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Phillip

Eu me levanto da cama depois que meu despertador toca, vou para o banheiro e começo a me arrumar. Voltei ao meu trabalho na empresa apenas porque fui obrigado, mas talvez seja bom me distrair com o trabalho em vez de com bebida. Depois de pronto, verifico no espelho o terno preto e arrumo a gravata que estava torta. Desço para tomar meu café.

Sento à mesa para tomar café enquanto leio algumas notícias no celular. Lena, a empregada, murmura um bom dia e eu apenas aceno com a cabeça, levando a xícara de café à boca.

Mesmo tomando café em casa, todos os dias antes de ir para empresa, passo em uma cafeteria ao lado para pegar um copo de café. Gosto de tomar café enquanto trabalho, ajuda a me concentrar e a não ficar com sono.

Entro no carro e dou a partida. Após alguns minutos, chego em frente à empresa. Nossa empresa abrange várias áreas, sendo um prédio grande com diferentes departamentos. Os dois primeiros andares são dos empresários, o terceiro e o quarto são para advocacia, e os outros quatro andares são da minha área, imobiliária e engenharia. É uma empresa grande e por isso preciso retornar ao trabalho rapidamente, para não colocar todo o trabalho do meu pai e avô em risco.

Estaciono o carro no estacionamento da empresa e saio em direção à cafeteria para pegar meu café. Entro e vou para a fila do balcão. Quando o cliente à minha frente sai, percebo que a moça atrás do balcão é a mesma de ontem. Ela tem cabelos castanhos curtos até os ombros, olhos com um tom de marrom esverdeado e pele num tom branco pálido. Encaro-a antes dela abrir um sorriso que fez mostrar as covinhas em sua bochecha, cumprimentando-me.

"Bom dia, vai querer o mesmo de ontem?" ela pergunta, me deixando surpreso. Parece que ela tem uma boa memória para guardar os rostos dos clientes.

"Sim, por favor," digo, acenando com a cabeça. Ela vira-se para a máquina de café para prepará-lo. Percebo que antes de entregar o copo, ela para e faz algo nele, de costas para mim, então não consigo ver.

Ela vira-se para frente e me entrega o café com um sorriso simpático, fazendo as covinhas aparecerem novamente. Coloco o dinheiro no balcão e pego o café, sem me preocupar com o troco.

Antes de chegar à porta, olho para o copo e vejo algo escrito: "Tenha um bom dia". Franzo o cenho e viro-me da porta para olhar para o balcão. Vejo que ela já está atendendo o próximo cliente da mesma maneira simpática. Balanceio a cabeça e solto um riso fraco, saindo da cafeteria e indo em direção à empresa.

Chegando lá, vou direto para a minha sala. Ainda estou tentando encontrar uma secretária, pois todas que contratei esta semana não duraram mais de uma hora. Segundo o Simon, eu sou ignorante demais. Mas o que elas esperavam? Que eu passasse o dia sentado na minha mesa conversando sobre minha vida com elas? Elas estão aqui para trabalhar e nada mais do que isso. Se uma secretária não é capaz de simplesmente obedecer às minhas ordens, então não serve para trabalhar comigo.

Entro na sala e vejo Simon sentado na minha cadeira.

"Saia da minha cadeira," falo, jogando minha pasta no sofá no canto da sala e colocando o copo na mesa.

"Não sei não, ela é muito confortável. Estou pensando em levá-la para a minha sala," ele fala, levantando as pernas e cruzando-as em cima da minha mesa.

"Se não tirar seus pés da minha mesa em 5 segundos, você não terá mais pés," digo, aproximando-me da cadeira e esperando ele levantar.

"Ok, ok, seu emburrado," ele resmunga e levanta da cadeira.

"Quantas pessoas ainda tenho que entrevistar hoje?" pergunto, sentando na cadeira e abrindo meu notebook.

"Deixa eu ver aqui," ele pega o celular para olhar. "Acho que hoje são só 15," fala, voltando a colocar o celular no bolso.

"Merda, não aguento mais entrevistar esse povo," coloco as mãos no rosto e viro a cabeça para trás na cadeira.

"Então trate de contratar uma secretária logo e pare de ser um ogro ignorante. A garota de ontem foi embora chorando. Na verdade, o que você disse para ela chorar?" ele cruza os braços e senta no braço do sofá.

"Eu só disse 'você não conseguiu fazer nem metade dos contratos que eu pedi, você é inútil, suma da minha frente e não precisa voltar amanhã'. Nem foi nada demais," dou de ombros.

"NADA DEMAIS? Meu filho, você precisa aprender modos, para de ser mal educado. Se mamãe souber disso, ela arranca suas bolas. Por que você está aqui mesmo? Não tem nada melhor para fazer do que encher meu saco?"

"Eu até queria ficar aqui para te irritar mais, irmãozinho, mas tenho que trabalhar. Boa sorte," ele levanta e vai para a porta. "Ah, e por favor, NÃO FAÇA NINGUÉM CHORAR HOJE," grita da porta, e eu faço um gesto obsceno com a mão para ele, que retribui o mesmo.

Babaca.

Amberly

Depois do dia de hoje, só quero chegar em casa, comer e dormir. Foi um dia cansativo; a lanchonete lotou das 15:00 até às 19:00, e eu tive que ficar não só no balcão, mas também como garçonete. No momento em que estava atendendo as mesas, aquele nojento apareceu e, quando a Linda foi atendê-lo, ele disse que só faria o pedido se eu o atendesse. Quase disse para ele ir morrer de fome, mas antes mesmo de pensar nisso, o senhor Thompson já estava lá, me olhando com um olhar assustador. Além disso, tive que ficar até mais tarde ajudando a lavar e arrumar a lanchonete. Já são 20:30, e eu estou chegando em casa agora, sendo que meu horário de sair são as 19:00.

Estaciono o carro na garagem e entro no prédio. Saio do elevador e vou para o meu apartamento. Ao abrir a porta, sinto o cheiro de bolo de banana e logo vejo minha avó na cozinha, tirando o bolo do forno. Minha avó ama cozinhar, fazer bolos, biscoitos, tortas; tudo que pode e sabe fazer, ela está fazendo.

"Oi, vó, como foi o seu dia?" digo, indo até ela e dando um beijo na bochecha.

"Foi ótimo, minha filha. A Liza já chegou e foi direto para o banheiro. Disse que comeu algo numa lanchonete e agora está com dor de barriga."

"Eu já avisei para ela parar de comer essas comidas de lanchonete estranhas, ela sabe que o estômago dela é sensível," escuto Liza gritar do banheiro.

"ERA PARA ESCUTAR MESMO, AMBER!" ela respondeu, e minha vó me dá um tapinha.

"Olhe o palavreado, Liza. Vai logo tomar seu banho para a gente comer," fala, e eu me viro para sair, mas minha vó me interrompe.

"Nem te perguntei, como foi o seu dia hoje? Aquele velho chato ainda te perturba?" ela pergunta, sentando-se na cadeira da cozinha.

"O dia foi cansativo, vó. E sim, ele ainda continua me perturbando. Já estou começando a procurar outros empregos para me livrar logo dessa situação. Espero que eu consiga logo," falo, e ela concorda com a cabeça.

Vou para o meu quarto e tomo um banho quente para relaxar. Passo um óleo com cheiro de rosas para me ajudar no processo de relaxamento. Depois do banho, coloco meu pijama de donuts, rosa e cheio de donuts coloridos, o meu

favorito. Vou para a cozinha e encontro Liza e minha vó lá. Liza é linda, com cabelos ruivos até a cintura, pele branca, mas não tão pálida, e olhos castanhos que parecem duas bolas de chocolate. O melhor dela é que não tem vergonha de admitir que é linda; ela sabe que é e adora mostrar isso.

Nós comemos e conversamos um pouco, depois cada uma foi para o seu quarto dormir. O dia foi cansativo para todos hoje. Espero que minha situação no trabalho melhore logo.

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