa simples : uma calça jeans preta e uma blusinha de manga branca com gola V . Quando chegar ao trabalho , terei que vestir meu uniforme de qualquer maneira , então não costumo pegar roupas muito arrumadas .Faço uma maquiagem simples : corretivo , base , rímel e um gloss para não ressecar os lábios .Então , vou para a cozinha fazer meu café . Ao passar pela sala , vejo minha avó sentada na poltrona dela , já acordada e tomando seu café .- Bom dia , vó . Dormiu bem ? - falo , dando a volta no sofá e sentando perto dela .- Dormi sim , filha . E você ? - ela sorri para mim .- Dormi sim . A senhora viu se a Liza já acordou ? - pergunto , levantando - me do sofá .- Ah , minha filha , aquela ali você já conhece . Só acorda no último alarme do celular - ela diz , e ambas começamos a rir . Nesse momento
PhillipEu me levanto da cama depois que meu despertador toca, vou para o banheiro e começo a me arrumar. Voltei ao meu trabalho na empresa apenas porque fui obrigado, mas talvez seja bom me distrair com o trabalho em vez de com bebida. Depois de pronto, verifico no espelho o terno preto e arrumo a gravata que estava torta. Desço para tomar meu café.Sento à mesa para tomar café enquanto leio algumas notícias no celular. Lena, a empregada, murmura um bom dia e eu apenas aceno com a cabeça, levando a xícara de café à boca.Mesmo tomando café em casa, todos os dias antes de ir para empresa, passo em uma cafeteria ao lado para pegar um copo de café. Gosto de tomar café enquanto trabalho, ajuda a me concentrar e a não ficar com sono.Entro no carro e dou a partida. Após alguns minutos, chego em frente à empresa. Nossa empresa abrange várias áreas, sendo um prédio grande com diferentes departamentos. Os dois primeiros andares são dos empresários, o terceiro e o quarto são para advocacia, e
---PhillipEstou na fila da cafeteria, esperando minha vez de ser atendido. Quando chega, percebo que não é a garota de ontem, mas sim uma loira diferente. Faço meu pedido e aguardo o café ficar pronto. A moça me entrega o café e eu pago, virando para a porta. Olho para o lado e vejo a garota de ontem trabalhando como garçonete, servindo mesas. Ela olha para mim brevemente antes de voltar ao trabalho. Eu simplesmente saio do estabelecimento e vou para a empresa.Ainda não contratei uma secretária. Nenhuma delas tem o que eu preciso. Algumas são ingênuas demais, outras passam metade do tempo flertando comigo, e as outras tremem de medo só de eu dizer bom dia. Acho que vou acabar desistindo."Bom dia," digo ao passar pela mesa do secretário do meu irmão, Eliot, que ajusta os óculos tortos.Aceno com a cabeça e entro na minha sala, jogando a pasta no sofá e me afundando na cadeira. Penso no tanto de trabalho que tenho pela frente hoje. Depois de quase quatro anos afastado, muitas coisas
PhillipEstava atolado de trabalho e sabia que teria que ficar até mais tarde. Estava com fome, e whisky não iria encher minha barriga, então decidi descer para pegar algo na lanchonete ao lado da empresa.Saí da empresa em direção à lanchonete. No meio do caminho, a energia da cidade caiu e tudo ficou escuro. Antes de parar de andar, esbarrei em alguém e percebi que a pessoa havia caído.Arregalei os olhos, peguei o celular para ligar a lanterna e a direcionei para o rosto da pessoa, vendo que era a garçonete da lanchonete."Merda", ela resmungou, levantando-se e ajeitando a blusa vermelha com bolinhas pretas que estava usando."Desculpa", murmurei sem jeito, e ela ergueu os olhos para mim."Ah, não tem problema. Parece que hoje o universo está contra mim. Tudo está dando errado. Que dia de merda", ela falou rápido, e eu fiquei surpreso como alguém poderia dizer tantas coisas em apenas 10 segundos."Desculpa, eu falo demais quando estou nervosa", ela acrescentou, dando um sorriso sem
AmberlyComo hoje eu não iria trabalhar, porque eu finalmente sai daquele emprego, acordei um pouco mais tarde. Resolvi que iria na entrevista que o moço falou ontem, eu fiz faculdade de administração a um tempo atrás, deve servir pra alguma coisa, e eu também sei falar francês e português, além de inglês, então deve ter alguma vantagem.Já estava arrumada tomando meu café, com a minha vó e Liza chega depois, como sempre ainda de pijama.- nossa mas que cheiro bom de bolo - ela fala e leva a mão até o bolo mas, minha vó da um tapa na mão dela- vai lavar essa mão- mas vó, nem tá suja eu acordei agora, me deixa pegar logo - Liza fala tentando pegar, ela também chama a minha vó de vó, mesmo não sendo de sangue, elas são como vó e neta.Liza consegue finalmente pegar um pedaço do bolo sem a vó ver, e senta na cadeira.- então Amber, onde é que você ficou ontem no apagão?- err, foi uma situação complicada, eu meio que me demiti e sai da lanchonete, a energia caiu um moço esbarrou em mim
- e quem é Eliot? - falo dando um sorriso nervoso para ele - ah, é o garoto que está sentado na mesa ai fora - ele fala e eu sorrio e confirimo com a cabeça murmurando um ok. Falo com o tal Eliot e vou na direção do elevador, antes de chegar lá e fechar a porta vejo ele falando com as mulheres, e elas olham para mim, do jeito que eu imaginei. Mas eu ainda não iria comemorar, eu precisava passar nessa semana de teste ainda. Entro no carro e ligo meu celular no Bluetooth do carro, colocando minhas. músicas para tocar, e começou a tocar uma das minhas músicas favoritas ( eletric love - borns) comecei a cantar junto e fui em direção a um mercadinho que tinha no caminho de casa, queria comprar uns doces, eu estava felizes quando eu estava feliz eu comia doce, principalmente chocolate. Cheguei em casa e já era quase 13:00 da tarde, eu resolvi passar em alguns lugares antes de vir pra casa. Passei na lanchonete para acertar direito as coisas da minha demissão, depois fui ao banco resolve
- cadê o idiota do Simon? - ela fala olhando ao redor, e quando ela termina de falar outro moço entra na sala. - finalmente lembrou que tem família né pirralha? - o moço fala e a Mega vira, ela da um largo sorriso e abraça ele. - vocês são tão carinhosos, tinha me esquecido disso - ela fala irônica e ele revira os olhos - tá bom, lindo encontro de irmãos. Agora vocês podem terminar isso lá fora, eu preciso trabalhar - Phillip fala gesticulando com a mão para eles saírem. - delicado como um cavalo e tão doce quanto um limão o moço de cabelos castanhos claros fala e se vira pra mim e você não ia nos apresentar dia nova secretária? Finalmente contratou uma viu, sinta-se honrada - ele fala chegando perto da minha mesa, ele se aproxima mais e sussurra - ou azarada por trabalhar com ele - ele fala piscando pra mim e eu seguro o riso. - Simon você é tão engraçado, deveria trabalhar em um circo, porque não vai e me deixa em paz? - Phillip falou e Simon fez um gesto vulgar para ele. - a